Primeiro o metrô abriu espaço para a bicicleta, pelo menos nos finais de semana e feriados, agora há possíbilidade de ônibus e até táxis se adaptarem para receber a magrela. No Espírito Santo, a ideia já foi implantada. Acompanhe as reportagens no Recife e Espírito Santo.
Recife:
Os ônibus e demais veículos com capacidade igual ou maior que 30 passageiros, e tenham a finalidade de explorar as linhas de transporte coletivo no Recife, deverão reservar espaço e instalar equipamentos adequados ao transporte de bicicletas. Isso é o que dispõe o projeto de lei número 373/2013, de autoria do vereador Raul Jungmann (PPS), que está tramitando na Câmara Municipal e encontra-se em fase de receber emendas. A presença dos equipamentos nos ônibus, no entendimento do vereador, facilitará a adoção da bicicleta como meio de transporte, possibilitando que um número muito maior de pessoas a utilize no seu dia a dia, e não somente como opção de lazer.
O projeto de lei está sendo analisado nas comissões de Legislação e Justiça; e de Meio Ambiente, Transportes e Trânsito, para análise emissão de pareceres. A matéria determina que os veículos, mesmo tendo a obrigatoriedade de instalar os equipamentos para as bicicletas, não poderão cobrar a mais pelo transporte delas. “No mundo todo, buscam-se alternativas sustentáveis para a mobilidade urbana. Ponto consensual é o de que os automóveis são o maior problema no trânsito das grandes cidades. Incentiva-se, dessa forma, o uso de bicicletas e outros meios não poluentes para o transporte”, disse o vereador.
Raul Jungmann entende que os efeitos do projeto de lei, caso a matéria seja aprovada, irão beneficiar os trabalhadores que fazem uso da bicicleta como meio regular de transporte, por ser mais econômico. “Outro consenso nas discussões sobre mobilidade é a convergência dos modais. A bicicleta pode ser usada, assim, de maneira complementar ao transporte público, dando mais alternativa aos usuários, e viabilizando a sua utilização por mais pessoas.
Fonte: Redação/DP
Vitória/ES:
Ônibus para bicicletas circulam no ES e ciclistas apontam problemas
Os ônibus adaptados para bicicletas começaram a circular entre Vitória e Vila Velha, pela Terceira Ponte, nesta segunda-feira (18). Os primeiros usuários do Bike GV aprovaram a ideia, mas apontaram detalhes a serem modificados para melhorar o funcionamento do sistema.
Entre os pontos a serem revistos estão a substituição da escada por uma rampa e a implantação de estruturas que deem melhor fixação às bicicletas. Os ciclistas também reclamaram do valor cobrado: R$ 1,25. A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb/GV) garantiu que todas as sugestões serão avaliadas para possíveis reajustes.
Os veículos vão transportar ciclistas e bicicletas pela Terceira Ponte, local que não possui ciclovias. Os coletivos, que receberam o nome de BikeGV, têm estrutura para carregar até 17 bicicletas e 17 passageiros, sendo cinco sentadas. O trajeto é apenas para deixar os ciclistas nas ciclovias mais próximas dos dois municípios, eles não circulam por outros pontos. A passagem custará R$ 1,25 e é paga diretamente ao motorista.
Os ônibus vão começar a circular às 6h, cada um partindo de um município, e o último horário de circulação é 20h30. As saídas são a cada meia hora em horários de pico e de 45 em 45 minutos no restante do dia. Com o trânsito intenso na Terceira Ponte, as primeiras viagens do dia sofreram atraso. Os ônibus partem da Praça da Ciência, em Vitória, e da Avenida Carioca, ao lado do Terminal de Vila Velha.
Prós e contras
A ideia agradou os ciclistas, que há algum tempo exigiam uma alternativa para a falta de ciclovia na ponte que liga as cidades, mas eles apontam ajustes. “A gente precisava realmente de ter esse trajeto, de ter como o ciclista atravessar. Eu fazia 19 quilômetros de Vitória para Vila Velha e agora vou fazer quatro ou cinco quilômetros. Mas só isso não vai resolver.
Precisamos de ciclovias na Terceira Ponte para solucionar o problema de quem vai de Vitória a Vila Velha, e vice e versa, todos os dias. Além disso, quem usa bicicleta é quem não pode, em muitas vezes pagar por transporte público, então cobrar R$ 1,25 por um trecho de 3 quilômetros é muito caro”, disse o estudante Rafael Darrouy.
Já para o representante comercial Edgar Bettazzone, o sistema beneficiou quem pedala por hobby ou esporte. “Está sendo uma ‘mão na roda’ para a gente que é ciclista, que quer pedalar em Vitória”, contou.
Mas além dos benefícios, outras falhas também já foram percebidas logo no primeiro dia de funcionamento. “As bicicletas modificadas, que são para corrida, ficam um pouco desconfortáveis, ficam soltas, explicou o assistente social Fabricio Barcelos.
A implantação de uma rampa, no lugar da escada, também facilitaria a entrada e saída dos passageiros com suas “magrelas”. Além disso, para alguns ciclistas, essa é apenas uma solução provisória para a atual situação do trânsito capixaba. “Se tivesse ciclovia seria muito melhor, mas esse passo é importante. Como o primeiro passo de um projeto importante, pode melhorar bastante sim”, disse o estudante Rafael Oliari.
De acordo com a diretora de operações de Ceturb, Rosane Giuberti, todas as propostas serão recebidas e avaliadas. “Nós vamos estar monitorando, recebendo todas as informações, principalmente desse público alvo que a gente pretende atingir. Então todas as sugestões vão ser avaliadas e a gente vai fazer os ajustes necessários”.
Fonte: Portal Mobilize