Saiba onde estão os radares do Recife e o que ele podem ou não fazer

Radar eletrônico na Avenida Agamenon Magalhães Foto: Blenda Souto Maior DP/D.A.Press
Radar eletrônico na Avenida Agamenon Magalhães Foto: Blenda Souto Maior DP/D.A.Press

Por

Anamaria Nascimento

Em um ano, os motoristas que passam pelo Recife viram os radares de fiscalização de velocidade se multiplicar pelos principais corredores viários da cidade. Muitos condutores, porém, ainda colecionam dúvidas sobre o funcionamento dos equipamentos.

Confira 10 mitos e verdades sobre os radares:

1. O radar checa se o motorista tem multas a pagar
Verdade – Os equipamentos de fiscalização eletrônica têm a capacidade de identificar, em tempo real, se existe pendências administrativas do veículo.

2. O radar tem alcance de vários quilômetros após o equipamento
Mito – O equipamento monitora o veículo quando este se aproxima do equipamento (ponto fiscalizado), devendo o condutor observar e respeitar as placas de regulamentação de velocidade instaladas na via fiscalizada.

3. Os equipamentos identificam se o veículo é furtado ou roubado
Verdade – Os equipamentos têm capacidade de identificar se o veículo é roubado, com consulta on-line ao banco de dados do Detran.

4. O radar nota se o motorista está ao celular e sem cinto de segurança
Mito – O equipamento não fiscaliza se o motorista está usando o celular e o cinto de segurança. Isso fica a cargo do agente de trânsito.

5. O radar multa a qualquer hora do dia
Mito – Os equipamentos de fiscalização eletrônica de velocidade, para efeito de penalidade, fiscaliza das 6h às 22h.

6. O sistema pode confundir as placas e acabar multando outro motorista
Verdade – O sistema de identificação de placas é feito pelo equipamento, de forma automática, no momento em que o veículo passa pelos sensores, que registra a velocidade e a placa do veículo infrator. Após a captura, as informações passam por um processo de auditoria, onde o agente da autoridade de trânsito valida ou não a infração, checando placa e informações do veículo. Havendo inconsistência, o agente descarta o registro da infração.

7. Além da velocidade, o radar pode multar por outras infrações
Verdade – Os equipamentos de fiscalização eletrônica de velocidade, instalados nos semáforos, possuem a capacidade de registrar: o avanço de semáforo, parada sobre a faixa, excesso de velocidade, restrição de circulação, conversão proibida  e retorno proibido.

8. Todos os radares da cidade estão sinalizados com placas
Verdade – Os locais onde estão instalados os equipamentos de fiscalização eletrônica, estão com sua sinalização de acordo com as exigências do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). Além disso, a CTTU disponibiliza para todos os usuários, no site da prefeitura, a lista com a localização de todos os equipamentos.

9. Todos os equipamentos instalados no Recife só multam se o condutor passar de 60 km/h.
Mito – A velocidade máxima permitida nas vias varia. Na Rua Madre de Deus, por exemplo, os condutores devem passar a 30 km/h. Na Avenida Agamenon Magalhães, a velocidade máxima é 60 km/h.

10. Os radares têm tolerância de velocidade
Verdade – Todos os equipamentos têm tolerância de 7 km/h, independentemente da velocidade máxima permitida na via.

Os radares – Atualmente, existem 51 radares instalados nas ruas do Recife. Outros 20 novos equipamentos serão implantados ainda este ano, em locais que ainda estão sendo estudados. Os dois próximos radares serão colocados na Ponte Delmiro Gouveia, que fica sobre o canal da Avenida Agamenon nas proximidades da Praça do Derby e na Avenida Beberibe, no cruzamento com a Avenida Professor José dos Anjos.

Horário – Os radares funcionam todos os dias, das 6h às 22h para excesso de velocidade, e de 6h as 20h para parada sobre faixa de pedestre e avanço de semáforo. As infrações por excesso de velocidade variam de acordo com a velocidade que o condutor ultrapassar o equipamento de fiscalização (60 km/h e 40km/h).

