A Câmara analisa proposta que obriga as prefeituras a preverem percentual mínimo de ciclovias ao projetarem e executarem obras de construção, ampliação ou adequação de vias urbanas. A medida está prevista no Projeto de Lei 4800/12, do ex-deputado Audifax.
De acordo com o projeto, esse percentual variará de acordo com a população do município e terá os seguintes valores mínimos:
– 10% nos municípios com população até 20 mil habitantes;
– 25% nos municípios com população de 20 mil até 50 mil habitantes;
– 50% nos municípios com população acima de 50 mil e até 200 mil habitantes;
– 75% nos municípios com população acima de 200 mil habitantes.
A proposta também prevê que, nos casos dos municípios obrigados pelo Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01) à elaborarem plano de transporte integrado, esse plano deverá incluir a implantação gradual de ciclovias e ciclofaixas em toda a extensão das vias urbanas destinadas à circulação de veículos automotores.
Conforme o texto, os projetos em fase de elaboração e as obras em execução terão prazo de 180 dias, a partir da data de entrada em vigor da lei, para promover as devidas adequações. O prefeito ou outro agente público que descumprirem as medidas previstas incorrerá em improbidade administrativa.
Transporte regular
O projeto também reconhece o uso da bicicleta como modalidade de transporte regular. Segundo o autor, no Brasil ainda prevalece uma visão de que a bicicleta é apenas um veículo de lazer ou no máximo, uma alternativa adotada por pessoas que não dispõem de outros meios para os seus deslocamentos.
“Embora já comecem a surgir movimentos de valorização do uso da bicicleta como meio de transporte regular, a regra, na maioria de nossas cidades, é uma malha de vias urbanas destinadas apenas à circulação de veículos automotores, onde os ciclistas não encontram boas condições de segurança”, afirma o autor.
Tramitação
O projeto será analisado pelas comissões de Desenvolvimento Urbano; e de Constituição e Justiça e de Cidadania; e, em seguida, pelo Plenário.
Toda última sexta-feira do mês, quem trafega pelo Recife à noite já pode ter esbarrado com um grupo de ciclistas “atrapalhando o trânsito”. Sim, porque quem está dentro do seu carro com ar-condicionado dificilmente vai querer ceder seu lugar na faixa de rolamento para dar passagem a um veículo não motorizado.
O que talvez esses motoristas não saibam é que essas bicicletas estão nas ruas justamente para mudar esse tipo de postura. É a isso que se propõe a Massa Crítica, um manifesto mundial para divulgar a bike como meio de transporte que pode e deve ocupar um espaço digno nas vias urbanas. Na capital pernambucana, a edição do Massa Crítica completa quatro anos hoje.
Não estamos atrapalhando o trânsito. Somos o trânsito. O lema mundial da bicicletada é levado ao pé da letra pelos cerca de 250 participantes que comparecem à Praça do Derby, ponto de encontro dos manifestantes. São jovens, crianças e idosos, ciclistas, skatistas ou patinadores de carteirinha e iniciantes, que se reúnem para compartilhar lições de mobilidade sustentável. Hoje, às 18h, o grupo promove bicicletada em comemoração aos quatro anos do manifesto no Recife.
O trem a díesel que a mais de meio século transporta passageiros do Cabo de Santo Agostinho até a estação do Curado, no Recife, está mais perto de sair de cena. O modelo que tem capacidade para transportar até mil passageiros será substituído pelo Veículo Leve sobre Trilho (VLT) a partir da segunda quinzena de março.
No lugar da velha locomotiva, trens mais rápidos e confortáveis. O VLT, no entanto, tem uma capacidade menor e transporta apenas 600 passageiros por viagem. A principal vantagem do VLT em relação ao trem díesel é justamente a velocidade, que possibilitará um número maior de viagens e de pessoas transportadas.
Embora a operação regular com dois VLTs tenha data prevista para março, o intervalo das viagens não será muito diferente do que acontece hoje. O tempo de espera na estação pelo trem é de 47 a 49 minutos. Já o VLT, o intervalo será de 41 minutos. “Como só existe uma linha não podemos ter dois trens na linha ao mesmo tempo.
Por questão de segurança é preciso esperar que todo o percurso seja concluído”, explicou o diretor de Operações do Metrorec, João Dueire. O tempo de viagem de Cajueiro ao Cabo é feito em 35 minutos pelo trem a díesel e de 25 a 30 minutos no VLT. “O trem díesel, além de ser mais lento tem que fazer a acoplagem da locomotiva toda vez que muda de sentido. O VLT tem direção nos dois sentidos”, revelou Dueire.
