Levar bichos de estimação soltos no carro é proibido. Mas, muitos motoristas ignoram a lei, aumentando os riscos de acidentes. Dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) mostram que aumentou o número de veículos autuados devido a presença de animais soltos no interior. Somente no primeiro trimestre deste ano foram registradas 241 ocorrências contra 179 no mesmo período de 2011.
Especialistas recomendam levar os bichos presos a cintos ou cadeiras adequados pra eles. Os produtos são de nailon e vem com fivelas para serem colocadas no prendedor do cinto de segurança. Animais maiores devem ser levados em caixas e sempre no banco de trás. Nas lojas, os equipamentos variam de R$ 17 a R$ 200.
Pesquisa mostra que 95% dos motoristas afirmam usar o cinto de segurança e 59% dizem que já faziam tal uso antes da lei, sendo que continuariam a usá-lo mesmo que a medida fosse revogada, o que reflete a conscientização de grande parte dos brasileiros.
O uso do cinto de segurança tornou-se obrigatório em 1998 e mudou o comportamento de 26% dos motoristas que passaram a usar o dispositivo de segurança depois que a lei entrou em vigor, revelam dados de estudo realizado pela GFK- empresa de pesquisa de mercado.
Apenas 3% dos usuários, que passaram a usar o cinto após a lei, dizem que deixariam de usar se ela fosse revogada.
Conscientização
Para o diretor de marketing da GFK, Mario Mattos, esse dado mostra que o processo de conscientização da população para aderir a um comportamento que gere benefícios para a sociedade deve ser feito por meio de ações e campanhas educativas , mas que, em algumas situações, essas campanhas podem ser combinadas com ações coercitivas.
“Se o benefício for claro e percebido pela população, como é o caso do cinto de segurança, uma ação coercitiva como uma lei pode ajudar a quebrar a inércia de parte dos indivíduos, que passam a adotar o comportamento desejado e a mantê-lo mesmo se a ação coercitiva deixasse de existir”, explicou Mattos
A pesquisa ouviu 629 pessoas, maiores de 18 anos, de nove regiões metropolitanas.
Não sei se lá em São Paulo eles exageram na dose, mas tudo que for pelo bem das calçadas tem algo de positivo. O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, acaba de sancionar uma lei que, além de aumentar a área mínima do passeio de 90 centímetros para 1,20 metros, ainda aumentou o valor da multa para quem não cumprir a legislação. E a multa também ficou mais salgada.
Na capital paulista, a multa passa a ser de R$ 300 por metro linear de calçada danificada. Antes, ela não ultrapassava o valor de R$ 510, mesmo em áreas de grandes dimensões.
O problema dessas leis é a aplicabilidade delas. No Recife, a Lei de Calçadas, aprovada desde 2003, não conseguiu reverter a situação dos passeios. Nem mesmo nas calçadas de órgãos públicos. É quase tentador acreditar que tudo pode ficar perfeito, por decreto, mas na prática a realidade é bem mais complexa.
Há urbanistas que defendem o estímulo de impostos para a conservação dos passeios por parte dos proprietários. Pode ser uma alternativa. Outros, afirmam que o espaço das calçadas é de uso público e, portanto, a responsabilidade é dos órgãos públicos, da mesma forma que as vias têm investimentos para os carros. Confesso que acho este último raciocínio mais pertinente.
Se levarmos em conta que são investidos milhões na construção de viadutos e rodovias e para as calçadas nada. Na verdade, ninguém se sente responsável por elas. E, pensar que só aqui na Região Metropolitana do Recife a estimativa é que um terço da população, ou seja, mais de um milhão de pessoas se desloca a pé é, no mínimo, razoável para não dizer obrigação, apostar na melhoria dos passeios.
E só para não perder a oportunidade dêem uma olhada nas calçadas do centro de Bogotá, um exemplo de acessibilidade em um país da América Latina, que não chega nem perto da situação econômica do Brasil.