Avenida Sul. O que é isso?

 

A Avenida Sul, que se une à Mascarenhas de Moraes e chega ao bairro São José passando ao longo das torres gêmeas, no Cais de Santa Rita, sofre outro gargalo quando seu fluxo se encontra com os veículos que descem do Viaduto das Cinco Pontas.

A busca por um espaço acaba gerando uma terceira faixa falsa, por cima dos trilhos da linha ferroviária. O improviso forçado dos motoristas é facilitado pela ausência de sinalização de pista. Outro problema é ausência de faixas de pedestres.

O local que antes não dispunha de moradia recebeu as duas torres . “Atravessar aqui é uma dificuldade muito grande e a passagem de um lado para outro é muito arriscada”, revelou uma empregada doméstica, que trabalha no local.
Nesse trecho da Avenida Sul as informações não são muito animadoras. De acordo com o diretor de trânsito da CTTU, Agostinho Maia no local não há como instalar um sinal de pedestre devido aos trilhos.

“É uma situação mais complicada. Se a gente colocar um sinal e alguém for atropelado por um trem de quem vai ser a culpa?”, questionou. Segundo ele, o mais apropriado teria sido a construção de uma passarela quando o empreendimento foi planejado. 

 

Acessibilidade não acessível: mãos que falam

Na última reportagem da série sobre acessibilidade não acessível, mostramos as dificuldades dos surdos e descobrimos que são os que mais sofrem com a falta de investimentos na comunicação visual nos equipamentos urbanos. Matéria publicada no dia o4 de agosto de 2009.

 

Tânia Passos

taniapassos.pe@dabr.com.br

A linguagem aproxima, rompe barreiras, revoluciona. Línguas diferentes são barreiras em qualquer lugar. Pior ainda no mesmo lugar, na mesma cidade, no bairro, na rua, na própria casa.

Os surdos alfabetizados têm uma língua própria e são perfeitamente capazes de se comunicar com quem conhece a linguagem dos sinais.

Não admitem o estigma da mudez. Falam com as mãos e em geral entre eles mesmos. Por isso, é comum saírem em grupos. Como minoria linguística, não têm acessibilidade plena aos serviços que exigem a condição da audição e da voz.

A falta de comunicação visual, por exemplo, é um dos obstáculos que trazem problemas no acesso ao transporte público, bancos, hospitais e até no comércio. Se não há a informação visual ou alguém capaz de interagir, a comunicação não ocorre e ele se isola, se limita, se marginaliza todos os dias.

Os surdos, aliás, são os menos favorecidos nas intervenções de acessibilidade para a pessoa com deficiência realizadas pelos gestores públicos. Uma das razões apontadas é o desconhecimento da realidade dessas pessoas.

O fato de se locomoverem com as próprias pernas e enxergarem acaba deixando-os de fora das ações voltadas, em geral, para as obras físicas. Quem nos convida a revelar nas ruas as dificuldades enfrentadas por eles é a presidente da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) em Pernambuco, Patrícia Cardoso, 38 anos.

Ela ficou surda quando criança, vítima de sarampo. Graças à família, teve acesso desde cedo à educação voltada para surdos. Hoje é professora de Libras, a língua brasileira dos sinais.

Os problemas revelados por Patrícia começam no transporte público. Muitas das paradas de ônibus do Recife ainda não dispõem de informações básicas sobre o destinos dos coletivos. Na frente da estação do metrô do Recife, um dos exemplos. A parada de ônibus não tem o painel indicando as linhas que passam no local.

Se o surdo decidir aguardar um transporte, terá que esperar para saber se algum deles coincide com a sua opção de viagem. Paradas sem placas informativas das viagens são barreiras contra a acessibilidade.

Um simples passeio pelas ruas do centro da cidade também exige um esforço do surdo para tentar se localizar. De acordo com Patrícia Cardoso, as placas de sinalização do tráfego nem sempre são claras.

A professora explica que a linguagem dos surdos não tem a tradução literal do português escrito, por isso é importante o uso de símbolos para facilitar a comunicação até para o surdo não-alfabetizado.

