Alguns motoristas insistem em trafegar em ruas alagadas, correndo risco de causar danos elétricos no automóvel. O prejuízo pode chegar até R$ 4 mil – em carros nacionais- e R$ 14 mil para carros importados.
De acordo com o mecânico Luciano Rodrigues, especializado em injeção eletrônica, ao passar em uma rua alagada, um carro corre o risco de sofrer diversos danos por conta do ‘cauchy hidráulico’ – choque-térmico. Os problemas podem ser entre entortar/quebrar a viela ou manivela do carro, danificar a caixa de marcha, e até a perda total do motor.
Ele contou que a água também pode fundir o motor do carro, além de outros problemas hidráulicos. “É muito perigoso passar por por áreas alagadas, a não ser que o carro esteja frio, pois se ele já estiver ‘rodando’ a muito tempo, os danos serão grandes, e os prejuízos também”, recomendou Luciano.
Passar em baixa velocidade reduz os riscos de danificar o automóvel, segundo o mecânico. “É bom passar devagar, esse é o certo, pois o carro possui alguns componentes que não podem molhar, se passar com muita velocidade o pneu vai fazer pressão na água, e pode molhar algum componente eletrônico e comprometer o veículo”, informou.
Segundo ele, nas últimas semanas o número de casos de “falhamento” aumentou na oficina onde trabalha. “Falhamento é quando uma bobina ou vela falham. Nessas últimas semanas, por conta da cheia, muitos clientes chegaram aqui com esse problema, e eles tiveram sorte de ter sido só falhamento, pois poderia ter danificado o motor”, contou o mecânico.
Segundo ele, nos casos de ‘choque térmico’, é comum a perfuração do ‘carter’ do carro. Em carros populares, como o Gol, Ford, Corsa, Palio e Fiat, os valor do conserto fica em até R$ 4 mil. Já os mais caros, da marca Honda, Toyota, entre outros importados que utilizem blocos de alumínio, o conserto pode custar até R$ 15 mil.
Como evitar problemas no motor
O mecânico de carros Alonso Veras, deu algumas dicas ao Portal D24AM de como evitar problemas com o automóvel nesta cheia. “Se o local tiver muito alagado, é necessário procurar um desvio. Evitar o caminho é o certo a fazer, pois, mesmo que o motor esteja frio, corre o risco de molhar algum componente eletrônico do carro”.
Caso não exista um caminho alternativo, Alonso recomenda que o motorista fique atento e reduza a velocidade. “Não sabemos o que tem em baixo da água, pode ter até um buraco, então é bom que o motorista passe devagar por essas ruas, e o certo mesmo é que espere o motor dar uma ‘esfriada’ antes de entrar na água”.
Alonso informou que carros grandes como pick-ups, ou caminhões não correm o risco de sofrer problemas hidráulicos, mas mesmo assim é preciso atenção. “Os carros maiores podem passar tranquilamente, mas tem que ter um cuidado dobrado para não passar por um buraco, pois se furar um pneu fica difícil fazer a troca no alagado, principalmente de um carro grande”, recomendou.
Fonte: Portal do Trânsito