Penalidade – As multas vão de R$ 85,13 a R$ 574,62, além dos pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Já os veículos flagrados avançando o semáforo ou parados sobre a faixa de pedestres estarão sujeitos a multas de R$ 191,54 e 7 pontos na CNH e de R$ 85,13 e 4 pontos na CNH, respectivamente.

Dados – Por mês, a CTTU registra cerca de 19,8 mil multas nos 51 equipamentos já instalados na cidade. De acordo com o órgão, quando o equipamento é instalado o número de infrações é maior do que nos meses seguintes. “Isso significa que, quando o infrator recebe a notificação de uma infração cometida, dificilmente ele comete outra infração no mesmo ponto”, ressalta a CTTU por meio da assessoria de comunicação.

Registros – Atualmente, o equipamento que tem um maior registro de infrações é o da Rua Madre de Deus, que tem velocidade máxima de 30 km/h. O que tem menos registro de infrações é o equipamento instalado na Avenida General San Martin.

Saiba Mais

Onde estão os 51 equipamentos:
Avenida Governador Agamenon Magalhães
Avenida Mascarenhas de Moraes
Avenida Boa Viagem
Avenida Conselheiro Aguiar
Avenida Recife
Avenida Abdias de Carvalho
Avenida Engenheiro Antônio de Góes
Avenida Rui Barbosa
Avenida Engenheiro José Estelita
Avenida Alfredo Lisboa
Avenida Marquês de Olinda
Avenida Afonso Olindense
Avenida Maurício de Nassau
Avenida General San Martin
Avenida Doutor José Rufino
Avenida Dezessete de Agosto
Avenida Herculano Bandeira
Avenida República do Líbano
Cais Santa Rita
Rua Madre de Deus
Rua Guilherme Pinto
Rua Professor Arnaldo Carneiro Leão

Fonte: CTTU

Multa na Zona 30 do Recife começa sábado e pode chegar a R$ 574

Zona 30 na Rua Madre de Deus Foto - Alcione Ferreira DP/D.A.Press
Zona 30 na Rua Madre de Deus Foto – Alcione Ferreira DP/D.A.Press

O primeiro passo para a implantação da Zona 30 no Bairro do Recife foi dado ontem, com a redução da velocidade para 30 km/h em praticamente toda a ilha. A medida visa possibilitar o compartilhamento do espaço com segurança entre carros, bicicletas e pedestres. “Muitos motoristas ainda trafegaram com velocidade acima da permitida na Avenida Madre de Deus, um dos principais acessos do bairro para a Zona Sul. A multa para quem ultrapassar a velocidade permitida varia de R$ 85 a R$ 574, dependendo da velocidade, mas a cobrança só vai começar a partir do próximo sábado. Até lá, serão feitas ações educativas.

Arte-educadores estão distribuindo panfletos nos semáforos e nos carros estacionados para orientar os motoristas, mas já há placas de sinalização em todo o bairro e duas vias contam com fiscalização eletrônica. “A fiscalização eletrônica vai funcionar na Madre de Deus e na Marquês de Olinda. Nas outras vias do bairro, a velocidade já é reduzida pela própria estrutura delas”, explicou a presidente da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Taciana Ferreira.

No projeto final, a CTTU deixou de fora da Zona 30, a Avenida Alfredo Lisboa e a Rua do Apolo. Nas duas, a velocidade permitida é de 40 km/h. A Alfredo Lisboa é um dos acessos para o centro vindo da Zona Sul. “É uma ação inovadora e as pessoas precisam de tempo para incorporar essa nova visão”, ressaltou Taciana Ferreira.

Até mesmo os pedestres ainda não sentiram na prática os efeitos da Zona 30 no bairro. “A dificuldade que tive para atravessar aqui na Madre de Deus foi a mesma. Nem sabia que a Zona 30 já estava funcionando”, afirmou a coordenadora Renata Monteiro, 40 anos. O professor Givanílson Barbosa, 48, elogiou a iniciativa. “Não sabia, mas acho a iniciativa muito válida, mas tem que ter fiscalização”, disse.