Na Rua da Concórdia, ela apontou como exemplo uma placa que indica a estação do metrô do Recife e a Casa da Cultura. Em sua opinião, os sinais não são claros e o surdo que não for capaz de ler não tem como compreender o que está sendo dito.

Mas é na estação do metrô onde aponta dificuldades que passam despercebidas pela maioria das pessoas. Quem iria imaginar que o surdo teria dificuldade de saber o destino dos trens? Ele tem.

Patrícia explica uma situação bastante recorrente: ao chegar à estação de embarque, se o trem já estiver no local com as portas abertas prestes a sair, o surdo só tem um jeito de saber o destino dele: precisa correr até a frente para ler o letreiro.

Com esse deslocamento, corre o risco de perder a condução. Mesmo assim, ela conta que é mais seguro esperar o próximo transporte (se não for possível correr e voltar a tempo de entrar no trem) do que pegar o destino errado.

Situações enfrentadas no dia a dia

– Um surdo passa mal e é levado para uma emergência de um hospital público do Recife. Não há profissionais preparados para atendê-lo e ele não consegue dizer o que está sentindo

– Em um caixa eletrônico, o cartão é engolido pela máquina e há apenas um telefone para o cliente informar a situação ao banco. O surdo não tem como fazê-lo

– Um surdo tem os seus cartões roubados e não consegue fazer o bloqueio ou desbloqueio por telefone

– Um surdo é acusado de um crime e não tem como se defender. As delegacias também não dispõem de profissionais para ajudar em casos desse tipo

– A campainha toca informando um incêndio em um prédio. O surdo ignora o aviso. A campainha do surdo é a luz e a maioria dos prédios não adota o procedimento

– O surdo também não pode pedir comida ou remédio por telefone

Fonte: Feneis

Saiba Mais

9.725 são pessoas com deficiência auditiva no estado

9.941 alunos com deficiência estão matriculados na rede estadual de ensino

4.488 alunos estão emsalas destinadas apenas a alunos com deficiência

5.453 alunos estão matriculados em salas inclusivas

775 empresas no estado estão sujeitas ao sistema de cotas pelo regime celetista

19.749 postos de trabalho estão previstos no sistema de cotas das empresas

2.920 pessoas com deficiência estão devidamente empregadas

16.829 é o déficit de vagas nas empresas

Fonte: Secretaria Estadual de Educação e Superintendência Estadual de Apoio à Pessoa com Deficiência 

 

Acessibilidade não acessível: Ensaio sobre a cegueira nas ruas do Recife

Segunda matéria sobre a série acessibilidade não acessível. Aqui o deficiente visual Júlio Tabosa mostra as dificuldades de circulação em um trecho “tecnicamente” acessível. Matéria publicada no dia 03 de agosto de 2009.

 

 

Tânia Passos

taniapassos.pe@dabr.com.br

Um teste simples de equilíbrio. Ficar de pé com uma perna só e abrir os braços. Tente fazer o mesmo de olhos fechados e irá perceber o grau maior de dificuldade, mesmo sem sair do lugar. Imagine então andar pelas ruas da cidade sem ter a mínima ideia de onde está pisando e o que vai encontrar pela frente.

Segundo o censo do IBGE de 2000, em Pernambuco eram mais de 900 mil deficientes visuais, dos quais cerca de 9.340 eram cegos e 146 mil tinham uma grande dificuldade permanente de enxergar. Estes dois últimos grupos estão à mercê das inúmeras barreiras que dificultam a acessibilidade.

Sejam buracos, orelhões, árvores e as temíveis bocas de lobo. Reduzir o abismo que separa a acessibilidade plena da realidade das ruas é um dos desafios dos gestores públicos e de todos nós.

Foi aos 19 anos que Júlio Tabosa, hoje com 52, perdeu a visão. Ele chegou a passar cinco anos trancado dentro de casa com medo do mundo. Mas decidiu ir à luta. Fez um curso de locomoção na Associação Pernambucana dos Cegos (APEC).

Hoje preside a Associação Beneficente dos Cegos de Pernambuco, uma casa de apoio aos cegos do interior do estado, na Estrada dos Remédios, no bairro de Afogados.

