BRT de BH terá espaço para bicicleta e começa a operar no dia 8 de março

Ciclistas do BH em Ciclo testam o embarque de bikes do BRT Move Ciclistas do BH em Ciclo testam o embarque de bikes do BRT Move Foto - divulgação
Ciclistas do BH em Ciclo testam o embarque de bikes do BRT Move
Foto – divulgação

No último sábado (22), dois integrantes da associação BH em Ciclo, que também são conselheiros no Comurb  – Conselho de Mobilidade Urbana, realizaram uma visita técnica ao BRT Move, acompanhados de técnicos da BHTrans, a responsável pelo sistema. O objetivo, avaliar a estrutura montada pela prefeitura que permitirá a integração dos dois modos (bicicleta e BRT) e o espaço destinado no interior dos ônibus para as ‘magrelas’.

O BRT Move começa a funcionar no sábado, dia 8 de março. Trinta e cinco dos 200 ônibus estão equipados para receber os ciclistas, sendo que cada veículo comportará no máximo duas bikes. O embarque será permitido somente aos sábados, após as 15 horas, e domingos e feriados durante todo o dia.

A questão dos dias permitidos já traz, aliás, a primeira das críticas dos ciclistas. Eles entendem que, ao não incluírem a bicicleta durante os dias úteis, quando a população sai para trabalhar ou estudar, a estrutura montada para o BRT desconsiderou o veículo como meio de transporte. De positivo, nesse aspecto, é a informação, passada aos ciclistas pelo presidente  da BHTrans em março, de que as estações do BRT terão bicicletários (mas ainda não se sabe se todas ou quais).

Os representantes da BH em Ciclo, Guilherme Tampieri e Amanda Corradi, levaram suas bicicletas à visita no sábado para fazer a vistoria e testar o esquema de integração do Move. Ao final, a entidade tirou um documento, “Impressões da BH em Ciclo acerca da integração do BRT Move com a bicicleta”, listando as impressões dos ativistas, e apontando falhas, assim como sugestões à BHTrans sobre como o serviço poderá ser melhorado.

Corredor do BRT em Belo Horizonte - Foto - reprodução/internetEntre os problemas operacionais presenciados, a entidade destaca a falta de informações sobre o acesso das bikes à estação (por escadas, elevadores?), sobre a implantação de paraciclos nas estações de transferência do Move; a não existência de instruções sobre como usar o espaço destinado às bicicletas, nem nos ônibus nem nas estações. Quanto à estrutura instalada nos ônibus, avaliam que é pouco prática e acessível, e, sendo  fixa, exige encaixe preciso, ou seja, está em posição desfavorável ao ciclista.

O olhar atento dos ciclistas percebeu também que bicicletas com pneus mais grossos podem não caber no encaixe e que bicicletas maiores ou com bagageiros, cestas e alforjes podem ser incompatíveis com as dimensões do equipamento. Além disso, como a roda da frente ficará disposta para baixo, bicicletas maiores ou que tenham cesto podem não caber; e ainda o guidão, ficando para baixo, ‘na beirada’, poderá atrapalhar a passagem das pessoas pelo corredor.

Não foi a primeira vez que os ciclistas mineiros tentaram interferir no projeto, e a principal reclamação é que não foram consultados pelo órgão público. No dia 11 de fevereiro, a equipe da BH em Ciclo enviou um ofício ao presidente da BHTrans pedindo mudanças no regulamento do BRT, no que tange à integração deste sistema à bicicleta. “Ainda não obtivemos resposta, mas esperamos que sejam dadas antes do início das operações do BRT. Acredito que nossas proposições corroboram, ainda que de maneira singela, para que a BHTrans alcance a meta  – estipulada por ela própria  – de 6% de viagens feitas por bicicleta até 2020”, analisa Guilherme.