Saiba mais

Os efeitos da velocidade em um acidente

A 32km/h 5% das pessoas morrem, 65% sofrem lesões e 30% saem ilesas

A 48km/h 45% das pessoas morrem, 50% sofrem lesões e 5% saem ilesas

A 64km/h 85% das pessoas morrem e 15% sofrem algum tipo de lesão

A 80km/h todas as pessoas atropeladas morrem

Redução de mortes em países com Zona 30

20% de redução das mortes na Noruega desde 2011

18% de redução das mortes na Letônia

17% de redução na Bulgária

15% de redução das mortes na Romênia

4% é o aumento de mortes no Brasil desde 2000

Zona 30 entra em operação no Recife

Bairro do Recife terá Zona 30 em 22 vias do bairro. Foto - Inês Campelo DP/D.A.Press
Bairro do Recife terá Zona 30 em 22 vias do bairro. Foto – Inês Campelo DP/D.A.Press

Veículos motorizados que circularem em 22 ruas do Bairro do Recife, a partir desta segunda-feira, não poderão ultrapassar a velocidade de 30km/h. A medida faz parte do projeto Zona 30, que está sendo implementado pela primeira vez no Recife.

A proposta, amplamente utilizada em diversas cidades do mundo, pretende tornar harmoniosa a convivência entre motoristas, ciclistas e pedestres. Até sexta-feira, a fiscalização vai funcionar em caráter educativo.

Já a partir do dia 5, condutores que não respeitarem a velocidade de 30km/h serão multados por agentes de trânsito ou pelos equipamentos de fiscalização eletrônica instalados na Rua Madre de Deus e na Avenida Marquês de Olinda. Eles vão funcionar todos os dias entre 6h e 22h.

Segundo a presidente da CTTU, Taciana Ferreira, a ideia não é desestimular o uso do carro, mas promover a segurança. “A diferença na velocidade será sentida principalmente na Rua Madre de Deus e na Avenida Marquês de Olinda, porque nas outras o tráfego já é lento”, ressalta Taciana. Hoje, algumas vias da área chegam a permitir velocidade máxima de 60km/h.

Como a sinalização só será implantada neste fim de semana, a medida pegou alguns motoristas de surpresa. “Não estava sabendo. Mas já é difícil de circular pelo bairro. Agora será um caos. O jeito será deixar o carro em casa”, opinou o empresário Wilson Lima Araújo. O taxista Antônio Gomes, que trabalha no Bairro do Recife há cinco anos, disse que nunca ouviu falar em Zona 30, mas aprovou a iniciativa. “Aqui é turístico e comercial. Não tem necessidade de se andar em alta velocidade”. Nos três primeiros dias do projeto, 60 arte-educadores estarão dispostos em 10 pontos da área para orientar motoristas, pedestres e ciclistas.

A Zona 30 está em consonância com as diretrizes estabelecidas no Plano Diretor Cicloviário Metropolitano, embora cicloativistas ressaltem que a medida não deve diminuir a urgente necessidade de ciclorrotas. “Em todo o mundo já se questionou a funcionalidade das Zonas 30: será que não vai piorar? Mas a experiência mostra que o projeto funciona na medida que melhora a velocidade média, porque aumenta a segurança e estimula outras formas de locomoção”, avaliou o coordenador geral da Ameciclo, Guilherme Jordão.

 

 

Primeira Zona 30 do Recife será implantada em junho em 22 vias do bairro histórico da cidade

 

Bairro do Recife terá Zona 30 em 22 vias do bairro. Foto - Inês Campelo DP/D.A.Press
Bairro do Recife terá Zona 30 em 22 vias do bairro. Foto – Inês Campelo DP/D.A.Press

O Bairro do Recife vai sediar a primeira área de Zona 30 da cidade. Isso significa que em 22 vias do bairro, em um perímetro de 15 mil metros quadrados, a velocidade da via passará a ser de 30km/h a partir de junho.

A iniciativa ocorre 31 anos depois que a Alemanha inaugurou o modelo de redução do limite de velocidade para dar mais segurança ao pedestre, ao ciclista e ao próprio motorista no compartilhamento dos espaços. Em Barcelona, na Espanha, a Zona 30 já alcançou 200km de vias.