Para se deslocar na área urbana, utiliza o transporte público. Sem nenhum tipo de ajuda, Júlio concordou em fazer uma espécie de “ensaio sobre a cegueira” pelas ruas do Recife. E assim como no romance do escritor português José Saramago, ele sabe que é preciso confiar no outro

“Por mais que o cego aprenda a caminhar sozinho pelas calçadas, precisa confiar nas pessoas. Seja para pegar o ônibus certo ou atravessar o semáforo. Sempre aparece alguém para ajudar, mas há também os que dão informação errada. Se possível, é melhor confirmar com mais de uma pessoa e confiar”, ressaltou.

O ensaio pelas ruas teve início no Corredor Leste-Oeste, uma das mais recentes e importantes obras do município no sistema viário da cidade contemplada com acessibilidade.

O mesmo local onde o cadeirante Edvaldo Gonçalves, da primeira matéria da série, já havia apontado dificuldades nas rampas do entorno da Praça do Derby e na falta de continuidade dos acessos. Júlio iniciou sua caminhada no mesmo ponto da praça.

E assim como ensina o manual de locomoção para cegos, procurou a linha do canto esquerdo da calçada e seguiu em frente com a segurança de quem parece enxergar tudo.

Poucos metros à frente, o primeiro obstáculo. Um banco de concreto em um espaço que deveria estar livre. Mesmo com a bengala, quase tropeçou. Um susto para quem observa e só mais uma barreira para Júlio contornar e seguir em frente. Dessa vez, um pouco mais pela direita, pois já não parecia tão certo de que o caminho à sua esquerda estivesse livre.

Encontrou pela frente um orelhão, sem sinalização no piso. A batida foi inevitável. Mais na frente, ao lado de uma parada de ônibus, mais dois orelhões. Um ao lado do outro. Júlio tentou livrar o primeiro, mas esbarrou.

Ele contornou pelo lado contrário e deu de cara com o segundo. Foram três orelhões e três batidas emuma mesma calçada. Um sofrimento desnecessário se a acessibilidade tivesse sido respeitada. E o mais grave, em um espaço que em tese já recebeu ações e investimentos para esse fim.

As barreiras nas calçadas não são o maior temor dos cegos. O principal inimigo deles são as bocas de lobo, verdadeiros precipícios que surgem do “nada” pelo caminho. Uma lição que Edson José de Amorim Oliveira, 18 anos, já aprendeu. “Certa vez eu caminhava pela Avenida Guararapes com uma colega cega e caí em uma boca de lobo. Ela me ajudou a sair. É difícil encontrar um cego que não tenha sido vítima de uma boca de lobo”, revelou.

A preocupação é tanta que Edson faz um apelo desesperado. “Se não fizessem nada em acessibilidade e tapassem todas as bocas de lobo nós nos sentiríamos mais seguros”, desabafou o jovem, que chega ao extremo de exigir tão pouco quando tem o direito legítimo a tudo.

Remoção – Em nota, a Secretaria de Serviços Públicos da Prefeitura do Recife informou que os orelhões da praça vão receber pisos táteis e que os técnicos da Empresa de Manutenção e Limpeza Urbana (Emlurb) vão estudar uma forma de sinalizar os bancos das calçadas.

Especialista em acessibilidade, a arquiteta do Crea Ângela Carneiro tem outra sugestão. “A solução é remover os bancos da calçada. Eles podem ficar no interior da praça, mas não na calçada que deve estar livre de obstáculos”, explicou. 

 

Acessibilidade não acessível: o guerreiro em duas rodas

Em 2009, o Diario fez uma série sobre as as obras de acessibilidade nas vias urbanas do Recife, que na verdade são pouco acessíveis. E levamos três deficientes para mostrar como elas (não) funcionam na prática. Aproveito as férias para resgatar essa série bem legal. Vale a pena ver de novo.

 

 

 

 

 

Tânia Passos

taniapassos.pe@dabr.com.br

 

Nada parece mais básico, do ponto de vista da cidadania, do que o direito constitucional de ir e vir com plena acessibilidade. Simples, mas ainda distante para um universo de pessoas com deficiência física. Mais de um milhão só em Pernambuco.