Nas conclusões do relato da visita feito pala BH em Ciclo, a associação faz questão de afirmar que é positiva a possibilidade de inclusão das bicicletas nos ônibus do BRT, mesmo que façam ressalvas e com pontos a serem melhorados, diz o texto. Por fim, pedem à BHTrans que coloque a bicicleta em uma agenda que compreenda, de fato, este veículo como meio de transporte.

Fonte: Portal Mobilize

Qual o nível de “ciclabilidade” da sua cidade?

Cidade ciclável - Ilustração/Mobilize Brasil/Divulgação
Cidade ciclável – Ilustração/Mobilize Brasil/Divulgação

Desenvolvido pelo mestrando em Engenharia Urbana da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Yuriê Baptista César, como parte de sua dissertação, o questionário Avaliação Nacional da Ciclabilidade tem como objetivo aferir se a as cidades brasileiras têm capacidade para atender os usuários de bicicletas.

Qualquer um pode colaborar com o diagnóstico da ciclabilidade de sua cidade, respondendo o questionário que se encontra neste link www.ciclabilidade.ufscar.br/ . O tempo médio de resposta às questões é de 20 minutos, informa Yuriê. A proposta é realizar uma avaliação bem próxima da realidade, com informações de quem de fato utiliza os espaços públicos.

Os dados colhidos no estudo terão finalidade estritamente cientifica, não revelando a identidade de quem respondeu ao questionário.

A pesquisa é desenvolvida por Yuriê sob orientação da professora Suely da Penha Sanches, da UFSCar, com colaboração da docente Fabianne Batista Balvedi, da PUC/PR.

Fonte: Mobilize Brasil

Venda de bicicleta com manual de circulação do trânsito

Venda de bicicleta poderá ser vinculada à entrega de manual de circulação no trânsito - Foto - Annaclarice Almeida DP/ D.A.Press
Venda de bicicleta poderá ser vinculada à entrega de manual de circulação no trânsito – Foto – Annaclarice Almeida DP/ D.A.Press

A Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara dos Deputados aprovou na quarta-feira proposta que obriga os fabricantes e importadores de bicicletas a fornecer aos compradores um manual com normas de circulação e infrações contidas no Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9503/97), além de informações sobre direção defensiva e primeiros socorros.

O texto aprovado é o substitutivo de deputado Carlos Roberto (PSDB-SP) ao Projeto de Lei 1493/11, do deputado Mauro Mariani (PMDB-SC). O relator incluiu no substitutivo a obrigatoriedade de a nota fiscal informar o número de série da bicicleta, medida prevista no PL 6159/13, do deputado Major Fábio (DEM-PB), que foi apensado ao PL 1493. A intenção é facilitar a identificação de bicicletas furtadas e coibir a prática.

Roberto argumentou que os dois projetos são meritórios e, por isso, optou por apresentar um texto que associasse as duas medidas. “Os benefícios sociais advindos da aplicação de suas disposições compensam largamente os custos impostos aos fabricantes e comerciantes, e podem contribuir efetivamente para promover maior educação de trânsito e consequentemente uma maior segurança para todos os condutores de veículos, inclusive os ciclistas”, avaliou.

Fonte: Agência Câmara

Depois do metrô, ônibus poderão receber bicicletas no Recife

Bicicleta dentro do metrô do Recife - Foto - Paulo Paiva DP/D.A.Press
Bicicleta dentro do metrô do Recife – Foto – Paulo Paiva DP/D.A.Press

Primeiro o metrô abriu espaço para a bicicleta, pelo menos nos finais de semana e feriados, agora há possíbilidade de ônibus e até táxis se adaptarem para receber a magrela. No Espírito Santo, a ideia já foi implantada. Acompanhe as reportagens no Recife e Espírito Santo.