Somente com a duplicação da linha, o intervalos das viagens será reduzido para cerca de 12 minutos. “Com a linha duplicada poderemos ter mais trens em circulação. Dispomos de sete VLTs e a linha do Cabo poderá operar com quatro em 2014”, afirmou. Já o percurso Cajueiro até o Curado também terá o trem díesel substituído por um VLT.
Os planos, no entanto, é de prolongar a linha do VLT até o Terminal Integrado de Passageiros (TIP), que já é atendido pelo metrô. “Será uma linha paralela. Quem estiver em Cajueiro Seco não precisará descer na estação Joana Bezerra para seguir viagem até o TIP”, explicou o gerente de operações.
À espera do trem para o Cabo, a estudante Raissa de Oliveira Negrão, 20 anos, já teve oportunidade de fazer o percurso pelo trem a díesel e pelo VLT, que já vinha funcionando nos finais de semana. “Apesar do trem ser mais lento, ele tem uma capacidade maior. Já o VLT, a impressão é que ele fica mais apertado nos horários de pico”, revelou.
Já a dona de casa, Selma Maria da Silva, 38 anos, está otimista. “O trem a díesel é um atraso de vida. Não vejo a hora do VLT ficar de vez”, revelou. Embora esteja saindo da linha regular, o trem díesel vai funcionar como coringa. “Ele poderá ser usado quando algum VLT entrar em manutenção ou pode ser transformado em um trem turístico”, sugeriu Dueire.
O cronograma da operação regular, prevista para março, não deverá ser alterado com o incidente com dois VLTs ocorrido no sábado de carnaval. Na ocasião, o segundo trem que estava acoplado a outro para o abastecimento se desacoplou e bateu na traseira do trem que estava na frente e acabou ficando com a área frontal, também chamada de máscara danificada.
A peça, que é feita de fibra de vidro foi solicitada ao fabricante. “Temos sete VLTS e vamos iniciar a operação com dois. Esse incidente não muda em nada o nosso cronograma”, afirmou Bartolomeu Carvalho, gerente de manutenção do Metrorec.
Dois trens novos na Linha Sul
O mês de março entram em operação dois dos 15 trens novos adquiridos pelo Metrorec na Linha Sul do metrô. A entrada dos novos trens não irá significar aumento da frota na linha, pelo menos por enquanto. Dois trens antigos serão retirados para manutenção.
Mas, segundo a gerência de Operações do Metrorec, a Linha Sul está apta a receber a demanda do Terminal Integrado Tancredo Neves, que já está pronto desde o ano passado. Mas ainda não há data confirmada pelo Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano para que o Tancredo Neves comece a operar.
Atualmente seis trens atendem a Linha Sul, nos horários de pico, desde que entrou em funcionamento o Terminal Integrado de Cajueiro Seco. Antes eram cinco. A expectativa é que o Terminal Integrado Tancredo Neves fosse inaugurado, finalmente, em março, com a chegada dos trens novos. A previsão era de aumentar a frota da Linha Sul para sete trens.
“Se houver necessidade de aumentar o número de trens na linha, nós temos todas as condições, mas acreditamos que, inicialmente, os seis trens existentes sejam suficientes para o Tancredo Neves operar”, afirmou o diretor de Operações, João Dueire.O Grande Recife Consórcio de Transportes Metropolitano informou pela assessoria que, oficialmente, não foi informada de que o metrô já está apto para atender a demanda do Tancredo Neves.
“Os terminais de Aeroporto e Cajueiro Seco foram inaugurados de acordo com o cronograma do aumento da frota de trens. O mesmo pode acontecer com o Tancredo Neves”, revelou Dueire.
O metrô do Recife tem uma frota de 25 trens e terá até 2014 um total de 40 trens para as duas linhas Sul e Centro. Três trens novos já chegaram. A expctativa é que o número de pessoas transportadas alcance cerca de 400 mil usuários com a integração do metrô com os 25 terminais de ônibus do Sistema Estrutural Integrado (SEI). Saiba Mais
Metrô do Recife
Linha centro
14 estações
1983 – início das obras
1985 – Início da operação na estação Werneck
1986 – Início da operação das estações Coqueiral e Rodoviária
2002 – Início da operação da estação de Camaragibe
220 passageiros por dia
4,4 minutos de intervalo nos horários de pico
8 minutos fora do horário de pico
Linha Sul
2005 – Estação Recife/Imbiribeira
2008 – Imbiribeira/Shopping
2008 – Shopping/Tancredo Neves
2009 – Tancredo Neves/Cajueiro Seco
R$ 1,60 é a tarifa do metrô Recife, integrada ao ônibus
45 mil usuários por dia
8,5 minutos de intervalo nos horários de pico
12,5 minutos de intervalo fora do horário de pico
40 trens devem operar nas duas linhas até novembro de 2013
400 mil usuários é a previsão das duas linhas