A acessibilidade é uma condição primordial para a inclusão social. Um assunto relativamente novo, onde as cidades ainda estão tateando para encontrar o caminho. Um começo inseguro e carente de acertos.
Até mesmo as obras já contempladas com equipamentos para esse fim se tornam pontos inacessíveis, ou pela falta de continuidade ou por não terem sido executadas de acordo com as normas técnicas previstas no Decreto Federal 5.296/04.

Servem de “enfeite” para propagar uma medida “politicamente correta”, porém ineficaz. Durante uma semana, o Diario acompanhou pelas ruas do Recife as dificuldades de pessoas com deficiência. Gente como o cadeirante Edvaldo Gonçalves, que ficou paraplégico há 17 anos, vítima de uma esquistossomose medular.

E, ainda, o jovem Edson Amorim, 18 anos,cego aos 2 anos, vítima de glaucoma e cheio de sonhos para realizar. A dificuldade de acessibilidade não é apenas para o cadeirante ou o cego.
O surdo, mesmo enxergando e sendo capaz de se locomover, também fica à margem é o que nos conta Patrícia Cardoso, 38, surda desde os 2 anos.

A deficiência da comunicação visual limita e constrange. E talvez seja uma das mais difíceis barreiras a serem vencidas e uma das menos combatidas nas intervenções de acessibilidade.

O cadeirante Edvaldo Gonçalves, 54 anos, está longe de ser o tipo atlético, mas se transforma em guerreiro todas as vezes que precisa enfrentar os desafios da rua.

Quem conhece as péssimas condições das nossas calçadas e a infinidade de obstáculos existentes pode até ter uma vaga ideia do que isto representa, mas jamais será capaz de enxergar sob o ponto de vista de quem está sentado em uma cadeira de rodas e precisa seguir em frente. É assim que Edvaldo vê o Recife. É também assim que ele quer mudar o que ainda não é acessível.

Convidado para ser personagem desta matéria, não hesitou e traçou o roteiro dos problemas que costuma enfrentar. A viagem teve início em uma das mais importantes obras da Prefeitura do Recife, o Corredor Leste-Oeste. Um investimento de R$ 14 milhões e que foi apontado como uma das maiores obras de acessibilidade no trânsito executada nos últimos anos.

Pois foi lá mesmo que o cadeirante Edvaldo Gonçalves mostrou o que não funciona. O ponto de partida foi a Praça do Derby, restaurada, no ano passado, para integrar o corredor. Depois de estacionar o carro da reportagem no lado direito da praça, nós acompanhamos o trajeto feito por ele na cadeira de rodas.

Uma rampa de acesso ao cadeirante na lateral da praça parecia ser o caminho natural para subir na calçada. E seria, se tivesse sido feita da forma correta. A diferença na altura do pavimento da pista bem acima do nível da rampa é facilmente percebida. Um risco para o cadeirante.

“Como há uma diferença na altura dos dois pisos, a cadeira inclina e corro o risco de ser projetado para frente”, explicou. A velocidade da descida na rampa foi amortecida pela areia acumulada no local. “A areia segurou, mas exige um esforço físico maior”, explicou.

Na praça veio também o primeiro elogio. A rampa frontal que dá acesso à faixa de pedestre na Agamenon Magalhães recebeu nota máxima. “Não há risco de inclinação da cadeira e o piso está no mesmo nível da pista. Ela é perfeita”, afirmou.

O caminho perfeito é também curto. Só serviu mesmo para dar acesso à faixa de pedestre que corta a avenida. No fim da faixa os problemas recomeçam. No outro extremo não há rampa.

Sem opção, ele toma uma decisão arriscada e continua o percurso na pista de rolamento concorrendo com os carros. Segue em frente, mais uma vez, destemido. “Não posso parar no meio do caminho. Se não for acessível tenho que contornar e continuar. Se não for assim, não saio de casa”, revelou Edvaldo.

No Centro – Ao longo do Corredor Leste-Oeste, um dos trechos de melhor acessibilidade para o cadeirante é a Avenida Conde da Boa Vista. As calçadas foram alargadas e se encontram praticamente livres de ambulantes.

A locomoção na extensão do passeio não apresenta dificuldades. Mas o mesmo não se pode dizer das vias transversais. Dificuldade também na hora de atravessar de um lado para outro da avenida. “Aqui a preocupação é com o tempo do semáforo”, ressaltou.

