Porto desembarca em Santo Amaro

 

Nesta terça-feira, 24 de abril, a partir das 19h, o Teatro Hermilo Borba Filho (Entradas pela Av. Cais do Apolo, S/N, Bairro do Recife ou pela Rua do Apolo, 121, Bairro do Recife), vai receber a terceira edição do evento Porto Desembarca em Santo Amaro, cujo tema desta vez será “Perspectivas urbanísticas e de mobilidade para os Bairros do Recife e Santo Amaro após a expansão do Porto Digital”. As vagas são limitadas. Faça aqui a sua inscrição.

Participam do encontro Francisco Saboya, presidente do Porto Digital, que abrirá oficialmente o evento, Milton Botler, presidente do Instituto Pelópidas Silveira, Zeca Brandão, coordenador do Núcleo Técnico de Operações Urbanas do Governo de Pernambuco (NTOU/PE), Ângelo Leite, presidente da Serttel, Marcello Gomes, representante da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (ADEMI-PE), e Leonardo Guimarães, diretor Executivo do Porto Digital.

A programação do evento será composta por discussões sobre os impactos da atividade portuária, requalificação e acessibilidade no Bairro do Recife, as alternativas para a mobilidade e sustentabilidade urbana na região do Porto Digital, oferta imobiliária, entre outros assuntos relativos à urbanização do Recife.

O ambiente do Teatro Hermilo Borba Filho será personalizado com uma exposição exclusiva do artista plástico Jacaré, feita com bicicletas e materiais recicláveis, que vão inserir os visitantes na temática do evento. Além disso, projeções de imagens do artista Marcelo Lyra sobre a mobilidade ao redor do mundo estarão à mostra no pátio do teatro.
Após o debate, os participantes poderão aproveitar um coquetel de confraternização, chefiado pelo buffet Medialuna. Tudo ao som do MJ Marx, de Recife. A empresa Proa, embarcada no Porto Digital, assina a idealização e produção do projeto Porto Desembarca em Santo Amaro.

Porto Desembarca em Santo Amaro – No final de 2011, a Prefeitura do Recife sancionou a Lei Municipal 17.762/2011, que beneficia empresas de TIC e Economia Criativa instaladas na região do Porto Digital com redução de ISS e amplia o território do parque tecnológico para o bairro de Santo Amaro, no Quadrilátero da Rua da Aurora.
Por este motivo, foi idealizada uma série de eventos com o objetivo de inserir os empresários de TIC e de Economia Criativa, bem como a sociedade civil, na discussão sobre os novos rumos e oportunidades de negócios que surgirão após a ampliação territorial e de atividades do Porto Digital. Os dois encontros anteriores reuniram cerca de 300 pessoas, no Espaço Muda, localizado no Bairro de Santo Amaro.

Uma nova ordem na mobilidade

Tânia Passos

Coluna Mobilidade Urbana – publicada na edição impressa do Diario de Pernambuco – dia 16.04.12

A era do automóvel se instalou no Brasil a partir do governo de Juscelino Kubitschek, que estimulou a indústria automobilística. Meio século já se passou e a cultura do automóvel está mais do que impregnada.

O efeito cascata se dá, até hoje, em todos os investimentos voltados para atender essa demanda. Agora, uma nova lógica começa a ser invertida com a Lei Federal de Mobilidade Urbana nº 12.587/12, que entrou em vigor no último dia 13. Pela primeira vez, se institui diretrizes para priorizar os meios de transporte não motorizados e o transporte público de massa. Coerente no dirscurso, a lei ainda é difícil de ser instituída na prática.

É claro que não será de uma hora para outra. Mas a verdade é que não temos tempo para esperar meio século, até que uma nova cultura se instale. A própria imobilidade não permite mais isso. A questão é se haverá planejamento para mudar essa lógica ou se iremos esperar o total estrangulamento do sistema de circulação.

O tema é tão urgente que os municípios, a partir de 20 mil habitantes, terão que elaborar seus planos de mobilidade para direcionar a forma do crescimento da cidade. O prazo é de três anos. Ou seja, até 2015. Quem fizer isso, já estará muito à frente das cidades que não se prepararem. Para o Recife, o Plano de Mobilidade, que se encontra na Câmara Municipal para ser votado, desde fevereiro de 2011, oferece diretrizes para os próximos 20 anos.

A maior crítica ao plano é justamente a urgência que se tem para hoje, mas pelo menos já existe um plano. A decisão de torná-lo real, depende também de nós. Lá no plano, sairíamos dos atuais 20 quilômetros de ciclovia para 400 km. Seria, ou melhor será, uma nova inversão da ordem. E que venha logo!

