O sistema BRT ainda nem foi totalmente implantado no estado, mas sua estrutura já amarga prejuízos da depredação e do descaso com a manutenção do bem público. Dados do Consórcio Grande Recife revelam um número preocupante: de um total de 37 estações em funcionamento nos dois corredores de transporte, 31 já apresentam algum dano, ou seja, 83,8%. A manutenção das estações em operação é de responsabilidade do consórcio. Até agora, no entanto, a empresa não investiu qualquer valor na recuperação dos danos. O pior: não há previsão para início das reformas. Algumas delas exigem licitação, como a troca de vidros quebrados.
Segundo o consórcio, as primeiras paradas passaram para os cuidados da empresa em julho do ano passado. Ao todo, 17 estações do Norte/Sul e 14 do Leste/Oeste já sofreram atos de depredação. Os registros apontam principalmente vidros quebrados, além de pichações e quebras de quadro de aviso. “90% dos vidros das estações de BRT são laminados, que não são facilmente encontrados no mercado. Os vidros vêm da região Sudeste e, como todo órgão público, a partir de valores maiores, temos que fazer um processo licitatório público para aquisição”, diz um trecho da nota enviada pela assessoria de imprensa do Grande Recife.
Enquanto isso, na Estação Riachuelo, na rua de mesmo nome, na Boa Vista, os vidros estão rachados nos dois lados da estrutura pertencente ao corredor Norte/Sul. Segundo funcionários, adolescentes em situação de rua jogaram pedras contra os vidros há cerca de seis meses. “Eu não estava aqui, mas falaram que ainda era cedo da noite quando os meninos fizeram essa bagunça”, comentou um jovem que trabalha no local.
A poucos minutos dali, outra estação do Leste/Oeste, a Tacaruna, na Avenida Cruz Cabugá, em Santo Amaro, foi danificada pela ação de um motorista de caminhão. “Por esse lado da via somente é permitida a passagem de BRT, mas os caminhões insistem em passar. Esse era muito alto e levou um pedaço do teto”, comentou uma funcionária. Do outro lado, parte do teto também já caiu, deixando buracos à mostra. O mesmo problema com o teto é verificado na Estação do Derby, que compõe o corredor Leste/Oeste.
Pichações e pó acumulado durante meses nos vidros da estação de BRT São Francisco de Assis, em Paulista, é outra prova da falta de cuidado com o espaço público. A estação ainda não foi sequer inaugurada e por isso sua manutenção ainda é de responsabilidade da Secretaria das Cidades.
Os buracos do sistema com as obras inacabadas
No corredor Leste/Oeste, o primeiro consórcio responsável pela obra do corredor formado pela Servix e a Mendes Júnior, paralisou as obras desde janeiro deste ano, após problemas financeiros resultado do envolvimento na Operação Lava Jato. De acordo com a Secretaria das Cidades, o governo optou por uma nova licitação e uma empresa que apresentou proposta está com os documentos sendo analisados. “ Até a próxima semana, concluiremos a análise e homologaremos a licitação”, afirmou Gustavo Gurgel, secretário executivo da pasta.
No corredor Leste/Oeste, o secretário explicou que ainda estão pendentes os terminais da 3ª e 4ª perimetral, a conclusão de seis estações da Avenida Conde da Boa Vista, a Estação Benfica, além das quatro estações de Camaragibe. Toda a obra está sem previsão de entrega.
No corredor Norte/Sul, a Estação Complexo do Salgadinho, que está pronta, ainda necessita de conclusão do sistema viário do entorno. Já o terminal Abreu e Lima, faltam a ligação de energia e água e o ajuste no portão de acesso. As duas obras estão previstas para o final do ano.