No centro da cidade, ele convida para mais uma demonstração de desrespeito à condição do cadeirante. Na Praça Joaquim Nabuco, as rampas mais uma vez não estão no nível do pavimento da pista.

Por causa disso, exige um esforço hercúleo até mesmo para Edvaldo, habituado a travar batalhas diárias para vencer as barreiras que encontra pela frente. “Aqui não consigo sozinho”, admitiu. O fotógrafo Hélder Tavares o ajudou a vencer o obstáculo.

Passarela ligando o Aeroporto dos Guararapes ao Metrô

A estação aeroporto do metrô Recife não conseguia se conectar com seu principal equipamento: o aeroporto. Apesar de ficar de frente um para o outro, há uma barreira de duas faixas de fluxo intenso nos dois sentidos,  sem indicação de passagem segura para o pedestre. Era o chamado perto longe. A melhor alternativa de acesso era o carro. Era.

O governador Eduardo Campos anunciou o edital de licitação para a construção de uma passarela ligando os dois equipamentos. Ela tem uma estimativa de orçamento de R$ 28 milhões. Ou seja R$ 10 milhões a mais do que a construção do Terminal de Integração Cosme e Damião, porta de entrada para a cidade da Copa.

A passarela terá 661,27 metros de comprimento. Ela terá início na sede do Aeroporto, passará pela Avenida Mascarenhas de Moraes e seguirá pela Avenida Barão de Sousa Leão, entrará na rua do Colégio Maria Tereza e terminará no TI do Aeroporto, que está integrado ao metrô. “O Recife será a única capital brasileira com acesso direto à cidade da Copa integrando o avião, o metrô ou o ônibus direto com a cidade da Copa”, destacou o governador Eduardo Campos.

2012, a promessa de entrega de obras para aCopa

 

Já não era sem tempo. O governador Eduardo Campos anuncia hoje a ordem de serviço de obras estruturadoras dos terminais integrados de passageiros. E tempo de execução é curto.

A meta do governo é fazer a entrega dos equipamentos em 2012. Aliás, 2012 vem sendo apontado como o ano chave para entrega de grande parte dos equipamentos viários anunciados desde 2009.

Entre as obras está a do Terminal Integrado São Cosme e Damião, que será o principal ponto de integração para a cidade da Copa. O TI fica entre as cidades de Recife e São Lourenço da Mata e terá investimentos na ordem de R$ 17 milhões. O terminal terá duas plataformas de embarque e desembarque.

Uma para o Transporte Rápido de Ônibus (TRO) e outra para o modelo de transporte convencional, além de dois quiosques, quatro lojas, uma lanchonete e um bicicletário. A obra tem duração de 12 meses.

Já a  obra do Corredor do Ramal de Acesso à Cidade da Copa, que fará a ligação do TI Cosme e Damião à Arena também já começou. A Ordem de Serviço foi dada no início deste mês. As empresas consorciadas Mendes Junior/Servix venceram a licitação – um investimento R$ 131 milhões.

Enquanto isso, os processo de licitação dos corredores exclusivo de ônibus dos eixos Norte/Sul e Leste/Oeste ainda estão em andamento. um investimento total de R$ 476 milhões, sendo R$ 129 milhões de recursos do Tesouro Estadual e R$ 347 milhões do PAC Copa. Para o Norte-Sul, o investimento é de R$ 159 milhões, já o Leste-Oeste terá um custo de R$ 165 milhões.

E finalmente, a passarela do Aeroporto Internacional Recife/Guararapes – Gilberto Freyre também ficará pronta para a Copa do Mundo de 2014. Sua licitação também será anunciada pelo governador Eduardo Campos – um investimento de R$ 27 milhões.

Segundo o secretário Danilo Cabral, Pernambuco segue em ritmo acelerado para cumprir os prazos com o Governo Federal. “O Governador Eduardo Campos assumiu com a presidente Dilma a responsabilidade de finalizarmos todas as obras de mobilidade até o final de 2013 e é isto que estamos fazendo”.