Entrou hoje em vigor a lei federal de mobilidade urbana

 

Melhorar a acessibilidade e a mobilidade das pessoas e cargas nos municípios e integrar os diferentes modos de transporte são alguns dos objetivos da Lei 12.587/2012, que começa a vigorar hoje (13). A legislação, que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana, foi sancionada em janeiro e dá prioridade a meios de transporte não motorizados e ao serviço público coletivo, além da integração entre os modos e serviços de transporte urbano.

A legislação prevê instrumentos para melhorar a mobilidade urbana nas grandes cidades, como a restrição da circulação em horários predeterminados, a exemplo do que já existe em São Paulo. Também permite a cobrança de tarifas para a utilização de infraestrutura urbana, espaços exclusivos para o transporte público coletivo e para meios de transporte não motorizados, além de estabelecer políticas para estacionamentos públicos e privados. O texto também esclarece os direitos dos usuários, como o de ser informado sobre itinerários, horários e tarifas dos serviços nos pontos de embarque e desembarque.

Para o coordenador do Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte Público de Qualidade, Nazareno Stanislau Affonso, a nova legislação coloca o Brasil dentro da visão de mobilidade sustentável. “Atualmente, a política de mobilidade do país dá prioridade ao uso do automóvel, que é uma proposta excludente. O que essa lei fala é que agora a prioridade deve ser dada a veículos não motorizados, a calçadas, ciclovias, ao transporte público e à integração do automóvel a um sistema de mobilidade sustentável”.

Segundo ele, a aplicação da lei também vai depender da pressão dos usuários para que os governos locais de fato mudem a sua política, e o automóvel seja integrado de forma mais racional. “Quem tem carro vai perder privilégios e quem usa transporte público vai ganhar direitos”.

A nova lei vai exigir que os municípios com mais de 20 mil habitantes elaborem planos de mobilidade urbana em até três anos, que devem ser integrados aos planos diretores. Atualmente, essa obrigação é imposta aos municípios com mais de 500 mil habitantes. As cidades que não cumprirem essa determinação podem ter os repasses federais destinados a políticas de mobilidade urbana suspensos. “O governo federal não vai poder liberar nada contrário à lei, então, quanto mais rápido os municípios fizerem seus planos, mais fácil será a liberação de seus projetos”, alerta Affonso.

Para o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a nova lei não é suficiente para garantir a sustentabilidade das cidades, com a necessária ampliação dos investimentos, redução dos congestionamentos e da poluição do ar e a melhoria da qualidade dos serviços públicos de transporte. Para o Ipea, que apresentou um estudo sobre a nova política de mobilidade urbana, é preciso o engajamento da sociedade para “fazer a lei pegar”, além da capacitação dos agentes municipais, que terão que adequar e implementar as diretrizes e instrumentos da lei à realidade de suas cidades.

Principais pontos da Política Nacional de Mobilidade Urbana:

– Prioridade dos modos de transporte não motorizados e dos serviços públicos coletivos sobre o transporte individual motorizado
– Restrição e controle de acesso e circulação, permanente ou temporário, de veículos motorizados em locais e horários predeterminados
– Estabelecimento de padrões de emissão de poluentes para locais e horários determinados, podendo condicionar o acesso e a circulação aos espaços urbanos sob controle
– Possibilidade de cobrança pela utilização da infraestrutura urbana, para desestimular o uso de determinados modos e serviços de mobilidade. A receita deverá ser aplicada exclusivamente em infraestrutura urbana destinada ao transporte público coletivo e ao transporte não motorizado e no financiamento do subsídio público da tarifa de transporte público
– Dedicação de espaço exclusivo nas vias públicas ao transporte público coletivo e a modos de transporte não motorizados
– É direito dos usuários participar do planejamento, da fiscalização e da avaliação da política local de mobilidade urbana

 

Fonte: Agência Brasil

Mobilidade urbana em debate hoje, no Apolo

 

 

O crescimento desordenado atrelado à ineficácia do planejamento urbano de nossa cidade é tema constante de todos os cidadãos que sofrem com a precariedade do sistema de transporte público. Na tentativa de solucionar a problemática de mobilidade urbana, o governo do Estado propõe a construção de quatro viadutos sobre cruzamentos da Av. Agamenon Magalhães, cujos impactos serão em grande escala e sua eficácia de curto prazo.

Na edição deste mês, o arqDEBATES, evento criado por estudantes e arquitetos com o intuito de discutir a arquitetura na nossa cidade sob os diversos aspectos, traz como tema a mobilidade urbana, com o objetivo de avaliar a solução imposta, apresentando alternativas ao atual projeto de mobilidade proposto.

