Por
Rosália Vasconcelos
Se alguém mapeasse o Recife, poderia observar que existem diversas vias subutilizadas na cidade. Essa ociosidade, como denominam alguns urbanistas, vem de uma lógica de organização urbana que começou a ser pensada em tono do automóvel, fazendo com que muitas ruas largas, arborizadas e, por que não, urbanisticamente bonitas, fossem deixadas de lado porque não serviam como “bons” corredores de veículos. Diante da necessidade de repensar a cidade sob o aspecto da humanização dos espaços, muitos defendem a importância de transformar essas áreas ociosas em locais de convivência, como alamedas e ruas-parque.
A Zona Norte tem diversos exemplos. A Rua Oton Paraíso, no bairro do Torreão, é custa, mas ampla e muito bem arborizada. Deserta, durante o dia serve apenas como estacionamento. “A sensação que temos, dentro da lógica em que foi planejada a cidade, é de que esses espaços foram guardados como uma poupança a ser dedicada ao automóvel no futuro, para receber um tráfego mais intenso. Mas a rua é, por princípio, um local de circulação de pessoas. Imagina na Oton Paraíso fosse criado um parque, fossem ampliadas as calçadas e o canteiro central e estreitasse a calha da rua? Poderiam ser implantados quiosques com pequenos negócios, bancos de praça para as pessoas descansarem, contemplarem”, sugere o arquiteto e urbanista, Geraldo Marinho.
Outra via com grande potencial de se transformar em rua-parque é a Frei Cassimiro, em Santo Amaro. Ela é uma paralela da Avenida Norte e liga a Avenida Agamenon Magalhães a Avenida Cruz Cabugá. “Esssa rua já tem um parque e está inclusa num bairro popular. Deveria ser mais qualificada, deixar com duas faixas para carros (cada uma com um sentido diferente) e apenas uma parte reservada a estacionamento, para poder oferecer um roteiro de caminhada e corrida com pavimentação adequada”, completa Marinho.
Hoje, a via é composta de quatro canteiros: dois são usados como espaço de feira livre e dois são bastante arborizados, mas estão completamente sucateados. Bastante larga, quatro faixas são usadas como estacionamento, escondendo ainda mais a situação de depredação do canteiro central. “Em Santo Amaro temos outros exemplos e é uma pena, porque à medida que as pessoas são convidadas a ocupar os espaços livres e a vivenciar suas ruas, sua cidade, os locais deixam de ser vazios, melhorando inclusive a segurança. Pode até favorecer pequenos negócios de vizinhança, estimulando a economia local”, disserta o urbanista.
A ociosidade de uma via tradicional pode mudar radicalmente, com uma pequena mudança, a qualidade de um lugar. Um bom exemplo fica no bairro de Engenho do Meio, Zona Oeste do Recife, quando a Rua Francisco Bezerra Monteiro, próxima à Reitoria da UFPE, “numa iniciativa rara da prefeitura”, teve sua calçada alargada. “As pessoas se reapropriaram da rua, ajardinaram a frente de suas casas. Deixou de ser ociosa”, comenta Marinho. No bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, ação semelhante foi feita nas transversais à Avenida Domingos Ferreira, na década de 1980. Mas, com o tempo, foram perdendo espaço para os carros e hoje só servem como estacionamento.
Fonte: Diario de Pernambuco
Prezada sra. Rosalia Vasconcelos , permita-me Comentar sua Materia.
A Rua Frei Cassimiro, em Santo Amaro, e realmente muito larga,porem,
observe que, as faixas onde circulam os veiculos, são estreitas.
A Prefeitura do Recife, devia aproveitar aquele espaço inutil, o que separa as pistas, estreita-lo para aumentar os espaços das das faixas dos veiculos .
O mesmo acontece na Rua Othon Paraiso, o ” canteiro” e largo , podia ser menor, porque o mais importante e que as faixas para a circulação dos veiculos, sejam mais largas.
EU não devia me intrometer,porque resido com minha familia ,na California, U.S.A. , ha varios anos.
EU sai do Recife, mas, o Recife não saiu de mim.
RECIFE E LINDO.
Tenho saudade do Recife .
Parabens pela Materia , foi otima, Nota 10.
Saude, Sucessos e Sorte, para nos.
Abraço sincero.
Ito Cavalcanti
California, U.S.A.