Por
Tânia Passos
Dispor de uma linha de metrô passando quase na porta de casa e fazendo parte de um sistema estrutural integrado não é para ser ignorado. E aos poucos os moradores da Zona Sul do Recife começam a descobrir as vantagens de trocar o carro ou ônibus pelo conforto e velocidade de um sistema sobre trilhos, bem longe dos engarrafamentos. Essa aproximação, ainda tímida, tem muito a avançar, mas vai depender de uma série de medidas para tornar o metrô cada vez mais atraente. Com 14,3 km, a linha Sul opera hoje com cerca de 45 mil passageiros e apenas um dos cinco terminais integrados previstos para a linha está em operação. Segundo a empresa Metrorec, terá capacidade de transportar 215 mil usuários com doze trens e intervalos de quatro minutos até novembro de 2013. Hoje, são cinco trens e intervalos que variam de 10 a 12 minutos.
O Terminal Integrado Aeroporto, o primeiro a entrar em operação na linha Sul, em abril deste ano, ampliou em cerca de 21 mil o número de usuários e fez acender a luz vermelha para a lotação dos trens nos horários de pico. A linha, que ainda é considerada ociosa a maior parte do tempo, está sentindo os efeitos da demanda nos horários de maior movimento. De acordo com o gerente de manutenção da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Bartolomeu Carvalho, essa demanda será melhor distribuída com a chegada dos trens novos. Desde o governo Lula foi autorizada a compra de 15 trens. O primeiro deles está previsto para chegar até o fim do ano.“Quando o primeiro trem chegar nós vamos iniciar os testes e ele deve entrar em operação até fevereiro do próximo ano. A nossa estimativa é de termos os 15 trens operando até o final de 2013”, revelou Bartolomeu.
A chegada dos novos trens deve ocorrer a medida em que os outros terminais integrados estiverem operando. Pelo menos dois terminais já estão prontos: os terminais Tancredo Neves e Cajueiro Seco, mas ainda sem previsão de iniciar as operações. O Terminal Integrado Largo da Paz, em Afogados, está com as obras atrasadas e o Terminal Integrado de Prazeres não teve as obras iniciadas. O ramal Sul do metrô conta com 10 estações, sendo metade planejada para fazer parte do Sistema Estrutural Integrado (SEI). “O metrô tem condições de agregar uma demanda maior com intervalos menores e contínuos. O mais importante é que o eixo seja bem alimentado pelas linhas de ônibus. Por isso é tão importante o papel dos terminais integrados”, explicou o engenheiro e coordenador regional da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP), César Cavalcanti. A linha Sul do metrô funciona como uma das sete radiais do SEI e é um eixo tronco-alimentador.
Que bom!!! Transportes coletivos como o metro, são a solução para esse trânsito caótico que temos. Gostaria que na Zona Norte também existisse, não entendo porque os moradores de Olinda, Paulista, Abreu e Lima foram deixados de fora desse conforto.
Talita, os locais citados não devem ter ganho o metrô por não terem linha férrea anterior ao meu ver e se tiveram, em locais que para alterar afim de aplicar o metrô seriam ruins.
No caso de Paulista, Olinda e Abreu e Lima, por ter vias radiais, o BRT é uma forma parecida de ter o metrô em breve e a longo prazo, poderá dar vez ao VLT aproveitando a estrutura do BRT.
A Av. Norte deveria se chamar de avenida esquecida, pois novamente com tanta obra sendo feita, a deixarem de lado no transporte coletivo. Pior que devido a estrutura física dela, implantar um transporte público eficiente é complicado, pois monotrilho não é de massa e é um investimento alto, além da demora que seria fazer um longo elevado seja para este ou para BRT (sugeriram isso). Em nível a via não tem espaço adequado para implantar o BRT ou mesmo VLT, pois teria que alargar a via e isso ainda iria comprometer o tráfego misto que é grande.
Talvez a solução fosse adotar o sistema BRS e criar um integração na metade dela. O BRS é ter faixa preferencial para ônibus só podendo o tráfego misto cruzá-la para acessar vias e estabelecimentos transversais, só que para funcionar dependeria de fiscalização que é um grave problema aqui na região metropolitana; outro TI para concentrar linhas que não vão para a Macaxeira e pertencem aos bairros que a via corta, passando a só usar veículos articulados, o que diminuiria também a quantidade de ônibus menores circulando.
Mas, enfim, a avenida vai ficando no esquecimento, tal qual a Mascarenhas de Morais que poderia ter faixa exclusiva de ônibus, mas para tal, teriam que resolver primeiro a fluidez da via e gargalos como o da Ponte Motocolombó até o Largo da Paz. Vão construir um TI na estação Largo da Paz, mas o trânsito ali é uma lástima. Vai ser o pior TI com relação a circulação de ônibus se nada fizerem na circulação da via.