Recife:

Os ônibus e demais veículos com capacidade igual ou maior que 30 passageiros, e tenham a finalidade de explorar as linhas de transporte coletivo no Recife, deverão reservar espaço e instalar equipamentos adequados ao transporte de bicicletas. Isso é o que dispõe o projeto de lei número 373/2013, de autoria do vereador Raul Jungmann (PPS), que está tramitando na Câmara Municipal e encontra-se em fase de receber emendas. A presença dos equipamentos nos ônibus, no entendimento do vereador, facilitará a adoção da bicicleta como meio de transporte, possibilitando que um número muito maior de pessoas a utilize no seu dia a dia, e não somente como opção de lazer.

O projeto de lei está sendo analisado nas comissões de Legislação e Justiça; e de Meio Ambiente, Transportes e Trânsito, para análise emissão de pareceres. A matéria determina que os veículos, mesmo tendo a obrigatoriedade de instalar os equipamentos para as bicicletas,  não poderão cobrar a mais pelo transporte delas. “No mundo todo, buscam-se alternativas sustentáveis para a mobilidade urbana. Ponto consensual é o de que os automóveis são o maior problema no trânsito das grandes cidades. Incentiva-se, dessa forma, o uso de bicicletas e outros meios não poluentes para o transporte”, disse o vereador.

Raul Jungmann entende que os efeitos do projeto de lei, caso a matéria seja aprovada, irão beneficiar os trabalhadores que fazem uso da bicicleta como meio regular de transporte, por ser mais econômico. “Outro consenso nas discussões sobre mobilidade é a convergência dos modais. A bicicleta pode ser usada, assim, de maneira complementar ao transporte público, dando mais alternativa aos usuários, e viabilizando a sua utilização por mais pessoas.

Fonte: Redação/DP

Vitória/ES:

Ônibus para bicicletas circulam no ES e ciclistas apontam problemas

Bicicletas dentro do ônibus no Espírito Santo - Foto - reprodução
Bicicletas dentro do ônibus no Espírito Santo – Foto – reprodução

Os ônibus adaptados para bicicletas começaram a circular entre Vitória e Vila Velha, pela Terceira Ponte, nesta segunda-feira (18). Os primeiros usuários do Bike GV aprovaram a ideia, mas apontaram detalhes a serem modificados para melhorar o funcionamento do sistema.

Entre os pontos a serem revistos estão a substituição da escada por uma rampa e a implantação de estruturas que deem melhor fixação às bicicletas. Os ciclistas também reclamaram do valor cobrado: R$ 1,25. A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb/GV) garantiu que todas as sugestões serão avaliadas para possíveis reajustes.

Os veículos vão transportar ciclistas e bicicletas pela Terceira Ponte, local que não possui ciclovias. Os coletivos, que receberam o nome de BikeGV, têm estrutura para carregar até 17 bicicletas e 17 passageiros, sendo cinco sentadas. O trajeto é apenas para deixar os ciclistas nas ciclovias mais próximas dos dois municípios, eles não circulam por outros pontos. A passagem custará R$ 1,25 e é paga diretamente ao motorista.

Os ônibus vão começar a circular às 6h, cada um partindo de um município, e o último horário de circulação é 20h30. As saídas são a cada meia hora em horários de pico e de 45 em 45 minutos no restante do dia. Com o trânsito intenso na Terceira Ponte, as primeiras viagens do dia sofreram atraso. Os ônibus partem da Praça da Ciência, em Vitória, e da Avenida Carioca, ao lado do Terminal de Vila Velha.

Prós e contras
A ideia agradou os ciclistas, que há algum tempo exigiam uma alternativa para a falta de ciclovia na ponte que liga as cidades, mas eles apontam ajustes. “A gente precisava realmente de ter esse trajeto, de ter como o ciclista atravessar. Eu fazia 19 quilômetros de Vitória para Vila Velha e agora vou fazer quatro ou cinco quilômetros. Mas só isso não vai resolver.

