Entre a ordem e o caos

Por
Tânia Passos
Coluna Mobilidade Urbana, publicada no Diario de Pernambuco de 16.07.12

Uma das grandes vantagens de viajar, do ponto de vista do olhar da cidade, é conhecer de perto a experiência de outros lugares. E fazer um questionamento simples: porque não copiamos as experiências que dão certo? Uma das poucas coisas que sinto, realmente, inveja é da falta de acessibilidade plena nas ruas do Recife. E não precisaria ser assim. Entre o caos e a ordem, bastaria uma decisão. Fico me perguntando quando os gestores públicos vão entender que as calçadas são do pedestre. Não são para fazer comércio ou exposição de produtos ou ainda uma extensão dos imóveis para realização de serviços, sejam públicos ou privados. Não. A calçada é do pedestre.

Muitas cidades já entenderam isso, o Recife ainda não. Apesar do “esforço” das equipes da Diretoria de Controle Urbano (Dircon) para “disciplinar” o comércio nas ruas, abrindo um pedacinho da calçada para o pedestre passar, isso está longe de ser suficiente. Mas não é uma decisão da Dircon, apenas. A decisão passa pelo gestor público. Mas isso não é de agora. Tem sido assim sempre. O discurso da questão social e da tradição dos mascates na cidade, não justifica sermos uma cidade tão pouco acessível. E o direito de ir e vir. Ninguém nunca questionou?

Tirar o comércio ambulante das ruas, seja na área central ou nos bairros, as oficinas mecânicas das calçadas, os produtos das lojas no meio do passeio, não é fácil. Mas quem conseguir implantar um modelo que devolva os passeios aos pedestres com certeza fará história e será sempre lembrado como um gestor que fez a diferença para a mobilidade. Percorri, nestes últimos 15 dias as ruas do centro de Belo Horizonte e Curitiba e em ambas, o respeito ao passeio é uma regra que não pode ser quebrada. Não foi sempre assim. Os ambulantes tiveram que ser transferidos para centros comerciais populares, uma ideia que o Recife já teve, mas nunca implantou. Outra coisa, não é apenas o centro que ficou livre para os pedestres, as ruas dos bairros periféricos também.

Mas há outro detalhe que diferencia muito essas cidades do caos que temos no Recife, além dos passeios ficarem totalmente livres, não há carros estacionados nas vias públicas em áreas centrais ou corredores de tráfego. Operação de carga e descarga, atrapalhando o fluxo, nem pensar. A sensação é de que tudo está limpo, livre e acessível. Cada rua que eu passava pelo centro de Belo Horizonte, em áreas históricas da cidade, mentalizava a realidade das vias do Recife. Acho que essa é a única inveja que tenho de outras cidades..

A importância do uso do capacete

Por

Mariana Czerwonka

O aumento da frota de motocicletas trouxe uma consequência trágica para as ruas do país, o crescimento dos acidentes e mortes envolvendo motociclistas.

“O capacete é o equipamento para condutores e passageiros de motocicletas e similares que, quando utilizado corretamente, minimiza os efeitos causados por impacto contra a cabeça do usuário em um eventual acidente”, afirma Elaine Sizilo, pedagoga, especialista em trânsito.

Estudos efetuados para avaliar a eficácia do uso de capacetes, demonstraram que, o seu uso pode prevenir cerca de 69% dos traumatismos crânio-encefálicos e 65% dos traumatismos da face. O capacete protege o usuário desde que utilizado corretamente, ou seja, afivelado, com todos os seus acessórios e complementos.

“É importante verificar se o capacete apresenta o selo do Inmetro, pois esta é a garantia de que este capacete foi testado de acordo com as normas estabelecidas por um organismo de certificação competente”, lembra Sizilo. Ainda segundo a especialista, a recomendação é utilizar somente os chamados capacetes “fechados”, que protegem toda a cabeça.

Quem não usa o capacete, além de estar colocando a própria vida em risco, comete uma infração gravíssima, com multa de R$ 191,54 e suspensão direta do direito de dirigir.

