A integração do sistema de transporte de passageiros se baseia em um tripé básico: estrutura física, operacional e tarifária. É o que os especialistas dizem, mas na prática a principal vantagem tem sido apenas a tarifária. Os usuários se deparam com integrações lotadas, filas longas e, consequentemente, mais tempo para concluir o percurso desejado. Longe de um ideal de sincronismo entre metrô e ônibus, parte do tempo que o usuário ganha no deslocamento com o metrô, acaba sendo perdido na espera do ônibus e nos congestionamentos.
Não por acaso, as integrações têm se transformado em um entrave para quem precisa fazer transbordo para seguir viagem. Embora as integrações sejam fundamentais na logística do Sistema Estrutural Integrado (SEI), principal base do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife, elas estão se tornando reféns de um trânsito que não tem o ônibus como prioridade.
“O ônibus não tem controle do percurso que faz. O metrô consegue estimar a hora que sai e a que chega, já o ônibus fica preso nos engarrafamentos”, comparou o engenheiro e coordenador regional da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), César Cavalcanti.
Para o presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, Nélson Menezes, o trânsito também é o principal vilão dos descontentamentos com as integrações. “O problema não é o ônibus, mas fazer o ônibus andar. A gente espera que com a faixa azul, que está sendo implantada em alguns corredores da cidade, o tempo de espera pelos ônibus seja menor”, revelou.
Ainda segundo o presidente o tempo de espera do usuário na integração varia de 3,5 a 7 minutos. Mas na prática, esse tempo de espera pode ser maior. “Já esperei 20 minutos pelo ônibus aqui na estação Centro. O mesmo tempo que gasto andando de metrô, sem falar que levo mais uns 20 para chegar ao trabalho”, revelou o operador de telemarketing Valney Rodrigues, 20 anos.
De acordo com o professor do departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Fernando Jordão, o tempo de espera na integração deveria ser pelo menos a metade do intervalo das viagens do metrô.
“ No caso de um intervalo de seis minutos, o tempo de espera do ônibus deveria ser de no máximo três minutos”, explicou o professor. Segundo ele, embora não seja uma regra, mas é o tempo que o usuário aceita como razoável. “A população estava acostumada a pegar uma linha direta. A integração é uma solução boa, mas exige determinados controles. Do contrário, pode ser um tiro no pé”, alertou o professor.
Fonte: Diario de Pernambuco (Tânia Passos)
Essas integrações são uma dor-de-cabeça. Na estação do Barro, já é de muito tempo que SEMPRE tem engarrafamento dos ônibus pra entrar na estação nos horários de pico. Inauguraram ano passado a nova área do Barro e com uma semana a parte onde os ônibus DEVERIAM ser estacionados afundou acarretando dos ônibus quando chega na estação para o ônibus em qualquer lugar e os motoristas descem e deixam seus veículos no meio do caminho (impedindo os outros que chegam de circular normalmente pela estação). Já faz um mês que a área de estacionamento foi finalmente concluída, MAS colocaram blocos de cimento impedindo a entrada dos ônibus. Quero saber quando vai ser finalmente inaugurado isso? Ou estão esperando a agenda do governador para ele posar em foto nessa “re-inauguração”? Sem contar que do lado da estação nova, a antiga está sendo reestruturada para receber MAIS linhas. Se no metrô já se anda como uma sardinha, imagino quando chegar essas novas linhas na estação Barro, sim, pois aumentar o metrô eles não irão fazer e a diminuição no tempo de um para outro não vai diminuir a qtde de pessoas que estão vindo de monte e sendo despejadas nessas integrações.
Realmente é um tiro no pé,acontece que esse tiro é só no pé do usuário final,sempre!!! Se existi-se uma lei que obriga-se os engenheiros de transito,o presidente da CTTU,Prefeito e seus assessores,a andarem pelo menos umas 03 vezes na semana de transporte público para verem como é a grande realidade do povo,num instante tinha solução rápida,mas como não sentem na própria pele,não adianta!!! Mas…. Quem sabe não é???
O TI cria afunilamento no sistema sobretudo com interliga modais de capacidades diferentes e como sugere o entrevista, dinamizar mais o intervalo dos veículos de menor capacidade evita perdas em filas, só que isso tem um limite.
Não adianta dizer que o intervalo ideal de uma linha cujo veículo é de capacidade menor seja a metade do modal maior se isso dependerá da demanda desta linha. Uma linha tronco onde vários usuários costumam usar seja eles vindos de outros ônibus e do metrô pode como deve ter intervalo menor, mas linhas de bairros com baixa demanda nem tanto, se tal linha para ter uma demanda aceitável no veículo depende de intervalos longos, reduzir o mesmo pode elevar a ociosidade resultando em última estância no descarte da linha ou limitação da oferta.
O VLT da linha Cajueiro Seco/Curado só funciona em alguns horários. Várias linhas aos domingos deixam de circular passando o atendimento ser feito por outras que sofrem mudanças no seu itinerário em função da proximidade.
Em suma, reduzir o intervalo de ônibus para a metade do metrô não é tão simples.