Saiba mais:
Diagnóstico atual dos dois corredores de BRT
37 é o total de estações em operação nos dois corredores
31 estações já sofreram algun tipo de dano
83,8 % das estações foram danificadas em um ano de operação
R$ 2 milhões foi o custo de construção de cada estação de BRT
R$ 20 mil é o custo para manter cada estação em operação
* Consórcio não fez nenhum reparo nas estações danificadas desde que assumiu a operação do sistema há um ano
O que está operando e o que ainda falta operar:
Leste/Oeste:
Hoje
15 estações em operação
3 linhas
60 mil passageiros
Futuro
27 estações
7 linhas
155 mil passageiros
Norte/Sul:
Hoje
22 estações em operação
5 linhas
50 mil passageiros
Futuro
28 estações
8 linhas
180 mil usuários
Fonte: Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano
Nem tudo o que é desenhado vira obra. Na última década, o recifense esperou e acreditou em uma nova cidade, de mais espaços de convivência e melhores condições de deslocamentos. O anúncio da capital pernambucana como subsede da Copa encheu de expectativas de novas possibilidades em infraestrutura, principalmente na área de mobilidade.
Da ilusão da implantação do monotrilho ou do Veículo Leve sob Trilho (VLT) à realidade do BRT (Transporte Rápido por Ônibus) ainda incompleto vimos a cidade do futuro em forma de maquetes e acordamos com a realidade das obras inacabadas na segunda metade da década de 2010.
Também sonhamos com uma nova cidade, a da Copa, idealizada nas imediações da Arena Pernambuco para estimular o desenvolvimento na Zona Oeste, mas isso só ficou na maquete. “A gente esperava que essa região seria mais valorizada com a Arena, mas as pessoas assistem aos jogos e vão embora”, relatou o mecânico Gustavo Xavier, 43, na sua oficina às margens da BR-408.
Não foi a primeira vez que a Zona Oeste do Recife ficou no “quase”. No fim da década de 1970, com a construção do Terminal Integrado de Passageiros (TIP), a expectativa era estimular o desenvolvimento local com a implantação de um Centro Administrativo do estado, o projeto desenhado por Oscar Niemeyer no governo de Marco Maciel não saiu do papel. “A proposta era descentralizar e estimular o desenvolvimento, mas depois Marco Maciel foi para o Senado, vice-presidência e o projeto não foi adiante. O cenário seria outro, sem dúvida”, afirmou o arquiteto e urbanista José Luiz da Mota Menezes.
Com a Cidade da Copa todos os olhares voltaram-se novamente para a Zona Oeste e até um condomínio de luxo se instalou nas imediações. A Cidade da Copa havia sido projetada para ser a primeira Smart City da América Latina a 19 quilômetros do Centro do Recife. A proposta era implantar um modelo de mobilidade urbana com incentivo ao transporte público e criação de faixa exclusiva para ciclistas e pedestres no entorno da Arena. Além de moradias, também prometia faculdades, bancos e hospital. Mas hoje é um grande espaço de nada no entorno da Arena.
O governo do estado acabou concentrando os esforços para viabilizar a construção da Arena e dos corredores de transporte de BRT. A Arena ficou pronta depois de consumir R$ 743 milhões na parceria público-privada. Já os corredores de BRT ainda estão com as obras inacabadas, um ano após a realização do mundial. E deixando de fora pontos previstos no projeto original como a pavimentação nova ao longo dos corredores, faixas segregadas, expansão dos terminais antigos e requalificação da PE-15.
Segundo a Secretaria das Cidades o corredor Norte/Sul será entregue até o fim do ano. O Leste/Oeste está parado e depende de nova licitação. Já a requalificação da PE-15 depende de captação de recursos.
Para o urbanista Geraldo Marinho, as obras incompletas ou modificadas provocam frustração e perda na qualidade dos espaços. “É um desastre, uma vez que o produto esperado não se concretiza e causa frustração e descrédito do poder público”, apontou.
Uma Agamenon a ser reinventada
Dos espaços idealizados em maquetes, a Avenida Agamenon Magalhães é um dos que mais receberam projetos que não saíram do papel nesta última década. Em 2009, o urbanista Jaime Lerner trouxe para a cidade um desenho futurista de uma Agamenon com um elevado sobre o canal em toda sua trajetória com um espaço segregado para o transporte público.