Precisamos de ciclovias na Terceira Ponte para solucionar o problema de quem vai de Vitória a Vila Velha, e vice e versa, todos os dias. Além disso, quem usa bicicleta é quem não pode, em muitas vezes pagar por transporte público, então cobrar R$ 1,25 por um trecho de 3 quilômetros é muito caro”, disse o estudante Rafael Darrouy.

Já para o representante comercial Edgar Bettazzone, o sistema beneficiou quem pedala por hobby ou esporte. “Está sendo uma ‘mão na roda’ para a gente que é ciclista, que quer pedalar em Vitória”, contou.

Mas além dos benefícios, outras falhas também já foram percebidas logo no primeiro dia de funcionamento. “As bicicletas modificadas, que são para corrida, ficam um pouco desconfortáveis, ficam soltas, explicou o assistente social Fabricio Barcelos.

A implantação de uma rampa, no lugar da escada, também facilitaria a entrada e saída dos passageiros com suas “magrelas”.  Além disso, para alguns ciclistas, essa é apenas uma solução provisória para a atual situação do trânsito capixaba. “Se tivesse ciclovia seria muito melhor, mas esse passo é importante. Como o primeiro passo de um projeto importante, pode melhorar bastante sim”, disse o estudante Rafael Oliari.

De acordo com a diretora de operações de Ceturb, Rosane Giuberti, todas as propostas serão recebidas e avaliadas. “Nós vamos estar monitorando, recebendo todas as informações, principalmente desse público alvo que a gente pretende atingir. Então todas as sugestões vão ser avaliadas e a gente vai fazer os ajustes necessários”.

Fonte: Portal Mobilize

Motoristas de ônibus do Recife vivem dia de ciclistas em treinamento

Motoristas de ônibus tiveram a oportunidade de se colocar no lugar dos ciclistas que enfrentam, diariamente, o trânsito da Região Metropolitana do Recife (RMR). A experiência fez parte do treinamento da empresa de ônibus Itamaracá.

A ação, coordenada pela Associação Metropolitana de Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), simulou situações de risco, entre elas, como quando precisam passar pelos coletivos. O treinamento, planejado pelo setor de desenvolvimento pessoal da empresa, tem o objetivo de sensibilizar a categoria e evitar acidentes com os ciclistas.

Porto Leve integra-se ao Bike PE

Porto Leve - Foto - Ricardo Gernandes DP/D.A.Press

O final de semana chega com uma notícia positiva para os usuários dos sistemas Bike PE e Porto Leve. A Secretaria das Cidades, responsável por gerenciar o Projeto Bike PE, firmou uma parceria com o Porto Digital, autor do projeto Porto Leve, e integrou os dois sistemas de aluguel de bicicletas.

A principal mudança será sentida pelos usuários do Vale Eletrônico Metropolitano (VEM). As 10 estações do Porto Leve, instaladas ao redor do bairro do Recife Antigo, já contam com leitores do cartão. Com isso, os usuários cadastrados no sistema Bike PE pelo VEM, já podem adquirir a sua bicicleta nas estações do Porto Leve. Os usuários que não possuem o VEM e já compraram o seu passe, também podem pegar uma bicicleta em qualquer uma das estações.

Com a integração dos sistemas, os ciclistas contarão com 36 estações e 360 bicicletas. Hoje, 27 estações estão instaladas no Recife, cinco estações em Olinda e quatro em Jaboatão dos Guararapes.

Para o secretário Danilo Cabral, a integração é bem vinda e aguardada pelos simpatizantes da iniciativa. “Nossa meta é chegar até o final deste ano com 70 estações instaladas. As pessoas buscam fugir dos constantes engarrafamentos e pedalar é uma ótima opção. Quanto mais estações estiverem espalhadas pelos bairros do Recife, melhor. Queremos promover cada vez mais a utilização desse modal de transporte”, enfatizou.