Viseira

As viseiras fazem parte do capacete e protegem os olhos e parte da face contra impactos de chuva, poeira, insetos, sujeira e detritos jogados ou levantados por outros veículos. Em velocidade, o impacto de um pequeno objeto causa um grande estrago se o piloto não estiver suficientemente protegido.

Os óculos comuns não proporcionam uma proteção adequada, pois são facilmente arrancados em caso de colisão e até pelo vento, se o piloto girar a cabeça. Além disso, mantém muito exposta uma boa parte da face e não impedem o lacrimejamento causado pelo excesso de vento. Portanto, o equipamento adequado para capacetes sem viseira é o óculos de proteção, desenvolvido especialmente para esta finalidade.

Transitar sem viseira ou óculos de proteção (ou com a viseira levantada) também é infração de trânsito gravíssima, com multa de R$ 191,54 e suspensão direta do direito de dirigir.

 

Fonte: Portal do Trânsito

Metrópole em movimento

 

O Diario inicia hoje uma série, onde mostra as soluções que as metrópoles estão escolhendo para projetar os deslocamentos no futuro. Das 15 cidades, que vão receber a Copa do Mundo, todas estão apostando no modelo do BRT (sigla em inglês para Transporte Rápido por Ônibus). Raras exceções para o transporte ferroviário. A primeira cidade que visitamos foi Belo Horizonte, que tem a sexta maior população do país. Além do material de texto para o impresso, foi produzido também um vídeo  para mostrar o olhar da cidade para o transporte público. Acompanhe o resultado do material.

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Sistema inteligente evitará distração do motorista

 

A distração dos motoristas é uma preocupação que vem crescendo no mesmo ritmo em que novos dispositivos de comunicação móvel são lançados no mercado. Os engenheiros do laboratório de Pesquisa e Inovação da Ford, nosEstados Unidos, estão desenvolvendo tecnologias para ajudar o motorista a manter a atenção no trânsito, com o gerenciamento inteligente da comunicação a bordo.

“Estamos pesquisando modos de usar a inteligência do veículo para ajudar o motorista”, diz Jeff Greenberg, líder técnico de Pesquisa e Inovação da montadora. “Dados de comando do veículo, dos sensores e condições da pista, e informações biométricas, como o pulso e respiração do condutor, podem ser usados para avaliar a sua carga de trabalho e ajudá-lo nas situações em que está sobrecarregado.”

Informações dos sistemas de assistência ao motorista podem ser usadas para avaliar as condições externas e o comportamento de quem está dirigindo. Ao mesmo tempo, a montadora norte-americana continua as pesquisas na área da saúde e bem-estar, com o desenvolvimento de banco biométrico e sensores de cinto de segurança e direção, que podem monitorar e avaliar com mais precisão oestado do condutor.

O avaliador de carga de trabalho do motorista é um algoritmo que analisa dados em tempo real dos sensores do veículo, como radares e câmeras, combinados com os comandos de uso do acelerador, freios e direção. O resultado é um sistema inteligente que permite o gerenciamento das comunicações a bordo com base na carga de trabalho em cada situação.

Os radares do sistema de monitoramento de pontos cegos, por exemplo, e a câmera de visão dianteira do sistema de manutenção do carro na faixa estão sempre a postos, mesmo quando não há nenhum alerta a ser feito ao condutor. Esses recursos poderiam indicar se há tráfego intenso na faixa quando se acessa uma rodovia.

Combinando esse conhecimento com o fato de o motorista ter pisado no acelerador para aumentar a velocidade, o avaliador de carga de trabalho pode determinar que não é uma boa hora para atender a uma ligação do celular. O carro poderia, inteligentemente, aplicar o dispositivo “Não incomode”, que já está disponível no sistema MyFord Touch, ajudando o motorista a manter a atenção na pista.

Dados biométricos

“Além de usar os dados já disponíveis nos veículos, estamos pesquisando novos caminhos para entender melhor o nível de tensão do motorista”, diz Gary Strumolo, gerente de Infotrônica da área de Pesquisa e Inovação da Ford. “Informações biométricas e de saúde do motorista podem nos ajudar a criar uma experiência melhor de direção.”

