Recife sedia seminário internacional de mobilidade

 

 

Recife terá um pacto pela mobilidade. Seguindo o exemplo de Barcelona, a segunda maior cidade da Espanha, a capital pernambucana quer estabelecer metas para melhoria do fluxo de pessoas e veículos. E quer que a população participe desse processo. As diretrizes para consolidação do pacto devem sair do seminário Cidade e Mobilidade, que será realizado nesta semana, nos dias 21 e 22, no Teatro Apolo, no Recife Antigo. O arquiteto Francesc Ventura e o engenheiro Carles Labraña, que participaram da elaboração das metas de Barcelona, estarão presentes. O evento é aberto ao público. Confira a programação abaixo:

Cidade e mobilidade

2º Encontro do Grupo de Trabalho da IFHP – International Federation for Housing
and Planning
DIA 20/06 – quarta-feira – Instituto da Cidade Pelópidas Silveira

14h00 às 17h00
Reunião do Grupo de Trabalho com os palestrantes convidados e visita à
cidade do Recife

Dia 21/06 – quinta-feira – Teatro Apolo

9h00
Solenidade de abertura

9h30
Mesa redonda – BARCELONA
Coordenador: Prof. Carlos Fernando de Araújo Calado (UPE)

9h30 às 10h15
Apresentação: Sistema de Mobilidade de Barcelona
Prof. Francesc Ventura (UPC/RUITEM)

10h15 às 10h30
Intervalo

10.30 às 11.15
Apresentação: O Pacto Pela Mobilidade: Barcelona e outros exemplos
na Catalunha
Engenheiro Carles Labraña (RUITEM)

11.15 às 12.30
Debate
Debatedores: Profª. Carla Paiva (UPE)
Arquiteto Zeca Brandão (Secretaria das Cidades/PE)

Tarde

14h30 às 17h00
Mesa Redonda – RECIFE
Coordenador: Prof. Béda Barkokébas (UPE)

14h30 às 15h15
Apresentação: Plano de Mobilidade do Recife
Arquiteto Milton Botler (ICPS/PCR)

15h15 às 16h00
Apresentação: Sistema Estrutural Integrado
Engenheiro Germano Travassos (Consultor)

16h00 às 17h00
Debate
Debatedores: Engenheira Ivana Vanderlei (Consórcio Grande Recife )
Profª. Socorro Pessoa (UPE)

Dia 22 (sexta-feira – Teatro Apolo

9h00 às 12h30
Mesa Redonda – LIMA e BOGOTÁ
Coordenador: Milton Botler (ICPS/PCR)

9h00 às 10h00
Apresentação: A Experiência da Mobilidade em Lima
Prof. José Luis Bonifaz (Universidad del Pacífico) – Lima – Peru

10h às 10h15
Intervalo

10h15 às 11h15
Apresentação: A Experiência de Bogotá (Transmilênio) e de Medelin
(Teleféricos)
Ximena Cantor (Universidad Nacional de Colombia – Unal) – Bogotá – Colombia

11h15 às 12h00
Debates
Debatedores: Engenheiro Marcello Gomes (ADEMI)
Arquiteta Maria Amélia Bezerra Leite (Observatório do Recife)

Tarde
14h30 às 17h00
Mesa Redonda – Premissas para um Pacto pela Mobilidade no Recife
Coordenador: Prof. Carlos F. De Araújo Calado (UPE)

14h30 às 15h00
Apresentação: Arquiteta Maria Amélia Bezerra Leite (Observatório do
Recife)

15h00 às 16h00
Debate
Debatedores: Profª. Carla Paiva (Upe)
Arquiteto Milton Botler (Pcr)
Prof. Francesc Ventura (Upc/Ruitem)
Engenheiro Carles Labraña (Upc/Ruitem)
Prof. José Luis Bonifaz (U. Del Pacífico) – Lima
Ximena Cantor (Unal) – Bogotá

16h00 às 16h15
Intervalo

16h15 às 17h00
Debate final e Conclusões

17h00
Encerramento

 

 

 

Europeus e americanos trocam carro pela bicicleta

 

 

Holanda:

A Holanda é o país ocidental que mais usa a bicicleta no dia a dia. Uma das explicações para essa popularidade é a integração promovida, desde a década de 1970, entre o uso de bikes e o de transporte público. Cerca de 40% dos usuários de trem vão até as estações pedalando, pegam o trem, desembarcam e pedalam de novo até o trabalho. Estima-se que em 2020 metade dos passageiros faça o mesmo. Para isso, haja estacionamento. Os arredores da estação central de Amsterdã têm garagens com cerca de 10 mil vagas. Na principal, a Fietsflat, cabem 2.500. Tudo é dividido em seções, linhas e 3 andares. Afinal, na volta do trabalho é preciso encontrar a bike, certo?

