A importância de investir na reciclagem de veículos, para reduzir assim o acúmulo de resíduos e evitar outros problemas ao meio ambiente, foi o tema de um debate no último final de semana da Rio+20. A programação oficial da conferência da ONU terminou na sexta-feira (22), mas no sábado e no domingo (23 e 24), o público ainda pode participar de algumas atividades.
No Parque dos Atletas, o Japão mostrou como funciona o sistema de reciclagem de veículos. O país se tornou uma referência mundial nesse assunto. A taxa média de reciclagem por unidade é de 95%. Ou seja, em um veículo que pesa 1,1 tonelada, só não são recuperados 55 kg, que vão para o aterro. A Lei de Reciclagem de Automóveis no Japão é de 2005 e conta também com a participação dos usuários. Ao adquirir um veículo novo, o consumidor já paga uma taxa destinada à reciclagem.
No mesmo local, foi distribuído o livro “Reciclagem e Sustentabilidade na Indústria Automobilística”, que foi lançado na sede da Confederação Nacional do Transporte (CNT), em março deste ano. O livro foi escrito pelo engenheiro aeronáutico Daniel E. Castro, doutor em engenharia de materiais e professor do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG). Um dos capítulos, sobre a situação dos veículos de transporte de cargas no Brasil e a necessidade da reciclagem, tem como autor o engenheiro Vinicius Ladeira, assessor governamental da CNT.
O livro diz que um veículo possui aproximadamente 15 mil peças, sendo que praticamente 80% de todos os materiais utilizados atualmente são metais, que podem ser reciclados de diversas formas. A discussão sobre o tema na Rio+20 foi promovida pela Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) – órgão do governo japonês responsável pela implementação da Assistência Oficial para o Desenvolvimento.
A Jica apoia medidas em países em desenvolvimento. No mês de março, agência participou de um seminário sobre reciclagem de veículos e renovação de frota, promovido na sede da CNT, em Brasília. A Confederação Nacional do Transporte defende a implantação de um plano nacional que permita a renovação da frota de veículos no Brasil, especialmente de caminhões, e que também seja viabilizada a reciclagem dos materiais.
Fonte: Agência CNT
Há algumas empresas que reciclam os veículos aqui e os desmanches, embora ocupem um grande espaço e tenham aproveitamento bem menor, evitam a produção de itens quando aqueles que querem um item mais acessível vão até esses. Todavia, os demanches também alimentam o crime quando não são corretamente fiscalizados.
Enfim, caberia aqui uma política de reciclagem. Esgotado, por exemplo, leilão para vender veículos em bom ou péssimo estado de conservação com dívidas, se houver sobras, o governo venderia por um preço diferenciado as empresas de reciclagem.