Estações no Recife: As estações estão localizadas próximas ao Forte das Cinco Pontas; do Mercado de São José; da Casa da Cultura; da Praça da República; da Praça do Diário; da Rua Nova; do Cine São Luiz; do Parque Treze de Maio; da Faculdade de Direito; da Praça Miguel de Cervantes; da Avenida Conde da Boa Vista; da Praça da Soledade; da Universidade Católica de Pernambuco; da Praça Oswaldo Cruz e, Praça do Derby e Praça do Entroncamento.

As estações do Porto Leve, que agora fazem parte do Bike PE estão localizadas na Av. Cais do Apolo (ao lado da parada de ônibus próxima à Prefeitura do Recife); na Praça Tiradentes (próximo ao C.E.S.A.R); na Praça do Arsenal da Marinha (No prédio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico); na Travessa do Bom Jesus (na esquina com Rua do Apolo); no Cais do Porto (antigo Bandepe); na Livraria Cultura; no Terminal de Passageiros de Santa Rita; na Rua da Aurora (na frente da Contax); na Rua do Capital Lima e na Rua Bione.

Já em Olinda, cinco estações estão espalhadas por áreas estratégicas da cidade. Sendo a primeira estação próxima ao Mercado Eufrásio Barbosa; a seguinte na Praça do Carmo; outra na Praça 12 de Março; outra estação na Rua Alberto Lundgren e na Rua Eduardo Moraes.

Em Jaboatão dos Guararapes as estações estão distribuídas próximo à estação de Metrô Monte dos Guararapes; próximo a Praça Massangana (Av. Quatro de Outubro, na altura da Praça Massangana); nas imediações da Faculdade Guararapes (Travessa Cel. Waldemar Basgal, próximo a esquina com a Rua Floriano Peixoto); e em frente a Igrejinha de Piedade (na Av. Beira-Mar).

As bikes, estão à disposição dos usuários todos os dias da semana, de 6h às 22h. Para utilizá-las, basta o usuário entrar no site www.bikepe.com.br e fazer o cadastro. Ele tem a opção de alugar a bike por um dia e pagar R$ 5,00 ou o mês, pagando apenas R$ 10,00. Já os usuários do Sistema de Transporte Público que utilizam o VEM (Vale Eletrônico Metropolitano) fazem o cadastro anual, pagando apenas R$ 10,00 e podendo utilizar a bike todos os dias durante todo o ano. Toda vez que o usuário for utilizar a bike, o usuário precisa ligar para o número (81) 4062 9725 ou (81) 2626 1505 informar os dados e localizar a estação de preferência.

A bicicleta pode ser usada de segunda a sábado por 30 minutos ininterruptos e quantas vezes por dia o usuário desejar. Para isto, basta que, após esta meia-hora, o ciclista devolva o equipamento em qualquer estação por um intervalo de 15 minutos. Para continuar utilizando a bicicleta, sem fazer a pausa, serão cobrados R$ 5 por cada 30 minutos subsequentes. Já nos domingos e feriados o serviço é estendido para 1h.

Balanço: desde o início do projeto, em maio deste ano, a Secid contabilizou 16.163 cadastros. Até o momento, 14.972 viagens foram realizadas. As estações mais utilizadas são a da Casa da Cultura e do Parque Treze de Maio, em Recife.

O Bike PE é uma iniciativa da Secretaria Estadual das Cidades em parceria com o banco Itaú e as empresas Serttel/Samba com o objetivo de facilitar o deslocamento de pessoas no espaço urbano.

Fonte: Secretaria das Cidades

Aprenda a andar de bicicleta com segurança pelas cidades

Bicicletas - Foto - Bernardo Dantas DP/D.A.Press

Por

Talita Inalba

Alguns acidentes trouxeram à tona uma grande discussão sobre a segurança do uso da bicicleta nas grandes cidades. No interior do país (o que corresponde a 90% dos municípios) a bike é o meio de transporte mais popular. No entanto, nas cidades maiores o papo é diferente. E não é que as pessoas prefiram o carro, não. Tem muita gente super disposta em fugir do trânsito e, de quebra, incluir um exercício na sua rotina. A pergunta que não quer calar é: os centros urbanos estariam preparados para este tipo de transporte?

