Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, continua na berlinda. O que vai mudar?

 

avenida kennedy - Olinda foto - Athur Souza DP.D.A./press

Uma avenida “espremida” entre a concepção de um modelo que pretende privilegiar o transporte público, mas que não conseguiu convencer e a forma de uso que a populaçao insiste em manter, sem as rédeas do controle urbano. O corredor central da Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, onde estão inseridas oito paradas de ônibus, que dividem os dois lados da via com duas faixas, sendo uma para o ônibus e outra para o carro, ainda está longe de ser aceito.

Entre as reclamações: a dificuldade de travessia dos pedestres, a falta de opção dos motoristas de transitar de um lado para outro avenida e ainda a ausência de estacionamento para o comércio local e a falta de espaço para as operações de carga e descarga.
Das reclamações, a dos pedestres talvez seja a mais preocupante. A travessia de quatro faixas em um tráfego intenso sem faixa e sem semáforo não é fácil. Segundo os moradores, pelo menos três pessoas foram atropeladas este ano. De acordo com o secretário de Transportes de Olinda, Oswaldo Lima Neto, todas as oito paradas de ônibus terão faixa e semáforo de pedestre.

A licitação da empresa que fará a implantação e manutenção da rede semafórica está sendo concluída. “A travessia do pedestre ficará muito mais segura. Mas com o fechamento do canteiro central, que evita que os carros passem de um lado para outro, já melhorou muito a condição do pedestre”, ressaltou o secretário. A passagem dos carros de um lado para outro da avenida não será mesmo permitida. Haverá a opção de retornos que serão implantados juntos com a rede semafórica.

Um ponto inegociável é mesmo a questão dos estacionamentos e da operação de carga e descarga na via principal. E com apenas duas faixas não há como isso ser permitido. O problema é que a ocupação irregular da via pública e das calçadas, ocorria, há muito tempo, sem nenhuma ação do controle urbano.

“A gente não pode parar dois minutos que o guarda quer multar. Eles estão muito autoritários”, reclamou o motorista Lúcio Ferreira da Silva, 32 anos. No protesto, os comerciantes fecharam as portas em apoio ao movimento.”Nós estamos tendo prejuízo. Não há espaço para o carro estacionar e estamos perdendo cliente”, afirmou o comerciante Sérgio Pinto, 42 anos.

Se por um lado, a população estava acostumada a ausência do controle urbano, por outro o desenho da via traz insatisfações. Nas curvas, por exemplo, é impossível um veículo de grande porte fazer o contorno sem invadir a faixa do ônibus. Já o ônibus também é obrigado a invadir a faixa dos veículos nas laterais quando vai acessar as paradas.

O secretário de transportes de Olinda, Oswaldo Lima Neto, disse que houve problemas na coordenação da execução do projeto. Ele também acredita que a rejeição dos moradores se deu pela demora para implantação do corredor. “As obras que foram feitas do corredor acabaram sendo desgastadas pelo uso indevido e houve demora de muitos órgãos em concluir as intervenções, entre eles a Compesa”, alertou o secretário.

Mudanças no desenho do projeto que foi implantado não estão previstas. Segundo o secretário as intervenções que irão ocorrer são para melhoria do funcionamento do corredor, que é uma radial importante e faz parte do Sistema Estrutural Integrado (SEI).

6 Replies to “Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, continua na berlinda. O que vai mudar?”

  1. Se substituir as faixas dedicadas aos veículos por ciclofaixas e calçadas mais largas, fica bem melhor. O terreno que tem no início da avenida, serviria de estacionamento, e dali dava muito bem pra ir andando ou pegar um micro-ônibus. Mas teimam em privilegiar o carro particular em detrimento de outros meios mais sustentáveis…

  2. Primeiro temos que reconhecer que Renildo é o pior prefeito da historia de Olinda, contudo, foi reeleito, de forma assombrosa, no 1 turno. O que fizeram na avenida Presidente Kennedy é caso de policia, não respeitaram ninguém, os comerciantes da localidade, os pedestres, os condutores e os próprios moradores do local. Olinda está jogada ao vento, na avenida castelo branco, na entrada de ouro preto, ao lado de um posto de gasolina tem um esgoto estourado com resíduos em toda a via e para complicar sempre tem veículos estacionados na calçada, obrigando os pedestres a pisar na água do esgoto. Uma zona.