 

Políticas e Resultados
• Desde os anos 70, a cidade reduz vagas e aumenta o preço de estacionamento para carros no centro
• Viagens de bike eram 25% do total em 1970. Em 2005, 37%
• 77% dos cidadãos com mais de 20 anos têm ao menos uma bicicleta, e metade pedala diariamente
• Acidentes com ciclistas diminuíram em 40% entre as décadas de 1980 e de 2000

 

Portland, USA:

 

Em 2008, dois ciclistas morreram em Portland, nos EUA, atropelados na ciclofaixa por um carro que virava à direita. Cerca de 70% dos acidentes de bike na cidade acontecem em cruzamentos. Por causa disso, a cidade, campeã do pedal no país dos carros, criou 14 bike boxes iguais aos da foto. Ao sinal vermelho, os motoristas param atrás da área verde, exclusiva de bikes, ou ganham multa de US$ 242 (como o carro preto da foto). Em dois anos, a presença de ciclistas nesses cruzamentos subiu 32%, e o índice de conflitos com motoristas caiu 31%.

 

Políticas e Resultados
• Cidade tem projetos de incentivo ao uso de bicicletas detalhados até 2030
• 80% das crianças na escola recebem educação sobre segurança para pedalar
• Construiu 200 km de ciclovias entre 1996 e 2006. Hoje, são 466 km
• Uso de bikes para ir ao trabalho dobrou entre 1990 e 2000

 

Copenhague, Dinamarca:

Uma marca registrada dos cruzamentos de Copenhague, capital da Dinamarca, são as faixas azuis usadas para demarcar a rota de quem pedala. Mesmo com ciclovias e ciclofaixas à vontade, não há como evitar o encontro de carros e bicicletas nesses trechos. Então, a cidade usa a cor vibrante para chamar a atenção de motoristas para os ciclistas e evitar acidentes. Outra medida de segurança usada nos cruzamentos é dar sinal verde para os ciclistas antes — outro modo de priorizar os ciclistas, em relação aos automóveis.

 

Políticas e Resultados
• Um terço do orçamento municipal de transportes é voltado para o ciclismo
• De 1995 a 2006, a quilometragem pedalada subiu 44% e os acidentes graves caíram 60%
• 20% do total de viagens são feitas de bike. No dia a dia para o trabalho, elas são 32%
• Uso de bikes entre pessoas com mais de 40 anos aumentou de 25% para 38% entre 1998 e 2005

Odense, Dinamarca:

A experiência de países europeus mostra que campanhas de incentivo ao uso de bicicletas são parte fundamental das políticas de estímulo às pedaladas. Na Dinamarca, por exemplo, a ONG Federação dos Ciclistas criou uma gincana nacional, que acontece uma vez por ano durante duas semanas, para incentivar crianças a irem de bicicleta para a escola, distribuindo prêmios para as que têm mais alunos pedalando. Em Odense, 26% do total de viagens são feitas de bicicleta. Entre os alunos do ensino fundamental, esse índice sobe para 43%.

 

Políticas e Resultados
• Não é possível atravessar o centro de carro. Nas adjacências, estacionar automóveis é caro, bicicletas, grátis
• A cidade subsidia equipamentos de segurança e distribui frutas e doces para ciclistas
• De 1984 a 2002, o uso de bikes na cidade cresceu 80%
• Elas são usadas em um quarto do total de viagens

Berlim, Alemanha:

Sistemas de compartilhamento de bicicletas — que permitem alugá-las num ponto para deixá-las em outro — são mais uma ferramenta importante para popularizar as pedaladas como transporte urbano. A cidade de Berlim, uma das metrópoles que mais investe em bikes no mundo, tem uma das versões mais modernas desse sistema. A Deutsche Bahn, empresa de trens alemã, instalou 3.000 magrelas como as da foto nas estações da capital. O cidadão desbloqueia a bike por celular e paga com cartão de crédito. Para complementar, dá para planejar a rota por ciclovias, no celular, com dados sobre conexões com transportes, velocidade média e tempo de viagem.