Uma pesquisa divulgada pelo Clube de Cicloturismo do Brasil revelou que 95% dos ciclistas não estão satisfeitos com a atual infraestrutura cicloviária brasileira. A autora, Andressa Paupitz, apontou a ausência de ciclovias, a alta incidência de roubos, o descaso das autoridades, a falta de sinalização e informação e a dificuldade no transporte e estacionamento de bicicletas como as principais queixas. Mesmo no Rio de Janeiro, a cidade com a maior malha cicloviária do Brasil (344 quilômetros), não há integração entre bairros e o centro através das vias especiais, nem bicicletários apresentáveis.

Outro problema grave é o compartilhamento das vias por motoristas e ciclistas. O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) define que em locais que não há ciclovias, ciclofaixas ou acostamento, as bicicletas devem circular no mesmo sentido dos outros veículos e têm preferência sobre os demais meios de transporte. Os ciclistas devem sinalizar, com os braços, sempre qui quiserem atravessar, virar a rua ou mudar de pista. Mas, muitas vezes, não prestam atenção e esquecem desse “pisca-alerta”. Por sua vez, o artigo 201 do mesmo documento, obriga motoristas a guardarem uma distância segura de um metro e meio ao passar ou ultrapassar o ciclista. Será que a maioria respeita esse limite?

O pior é que esse encontro entre motoristas e ciclistas pode ser desastroso. Em São Paulo, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) divulgou um crescimento de 6% nas mortes de ciclistas: foram 49 em 2011 e 52 em 2012. O Rio de Janeiro não possui estatísticas e, segundo o Diretor da ONG Transporte Ativo e integrante do Grupo de Trabalho para Ciclovias da prefeitura, Fernando José Lobo, essa carência de dados é um obstáculo importante.

No entanto, Lobo defende a cidade como uma bike friendly (ela está em 12° no ranking das cidades mais amigas dos ciclistas). “O Rio tem condições muito favoráveis ao uso da bicicleta na mobilidade urbana, com uma malha cicloviária que na América Latina fica atrás apenas de Bogotá. Com relação aos acidentes, a bicicleta é o veículo mais seguro. Ciclistas representam 7% dos deslocamentos e 4% dos acidentes. Já os carros são usados em 24% dos deslocamentos e estão envolvidos em 27% dos acidentes”, compara.

Para dar uma freada no número de acidentes, Jilmar Tatto, secretário de transportes de São Paulo, já garantiu a construção de 150 km de ciclovias (com separação física dos automóveis). Outra medida tomada pela prefeitura da capital paulista é diminuir a velocidade dos carros onde não há ciclovia, viabilizando o uso da bicicleta com maior segurança. No Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes anunciou recentemente medidas para melhorar a segurança dos ciclistas na cidade: ampliação do horário de preferência dos atletas, controle da infração de motoristas pela Rio Ônibus e um sistema de fiscalização mais sofisticado.

E então: vai pedalar? Anote as dicas de José Eduardo Urso, professor da Body Fit, treinador do ciclista Matheus Guido e presidente da ONG ProjetoPedalar. “Todo ciclista deve sair com no minimo o capacete, óculos com armação em plásticos evitando entrada de qualquer objeto nos olhos, luvas que protegem as mãos e sapatilhas ou tênis para proteger os pés”, ensina. E, para que fique bom para todo mundo – pedestres, motoristas e ciclistas – veja outras dicas de segurança apontadas por Urso e boa pedalada!

