Por
Raí de Souza Oliveira
Há dois anos mudei de vida: escolhi não ter mais carro. Vou trabalhar de bicicleta, de carona ou a pé, e o resultado é que agora vivo melhor. Antes, eu perdia a paciência, ficava estressado, procurando novos caminhos para escapar do trânsito, evitava horários… E me dei conta que não era uma coisa saudável.
Tudo começou como uma experiência, depois de ter morado um ano em Londres. Lá, só andei de bicicleta, metrô ou táxi. Quando voltei ao Brasil, decidi ficar um ano sem carro para experimentar, e ele fez menos falta do que eu imaginava. Vi que podia substituí-lo por outras alternativas e então percebi que o carro passa a ser algo que muitas vezes traz mais aborrecimentos que comodidade.
Não sou um cara xiita, que fala que todo mundo tem que andar de transporte público, até mesmo porque em diversas localidades ele ainda é muito deficitário. A decisão de utilizar o carro ou outro transporte alternativo deve se encaixar dentro das necessidades de cada um, mas, após a decisão de aposentá-lo, vi que minha vida melhorou bastante; não dependo mais da rotina estressante de demorar horas para chegar a algum destino e ainda contribuo um pouquinho para preservar o meio ambiente.
Talvez o que impeça algumas pessoas de fazer a mesma coisa é que o carro é visto como um símbolo de status. O que sou não vai mudar por estar atrás do volante ou num banco no metrô.
Acho que seria interessante propormos um rodízio espontâneo. Metade dos carros ficam em casa, sendo um dia para as placas de final par e outro para as de final ímpar. Naturalmente não seria algo imposto por nenhuma lei, mas para ajudar as pessoas a se organizarem. Quando você se vê sem carro, é obrigado a pensar numa solução: procurar alguém que mora perto para pegar carona, utilizar uma linha de ônibus que você não conhecia. Você vai pensar em alternativas e, mesmo sabendo que o transporte público tem muito a evoluir, elas existem aos montes.
E as alternativas alcançam quem usa o carro também. O pedágio urbano é uma delas. Se algumas pessoas querem usá-lo para ter mais comodidade, é justo pagar por isso, assim como ocorre em Londres. E esse dinheiro arrecadado com o pedágio poderia ser investido na melhora do transporte público.
Em Paris existe um dos projetos mais democráticos e de maior impacto de curto prazo que eu já vi, o Vélib’ (que em português quer dizer algo como “liberdade de bicicleta”). Você não anda um quilômetro dentro da região central da cidade sem ter uma estação onde possa alugar uma magrela. E você pode deixá-la em qualquer outro lugar, além de ter ciclovias na cidade inteira. Executivos, senhoras, turistas… todo mundo aderiu. À noite, você vê namorados e famílias, todos de bicicleta e, o mais importante, pedalando com segurança. Aqui em São Paulo os bicicletários estão começando a aparecer, e as ciclovias aos poucos começam a ser expandidas.
Fonte: Galileu
Parabéns ao Raí pelo artigo.
É bom ver uma pessoa famosa, com admiradores e seguidores, utilizar sua imagem e palavras em prol do coletivo e não só para vender algo ou representar uma marca.
Tania , primeiro quería parabenizala pelo seu blog , sempre que posso dou uma pasada aquí para ve-lo. Mas quería perguntar se voce mesma le seu blog ? Porque me parece impossivel ter uma boa leitura com esses textos que parecem que estao “dancando” por voce colocou umas fotos com introducoes de alguns textos com diferentes tamanhos , o que torna impossivel ter uma boa leitura do blog, alem de dar dor de cabeca ao tenter leer lo. Espero que possa corrigir isso. Abracos
Diego,
Obrigada pela audiência. Olha na configuração do computador do trabalho e de casa não percebo nenhum problema na formatação dos textos. Agradeço se puder mandar o link, onde você observou o problema. O que puder ser feito para melhorar a leitura, farei com maior prazer. Um abraço!
Raí troca carro por bicicleta
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