Veículos motorizados que circularem em 22 ruas do Bairro do Recife, a partir desta segunda-feira, não poderão ultrapassar a velocidade de 30km/h. A medida faz parte do projeto Zona 30, que está sendo implementado pela primeira vez no Recife.
A proposta, amplamente utilizada em diversas cidades do mundo, pretende tornar harmoniosa a convivência entre motoristas, ciclistas e pedestres. Até sexta-feira, a fiscalização vai funcionar em caráter educativo.
Já a partir do dia 5, condutores que não respeitarem a velocidade de 30km/h serão multados por agentes de trânsito ou pelos equipamentos de fiscalização eletrônica instalados na Rua Madre de Deus e na Avenida Marquês de Olinda. Eles vão funcionar todos os dias entre 6h e 22h.
Segundo a presidente da CTTU, Taciana Ferreira, a ideia não é desestimular o uso do carro, mas promover a segurança. “A diferença na velocidade será sentida principalmente na Rua Madre de Deus e na Avenida Marquês de Olinda, porque nas outras o tráfego já é lento”, ressalta Taciana. Hoje, algumas vias da área chegam a permitir velocidade máxima de 60km/h.
Como a sinalização só será implantada neste fim de semana, a medida pegou alguns motoristas de surpresa. “Não estava sabendo. Mas já é difícil de circular pelo bairro. Agora será um caos. O jeito será deixar o carro em casa”, opinou o empresário Wilson Lima Araújo. O taxista Antônio Gomes, que trabalha no Bairro do Recife há cinco anos, disse que nunca ouviu falar em Zona 30, mas aprovou a iniciativa. “Aqui é turístico e comercial. Não tem necessidade de se andar em alta velocidade”. Nos três primeiros dias do projeto, 60 arte-educadores estarão dispostos em 10 pontos da área para orientar motoristas, pedestres e ciclistas.
A Zona 30 está em consonância com as diretrizes estabelecidas no Plano Diretor Cicloviário Metropolitano, embora cicloativistas ressaltem que a medida não deve diminuir a urgente necessidade de ciclorrotas. “Em todo o mundo já se questionou a funcionalidade das Zonas 30: será que não vai piorar? Mas a experiência mostra que o projeto funciona na medida que melhora a velocidade média, porque aumenta a segurança e estimula outras formas de locomoção”, avaliou o coordenador geral da Ameciclo, Guilherme Jordão.