O projeto, contratado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE), tinha como propósito a implantação do corredor Norte/Sul nos moldes do BRT. Pelo projeto de Lerner, as estações ficariam sobre o canal e sob o elevado e o ônibus não teria nenhum contato com o tráfego misto.
Dois anos depois, o governo do estado apresentou um outro projeto para o corredor Norte/Sul no trecho da Avenida Agamenon Magalhães. O elevado de Jaime Lerner ao longo do canal ficaria de fora e, no lugar dele, quatro viadutos cortando os principais cruzamentos da perimetral.
A proposta do governo era garantir velocidade para o transporte público com uma faixa exclusiva para o BRT ao lado do canal e não mais em cima. Os viadutos acabaram provocando uma forte reação da sociedade e o estado recuou e não levou o projeto adiante.
Para o corredor Norte/Sul foi desenhado um terceiro projeto. Os viadutos saíram, mas a faixa exclusiva ao lado do canal e as estações sobre o canal foram mantidas. O projeto passou a ser chamado de ramal da Agamenon. Ou seja, o corredor Norte/Sul passa pela Avenida Cruz Cabugá, que está em obras, e outro ramal passará pela Agamenon. O projeto era para ficar pronto até a Copa, ainda não saiu do papel. E não há previsão de quando o ramal será construído ou se a Agamenon receberá um quarto projeto ainda nesta década.
Segundo o secretário adjunto da Secretaria das Cidades, Gustavo Gurgel há pendências com o consórcio responsável pela obra, orçada em R$ 96 milhões. “Estão sendo revistas questões contratuais com consórcio Heleno Fonseca/Consben referente a remanescentes do início da obra e adequação ao modelo determinado pelo Tribunal de Contas da União. A empresa alega que a adequação determinada pelo TCU é anterior à assinatura do projeto”, revelou Gurgel. A Secretaria das Cidades decidiu não dar prazo de início das obras na Agamenon. “Não temos como precisar, pois se não houver acordo com a empresa teremos que refazer a licitação”.
No momento em que se discute o aumento da tarifa de ônibus na Região Metropolitana do Recife, há outro ponto, talvez o mais importante, que não pode ser esquecido: a qualidade do serviço. Além da pesquisa de origem/destino, que será licitada pelo Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano para nortear futuros investimentos, também será feito, a partir de março, um diagnóstico da qualidade do sistema.
O Recife será a primeira capital brasileira contemplada com o estudo da Corporação Andina de Fomento (CAF), uma ONG latino-americana que pesquisará junto ao usuário os pontos positivos e negativos de toda a cadeia. Serão analisados 17 atributos, incluindo tempo de espera, segurança, condições das paradas e terminais, atendimento dos profissionais, condições dos veículos e segurança.
A pesquisa, que já foi feita em Buenos Aires, Argentina, irá contemplar agora o Recife e Lima (Peru). “Essa pesquisa estava prevista para ser feita em Bogotá (Colômbia), mas conseguimos trazê-la para o Recife. Será importante termos esse retrato nos 14 municípios da RMR”, ressaltou Maurício Pina, diretor de Planejamento do Grande Recife.
Não é difícil imaginar as respostas dos usuários. Sempre haverá o que melhorar, mas há situações piores que outras. O Diario visitou, ontem, três tipos de terminais de ônibus na RMR. No corredor Norte/Sul, por onde passa o BRT, visitamos o Pelópidas da Silveira, inaugurado em 2009. As instalações não estão entre as maiores críticas, mas sim o longo tempo de espera. “Os ônibus são bons e aqui tem BRT. A demora poderia ser menor”, diz Eliseu Bezerra, 55 anos.