 

Políticas e Resultados
• Em 72% das ruas da cidade a velocidade máxima é de 30 km/h
• Verbas para incentivar uso de bikes aumentaram 4 vezes de 2000 a 2009
• Viagens de bicicleta subiram de 7% para 10% do total entre 1992 e 1998
• Acidentes fatais com ciclistas caíram 30% entre 1998 e 2004

 

Fonte: Revista Galileu ( Por Tarso Araujo)

Contran libera advertência para infrações leves no lugar da multa

 

As infrações de trânsito leves e médias poderão ser convertidas em advertência por escrito e não render mais multa nem pontos no prontuário do motorista. Uma resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) publicada na semana passada regulamentou o artigo 267 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), que instituía a Penalidade de Advertência por Escrito, mas que não era aplicada.

A Resolução 404 foi publicada na última quinta-feira e está programada para valer a partir de 1.º de janeiro do ano que vem. Ela complementa outra resolução, a 363, de 2010, que já estabelece padrão para envio de multas e prazo para recurso. Os motoristas beneficiados pela mudança são aqueles sem antecedentes, ou seja, que não foram flagrados cometendo a mesma infração de trânsito nos últimos 12 meses.

A advertência por escrito era prevista desde 1998, quando o CTB foi reformulado, mas a falta de regras nacionais para aplicação da norma impedia que ela fosse cumprida. Na internet, correntes de e-mail já falavam, incorretamente, que as multas poderiam ser convertidas em advertência. A própria Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mantém em seu site, na página sobre orientações sobre procedimentos após uma multa, um texto alertando que a regra não está em vigor.

Excesso de velocidade (em até 20% acima do limite da via), desrespeito ao rodízio e estacionamento irregular respondem por mais da metade das multas da capital paulista. E são infrações leves e médias. A Prefeitura de São Paulo estima arrecadar R$ 800 milhões neste ano com multas. Mas não há dados que mostrem quantas dessas multas são aplicadas contra motoristas “primários”, sem infração anterior.

Na prática, a norma dá ao motorista o direito de pedir que sua multa seja convertida em advertência no momento em que receber a notificação da infração de trânsito. Isso poderá ser feito em até 15 dias depois do recebimento da multa.

Fiscalização
O Contran também permite que a própria autoridade de trânsito – a CET, o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) ou a Polícia Militar, a serviço do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) – emita a advertência no lugar da multa. “Caso a autoridade de trânsito não entenda como medida mais educativa a aplicação da Penalidade de Advertência por Escrito, aplicará a Penalidade de Multa”, diz o parágrafo 8 do artigo 9.º da resolução.

A Prefeitura de São Paulo ainda não definiu como vai proceder quando a nova regra estiver em vigor. “O Departamento de Operação do Sistema Viário (DSV) informa que está em contato com o Detran estadual para definir como será feito o acesso à base nacional de condutores, única maneira de se certificar de que o condutor não cometeu infrações nos últimos 12 meses”, diz o DSV, em nota.

“Além disso, a Secretaria Municipal de Transportes está realizando estudos para definir como a resolução poderá ser viabilizada”, diz nota enviada nesta segunda, que não falou se a proposta da Prefeitura é enviar a advertência imediatamente ou se vai esperar que o motorista recorra para evitar a multa.

Já o Detran informou, também em nota, que “a conversão da multa em advertência é facultativa a cada órgão autuador (aquele que aplica a multa), após analisar o histórico do prontuário do condutor”. Na capital paulista, mais de 90% das multas aplicadas aos motoristas são feitas pela Prefeitura.

Educação. O conceito do Contran, que vale em todo o País, é que, em determinados casos, a simples advertência já tem o caráter educativo. Ele vai ao encontro de outras editadas pelo órgão que limitam a chamada “indústria da multa” como, por exemplo, a proibição de manter os radares de velocidade escondidos.

Ainda de acordo com a resolução, se o motorista receber a advertência, não vai poder recorrer. O texto dá à Junta Administrativa de Recurso de Infração (Jari) o poder de julgar que os pedidos de conversão da multa para a infração. Se o pedido não for aceito, a multa será aplicada normalmente.

Detalhes. A advertência prevista no CTB ainda não era colocada em prática por falta da padronização de alguns detalhes técnicos. Os órgãos municipais não tinham como ter acesso ao prontuário dos condutores para saber se eles tinham tido uma infração registrada no período de um ano.

Via Portal do Trânsito