A redução da velocidade é indicada para ruas que possam privilegiar a circulação de pedestres e vias locais de bairros residencias. No Bairro do Recife, circulam em média 17 mil veículos e a velocidade média é de 40km/h. O bairro também é ligação entre o Centro e a Zona Sul.

Das vias que terão redução de velocidade estão a Rua Madre de Deus e a Alfredo Lisboa, que hoje funcionam como binário. “Essas vias são, na verdade, atalhos. Há outras alternativas de rotas. A Alfredo Lisboa deveria funcionar como uma via parque e quem usa a Madre de Deus, tem a opção de usar a via Cais da Alfândega, que fica na margem do rio”, sugeriu o urbanista César Barros, que também defende a redução de velocidade.

O limite de velocidade tem impacto sobre a segurança. Em uma velocidade de 30km/h, as chances de uma pessoa morrer são de 5%, mas com 10km/h a mais essas chances ampliam para 45% de possibilidade de morte. “Em todos os países que adotaram a redução, as mortes no trânsito diminuíram”, afirmou o presidente do Instituto Avante, o jurista e professor Luiz Flávio, um dos maiores defensores da Zona 30.

Em janeiro, a presidente da CTTU, Taciana Ferreira, ainda não estava convencida da Zona 30. “Estamos criando um padrão de 40km nas áreas das ciclofaixas”, disse na ocasião. Ontem, porém, ressaltou: “É uma mudança de mentalidade para todos nós”. E o prefeito completou: “É uma ação que busca melhoria da qualidade de vida. A prioridade é para as pessoas”, afirmou Geraldo Julio.

A saída do trânsito na palma da mão

 

Por

Tânia Passos e Ed Wanderley

 

A trajetória histórica do Recife está diretamente associada à sua zona portuária. Cinco séculos depois do porto ser o ponto de partida para a criação do Bairro do Recife, um outro porto, desta vez o Digital, referência na produção de tecnologia do país, usará esse conhecimento para melhorar a mobilidade no bairro. O perímetro de 4,7 quilômetros quadrados sediará, a partir deste mês, um laboratório de experiências. O espaço urbano receberá, entre outras iniciativas, o uso de aplicativos em celulares para ajudar nos deslocamentos de quem circula dentro do bairro. A implantação do projeto de mobilidade do Porto Digital será concluída em seis meses e funcionará por dois anos.

As intervenções serão iniciadas com a instalação das bicicletas de aluguel, previsto para este mês, e o compartilhamento de carros elétricos. Em seguida, serão implantados aplicativos para smartphones, que ajudarão os motoristas a localizarem vagas de estacionamento no bairro, sejam públicas ou privadas.

Também pelo celular, o usuário do transporte coletivo poderá identificar a localização do ônibus, seu itinerário e o horário das linhas que atendem ao bairro. Diferente do projeto do governo do estado, que previa a possibilidade do usuário localizar o ônibus pelo celular e ser alertado pelo uso de SMS, o aplicativo desenvolvido pelo Porto Digital usará a tecnologia por rádio. As duas propostas partem, no entanto, da mesma fonte de informações: os dados do sistema de GPS implantado em 100% da frota de ônibus da cidade.

Para o projeto de mobilidade entrar em funcionamento será montado no bairro um verdadeiro arsenal tecnológico com câmeras, antenas e chips. Ao todo, serão 20 câmeras de monitoramento e leitura automática das placas dos veículos. Também serão instaladas antenas de rádios, que vão trabalhar com as informações fornecidas pelas câmeras e os chips que serão colados nos carros. A previsão é de distribuir 300 chips para os veículos que circulam no bairro. A distribuição será gratuita e qualquer pessoa pode se candidatar voluntariamente para receber as etiquetas eletrônicas. Os chips fornecerão informações do tráfego e identificarão quais vias estão mais congestionadas ou com o trânsito livre. Já as câmeras vão poder identificar por exemplo, se há vaga de estacionamento, contabilizar o número de veículos que entram no bairro e fazer até a leitura da placa, um componente a mais para a segurança. “É uma tecnologia inteligente que trabalha de forma conjunta com funções e informações distintas”, afirmou o diretor-executivo do Porto Digital, Leonardo Guimarães.

