Tânia Passos
Rodovias federais que passam em áreas urbanas já foram, acredite, sinônimo de desenvolvimento. Mas com o crescimento do tráfego nas vias, elas se transformaram em um verdadeiro caos. As rodovias urbanas abrigam, ao mesmo tempo, o tráfego local e o de passagem. Ruim para os motoristas que enfrentam grandes congestionamentos e inaceitável para os pedestres, que se tornam alvos vulneráveis em travessias arriscadas e em meio a uma logística ineficaz. Foi assim em Abreu e Lima, Região Metropolitana do Recife, que fez a opção de ter a BR-101, na década de 1990, passando por dentro do município.
Por causa da pressão dos moradores, o projeto original do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit), que não passava pela cidade, foi modificado, e duas décadas depois, o Dnit admite que houve erro conceitual no desenho da via pela área urbana. A correção vai exigir uma variante, por fora da cidade, com 12 quilômetros e pelo menos cinco viadutos para desfazer o nó existente hoje. O valor da obra ainda não foi orçado.
A situação do trecho urbano da BR-101 em Abreu e Lima foi tema da conclusão do curso de engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) dos estudantes Rodrigo Cavalcanti, 24 anos, e Eduardo Lins, 28. Durante um mês, eles fizeram o monitoramento da rodovia no trecho que vai do quilômetro 51 ao 48 e analisaram desde as condições do pavimento, sinalização, velocidade da via e a difícil convivência entre pedestres e motoristas.
No sentido Recife/Abreu e Lima se encontra o trecho mais denso da rodovia federal, que na cidade recebeu o nome de Avenida Duque de Caxias. A via concentra a maior parte do comércio nos dois lados. O cenário é de carros estacionados nas calçadas, operação de carga e descarga, caminhões pesados passando a todo instante em um pavimento degradado e o que é pior, pedestres entregues à própria sorte. “Aqui a gente pega na mão de Jesus todo dia para ir de um lado para outro”, ensina Maria José da Silva, 63 anos, aposentada.
O risco de atropelamento não é por causa de uma velocidade alta. Ao contrário, o tráfego na via é lento. Os estudantes calcularam a velocidade média fazendo a medição a cada 100 metros do km 51 ao 48. Eles observaram que o trecho mais lento fica no km 50, no sentido decrescente com velocidade média de 2km/h a 4km/h. “Há um conjunto de fatores que dificulta a travessia do pedestre. A sinalização é precária e o motorista não respeita. Há muitos buracos e ao tentar desviar o motorista pode provocar um acidente. Existe também a operação de carga e descarga que pode atrapalhar a visibilidade”, explicou o estudante Eduardo Lins.
Também foram observados problemas na sinalização. “A sinalização horizontal e vertical estão precárias e as lombadas eletrônicas e os semáforos, ao nosso ver, não resolvem o problema de redução de acidentes e até agrava os congestionamentos”, detalhou Rodrigo Cavalcanti. Os dois alunos foram orientados pelo professor Maurício Pina. “Rodovia federal em área urbana é hoje uma situação inaceitável. Não há outra alternativa que não seja fazer o desvio”, afirmou Pina.
Conceitos básicos de trânsito não é o forte do DNIT, muito menos manutenção de estradas. É lamentável ver como tem sido mantida a BR101 na região metropolitana do Recife nos últimos 10 anos, enquanto a BR foi duplicada, e agora falamos em consertar um erro básico de projetos, enquanto não aprendermos a realizar manutenção nas estradas, continuaremos a provocar acidentes e mortes, como a ocorrida há duas semanas, e os diretores continuam nos cargos sem serem punidos.
Eu não consigo entender como um apadrinhamento pode ser tão forte assim, e um Órgão Federal como o DNIT quedar-se inoperante, ineficaz, incompetente. Chego a me perguntar o que fazem os mandatários desse órgão, senão deitar-se em berço esplêndido enquanto a população sofre, tem seus carros deteriorados e até suas vidas ceifadas pelo absoluto abandono da Rodovia BR 101 em Pernambuco.
É vergonhoso para nós pernambucanos sabermos que o trecho da PB e do RN foram totalemente duplicados e recuperados, enquanto a parte de Pernambuco se arrasta por mais de 10 anos.
O que é pior, não bastasse a ingerência para a construção de uma estrada nova, as partes que conseguem ser reformadas utilizam de material abaixo das especificações exigidas e derretem com a primeira chuva. Não existe cultura da manutenção das estradas, e o DNIT me parece ser um Órgão de enfeite, um apêndice inchado da maquina pública já emperrada na burocracia.
Boa tarde Tania, Gostaria de entrar em contato com os alunos da federal, para perguntar se poderia ter acesso ao conteúdo do artigo, pois sou estudante de Economia da UFRPE e estou interessado em realizar um estudo aprofundado nesta mesma região, só que pelo lado econômico demonstrando como o comércio da região foi afetado por esta via.
Vou mandar pelo seu e-mail.
Caro Cleto, gostaria de manter contato com vc pois tenho interesse para uma matéria sobre os aspectos econômicos versus BR
Tânia, por favor pode me mandar o contato de Cleto, pois tenho interesse para uma matéria sobre os aspectos econômicos versus BR
Olá Gonçalves. Você pode entrar em contato comigo através do meu e-mail: cleto_alves@hotmail.com
Tão reclamando do que? Eu passava nessa rodovia quando ainda era de terra, foram vocês que contruíram esse monte de barraco em torno da rodovia, agora não reclama. tivessem ido morar em outro lugar.