Diario de Pernambuco
Por Wagner Oliveira
As agressões e ameaças sofridas pelos agentes de trânsito do município de Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife, obrigaram a prefeitura a fazer uma parceria com o governo do estado para que policiais militares passassem a atuar no trânsito do município. Há cerca de quatro meses, 19 militares da Guarda Patrimonial da Polícia Militar estão atuando junto com os agentes em todos os distristos da cidade.
Segundo o secretário executivo de Trânsito e Transporte de Jaboatão, coronel William Carvalho, mais cinco PMs passarão a dar apoio aos profissionais de trânsito nos próximos dias. De acordo com relatos dos agentes, as agressões praticadas pelos condutores eram mais comuns em Cavaleiro, Prazeres e em Jaboatão Centro. A presença de militares no trânsito está dividindo opiniões de motoristas e da população.
Diferente dos guardas de trânsito do Recife, os profissionais de Jaboatão não podem ter porte de armas, o que os torna alvos fáceis para condutores exaltados. Ainda segundo coronel William, atualmente, o efetivo de agentes é de 65 homens para todo o munícipio. Os agentes trabalham numa escala de 12 horas por 36 de folga. “Essa iniciativa junto à Polícia Militar reduziu significativamente os registros de ocorrências de agressções aos agentes”, ressaltou o secretário executivo de Trânsito e Transporte.
O Diario percorreu algumas ruas de Jaboatão e encontrou policiais militares dirigindo as viaturas da Secretaria Executiva de Trânsito e Transporte (SETT). “Antes de começarmos a trabalhar com os PMs do nosso lado, a gente ficava muito exposto às agressões e tentativas de agressão. Há cerca de dois meses, eu e um colega fomos trancados por um motoqueiro depois que notificamos ele porque estava com sem o capacete.
Foi uma confusão grande, porque vários motoqueiros acabaram chegando perto da nossa viatura, mas não houve agressão”, contou um agente de trânsito de 38 anos. Os policiais militares, no entanto, não têm autorização para aplicar multas. “Estamos apenas dando um apoio aos agentes porque existe uma parceria entre a prefeitura e o governo do estado”, disse um sargento.
Concurso
A presença dos PMs junto dos agentes de trânsito ainda não foi bem aceita pela população. “Acho errado. Os policiais deveriam estar fazendo outro tipo de serviço”, disse um aposentado, que preferiu não ter o nome publicado. Já um comerciante que trabalha perto da estação do Metrô de Jaboatão disse ser a favor da parceria.
“Os condutores falam com muita ignorância com os agentes quando são abordados, mas na hora que os PMs estão por perto, as coisas são diferentes”, afirmou. Segundo William, 65 homens são responsáveis para ordenar o trânsito do munícipio, que tem 644 mil habitantes. Os profissionais trabalham em uma escala de 12 horas de trabalho por 36 horas de folga. Está em fase de conclusão o edital que vai lançar um concurso público para 100 vagas. “Nossa necessidade atual é de 200 homens, mas depende do orçamento da prefeitura. Os agentes trabalham em regime de escala, por isso não estão todos na rua no mesmo dia”, destacou Carvalho.