Fora dos terminais do Sistema Estrutural Integrado (SEI), a situação é mais complicada. Em Jardim Brasil 2, Olinda, a estrutura tem pouco espaço para o usuário. “Os ônibus poderiam ser mais confortáveis. Não têm ar-condicionado. O terminal também não é bom”, avalia Rafael Martins, 25, estudante.
Mas há situações piores. Em Sítio Novo, Olinda, os ônibus ficam na rua. “O terminal é ruim, os ônibus são velhos e faz muito calor. Também demora muito”, reclama Rafaela Ferreira, 26, cozinheira.
A reunião que definirá o valor da passagem, no Conselho Superior de Transporte, está prevista para amanhã, às 8h. Mas o Ministério Público se reunirá hoje com o Grande Recife para pedir adiamento e maior discussão com a sociedade.
Saiba Mais
Conheça os 17 atributos que serão analisados na pesquisa da CAF
Foi há 18 anos que a Região Metropolitana do Recife teve a sua última pesquisa de origem/destino. Em 1997, quando foram coletados os dados, a frota da RMR era de menos de 500 mil veículos. Em menos de duas décadas o número de veículos cresceu quase três vezes. A pesquisa, no entanto, foi a principal base para a elaboração do Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) de 2008, que estabeleceu as linhas dos investimentos que resultaram, por exemplo, nos dois corredores exclusivos de ônibus do sistema BRT. O Norte/Sul e o Leste/Oeste, ainda em implantação.
A ausência de uma nova pesquisa, que fornece o retrato dos diversos tipos de deslocamentos, sempre foi um ponto fora da curva no planejamento das obras de mobilidade. O Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano anunciou, apóos quase duas décadas, que irá licitar o estudo até março. “Já recebemos sinal verde do governador e do secretário das Cidades, André de Paula. O termo de referência foi feito e esperamos que até o início do próximo semestre a pesquisa esteja concluída”, afirmou o presidente do Grande Recife, Francisco Papaleo.
A pesquisa foi uma das sugestões apresentadas pelo novo diretor de planejamento do Grande Recife, Maurício Pina, também professor de engenharia da UFPE. Ele sempre criticou a falta de dados de deslocamento para planejar as ações futuras. “Nós temos dois corredores de BRT, mas é provável que a RMR já necessite de mais transporte de maior capacidade, como o metrô e a pesquisa vai poder nos mostrar isso.”
Além do aumento da frota, também surgiram polos de tráfego que mudaram a lógica dos deslocamentos. Quem poderia prever o fenômeno de Suape ou o polo industrial de Goiana? “Teremos o Arco Metropolitano, os corredores de BRT, o ramal da Agamenon. Isso tudo mudo as formas de deslocamento”, ressaltou Francisco Papaleo.
Para o coordenador no Nordeste da Agência Nacional de Transportes Públicos, César Cavalcanti, a pesquisa trará um diagnóstico. “Essas informações são fundamentais para o planejamento das ações futuras. As cidades estão completamente mudadas.”
Ainda segundo o especialista, é importante também saber como o pedestre e o ciclista estão se deslocando. “As políticas públicas para os meios de transporte não motorizados devem ter como instrumento esse público, quase sempre esquecido”, declarou. Como era e como é o cenário da RMR
Veículos
1997 – Frota de veículos na RMR era de 489.476
2015 – Frota de veículos na RMR é de 1.229. 682
População
1997 – População da RMR era de 2,9 milhões (Censo de 1990)
2015 – População da RMR é de 3,6 milhões (Censo de 2010)
Obras de mobilidade previstas no PDTU de 2008
Corredor exclusivo de ônibus Norte/Sul
Corredor exclusivo de ônibus Leste/Oeste
Corredor exclusivo de ônibus na BR-101 (4ª Perimetral) não implantado
Arco Metropolitano (não implantado)
2ª e 3ª Perimetrais (não implantadas)
A Região Metropolitana do Recife teve uma licitação para linhas de ônibus do Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP) que pode não ter sido exatamente como se esperava. Mas, de uma forma ou de outra, a população teve conhecimento dos pontos positivos e negativos de um processo que deixou de fora, por exemplo, cerca de 70% dos ônibus do sistema quanto à obrigatoriedade de ter refrigeração.