Demais intervenções: Serão lançados também os editais de licitação para a reforma dos Terminais do Recife, Igarassu e Camaragibe e para contratação de projeto executivo de reforma dos TIs de Afogados e Cavaleiro. Ainda serão licitados equipamentos (kit básico) que irão padronizar os 13 Terminais existentes e os que estão em construção. Através do Fundo de Manutenção, também será dada a Ordem de Serviço para a reforma emergencial dos Terminais de Integração do Barro e Cavaleiro e de outros cinco miniterminais.

 

Idosos sofrem na CTTU para garantir vagas especiais

Idosos na CTTU, em sala superlotada, aguardando a vez no cadastramento das vagas especiais. Espera de até duas horas

 

Por Tatiana Nascimento

O pessoal da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) pode estar com a melhor das intenções. Mas o processo para a retirada do documento que garante o estacionamento especial a idosos, cadeirantes ou grávidas na sede da companhia, em Santo Amaro, está um tanto atrapalhado. E bastante demorado. Ontem pela manhã, o tempo médio de espera para quem foi ao local foi de duas horas.

As pessoas são (mal) acomodadas uma sala que conta com cerca de 40 cadeiras. Por volta das 11h, havia mais de 80 pessoas no local. Depois de receberem uma senha, elas ficam esperando até serem chamadas para uma sala ainda menor, onde devem entregar as cópias dos documentos necessários (RG, CPF, comprovante de residência e documento do carro).

É óbvio que o movimento cresceu apenas e tão somente porque foi iniciada no último sábado a fiscalização nos shoppings, supermercados e outros estacionamentos. Ninguém quer pagar a multa de R$ 53,20 que é aplicada em quem não tem o documento especial colocado no painel do veículo. Sem falar nos três pontos na carteira e na possibilidade de ter o carro rebocado.

A colocação do documento que garante o estacionamento especial é obrigatória desde janeiro do ano passado. Muita gente não sabia disso (ou não queria saber) e só se ligou depois do início da fiscalização. Estas pessoas poderiam (e deveriam) ter ido retirar o documento antes? Sim, poderiam. Mas isso não quer dizer que elas não devam ser bem tratadas pela CTTU agora que estão indo.

Repito: não está faltando boa vontade à equipe da CTTU. Mas faltam melhores acomodações. Foi de doer o coração ver senhores e senhoras de idade, em pé, no calor, por até duas horas. Eu fui com minha mãe para retirar o documento. E não fiquei nada feliz com o que vi.

Tamarineira, sem ciclovia integrada

Foi mais de um ano entre o anúncio do concurso para elaboração do projeto do Parque da Tamarineira e a escolha do vencedor. O prefeito João da Costa anunciou o 1º colocado.

Trata-se do escritório arquitetônico recifense: LF Empreendimentos e Projetos Arquitetônicos Ltda. Os outros 22 trabalhos participantes ficarão em exposição na galeria Janete Costa, no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem.

A ideia era que o Parque da Tamarineira fosse interligado a um cinturão verde na Zona Norte formado também pelos parques: da Jaqueira , Santana e Caiara. Estes dois com projetos de melhoria já aprovados.

A mobilidade para permitir um melhor acesso entre os equipamentos seria com a construção de uma ciclovia interligando os diversos parques. O anúncio do vencedor se refere apenas a concepção da estrutura física da Tamarineira. Não há previsão dessa ligação via ciclovia, como se previa inicialmente.

“Estamos dando o segundo passo com o anúncio do projeto vencedor. O primeiro foi dado quando decidimos pela desapropriação da Tamarineira para a construção de um parque público. Foi uma decisão difícil e corajosa por conta do interesse que havia naquela área”, revelou o prefeito.

De fato a desapropriação ocorreu após a Santa Casa, proprietária do imóvel ter anunciado a venda da área da Tamarineira à empresa Realisis, que pretendia instalar no local um centro de compras.

Um dos arquitetos representantes do escritório vencedor, Celso Sales, explicou como procurou desenvolver a ideia que se tornou a campeã. “Tentamos criar um projeto que quebrasse o folclore que existia sobre o hospital psiquiátrico”, revelou.