Confluência
Todas as iniciativas têm como pano de fundo o Bairro do Recife, principal território do Porto Digital e o ponto de confluência das experiências. “A ideia é fazer desse território um laboratório. Será um espaço onde se pode até errar para acertar depois. A gente quer provocar e oferecer nossos conhecimentos para ajudar na melhoria da cidade que compartilhamos”, ressaltou o presidente do Porto Digital, Francisco Saboya. Todos os dispositivos já estão disponíveis e em teste para implantação. Além do laboratório, a ideia é também criar um centro de estudos. “Nós já temos centros de estudos que atuam nas áreas de tecnologia e sustentabilidade e agora queremos acrescentar o componente da mobilidade com discussões e pesquisas do que está sendo produzido aqui e fora em relação à mobilidade”, revelou Saboya.
Um dos desafios é justamente pensar alternativas para os problemas de deslocamentos de quem circula pelo Bairro do Recife e o que der certo poderá ser copiado para outras áreas da cidade. O engenheiro de pesca Ericardo Neiva, 27 anos, espera contar com esses serviços além das fronteiras do bairro. “Aqui é um começo, mas seria muito bom se a gente pudesse acessar esses aplicativos em outros lugares da cidade”, revelou. Para a estudante Larissa de Souza Leite, 22 anos, a possibilidade de localizar o ônibus pelo celular trará mais conforto. “Muitas vezes a gente está na parada e não sabe se o ônibus já passou. Será muito bom ter a possibilidade de fazer essa consulta em tempo real”, destacou a estudante.

Roteirizador 
O plano é simples e já almejado há anos. Um aplicativo que permita ao usuário digitar um destino e, a partir da sua geolocalização, dispor de diversos roteiros dos meios de transporte públicos disponíveis ao redor dele. Dentro do prazo de dois anos de atuação do projeto de mobilidade do Porto Digital, isso será possível, pelo menos no que diz respeito às linhas de ônibus que cruzam o Bairro do Recife. A ideia é mostrar como esse tipo de informação pode ser passado aos usuários, incluindo trechos percorridos a pé e a troca de modais, que incluem ônibus, metrô e até mesmo as bicicletas alugáveis e os carros elétricos que estarão disponíveis ao público até o fim do ano.

O recurso, que já funciona em outras capitais do país, é um dos desafios para desenvolver a mobilidade e também o turismo do Recife. No Rio de Janeiro, já está em funcionamento há três anos o aplicativo RJ-Bus, que permite consulta a itinerários de toda a cidade com cruzamento de 1.362 linhas em aparelhos de sistemas operacionais iOS e Android. O Rio, a exemplo do que vem sendo feito em grandes cidades turísticas como Londres e Paris, também disponibiliza um outro aplicativo com informações e mapas da rede de metrô, em que é possível simular as conexões de linhas e o ponto mais próximo para chegar às estações.

Vaga pelo celular
Imagine chegar a um bairro e receber no celular a informação de onde você encontrará uma vaga de estacionamento. É quase um sonho de quem enfrenta esse desafio diariamente, não? Pois essa é a prerrogativa do Mobilicidade. O protótipo concebido por um grupo de estudantes do Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (C.E.S.A.R) prevê a identificação de locais próprios para estacionamento por meio da tecnologia Optical Character Recognition, presente em câmeras por todo o Bairro do Recife. A ideia foi incorporada ao projeto de mobilidade do Porto Digital.

A proposta eleva o projeto de Zona Azul Digital a um novo patamar. O recurso virtual de pagamento e registro de estacionamento em áreas controladas pela prefeitura já funciona há três anos. Com ele é possível registrar os dados do veículo antes de desembarcar, por meio do celular. A proposta é que, a partir de agora, essa vagas possam ser visualizadas na tela dos smartphones, diminuindo o tempo de busca por espaços.

