O Plenário aprovou a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) 90/11, da deputada Luiza Erundina (PSB-SP), que prevê a inclusão do transporte no grupo de direitos sociais estabelecidos pela Constituição Federal. Por acordo entre os deputados, a matéria foi aprovada em dois turnos de votação e seguirá para o Senado.
Na primeira votação, houve 329 votos a favor, um contrário e uma abstenção. Na votação do segundo turno, foram 313 votos a favor, um contrário e uma abstenção.
O artigo 6º da Constituição Federal prevê, atualmente, outros 11 direitos sociais: educação; saúde; alimentação; trabalho; moradia; lazer; segurança; previdência social; proteção à maternidade; proteção à infância; e assistência aos desamparados.
Modelo de financiamento
Para a autora da proposta, a inclusão do transporte como direito social deve estimular os governos a buscar outro modelo para financiar o setor, como o subsídio integral das passagens de ônibus. “É preciso tirar das costas do usuário os custos de um serviço que é um insumo da produção econômica. Não é justo que o cidadão pague”, destacou Erundina.
A deputada disse ainda que melhorar as condições de mobilidade urbana é aumentar o acesso das pessoas à cidade. “Os direitos sociais e os direitos humanos não serão assegurados porque o direito ao transporte é essencial para exercê-los”, afirmou.
Resposta às ruas
As manifestações de junho, em que milhares de pessoas foram às ruas para exigir melhorias, inclusive no transporte público, foi o que levou o projeto, parado desde 2011, para a pauta da comissão onde foi aprovado no último dia 19 de novembro.
“A sociedade espera ansiosamente que esta Casa responda aos apelos manifestados principalmente em junho deste ano, com as manifestações populares”, disse Erundina.
A deputada Jô Moraes (PCdoB-MG) também lembrou que a Câmara, ao aprovar a proposta, dá uma resposta para os movimentos de junho.
“É uma pauta positiva e damos respostas às ruas”, disse o deputado Edinho Araújo (PMDB-SP). “Essa é uma luta que veio dos movimentos sociais”, destacou o deputado Glauber Braga (PSB-RJ).
Para o deputado Newton Lima (PT-SP), a aprovação da PEC é o primeiro passo para diminuir os preços das passagens. “Quem foi prefeito, como eu, sabe da importância da redução do preço da passagem com qualidade do serviço”, disse.
Já a deputada Rosane Ferreira (PV-PR) lembrou que várias mulheres são molestadas em ônibus e metrôs e que a PEC pode melhorar a vida dessas trabalhadoras. “É o primeiro passo para trazer mais qualidade de vida para quem depende do transporte coletivo para ir e voltar do trabalho”, afirmou.
Falta de acesso
Para o relator da PEC na comissão especial, deputado Nilmário Miranda (PT-MG), um dos argumentos para a inclusão do transporte na Constituição como direito social é que vários dos direitos já classificados assim precisam do transporte para serem exercidos.
“Ouvimos, nas audiências públicas, que moradores de rua são pessoas que não podem voltar para casa porque não podem pagar pelo transporte. Na cidade de Salvador, até 40% da população andam a pé por não terem como se inserir nesse modelo de transporte financiado pelos usuários”, ressaltou Miranda.
Ao todo, foram realizadas pela comissão especial três audiências públicas e três seminários em São Paulo, Belo Horizonte e Brasília.
Financiamento rejeitado
Antes do texto principal da PEC, duas emendas com parecer contrário da comissão foram rejeitadas pelo Plenário. Uma delas, de autoria da deputada Janete Rocha Pietá (PT-SP), direcionava aos municípios 71% dos recursos da Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico (Cide), incidente nos combustíveis. Outros 29% já são atualmente repartidos entre os estados e o Distrito Federal. A ideia é que os recursos pudessem ser usados como subsídio ao transporte urbano.
A outra emenda, da ex-deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), incluía como competências comuns da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios a promoção dos transportes urbano e rural e o estabelecimento e a implantação de política de mobilidade urbana.
Fonte: Agência Câmara
Será que veremos, um dia, tal direito, o de ir e vir, ser respeitado e ser exercido com dignidade? Quem anda nos ônibus da Região Metropolitana do Recife sofre com o descaso das empresas de transporte, que só visam ao seu lucro. A empresa Itamaracá extrapola os limites do desrespeito (se é que há algum), da falta de compromisso com o cidadão. São inúmeras as situações em que tal fato se confirma: ônibus sem manutenção, velhos, sujos, (já vi insetos dentro de um deles); superlotação por ausência de veículo para o transporte da população, principalmente nos horários de maior demanda; ocorrências de ônibus quebrados quase todos os dias; e outras e outras mais. É revoltante saber que é paga uma tarifa tão alta por um serviço tão mal prestado; e mais ainda quando sabemos que tal empresa venceu uma licitação para continuar enchendo seus bolsos com a contrapartida da população. Como se permite tal aberração? Se a empresa não atende de maneira satisfatória, deve ser revogada a concessão pelo poder público. Mas apenas vemos os cidadãos sofrendo com um serviço que beira a mediocridade.
Simone: some-se a isso a falta de educação dos usuários que fazem horrores. ou seja, é o sujo falando do mal lavado! e infelizmente,estamos caminhando a passos gigantes rumo ao caos!
Pois é, Leonardo! Essas pessoas deveriam usar sua energia para combater os desmandos das empresas de ônibus, e não para empurrar e desrespeitar os seus iguais. Já ouvi comentários de que não adianta reclamar, só nos resta aceitar e lutar, sim, por um lugar no coletivo. Seria isso ingenuidade? Ou o quê?
Simone: falo isso por que também usei os ônibus da itamaracá por um tempo e pelo visto,só piora mesmo com o”T.I.Paulista”,que foi criado até pra tirar a demanda da PE-15. é um somatório.de empresários MÃO DE VACA(Pirangueiros)do Recife,péssima manutenção dos mesmos além da falta de civilidade dos usuários. já andei em ônibus com o cantinho mesmo cheio de vômito dessa mesma itamaracá!