Mas há uma outra licitação que pouco se falou ou se sabe a respeito. Trata-se da licitação para as linhas intermunicipais sob a responsabilidade da Empresa Pernambucano de Transporte Intermunicipal (EPTI). O público, em geral, já está acostumado a cobrar ações da empresa Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, no âmbito metropolitano, mas dificilmente associa a EPTI ao transporte intermunicipal, até agora.
A questão, no entanto, não está na falta de visibilidade da empresa em si, mas das implicações do processo licitatório para quem utiliza o sistema. Só em termos comparativos, a licitação da RMR foi dividida em sete lotes. Para o restante do estado, a licitação da EPTI prevê apenas três lotes. Das 20 empresas que atuavam no transporte intermunicipal, apenas cinco deverão permanecer. Isso vai implicar em melhoria ou não para o serviço? O fato é que já há uma denúncia junto ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e é importante que se investigue mesmo para saber o que será melhor para a população.
O ano de 2014 chega ao fim deixando um número significativo de obras de mobilidade para serem concluídas até maio de 2015. É o que admite a Secretaria das Cidades ao constatar o atual ritmo das obras dos dois corredores de BRT, duas das sete obras incluídas na Matriz de responsabilidade da Copa. Problemas de desapropriação, remoções de intervenções no meio do caminho e até chuva são alguns dos entraves apontados pelo governo. A boa notícia é que dois importantes terminais e mais o túnel da abolição estarão operando até o Natal.
O Terminal de Integração (TI) da 3ª Perimetral, que faz parte do corredor Leste/Oeste, e o Terminal de Abreu e Lima, do corredor Norte/Sul, entrarão em operação em dezembro. O Túnel da Abolição também será aberto para o tráfego, mesmo que os acabamentos sejam concluídos no ano seguinte. Os dois corredores também sofreram atrasos e supressão de estações previstas nos projetos licitados.
O corredor Leste/Oeste termina o ano sem conseguir entregar o TI da 4ª Perimetral e mais 12 estações, sendo seis na Avenida Conde da Boa Vista, uma na Benfica e cinco na Avenida Belmínio Correia, em Camaragibe. De acordo com o secretário executivo de mobilidade da Secretaria das Cidades, Gustavo Gurgel, todas as estações serão entregues até maio de 2015.
Na Conde da Boa Vista será mantido o modelo que era provisório e hoje é denominado de parada convencional. Em Camaragibe serão construídas duas estações no padrão BRT, as três restantes irão aguardar o processo de desapropriação, sem previsão de prazo. “Em Camaragibe serão construídas duas estações no padrão BRT nas áreas já desapropriadas. E para agilizar, enquanto não sai a desapropriação das outras três, nós vamos construir duas no modelo convencional”, explicou o secretário.
Já o corredor Norte/Sul chega ao fim do ano com seis estações de BRT a menos do que era previsto no projeto. Das 33 licitadas, serão entregues 27. Também faltam entregar outras sete, que só serão concluídas em 2015. “Duas das estações estavam previstas em cima dos viadutos e foram descartadas e as outras quatro nós estamos avaliando da real necessidade de implantação”, explicou o secretário sobre a redução no número de estações. Cada uma orçada em R$ 2 milhões no padrão BRT e cerca de R$ 400 mil no modelo convencional.
Com um número reduzido de estações e terminais de integração, a operação dos dois corredores de BRT ficou limitada. A presença do BRT é quase insignificante em relação a dependência do sistema convencional. No corredor Leste/Oeste, o BRT responde atualmente por cerca de 23% da demanda esperada de 160 mil passageiros no sistema. Já os ônibus convencionais transportam atualmente cerca de 75% dos passageiros da rede, mas ficam presos no engarrafamento da Caxangá, enquanto o BRT segue livre com uma demanda que fica muito aquém.
