Casa Amarela debaterá implantação das ciclofrescas

 

A Pastoral da Saúde e o Escritório César Barros Arquitetura promovem, nesta quinta-feira (10), um debate com moradores do bairro de Casa Amarela sobre a implantação de ciclovias no local. O debate tem a finalidade de discutir o plano cicloviário do Projeto Comunidade Saudável e Sustentável, da Pastoral da Saúde, e a proposta das Ciclofrescas, do Escritório César Barros Arquitetura. As ciclofrescas são ciclovias arborizadas que unem natureza, saúde e baixo custo na sua execução, proporcionando uma relação mais harmoniosa no trânsito do Recife.

A parceria entre a Pastoral da Saúde e o escritório do arquiteto César Barros foi firmada no último dia 3, em reunião no salão paroquial do bairro de Casa Amarela, e tem o objetivo de realizar ações que viabilizem o ordenamento do trânsito da cidade do Recife, estimular e criar a cultura do uso das ciclovias como prática saudável e sustentável, promovendo o melhoramento a qualidade de vida e a preservação do meio ambiente.

O debate sobre as ciclovias em Casa Amarela será às 19h, no Centro Comunitário Salesiano, Estrada do Arraial, ao lado da Igreja Matriz de Casa Amarela, mas você já pode deixar sua opinião.

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Eu quero a minha Caloi!

Coluna Mobilidade Urbana – publicada no Diario de Pernambuco no  dia 07.05.12

Por Tânia Passos

 

Na década de 1980, o comercial da Caloi virou febre e toda criança queria a sua bicicleta. Na verdade, a bicicleta sempre foi vista como um brinquedo e dificilmente como um veículo de transporte. Para muitos, quem usa a bicicleta para trabalhar é “pobre”. É bem verdade, que há uma utilização natural de trabalhadores de baixa renda, que se valem da bicicleta para fazer os deslocamentos mais improváveis.

O que só reforça a vocação natural para o uso do equipamento como transporte. Mesmo sem nenhum tipo de estrutura cicloviária, eles improvisam bicicletários nos terminais integrados e se arriscam nas vias não preparada para eles.

A questão é que o brinquedo do passado e o veículo da classe menos privilegiada pode e deve ser o transporte do futuro para muita gente, que hoje faz pequenos deslocamentos de carro. Andar de bicicleta vai ser politicamente correto, contribuirá para o meio ambiente e a mobilidade. Mas para atingir um público diferenciado, a estrutura viária precisa vir junto.

A ideia das ciclofrescas, por exemplo, com ciclovias sombreadas, é muito bem vinda e já existe um projeto piloto com a Pastoral da Saúde e o escritório de arquitetura César Barros para o bairro de Casa Amarela, Zona Norte do Recife. E na última audiência pública da Câmara de Vereadores do Recife, sobre ciclovias, foi anunciado que o governador Eduardo Campos irá apresentar um plano cicloviário para o estado até o fim deste mês. O primeiro passo foi o anúncio de um manual de ciclovias para os prefeitos aplicarem nos municípios.

Na capital pernambucana, o Plano de Mobilidade promete ampliar a malha cicloviária de 20km para 400km. Nem tudo virá assim tão fácil, mas antes que as intenções se tornem reais, o desafio é trabalhar a cultura da bicicleta como meio de transporte e, quem sabe, a gente volte a ouvir os pedidos: eu (também) quero a minha Caloi!

Ciclofrescas em Casa Amarela

Um bairro piloto com todas as vias integradas ao sistema cicloviário. Parece sonho, mas o escolhido foi Casa Amarela, na Zona Norte do Recife. Uma das áreas mais populosas da cidade. A proposta é da Pastoral da Saúde em parceria com o escritório de arquitetura César Barros. A iniciativa tem como objetivo a viabilização de ações sustentáveis dentro do Projeto Piloto “Comunidade Saudável e Sustentável” lançado no último dia 22 de março pelo arcebispo de Olinda e Recife, dom Fernando Saburido.

“O arcebispo nos procurou a partir do projeto que já havíamos desenvolvido das ciclofrescas (ciclovias sombreadas) e propôs fazermos um estudo para o bairro de Casa Amarela”, revelou César Barros. A parceria do escritório com a Pastoral da Saúde será firmada hoje às 19h, no salão paroquial do bairro. O objetivo é oferecer 100% das principais ruas com ciclovias unidirecionais ou bidirecionais até 2014. “Vamos fazer um diagnóstico do potencial das vias e em junho a pastoral poderá dispor das informações para viabilizar parcerias para implantação junto com o município e o estado”, revelou Barros.

Até o final de junho será apresentado um documento propositivo, apontando os instrumentos possíveis para sua viabilidade. “O plano cicloviário para o bairro de Casa Amarela é uma oportunidade de vermos uma mudança na qualidade do trânsito do Recife”, revelou Barros. Quanto a proposta das ciclorrotas, que será apresentada hoje na audiência pública da Câmara, o arquiteto defende a integração com o trânsito.