Traremos à mesa redonda o engenheiro César Cavalcanti, coordenador regional do nordeste da ANTP – Associação Nacional de Transportes Públicos; o arquiteto e urbanista César Barros, que apresentará sua proposta de um corredor para BRT equipado com ciclovia que, entre tantas áreas, inclui a Av. Agamenon Magalhães e como mediador o arquiteto e urbanista Geraldo Marinho.

O evento será realizado no cinema Apolo no bairro do Recife, no dia 11 de abril, tendo início às 19h, com entrada aberta a todos os interessados. Abriremos com um vídeo sobre os projetos de mobilidade, seguido da apresentação e discussão acerca da solução dos viadutos.

Serviço:

arqDEBATES_Mobilidade Urbana
Convidados:
César Cavalcanti
César Barros
Geraldo Marinho

11/04 (quarta-feira) às 19h
Cinema do Apolo (Bairro do Recife)

Acesso Livre

Resultado da enquete: De quem é a responsabilidade da educação de trânsito?

 

Criticar e não fazer parte das discussões para solução dos problemas de trânsito não é a melhor forma de construir cidadania. O resultado da enquente do Blog Mobilidade Urbana com o tema: De quem é a reponsabilidade da educação do trânsito reflete a necessidade de participação da comunidade para cooperar e se fazer presente nas decisões.

Um total de 76% dos votos apontam que a responsabilidade da educação do trânsito não é apenas dos órgãos de trânsito e da escola, mas também da comunidade. E isso, pode ser feito todos os dias. Educar é também dar o exemplo. Na pesquisa,  17% também consideram que o poder público e as escolas são os únicos  responsáveis no processo de educação.

E outros  7% acham que só os órgãos de trânsito deveriam assumir integralmente o papel de educar motoristas, ciclistas e pedestres a respeito das regras de trânsito. Ainda bem que é a minoria. A reponsabilidade, claro é de todos nós.

Uso do transporte público caiu 30% na última década, diz o Ipea

A falta de políticas públicas para transporte de massas e mobilidade urbana, aliada a passagens cada vez mais caras, provocaram uma queda de cerca de 30% na utilização do transporte público no Brasil nos últimos dez anos. A constatação é do estudo “A Mobilidade Urbana no Brasil”,  pelo Instituto de Política Econômica Aplicada (Ipea), no Rio de Janeiro.

O estudo mostra que o governo não apenas investiu muito pouco em mobilidade urbana nas últimas décadas, como também incentivou a utilização do transporte individual. Um dado da pesquisa mostra que 90% dos subsídios federais para transporte de passageiros são destinados à aquisição e operação de veículos individuais (carros e motocicletas). Como consequência, o uso de automóveis nas grandes cidades cresce 9% ao ano, enquanto o de motocicletas dá saltos de 19%.

Somente em 2008, foram vendidos 2,2 milhões de carros e 1,9 milhão de motos e a previsão é que, em 2015, esses números dobrem. De acordo com o coordenador da pesquisa, Carlos Henrique Ribeiro de Carvalho, em alguns lugares, dependendo do trajeto que se faça, sai mais barato usar moto ou até mesmo o carro do que o ônibus, metrô ou trem.

“Obviamente, esse panorama tem causado sérios problemas para as cidades, como congestionamentos, acidentes e poluição, principalmente. A renda da população está aumentando e, se não houver políticas no sentido de melhorar e incrementar o transporte público, essa situação vai se deteriorar ao ponto em que teremos cidades inviáveis”.

O documento aponta ainda que, nos últimos 15 anos, as tarifas de ônibus aumentaram cerca de 60% acima da inflação. A política de combustíveis também contribuiu para o encarecimento do transporte público pois, segundo o estudo, os ônibus movidos a diesel estão em 85% dos municípios do país e são o principal meio de transporte de massas nas grandes cidades. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o preço do óleo diesel subiu 50% a mais que o da gasolina nos últimos 10 anos.

“Cerca de 8% do diesel consumido no Brasil vai para o transporte público. Acho que é possível subsidiar a compra de diesel para esse setor e, assim, baratear as passagens”, sugeriu o pesquisador.

A coordenadora do livro Infraestrutura Social e Urbana no Brasil, Maria da Piedade Morais, ressaltou que a solução do problema da mobilidade urbana não está apenas em investimentos no setor de transporte coletivo, mas num planejamento integrado da expansão das cidades.

“As cidades estão crescendo, mas os locais de trabalho continuam nos centros. Programas [governamentais] como o Minha Casa Minha Vida têm se mostrado alheios a essa realidade, pois investem em moradias em locais distantes, muitas vezes sem equipamentos urbanos, em vez de recuperar áreas já servidas, como os próprios centros comerciais”.

Da Agência Brasil