No Norte/Sul a dependência dos convencionais é ainda maior. Menos de 12% dos passageiros são transportados dos 160 mil previstos no sistema. Já os ônibus convencionais que atendem atualmente 33 linhas transportam mais de 80% dos usuários da rede. A substituição dos ônibus convencionais pelo BRT ocorrerá aos pouco. “Nós dependemos da finalização das obras. O número de estações e terminais ainda é insuficiente para o BRT operar com uma demanda maior dentro do corredor”, explicou André Melibeu, gerente de operações do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano.
Mesmo quando o sistema for concluído em maio de 2015, como está previsto, o Norte/Sul ainda manterá linhas convencionais. A razão é que faltam estações de BRT no trajeto entre Igarassu e Abreu e Lima, cada uma com apenas uma estação de BRT ao longo do corredor. Uma boa razão para a Secretaria das Cidades rever onde relocar as estações que foram suprimidas.
A entrada do Terminal de Igarassu, uma das pontas do corredor Norte/Sul , acumula uma fila de ônibus convencionais. Não há espaço para eles dentro do terminal, o que dirá do BRT. O terminal também está de fora da operação do BRT, que atualmente se inicia pelo Terminal de Pelópidas, em Paulista. Além da ampliação que não houve, a única estação de BRT do município localizada no distrito de Cruz de Rebouças só vai ficar pronta em 2015. Aos usuários de Igarassu foi disponilibilizado um ônibus novo, no mesmo modelo dos ônibus de BRT, que se encontra em teste, desde maio, mas não está incluído na operação do BRT e opera com cobrador.
Em Camaragibe, uma das pontas do corredor Leste/Oeste, a situação é um pouco melhor. Embora o terminal não tenha sido ainda ampliado e grande parte dos ônibus convencionais usem o terreno da futura ampliação como estacionamento, o TI já recebe duas linhas de BRT, que não param em nenhuma das cinco estações prevista na Avenida Belmínio Correia, porque elas ainda não foram construídas, mas levam os usuários que usam o terminal até Recife. “As ampliações dos terminais de Igarassu, Camaragibe, PE-15 e Pelópidas foram incluídas no Pac das Grandes Cidades, explicou o secretário executivo de Mobilidade, Gustavo Gurgel. “É uma outra fonte de captação de recursos e nossa expectativa é que em 2015 as ampliações possam ser executadas”, revelou.
Dentro da matriz de responsabilidade da Copa em Pernambuco, o ponto for a da curva parece ser a Via Mangue. A obra acabou sendo beneficiada com recursos do PAC Copa, mas na prática não trouxe influência direta para a mobilidade durante a Copa. Dos dois corredores de BRT, o mais significativo, sem dúvida, no trajeto para a Arena Pernambuco foi o corredor Leste/Oeste, mas não precisou de muito esforço e operou na Copa com apenas duas estações: Guararapes e Derby.
Outras obras tiveram um impacto mais direto como a construção do Terminal Integrado Cosme Damião, que acabou sendo o principal acesso com o metrô como transporte de massa, mesmo com todos os problemas que foram registrados na Copa das Confederações e corrigidos a tempo para a Copa do Mundo. O ramal da Copa funcionou com uma das duas faixas previstas, mas foi importante para o acesso do BRT à Arena. Também deu conta do recado o Terminal Marítimo de Passageiros, que recebeu um público recorde de mexicanos e por fim a nova torre de controle do Aeroporto dos Guararapes, onde não foi registrado nenhum incidente.
