O presidente da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha, deu uma entrevista exclusiva à repórter Juliana Colares, onde compara o VLT (Veículo Leve Sobre Trilho) ao BRT (Bus Rapid Transport), este último deverá ser implantado em 18 cidades brasileiras, entre elas o Recife. Acompanhe um trecho da entrevista.
Qual a diferença e vantagens entre o BRT e VLT?
O BRT tem maior capacidade de transporte de passageiros que o VLT. O VLT pode chegar no máximo a 28 mil passageiros por hora, por sentido. O BRT, a 40 mil. Em uma única viagem, o VLT leva mais passageiros, pode levar 1 mil pessoas em uma viagem porque ele tem quatro grandes vagões.
A capacidade máxima de um ônibus biarticulado é de 270 passageiros por viagem. Mas como o ônibus é mais rápido, tem maior capacidade de transporte. Outra questão é que como os veículos são muito mais baratos, pode haver uma frequência, num corredor, um ônibus a cada 20 segundos, como tem na Turquia hoje. De maneira que você uma alta eficiência. Isso é impossível de fazer com o VLT.
No VLT, o custo de implantação pode chegar a ser dez, 20 vezes mais caro que o BRT, além de que o prazo de implatação é muito maior também, porque você tem que fazer rede elétrica, estações retificadoras. O tempo de implantação é muito maior. Além de ser um produto importado, enquanto com o BRT nós estamos privilegiando a indústria brasileira.
O BRT tem uma série de vantagens sobre qualquer outro modal. Não quero dizer com isso que uma rede integrada de transporte não possa ter todos os modais, isso é perfeitamente possível.