Raimundo,
Você é um barato!!! 🙂
Obrigado por sempre comentar os posts de uma forma, digamos, mais parecida com o olhar do usuário, ou seja, mais crítica.
As vezes a Tânia, não obstante a qualidade de seus posts, não é tão didática e talvez, por questões de políticas internas do DP, não é tão crítica quanto você nos posts.
Um abraço,
PS: O que é um tronco-alimentador?
Alexandre,
costuma ver o termo tronco quando se fala em metrô, VLT, equipamentos sobre trilhos. O metrô é um tronco com raiz no centro da cidade. O outro tronco é o eixo que vai até Camaragibe. Os TIs têm linhas alimentadoras(hoje de bairros que vão até o centro que deixam de fazer esse trajeto para alimentar o TI). Dos TIs saem linha radiais que são grande corredores que permitem chegar ao centro(Leste-Oeste e Mascarenhas de Morais/Av.Sul por exemplo); perimetrais (Agamenon/Perimetral 1) que cortam as radiais; circulares que fazem trajetos diversos indo e voltando para TIs ou entre TIs. Aqui no blog tem uma matéria que explica mais detalhadamente. Sendo assim, tronco-alimentador é a composição de ônibus alimentador que sai ou vai para o bairro ligado a um TI e este por sua vez com conexão com o metrô que é um trocal o alimenta e vice-versa. Se limitando ao TI com modal metrô presente, visão micro, se vê um trocal também, pois as linhas alimentadoras são as raízes do tronco metrô, como também são para as radiais e perimetrais através de ônibus. É uma explicação longa, mas abordando vários conceitos.
Contudo, espero que a Tânia obtenham explicação mais técnica, pois vai que eu tenha feito alguma confusão.
Tânia,
você, com a sua atenção, tem me tirado dúvidas. Na esperança de solucionar outras, li matéria na net publicada este fim de semana sobre o Leste-Oeste e fiquei de orelha em pé sobre o divulgado.
O governo prometera quatro elevados sendo três para estações e agora só seriam dois sendo uma estação. Os TIs a serem construídos fariam comunicação por passarela com as estações próximas e agora vão de túnel. Na Benfica vai ter duas faixas exclusivas para ônibus, então isso é nível, logo o elevado ali foi descartado tal qual o do Getúlio Vargas só ficando o da Bom Pastor já em obras.
Tânia, pelo visto, estão mudando as coisas no decorrer das obras, pois falam uma coisa como definitiva e depois aparecem outras. Até é citada a migração na praça do Derby que você ao perguntar a algumas pessoas deixaram em aberto essa possibilidade. Tá pior que os elevados da Agamenon, pois estes ainda estão no papel.
Se você, Tânia, puder fazer uma matéria arracando o máximo de informações do governo sobre o que realmente será feito, se já houve mudança com relação ao prometido antes e porque, vai ser de grande ajuda.
Raimundo,
Mais do que um leitor você é um grande colaborador. Concordo com Alexandre que você tem uma ótima didática. Vou procurar ser mais clara. Quanto ao corredor Leste/Oeste vou investigar as mudanças e trazer aqui para o blog. Obrigada a todos pela atenção. Um abraço!
Alexandre e Talita,
faço uma correção na explicação dada a Talita. Disse que Paulista, Abreu e Lima e Olinda tem via radial. Via radial é questão de referencial, mas que leva até o centro. Corta essas cidades uma grande perimetral que faz parte a Agamenon aqui em Recife. Logo, para a região metropolitana, é uma perimetral e não radial. Para as citadas cidades, posso cometer um erro, são as Perimetrais 1, 2 e 4(BR 101).
Obrigada por toda explicação. Mas ainda fiquei confusa, quanto a resposta. Quer dizer que não existe nenhuma possibilidade do metrô chegar a essas áreas listadas por mim?
Talita,
diria que metrô para esses locais é inviável por hoje demandar um alto investimento. Li matéria que em SP querem investir mais em BRT já que a maioria das pessoas estão nos ônibus, apesar que investirem no metrô e esse ser elogiado, mas já começa a não ser viável como antes. Para as cidades citadas, é mais fácil implantar BRT ou VLT, pois são produtos com investimento menor que o metrô, são de média a alta capacidade e com prazo de implantação mais curto. Monotrilho é considerado até média capacidade e é caro. Recife tem metrô de superfície, pois aproveitou a linha férrea e na época o metro quadrado não era caro. Hoje, abrir espaço em nível implicaria numa alta despesa com indenização (os pesquenos elevados da Agamenon estão aí para provar a despesa com isso) e espaço com valor menor de área é cada vez mais difícil. Túnel pode ser menos caro, mas leva bastante tempo para ser aberto. Por isso, dos modais existentes, BRT e VLT são mais fáceis de serem aplicados e os dois funcionam semelhante ao metrô com relação a pontualidade e a comodidade.
Obrigada Raimundo, agora ficou claro!! 🙂