Na questão de estacionamentos privados, a tecnologia contribuirá ainda mais para facilitar a vida do condutor. O Bairro do Recife receberá três estacionamentos inteligentes com 100 vagas cada. Cancelas abrirão automaticamente após a leitura do chip que identificará a placa. O pagamento também pode ser feito pelo celular. O mesmo vale para a cobrança mensal do aluguel do espaço. No interior do prédio, luzes indicarão as vagas disponíveis.

Por um trânsito livre
Em agosto de 2011, a Região Metropolitana do Recife ganhou uma ferramenta que oferece a possibilidade de planejar o roteiro antes de sair de casa. O Trânsito Livre baseia-se no monitoramento por satélite de seis mil veículos, que dispõem de um GPS e são segurados pela empresa Segsat. O equipamento gera uma base de dados suficiente para informar a condição de tráfego das principais avenidas do Grande Recife. No caso do aplicativo desenvolvido pelo Porto Digital, a premissa é semelhante. A diferença é que o monitoramento será feito na área do Bairro do Recife, a partir de chips instalados em uma frota de 300 veículos que circulam no local frequentemente.

Fonte: Diario de Pernambuco

Bikes de aluguel também no Recife

Por

Juliana Colares

Ainda de forma bastante tímida, Recife está entrando na lista de cidades com estações de aluguel de bicicletas. O atual prefeito, João da Costa (PT), assinou, ontem, o termo de permissão para a instalação das plataformas onde as bicicletas ficarão engatadas. A primeira delas já começou a ser montada, próximo à Praça Tiradentes. O serviço é uma iniciativa do Porto Digital e deve começar a funcionar no próximo dia 19. A princípio, serão 100 bicicletas e dez estações. A área de abrangência está restrita ao Bairro do Recife (que concentra sete estações), Santo Amaro (2) e São José (1). O modelo das bikes da capital pernambucana é igual às do Rio de Janeiro.

A empresa que irá implantar o sistema daqui é a mesma de lá, a Serttel, que também está por trás das estações que funcionam em São Paulo, Sorocaba, Porto Alegre e em Petrolina – na cidade do Sertão pernambucano, o projeto piloto foi iniciado em dezembro do ano passado com 30 bicicletas e três estações, no centro da cidade. O Porto Digital e a Serttel ainda fazem mistério em relação às cores e ao nome. O que já se sabe é que o sistema não será chamado de Bike Recife, a exemplo do Bike Rio.

Segundo o presidente da Serttel, Angelo Leite, o nome deve fazer referência às palavras tecnologia, mobilidade e Porto Digital. A coloração deverá ser baseada nas cores da empresa idealizadora do projeto – a logomarca do Porto Digital é cinza, vermelha e laranja. As bikes são fabricadas pela própria Serttel. Elas têm pneu liso e sistema de câmbio inteligente com três marchas que não permite que a corrente fique caindo. O modelo é desenhado para o ciclista pedalar com o corpo ereto e a baixa velocidade. E foi desenvolvido para evitar que as partes principais do veículo sejam removidas, reduzindo bastante os riscos de vandalismo.

O projeto foi bem recebido pela população ciclista e não-ciclista, mas com ressalvas. A principal delas diz respeito à quantidade e, principalmente, à localização das estações. Além de ficarem restritas a uma área muito pequena, a distribuição geográfica das estações não foi planejada com base na conexão entre o transporte público e o não-motorizado. Uma delas será instalada próximo ao Terminal de Passageiros de Santa Rita e outra perto da Prefeitura do Recife, ao lado de uma parada de ônibus. Mas não há ponto de aluguel de bicicletas perto da estação central do metrô do Recife nem da Conde da Boa Vista, por exemplo.

Diretor executivo do Porto Digital, o urbanista Leandro Guimarães defende que esse é um projeto piloto. “O projeto planta uma semente, aponta um caminho possível”, afirmou. De acordo com ele, o principal critério para escolha dos locais das estações foi a proximidade de “âncoras” com grande concentração de pessoas, como a prefeitura e a Contax, empresa que, segundo a CTTU, tem 21 mil funcionários. Também foram levados em consideração deslocamentos feitos a pé pelo Bairro do Recife.