O uso de sensores biométricos voltados ao motorista ajudará a criar uma visão mais completa da sua carga de trabalho. A equipe de pesquisa construiu um assento biométrico para testar diferentes sensores e reunir dados sobre como o motorista responde a uma série de situações, com o objetivo de criar um modelo de comportamento. O sistema experimental utiliza sensores instalados no aro e raios da direção para captar informações. Qualquer pessoa que já tenha usado um aparelho de ginástica moderno, como esteiras, está familiarizada com esses sensores de batimento cardíaco.

Fonte: Trânsito Manaus (Via Portal do Trânsito)

Grande Recife faz balanço da greve

O Grande Recife Consórcio de Transporte está mantendo, durante toda a operação de hoje, as equipes de fiscalização nas ruas para minimizar os efeitos da paralisação dos operadores do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife. A operação, por volta das 5h da manhã, iniciou com 35% dos 2.800 coletivos do sistema em atividade. Ao longo da manhã, por volta das 11h, esse percentual alcançou os 57%. A expectativa é de que até o final do dia a operação atinja o percentual de 80%.

Em função do atraso no início da operação em diversas linhas, houve retenção de demanda em corredores e terminais, que foram sendo resolvidos ao longo da manhã. Em algumas áreas foi necessária a transferência de veículos de outras empresas para suprir a demanda, devido a adesão de um maior número de operadores a greve em localidades como: Candeias, em Jaboatão dos Guararapes, e no município de Igarassu Igarassu.

O Consórcio manterá a operação de monitoramento – com a ação da fiscalização e o apoio da Polícia Militar – até o final da paralisação, previsto para a meia-noite. O esquema será mantido até o final da greve. É válido enfatizar que a justiça determinou que 50% da frota de ônibus devem estar nas ruas durante a paralisação.

Ressaltamos também que a negociação entre os sindicatos dos operadores e das empresas é algo sobre o qual o Grande Recife, como órgão gestor, não tem interferência. Dúvidas, informações e reclamações podem ser obtidas através da Central de Atendimento ao Cliente, pelo número 0800.0810158.

 

Fonte: Grande Recife

Detran convoca candidatos aprovados


 

O Departamento Estadual de Trânsito convoca 94 candidatos aprovados no concurso público realizado no ano de 2010 para assumirem os cargos efetivos de Analista e Assistente de Trânsito, advogado, engenheiro e Jornalista. As áreas abrangem desde a Região Metropolitana a municípios do interior, a exemplo de Caruaru, Pesqueira, Carpina e Cabo de Santo Agostinho.

A vigência do concurso foi prorrogada para 16 de abril de 2014. Com 104 postos de atendimento em todo o Estado, o DETRAN visa a melhoria na qualidade do atendimento presencial e uma maior oferta de serviços como o DETRAN Online, a vistoria eletrônica e o DETRAN Express. Os convocados devem aguardar uma comunicação oficial do Detran – via Correios ou E-mail – com as datas para apresentação e a documentação necessária. O calendário deve ser divulgado ainda esta semana.

 

Fonte: Detran

Estacionamento é responsabilidade de quem?

 

Por

Tânia Passos  (Coluna Mobilidade Urbana)

É preciso muita coragem do gestor público para enfrentar a questão dos estacionamentos em vias públicas. Imagine comprar briga com mais de meio milhão de usuários de automóveis, no caso do Recife. É verdade que nem todos os carros ficam na rua, mas é também verdade que, em algum momento, a rua é o espaço escolhido ou único para estacionar. Mas que essa briga pode acontecer, isso pode.

É o caso, por exemplo, do nosso vizinho latino-americano, o ex-prefeito de Bogotá, Enrique Peñalosa, que adotou o conceito de que as ruas são para as pessoas, ciclistas, transporte público e os carros, nessa ordem. Lá, ele deu início ao fim dos estacionamentos nas vias públicas e onde havia carro estacionado, abriu espaço para as ciclovias e garantiu acessibilidade dos pedestres nas calçadas. Funcionou.

