Poluição sonora nos coletivos

 

 

Está em tramitação na Assembleia Legislativa de Pernambuco, desde o ano passado, um projeto de lei do deputado Eriberto Medeiros (PTC), que pretende calar a falta de bom senso de muitos usuários do transporte público em relação a poluição sonora nos coletivos. O texto se estende para ônibus, metrô, VLT ou vans. Imagine ser preciso uma lei para dizer o que deveria ser óbvio. Pois é, mas em muitos casos é só assim que funciona. E se houver fiscalização.

Na semana passada, durante uma viagem na linha Sul do metrô, presenciei uma cena que me chamou atenção. Um som alto, que demorei a identificar de onde vinha, incomodava não apenas pelo péssimo gosto musical, mas, sobretudo, pelo volume nas alturas. Uma senhora sentada, próxima a um jovem, estava particularmente incomodada e vi, por fim, de onde vinha o barulho. Embora com um fone no ouvido, o rapaz o desconectou do celular e “dividiu” com todos a música que lhe enchia os ouvidos. Foi quando resolvi abordar o jovem. Esse som é seu? Perguntei. Sim, repondeu ele. O senhor acha certo ouvir som alto em uma área que é publica? A única resposta dele foi: “Não vejo nenhuma placa dizendo que é proibido”.

A placa, nesse caso, teria um efeito “maior” do que a imagem de incômodo estampada na maioria das pessoas que compartilhava o mesmo vagão. Resolvi então registrar o ocorrido para chamar a atenção sobre esse tipo de abuso. E sim, a lei é importante que seja aprovada, pois trata-se de um mecanismo para punir. É a tal coisa, quando a educação em casa não resolve o jeito é disciplinar pelos meios legais. Uma pena, bastava apenas um mínimo de gentileza. Ele ou quem quiser pode continuar ouvindo a música que preferir, mas não precisa compartilhar. Nessas horas, o melhor mesmo é compartilhar o silêncio, enfim, um direito de todos nós.

4 Replies to “Poluição sonora nos coletivos”

  1. Triste uma sociedade que espera que isso seja ensinado tão somente nas escolas. Educação vem de casa, mas muita gente acha que se ensina isso em escolas, mostrando placas proibitivas que (talvez) devam ser respeitadas. E fico espantado de ele não ter lhe agredido, porque afinal, você invadiu o “espaço” dele…

  2. Para um ignorante como o abordado, ter ou não ter placa pode não fazer diferença. Educação é de berço, embora vendo péssimos exemplos ao redor pode vir a copiar estes. Se tem restaurante tarde da noite na zona sul com som em volume alto tirando sono alheio, há pessoas que residem em bairros pobres e compartilham o som de casa com os vizinhos de tão alto o volume se encontra. Sem ter familiares e vizinhos que dão exemplo para não ampliar mais o limite, pensa que lugar público é uma extensão da sua casa.
    Esse cara que faz do celular show de rua que tem seu público alvo e não são todos que estão usando o transporte público do qual se insere, amanhã é o que compra um carro e desfila com volume elevado e por aí vai.
    Usar o fone de ouvido também não é muita garantia de sossego, pois já fiquei a dois metros de pessoa que usava e o volume estava alto a ponto de escutar a banda de rock tocar. Esse esquece que amanhã poderá precisar da audição e não terá. Fazendo uma analogia, é como o tabagismo, pois o cara se prejudica e prejudica quem está próximo. O problema é que ainda fala regulação, mas vai ter gente para coibir isso, pois só questionar a pessoa da proibição pode não dar em nada ou dar em briga.
    Por fim, sugiro matéria na linha CDU/Boa Viagem/Caxangá, nos fins de semana, principalmente, domingo, após as 13h saindo de Boa Viagem até a Caxangá. A falta de respeito é pior, pois vai literalmente, às vezes, uma banda e com pessoas falando alto. É desrespeito igual aos que se dizem torcedores em dias de jogos que entram nos coletivos saltando a catraca ou pelas janelas, fazendo provocações com os que estão na via e outros dentro do veículo, com gritos de torcida do time, etc.

  3. sem falar q esses”tecnobregas”q incentivam a putaria,são os mais escutados por esses jovens q muitos,são”peões”.triste sociedade q é teleguiada pela imprensa!

  4. Gente, e pros religiosos de plantão que entram pra evangelizar aos berros e vender objetos nos ônibus, não vão criar leis que impeçam?! Aqui no ES acontece direto.