Saiba Mais
7 obras da Matriz de responsabilidade da Copa em PE
-Terminal Marítimo de Passageiros do Porto do Recife (concluído)
– Ramal Cidade da Copa ( Falta uma das duas faixas previstas)
– Corredor Norte-Sul (Faltam seis estações e o terminal da 4ª perimetral)
– Corredor Leste-Oeste (Faltam 12 estações previstas para 2015)
– Terminal Integrado de Passageiros Cosme e Damião (concluído)
– Via Mangue (Falta ser entregue a pista Leste/ sentido subúrbio/cidade)
– Torre de controle do Aeroporto Internacional dos Guararapes (entregue)
Legado dos corredores de transporte de BRT
Norte/Sul (pelo BRT)
2 linhas de BRT em operação
11,5% dos passageiros da demanda prevista de BRT
18 mil passageiros por dia
160 mil é a previsão com o sistema concluído
Norte/Sul (com ônibus convencionais)
33 linhas estão em operação
117 mil passageiros transportados por dia
84,7% a mais do sistema BRT até agora
Leste/Oeste
2 linhas em operação
23% dos passageiros transportados da demanda prevista de BRT
36,5 mil passageiros por dia
160 mil é a previsão com o sistema concluído
Leste/Oeste (com ônibus convencionais)
30 linhas
150 mil passageiros transportados por dia
75,7% a mais do sistema BRT até agora
Entenda o modelo de operação do sistema
Operação do BRT no corredor Norte/Sul a partir do TI PE-15
2 linhas de BRT
PE-15/ Dantas Barreto
Pelópidas/Dantas Barreto
6 linhas convencionais que passarão para BRT com o sistema concluído:
PE-15 /Prefeitura
Abreu e Lima/Dantas Barreto
Abreu e Lima/Prefeitura
Igarassu/Dantas Barreto
Igarassu/Prefeitura
Pelópidas/Conde da Boa Vista
Ônibus convencionais serão mantidos no corredor das linhas:
PE-15/Boa Viagem
PE-15/Afogados
TI Igarassu/Pelópidas
TI Abreu e Lima/Pelópidas
TI Pelópidas/PE-15
TI Pelópidas/TI Macaxeira (No futuro será BRT com a 4ª Perimetral)
Futuras linhas de BRT com o ramal Agamenon
Pelópidas/Conde da Boa Vista – convencional – ( passará a ser BRT)
PE-15/Joana Bezerra (passará a ser BRT )
Operação do BRT no corredor Norte/Sul a partir do TI Igarassu (futuro)
2 linhas de BRT
Igarassu/Prefeitura do Recife
Igarassu/Dantas Barreto
Ônibus convencionais
TI Igarassu/TI Pelópidas
TI Igarassu/TI Macaxeira
Operação do BRT no corredor Norte/Sul a partir do TI Abreu e Lima
2 linhas de BRT
TI Abreu e Lima/Prefeitura do Recife
TI Abreu e Lima/Dantas Barreto
Ônibus convencional
TI Abreu e Lima/TI Pelópidas
Operação do BRT no corredor Norte/Sul a partir do TI Pelópidas
2 linhas
TI Pelópidas/Prefeitura do Recife
TI Pelópidas/Dantas Barreto
Ônibus convencionais
33 linhas
205 veículos
117 mil passageiros
TI Pelópidas/Conde da Boa Vista (no futuro BRT com o ramal da Agamenon)
TI Pelópidas/Macaxeira ( no futuro BRT com o corredor da 4ª Perimetral)
TI Pelópidas/Joana Bezerra (no futuro BRT com o ramal da Agamenon)
Leste/Oeste
Operação do BRT no corredor Leste/Oeste a partir do TI Camaragibe
2 linhas de BRT em operação
Camaragibe/Derby (Será TI Joana Bezerra com o ramal Agamenon)
Camaragibe/Centro
Linhas convencionais que passarão para BRT com o sistema concluído
TI Caxangá/Centro
TI 4ª Perimetral/Centro
TI 4ª Perimetral/Joana Bezerra
TI 3ª Perimetral/Centro
TI 3ª Perimetral/Derby
Ônibus convencionais que trafegam na rede do Leste/Oeste
30 linhas
205 veículos convencionais
150 mil pessoas ainda são transportadas pelos convencionais
Fonte: Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano
Quando as obras do corredor Leste/Oeste foram anunciadas para viabilizar a implantação do BRT na Região Metropolitana do Recife, a Secretaria das Cidades ampliou o cronograma em mais de três meses em relação às obras do corredor Norte/Sul, por causa da construção do Túnel da Abolição. Enquanto o Norte/Sul estava previsto para dezembro de 2013, a promessa do Leste/Oeste era março de 2014. No fim, nem um, nem outro. As previsões otimistas, desde então, não se sustentaram em nenhum dos prazos subsequentes: maio, junho, agosto e novembro de 2014. Agora, A Secretaria das Cidades trabalha com o cronograma de conclusão dos dois corredores até dezembro, quando chega ao fim a atual gestão.