E quando perguntado sobre o espaço para estacionar o carro, ele repondeu: “Estacionamento não é um problema público”. Por trás dessa resposta está também a seguinte mensagem: o problema do estacionamento é do dono do carro e do dono dos estabelecimentos, que têm demanda de clientes motorizados. O restante do público que circula pelas vias não tem nada a ver com seu “problema”.

Na verdade, o que acontece hoje é exatamente o inverso, quem atrapalha o fluxo de uma via, sem a menor cerimônia, está pouco se importando com as necessidades de mobilidade da maioria. Talvez por isso, no Japão, antes de alguém comprar um carro precisa provar que tem lugar para estacionar o veículo, que não será na rua.

Aqui temos estacionamento legalizado nas vias públicas por apenas R$ 1 e ficou a cargo do município viabilizar projetos, junto à iniciativa privada, para a construção de edifícios-garagem. Ninguém quer desagradar aos donos dos carros, que representam poder aquisitivo e de opinião, mesmo que esse universo represente cerca de 30% da população. Uma minoria, que está pouco interessada em saber de quem é a responsabilidade em deixar um lugar garantido lá na rua para seu carro.

As transformações urbanas na Agamenon

Por

Tânia Passos

Não será fácil reimaginar o cenário da Avenida Agamenon Magalhães. Foram mais de quatro décadas lidando com o seu dia a dia dinâmico e, por vezes, congestionado. O modo de circulação da primeira perimetral do Recife irá mudar radicalmente para se adequar ao corredor Norte/Sul. As pistas exclusivas para o BRT, nos dois sentidos, vão ficar ao lado do canal central da via.

Para garantir a velocidade do corredor, serão removidos os semáforos de quatro cruzamentos. Entram em cena os viadutos e as passarelas. Com estes equipamentos, a circulação na Agamenon Magalhães nunca mais será a mesma. E tanto motoristas como pedestres e ciclistas terão que reaprender os caminhos.

Não apenas a circulação, mas também alguns hábitos e costumes serão modificados com o futuro cenário da avenida. Não fazer a travessia em nível, por exemplo, onde haverá passarela, é um deles. Morador do bairro da Boa Vista, o aposentado Antônio Alfredo, 68 anos, terá que buscar outro supermercado para fazer as compras de todos os dias. O local onde hoje está o supermercado Bompreço dará lugar à curva do viaduto da Bandeira Filho. Ao todo, 31 imóveis serão desapropriados. “Tudo por aqui vai ficar muito diferente. Eu espero que seja para melhor.”

As mudanças trazem juntas as incertezas. O comerciante Deomedes Pereira, 48, está preocupado com o seu futuro. Desde que nasceu, ele mora e trabalha na esquina da Rua Montevidéu, em um dos imóveis que serão desapropriados. A área que pertence à família dele tem cerca de 1.250 metros quadrados. O espaço privilegiado serve de estacionamento para dois empreendimentos. “Tenho contrato com a Clínica de Fraturas e com um cursinho. Ao todo, são 35 vagas cobertas. Ainda não sei para onde vou”, revelou o comerciante, que também tem um bar no local.

Também preocupados estão os barraqueiros que comercializam na calçada nos fundos do supermercado. Alguns há mais de 30 anos. Uma equipe da Secretaria das Cidades está fazendo o levantamento da renda diária deles para que sejam indenizados. “Eu preferia outro lugar para trabalhar. O dinheiro da indenização vai acabar”, revelou o comerciante Aldo Paulino da Silva, 58 anos.

Se para quem trabalha no local as mudanças trazem incertezas, imagine para quem vai ser vizinho de um dos viadutos. Inconformados, os moradores da Rua Bandeira Filho já fizeram vários protestos contra a implantação dos elevados. O viaduto passará ao lado de um conjunto de quatro prédios com 72 apartamentos. “Os moradores ainda não sabem como vão sair e chegar em suas casas. Além disso, haverá aumento das poluições do ar e sonora”, revelou a psicóloga Valéria Vieira, 53 anos. Para o governo, o interesse da maioria se sobrepõe à minoria.