– Pedale sempre com muito cuidado e atenção, obedecendo e respeitando as leis de transito e as regras de circulação do ciclista;
– Não circule nas calçadas;
– Respeite o espaço do pedestre;
– Use as ciclovias e onde não existirem, procure caminhos mais seguros, sinalizados e de menor movimentos;
– Nas vias de fluxo rápido e intenso, preste muita atenção às curvas, cruzamentos e pontos de ônibus;
– Cuidado ao passar por carros estacionados: as portas podem se abrir de repente e causar acidentes;
– Fazer malabarismos na via, bem como pedalar segurando o guidão com uma mão e a outra puxando outra bicicleta, é perigoso e pode lhe custar a vida;
– Circule sempre pelo lado direito da via, bem próximo ao meio-fio e no mesmo sentido dos veículos;
– Nunca na contramão de direção, nem na frente de veículos motorizados;
– Não pegue carona na traseira de veículos motorizados;
– Numa freada brusca é impossível evitar um acidente;
– Nunca circule em zigue-zague. Mantenha sempre sua posição a direita da pista;
– Para atravessar a rua, desça da bicicleta e empurre-a ao seu lado, observando todas as regras para pedestres;
– Transportar passageiro, só na garupa e acima de sete anos de idade;
– Dê preferência ao pedestre. Quando este já estiver iniciado a travessia, seja educado com eles;
– Sinalize através de gestos manuais sua intenção antes de executar manobras, visando alertar e prevenir os demais usuários da via (usar gestos manuais quando virar ou parar);
– Respeite a sinalização. Lembre-se que você também faz parte do trânsito;
– A audição é muito importante para o ciclista, portanto, não faça uso de aparelho de som enquanto você pedala;
– Sempre leve documento onde conste nome, endereço, fator RG e tipo sangüíneo;
– Nunca retire a mão do guidom;
– Não conduza animais;
– Circule a uma velocidade segura de forma a não criar perigo para a sua segurança e a dos outros.

Fonte: Portal do Trânsito

Raí troca carro por bicicleta

Raí pedalando - reprodução/ arquivo pessoall

Por

Raí  de Souza Oliveira

Há dois anos mudei de vida: escolhi não ter mais carro. Vou trabalhar de bicicleta, de carona ou a pé, e o resultado é que agora vivo melhor. Antes, eu perdia a paciência, ficava estressado, procurando novos caminhos para escapar do trânsito, evitava horários… E me dei conta que não era uma coisa saudável.

Tudo começou como uma experiência, depois de ter morado um ano em Londres. Lá, só andei de bicicleta, metrô ou táxi. Quando voltei ao Brasil, decidi ficar um ano sem carro para experimentar, e ele fez menos falta do que eu imaginava. Vi que podia substituí-lo por outras alternativas e então percebi que o carro passa a ser algo que muitas vezes traz mais aborrecimentos que comodidade.

Não sou um cara xiita, que fala que todo mundo tem que andar de transporte público, até mesmo porque em diversas localidades ele ainda é muito deficitário. A decisão de utilizar o carro ou outro transporte alternativo deve se encaixar dentro das necessidades de cada um, mas, após a decisão de aposentá-lo, vi que minha vida melhorou bastante; não dependo mais da rotina estressante de demorar horas para chegar a algum destino e ainda contribuo um pouquinho para preservar o meio ambiente.

Talvez o que impeça algumas pessoas de fazer a mesma coisa é que o carro é visto como um símbolo de status. O que sou não vai mudar por estar atrás do volante ou num banco no metrô.

Acho que seria interessante propormos um rodízio espontâneo. Metade dos carros ficam em casa, sendo um dia para as placas de final par e outro para as de final ímpar. Naturalmente não seria algo imposto por nenhuma lei, mas para ajudar as pessoas a se organizarem. Quando você se vê sem carro, é obrigado a pensar numa solução: procurar alguém que mora perto para pegar carona, utilizar uma linha de ônibus que você não conhecia. Você vai pensar em alternativas e, mesmo sabendo que o transporte público tem muito a evoluir, elas existem aos montes.