  3. Prezada Tania Passos,
    Desde já aproveito para parabenizar-lhe por disponibilizar esse espaço dedicado a mobilidade, assunto tão presente e tão urgente numa região metropolitana historicamente governada por incompetentes e inconsequentes que acabaram por legar esse horrendo estado de coisas: ruas e avenidas horríveis e estreitas, calçadas mal conservadas, de larguras pensadas para o trânsito de crianças, de tão pequenas que são, sem contar da histórica completa incapacidade daqueles que passaram pelo comando dos municípios da RMR em planejar o tráfego urbano, dentre muitos outros assuntos. Deixaram um legado de fracasso e incompetência completos. Às vezes penso que a solução seria nomear, contratar, deixar, por um tempo, um interventor, um administrador norte americano, inglês, alemão, talvez francês, com plenos poderes por aqui, por que as soluções locais foram de um vergonhoso desastre. Não creio que existam técnicos (muito menos prefeitos) com competência suficientes para resolver (eu disse: resolver) esses problemas relativos a mobilidade de forma criativa e eficaz, a custos factíveis.
    Gostaria, então, de deixar uma pequena proposta, que sei que jamais nem mesmo será lida pelas autoridades, para essa importante artéria que é a Jonh Kennedy. Confesso que acredito que o que proponho seja algo factível.
    Primeiro, antes de tudo, sugiro que aproveitem a repaginada nessa avenida e mudem o nome respeitando a história do estado, um estado que se destaca nacionalmente no país com tantas figuras importantes. Por que não aproveitar esse potencial para se ajudar a se auto promover? Sugeriria que adotassem nome de AVENIDA FREI CANECA. Afinal qual a importância tem Kenedy para o Recife???
    Creio que deveriam aproveitar que as áreas que margeiam essa avenida não estão muito valorizadas e que, por isso, valeria a pena uma desapropriação mais pronunciada em toda a extensão dessa via, pois em razão do exposto, talvez o custo para isso não seja tão alto a ponto de inviabilizar tal empreitada.
    Creio que seria interessante dispor para essa nova avenida com mão e contra-mão e que cada lado tivesse 3 faixas, de 4 metros (largura similar a da Av. Dois rios que será modernizada e foi anunciado nesse blog), com canteiro central de uns 3 metros, arborizado com árvores, de espécies da mata atlântica que dominou a região.
    Deveria nas laterais da avenida deixar um espaço de uns 20-50 cm da calçada e do canteiro central.
    As calçadas deveriam ter uns 4 metros de cada lado, deveria-se incluir, em um dos lados, uma via exclusiva para ciclovia, e que fosse confortável o suficiente para suportar, com boa distância, dois ciclistas lada a lado, numa distância de uns 50 cm, talvez, um do outro. Penso que uma ciclovia de uns 3,5 metros de largura seria o ideal.
    Em ambos os lados poderia-se dispor de canteiros de uns 3 metros para arborizar a região, plantando-se espécies da mata atlântica, contribuindo não apenas para o embelezamento e paisagismo, mas também para diminuição das ilhas de calor na região, bem como auxiliar na diminuição de poluentes e conservação e preservação de espécies e do meio ambiente.
    Ao todo, pelo o que se propõe, seriam necessários uns 46,5 metros de largura para comportar toda essa estrutura, lembrando que já existe a largura da atual avenida para se somar ao que precisaria ser desapropriado.
    Na avenida de 3 faixas, de cada lado, propostas, uma delas, em cada lado, deveria ser destinada exclusivamente a um corredor de ônibus, bastante confortável e seguro pela largura proposta, 4 metros para cada faixa.
    A implantação da ciclovia pode ser viável em razão do momento da desapropriação e dos valores mais baixos, pois penso que uma séria intervenção urbanística como a proposta, tenderia a induzir um forte efeito multiplicador de valorização nas áreas lindeiras, o que dificultaria futuras desapropriações para alargamentos da via.
    Fundamental também seria aproveitar o ensejo para o embutimento de toda e qualquer fiação aérea, bem como de reforma do sistema de captação de chuva, bem como de esgotamento.
    As calçadas largas propostas, introduzem a idéia de que se também se crie uma cultura de priorização ou valorização do pedestre, que sempre foi marginalizado na RMR com calçadas estreitas e mal acabadas, dificultando ou impossibilitando, principalmente, o trânsito de pessoas com dificuldades motoras permanentes ou temporárias.
    Os locais onde fossem retiradas pessoas carentes, deveria-se construir residenciais populares para essas pessoas. Aliás, defendo que se não for possível realocar as pessoas carentes para residenciais populares por conta de custos que se abandone a idéia.
    Em todo caso, aproveitando, prezada Tania Passos, observando imagens do Google Earth, percebe-se uma imensa área lindeira ao Rio Beberibe, que vai da Agamenon até a Reserva ecológica de Dois Unidos, totalmente degragada e ocupada por invasões.
    Por conta desse perfil, creio que seria interessante remover as pessoas do perímetro, em ambos os lados do rio, que vai da Agamenon Magalhães até a Reserva ecológica da Mata de Dois Unidos, numa largura de uns 21 metros de cada lado.
    Nas residencias que fossem viáveis, haveria desapropriação e nas que fossem invasões as pessoas seriam removidas para residências populares, seria também a hora de criar uma reserva ecológica numa grande área ainda verde localizada área entre a Jonh Kennedy – Rio Bereribe e Agamenon, ao lado do Girador.
    Proponho para o imenso perímetro a ser desapropriado, que fosse criado um parque horizontal, constituído de ciclovia, pista de cooper, calçadão e canteiro. Cada um desses espaços com uns 4 metros de largura, separados por canteiros de uns 2 metros, e um canteiro margeando o Rio de uns 5 metros onde seriam plantados espécies da mata atlântica, isso desde a ponte próxima da Agamenon , ligando até a Reserva ecológica da Mata de Dois Unidos, com destaque para a área maior e mais larga a ser revitalizada já localizada no texto acima. Criaria-se um imenso cinturão verde ligando-se das reservas ecológicas, acessíveis por uma imensa ciclovia.
    A região a ser desapropriada, em cada margem do rio, perfazeria um total de uns 42 metros de largura, 21 de cada lado do rio
    Em alguns pontos, entre os canteiros, poderia-se colocar equipamentos de ginástica, áreas de convivência, mirantes, entre outros equipamentos nesse parque e iluminação com fiação embutida, além de cabines de vigilância.
    Creio que o maior custo se daria na construção das residências para a população carente localizada no entorno.
    Em que pese o investimento elevado, imagino que isso resultaria num grande efeito multiplicador na região, com o erguimento de vários empreendimentos residências e comercias, aumentando-se a renda, criando-se empregos, valorizando-se a área.
    Além disso, uma grande área da região seria revitalizada, melhorando-se o meio ambiente, inclusive pela retirada das ligações clandestinas de esgoto diretamente no rio das invasões nessa região.
    Nos bairros de Beberibe, Campina do Barreto, Peixinhos (por favor, mudem o nome desse bairro), Cajueiro e Vila Popular poderiam ser retiradas outras favelas ou imóveis muito simples e construídos nessa regiões os novos residenciais propostos acima que comportariam toda essa população retirada da proposta acima e as que estão hoje estão nesse locais em casebres com poucas condições. Contribuindo-se também com a urbanização do restante da região.
    Esse seria momento de rever a ocupação nos pontos a serem construídos residenciais nessa região, retificando-se ruas e quadras, refazendo-se a confusa estrutura urbana atual.
    Finalmente a viabilização desse parque horizontal poderia excluir a proposta de criação de ciclovia proposta na Jonh Kenedy, pois as áreas de ambas correm próximas e quase paralelas uma da outra.

