Site para cadastro do Vem Livre Acesso apresentou problemas no primeiro dia

vem livre acesso Foto - Tania Passos DP/D.A.Press

No primeiro dia do cadastramento para o cartão do Vem Livre Acesso na Região Metropolitana do Recife, que teve início ontem, muitas pessoas tiveram problemas para se cadastrar no site www.vemlivreacesso.com.br e também dificuldades para fazer o atendimento pelo telefone 3125-758,  ferramentas fornecida pela empresa Urbana-PE para atender aos deficientes físicos que irão substituir a antiga carteira pelo cartão magnético.

A Urbana-PE admitiu que houve problemas técnicos, mas que a situação já foi solucionada. Pelo menos 300 pessoas conseguiram fazer o cadastramento e agendar um horário para fazer a substituição do documento. A estimativa do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano é que 93 mil usuários do sistema utilizam atualmente a carteira de livre acesso.

A troca da antiga carteira pelo cartão do VEM deve ocorrer até o dia 31 de dezembro de 2013. A partir de janeiro de 2014, o acesso gratuito ao sistema de transporte só poderá ser feito com o VEM. Para evitar filas e garantir mais conforto aos usuários, a troca só será feita com um agendamento que pode ser pelo site ou telefone. O atendimento será das 7h às 19h.

A mudança deverá coibir com as fraudes. “A carteira usada hoje pode ser facilmente falsificada. Com o modelo do VEM, nós acreditamos que o sistema ficará mais seguro e dará mais conforto a quem de fato necessita da gratuidade”, revelou o presidente do Grande Recife, Nélson Menezes.

Os cartões eletrônicos terão um layout diferente dos demais para facilitar a identificação e fiscalização. O VEM do beneficiário será azul e para as pessoas com deficiência que tiverem direito a acompanhante a cor será amarela. “Será um único cartão que passara duas vezes no validor”, explicou o superintendente de bilhetagem eletrônica do Urbana-PE, Pedro Luiz Ferreira.

Para quem ainda não dispõe da gratuidade a porta de entrada no sistema será pelos Centros de Referência de Assitência Social (CREAS) dos 14 municípios da Região Metropolitana. “Os assistentes sociais recebem o pedido, que deve ser acompanhado da documentação pessoal como CPF, RG e comprovante de residência, além de um laudo médico indicando o tipo de deficiência e se a pessoa precisa ou não de acompanhante. Nós analisamos o pedido e se for aceito, ele é encaminhado ao Grande Recife para a confecção do cartão do VEM”, explicou Rose Maria, superintendente de Apoio à Pessoa com Deficiência.

Relógio no lugar do cartão VEM

Relógio Vem - Foto - Tânia Passos/DP.D.A. Press

O Vale Eletrônico Metropolitano (VEM), o tradicional cartão magnético de recarga do transporte público da Região Metropolitana do Recife, seja no modelo trabalhador, estudante, comum, infantil ou especial,poderá ser substituído por um relógio. Isso mesmo. A rede Ponto Certo pretende oferecer o produto ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE). O chip que fica localizado dentro do cartão poderá ser inserido no relógio.

Relógio Vem - Tânia Passos DP.D.A.Press

A tecnologia já existe há oito anos e está sendo trazida para o Brasil pela Rede Ponto Certo. A estimativa é que até setembro cerca de 180 unidades sejam trazidas para o Recife para medir o interesse do mercado local. “A pessoa pode fazer a opção de não mais carregar o cartão magnético e utilizar o relógio. Será uma opção, ficará a critério do consumidor”, detalhou Eduardo Muniz, diretor geral da Ponto Certo.

O relógio no modelo watch2pay ainda não tem preço definido. Hoje, o cartão do Vem sai por R$ 2,00. O  relógio ainda não está disponível para comercialização em nenhuma região. Ele está  em teste somente no  Recife e em Ribeirão. Em São Paulo e Rio de Janeiro ele não está nem disponível e nem em teste.

Presidente do Urbana fica numa saia justa e não explica a relação entre custo e lucro das empresas de ônibus do Grande Recife

A jornalista Ana Cláudia Dolores entrevistou o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE), Fernando Bandeira, após uma dura semana para os recifenses numa greve dos motoristas de ônibus que durou cinco dias.Bandeira fica numa saia justa e não consegue explicar uma matemática simples: a relação entre custo e lucro. confira a entrevista.

Fernando Bandeira - reprodução internet

As operadoras concordam com o cálculo da tarifa pelo IPCA?
O IPCA é o menor índice de correção. Nem sempre a inflação do segmento é a devida e muitas vezes não demonstra a realidade do setor. Isso pode gerar distorções, tanto que hoje ela é a menor tarifa do Brasil.

O que vocês fizeram para não ficar no prejuízo? 
Fizemos muita luta, sacrifício e trabalho, economizando em tudo. A situação do sistema hoje é frágil. Não tenho os dados na minha mão, mas fizemos investimentos em renovação de frota. Logicamente, ficamos bastante endividados, mas foi uma forma de ter menos gastos com manutenção.

Que gastos tiveram no período e o lucro?
Não sei. Estou num movimento paredista. O órgão gestor tem tudo isso, essas planilhas, eles têm tudo. Há sete anos que não se dá aumento por planilha. Como é que eu vou ter as planilhas? Quem define as tarifas não são as empresas. Onde já se viu a gente ter planilhas de custo?

Vocês não sabem nem quanto lucraram?
Não tenho condições de responder a essa pergunta neste momento. Se você tivesse me dito antes a respeito dessa entrevista, teria me informado melhor. Não tenho dados do sistema e não estou preparado. Não tenho uma super memória.

Vocês gostariam de rever essa metodologia do cálculo pelo IPCA?
Não cabe a nós essa decisão, mas ao órgão gestor. Somos uma economia dirigida. Mas realmente isso causa enfraquecimento das empresas.

A entrevista foi feita por telefone dois dias depois de solicitada pelo Diario.