E as alternativas alcançam quem usa o carro também. O pedágio urbano é uma delas. Se algumas pessoas querem usá-lo para ter mais comodidade, é justo pagar por isso, assim como ocorre em Londres. E esse dinheiro arrecadado com o pedágio poderia ser investido na melhora do transporte público.

Em Paris existe um dos projetos mais democráticos e de maior impacto de curto prazo que eu já vi, o Vélib’ (que em português quer dizer algo como “liberdade de bicicleta”). Você não anda um quilômetro dentro da região central da cidade sem ter uma estação onde possa alugar uma magrela. E você pode deixá-la em qualquer outro lugar, além de ter ciclovias na cidade inteira. Executivos, senhoras, turistas… todo mundo aderiu. À noite, você vê namorados e famílias, todos de bicicleta e, o mais importante, pedalando com segurança. Aqui em São Paulo os bicicletários estão começando a aparecer, e as ciclovias aos poucos começam a ser expandidas.

Fonte: Galileu

10 de maio é dia de ir de bike ao trabalho

 

Arte/ Bike Anjo

Dia 10 de maio é o Dia de Ir de Bike ao Trabalho. Ciclistas se unem por todo o Brasil para promoverem o uso da bicicleta como meio de transporte para o trabalho

É consenso que o trânsito das cidades brasileiras vai de mal a pior. Com poucas opções de transporte, os cidadãos brasileiros – independente de classe social – vem perdendo cada vez mais tempo no trânsito, gerando mais stress e menos qualidade de vida, em um ciclo vicioso cada vez mais difícil de apaziguar. Dentre as pesquisas mais recentes que confirmam tal situação caótica, podemos citar:

•Um milhão de pessoas passam mais de duas horas no trânsito para ir ao trabalho

•São Paulo perde no trânsito cerca de 33,5 bilhões de reais por ano, ou quase 10% do seu PIB (pesquisa de 2008)

•Já o Rio de Janeiro perde 12 bilhões de reais por ano no trânsito (pesquisa de 2010)

•Entre as grandes capitais, Belo Horizonte tem o pior trânsito.

Diante dessa realidade, a bicicleta aparece como uma boa opção de transporte sustentável, uma vez que é um veículo limpo, eficiente e que melhora a qualidade de vida do cidadão. Porém, é necessário que haja incentivos e estímulos para uma prática segura desse meio de transporte, bem como um melhor convívio no trânsito.

Pensando nisso, o Bike Anjo, junto com mais 25 parceiros estão promovendo, em âmbito nacional, a campanha “De Bike ao Trabalho”, no qual se promove o uso da bicicleta como um possível, saudável e inteligente meio de transporte.

O dia De Bike ao Trabalho acontecerá no próximo dia 10 de maio, segunda Sexta-feira do mês, e é inspirado no Bike To Work Day, um evento anual realizado em várias partes do mundo para promover a bicicleta como uma opção de transporte para o trabalho.

O movimento começou nos Estados Unidos, em 1956, organizado pela League of American Bicyclists. No Brasil não há um início oficial, porém 2013 será o primeiro ano de ação em âmbito nacional com a rede do Bike Anjo.

Nessa 1a edição no Brasil, parceiros locais de todo o Brasil estão se mobilizando para organizar atividades, como oficinas de aprendizagem para iniciantes no mundo da bicicleta, café da manhã para quem for de bicicleta ao trabalho, campanhas de adesão de empresas para estimular o uso da bicicleta por seus funcionários, além de muitas outras novidades.  A campanha foi lançada no dia 1 de maio, dia do trabalhador, e contará com iniciativas durante todo o mês de maio.

Além das atividades propostas pelos parceiros, empresas, organizações e governo podem inscrever iniciativas que estão realizando para serem uma organização amiga do ciclista. Para saber como participar e aderir, acesse: debikeaotrabalho.org

Fonte: Bike Anjo ( Via Portal Mobilize)