  4. se todo mundo cooperar dá certo. o problema é que o pessoal já está acostumado com a bagunça. pessoas mal educadas que não pensam nem em sí. o que os comerciantes querem é atrapalhar o trânsito porque isso muito lhes convém. tem que multar mesmo, ser autoritário e não deixar que tudo vire uma bagunça.

  5. Infelizmente quando se começa errado chega-se a essa situação. Os prefeitos omissos, os fiscais corruptos e tantos órgãos de urbanização que nunca exerceram seus papéis com seriedade.
    Lojas comerciais, supermercados e muitas outras construídas sem as devidas “licenças” pautadas em um plano diretor da cidade. Sem as mínimas condições de operar, sem estacionamento…..Como pode uma loja comercial de grande porte sem estacionamento? Como foram aprovadas tantas obras assim? Invasões, puxadinhos para lá e pra cá é o que mais se ver na avenida.
    Nada contra o nome de Presd Kennedy…. Frei Caneca também não mudaria nada nela!!
    Onde não há organização e regras impera a desorganização e o anarquismo, que no início parece ser “interessante”, mais depois vem o preço da conta.

  6. Olinda nunca teve prefeito bom. Morei em Olinda 19 anos. A Kennedy não precisa desse corredor babada, os bairros calmos e residenciais dali não precisam dessa palhaçada. Essa integração xambá é o maior absurdo que pude ver. Parece até que é desculpa para comer dinheiro. Querem trazer um conceito de cidade grande pra Olinda que é uma cidade pequena e não precisa disso. Precisa de um projeto bem pensando de acordo com a realidade dos moradores daquela área.