Ainda segundo ele, o edifício principal vai abrigar a administração, museus e um centro de convivência. “Sugerimos também a revitalização do canal do Jacarezinho, e, na entrada, procuramos colocar um espaço com jardins formando labirintos, em alusão à história do lugar, uma vez que os labirintos sempre foram relacionados ao estudo da mente humana”, disse.

 

 

O nascimento de uma cidade programada

 

Uma cidade que vai nascer conectada com as vias urbanas. A ordem de serviço para construção do Ramal da Copa, pelo Governo de Pernambuco, não representa apenas o principal acesso viário da futura arena, mas também a espinha dorsal de uma cidade projetada. O projeto master plan da cidade da Copa, tem como pano fundo a integração dos diversos modais, inclusive o Veículo Leve sob Trilho (VLT). A boa notícia da assinatura da ordem de serviço com o repórter Cássio Zírpoli.

 

Diario de Pernambuco

Por Cassio Zirpoli

Foi assinada na manhã deste sábado a ordem de serviço para a construção do Ramal Cidade da Copa, apontado como o principal acesso viário para a futura arena pernambucana, palco da Copa do Mundo de 2014.

Com 6,3 quilômetros de extensão, a radial vai da Avenida Belarmino Correia, em Camaragibe, até a Cidade da Copa, em São Lourenço da Mata, cruzando o Rio Capibaribe com uma nova ponte, dividida por faixas de ônibus, carros e ciclovias.

Orçado em R$ 132 milhões, o projeto será desenvolvido pelo consórcio Mendes Júnior/Servix, que vence a licitação nº 009/2011, cujo resultado foi homologado no Diário Oficial em 27 de setembro. O valor está dividido entre PAC-Copa (R$ 99 milhões, financiados) e recursos do governo estadual (R$ 32 milhões).

“Estamos antecipando o calendário. Nós tínhamos um compromisso acordado com a presidenta Dilma de ter o começo dessa obra até dezembro”, afirmou o governador do estado, Eduardo Campos (PSB), cercado de aliados políticos durante a cerimônia, que contou com Sérgio Mendes, representante da Mendes Júnior, na assinatura.

Com o início da obra, cujo prazo de conclusão é de 18 meses (primeiro trimestre de 2013), Pernambuco busca fortalecer a sua “candidatura” em busca de um lugar na Copa das Confederações, que ocorrerá no Brasil em 2013, como teste para o Mundial. Serão cinco ou seis cidades, entre as 12 subsedes da próxima Copa do Mundo.

A Fifa vai anunciar as escolhidas durante o congresso executivo da entidade, em Zurique, na Suíça, nos dias 20 e 21 de outubro. “Tenho confiança de que seremos escolhidos. Nossas obras estão verdes, ou seja, no prazo. Isso será um argumento forte junto à Fifa neste mês”, completou o governador.

O Ramal Cidade da Copa, que vai contar com um corredor exclusivo de TRO (Transporte Rápido de Ônibus), será construído em duas etapas. Na primeira, será feita um intervenção de 3,76 km, já no terreno da Cidade da Copa, na margem do Rio Capibaribe, até a conexão com a rodovia BR-408, o outro acesso ao estádio desenvolvido pela Odebrecht.

Segundo o cronograma traçado pela Mendes Júnior em acordo com o estado, essa etapa deve ser concluída até dezembro do ano que vem. Depois, na segunda etapa, com 2,65 quilômetros, a obra irá do Terminal de Camaragibe até a nova ponte, passando pela nova estação de metrô Cosme e Damião.

“Esses prazos mostram o compromisso da empresa, consciente do que estamos fazendo aqui, para viabilizar Pernambuco na Copa das Confederações”, ressaltou o secretário das Cidades, Danilo Cabral.

Além da ordem de serviço do Ramal, também foi assinado o projeto de lei (PL) que cria critérios de reajuste tarifário e regulamenta a remuneração dos concessionários de transporte público, estabelecendo diretrizes na licitação das linhas de ônibus que circulam na Região Metropolitana do Recife (RMR).

Para entrar em vigor, o PL depende da apreciação das câmaras de vereadores do Recife e Olinda, além da Assembleia Legislativa de Pernambuco. Por sinal, os prefeitos João da Costa (Recife) e Renildo Calheiros (Olinda) participaram do ato da assinatura.