Intermodalidade
O projeto passou por análise de um colegiado da Prefeitura do Recife. Segundo o diretor de projetos da CTTU, Manoel Damasceno, foi o colegiado quem recomendou a instalação das estações da Rua da Aurora (próximo à Contax) e do terminal de Santa Rita. Também foi sugerida a instalação de um ponto perto do metrô do Recife. “A gente entende que a intermodalidade garante a sustentabilidade do projeto. É preciso haver uma troca com o ônibus e o metrô, mas nesse momento haverá troca só com o ônibus”, disse. Segundo ele, existe recomendação para que o Porto Digital faça uma ampliação em direção ao metrô. Não há, neste momento, projeto da própria prefeitura de ampliação do serviço. Mas já há instituições privadas com propostas neste sentido.

SAIBA MAIS

Localização das estações

Cais do Apolo, ao lado da parada de ônibus que fica próximo à Prefeitura do Recife
Rua Bione (próximo ao C.E.S.A.R)
Praça Tiradentes (perto do C.E.S.A.R)
Praça do Arsenal (próximo à Secretaria de Desenvolvimento Econômico)
Travessa do Bom Jesus (esquina com a Rua Apolo)
Cais do Porto (próximo ao antigo Bandepe)
Livraria Cultura
Terminal de Passageiros de Santa Rita
Rua da Aurora (em frente à Contax)
Rua do Lima (em frente à TV Jornal)

2,5 km é a distância máxima entre as estações

A convite do Diario, o cicloativista Cezar Martins fez dois percursos:

Rua do Lima à Praça do Arsenal
2,4 km completado em 11 minutos e 30 segundos, com velocidade média de 12,5 km/h

Terminal de Passageiros de Santa Rita à Rua da Aurora (próximo à Contax)
2,4 km concluído em 8 minutos e 20 segundos, com velocidade média de 17,3 km/h

* O ciclista realizou os percursos respeitando todas as normas de trânsito, inclusive parando quando o semáforo estava vermelho

Detalhes do projeto

19 de outubro é o dia da inauguração do serviço
O projeto iniciará com 10 estações, cada uma com dez bicicletas
8 estações têm capacidade para 12 bicicletas e duas estações comportam até 14 bikes
Horário de funcionamento: 8h às 22h
Custo: R$ 10 por mês
Tempo de trajeto: 30 minutos por percurso. Após devolver a bicicleta em uma estação, é preciso esperar no mínimo 15 minutos para pegá-la novamente
Multa: R$ 5, caso passe mais de 30 minutos com a bike
Custo do projeto: R$ 1.620.000,00 (o projeto faz parte de um pacote de mobilidade orçado em R$ 32 milhões. Os recursos são fruto de emenda parlamentar – 80% é bancado pela União e 20% pelo governo estadual)
Expectativa de expansão: chegar a 200 bicicletas em cinco anos
Como funciona: é preciso fazer cadastro prévio em site que ainda será divulgado e usar um cartão de crédito para pagar a mensalidade. Quando quiser pegar a bicicleta, o usuário que não tem smartphone precisa ligar de um celular para um 0800 que ainda não está disponível e seguir as orientações da gravação. Quem tem smartphone com acesso à internet, deverá baixar um aplicativo e seguir as orientações

Vantagens do compartilhamento de bicicletas:
– valorização da bicicleta como meio de transporte, não apenas de lazer
– facilidade e alta rotatividade de utilização para pequenos percursos
– redução de congestionamentos
– redução da emissão de poluentes

Características das bicicletas:– quadro em alumínio
– peso máximo de 18 kg
– assento com ajuste de altura
– câmbio integrado com 3 marchas
– pedais com refletores
– guidão emborrachado
– suporte para artigos pessoais no formato de cesta
– sinalização refletiva dianteita e traseira
– sistema de proteção contra retirada de rodas
– sistema de identificação da bicicleta na estação por meio eletrônico

Características das estações:
– totem com informações gráficas, com identificação da estação e mapa de localização das demais estações
– sistema eletro-mecânico para liberação e travamento das bicicletas pelos usuários
– possibilidade das bicicletas serem devolvidas mesmo se a estação estiver inoperante ou desligada
– sistema de alimentação por energia solar e de comunicação de dados sem fio com a central de controle