O túnel que pareceu ser, desde o início, a pedra no sapato do cronograma não é, no entanto, o único item que não foi concluído. As obras das estações nos dois corredores ainda se arrastam e os terminais de integração, que serão determinantes para reduzir o fluxo de ônibus convencionais na Avenida Caxangá, também permanecem em obras.
O Túnel da Abolição, por exemplo, que teve seu último prazo anunciado para novembro, enfrenta problemas com drenagem e só deve ficar pronto em dezembro.
As obras mais avançadas podem ser vistas no trecho da Rua Real da Torre, onde já foram executadas obras de concretagem. O atraso maior é na passagem do túnel sob a Avenida Caxangá, onde sequer foi feito o piso e o trecho que emenda com a Rua João Ivo da Silva. Todo o piso ainda está para ser feito e no local podem ser vistas as estacas e ferragens.
No local, algumas máquinas fazem a retirada da água que se acumula e atrapalha o serviço. Em abril, os serviços chegaram a ser suspensos por causa das chuvas. “Houve alguns problemas na fundação do piso e é provável que o prazo se estenda para dezembro. Faltam apenas duas placas de concreto para serem montadas no piso”, revelou o secretário-executivo de Mobilidade da Secretaria das Cidades, Gustavo Rangel.
Ainda, segundo ele, está sendo estudada a adição de um produto no cimento para acelerar a secagem do concreto. “Depois da concretagem é necessário um prazo para que o piso seque completamente antes de liberar para o tráfego. Vamos tentar acelerar esse processo”, revelou.
Corredor Norte/Sul só em 2015
A corrida é para fechar o ano com os dois corredores concluídos, mas algumas estações podem ficar para 2015. É o caso das duas últimas da Avenida Cabugá, nas imediações da Rua Araripina e na frente da Assembleia de Deus, as últimas iniciadas. A Secretaria das Cidades já admite que elas venham a ser concluídas em 2015. “O esforço é de entregar tudo até o fim do ano, mas é provável que fique alguma coisa para 2015, a exemplo das duas últimas estações da Cabugá”, afirmou Gustavo Gurgel, secretário-executivo de Mobilidade.
A boa notícia é que o Terminal da 3ª Perimetral, na Avenida Caxangá, está mais perto de ficar pronto. A previsão da Secretaria das Cidades é que ele entre em operação em meados de novembro. “O terminal da 4ª Perimetral está mais atrasado porque há parte do pavimento a ser feita, além da cobertura, mas acreditamos que será concluído em dezembro”, disse Gustavo Gurgel.
Segundo ele, no Leste/Oeste as três estações da PE-27, que dá acesso a Camaragibe, estão em fase de acabamento. Outras duas estações em frente ao Country Club terão os vidros substituídos em razão de vandalismo, e a estação da Benfica está com a estrutura montada, mas falta cobertura. “As estações de Camaragibe e Conde da Boa Vista, que são diferenciadas, também devem ser entregues até dezembro.”
Um dos gargalos da rodovia PE-15,principal via de ligação dos municípios metropolitanos da Zona Norte com a capital, se encontra no entorno do Terminal da PE-15. A via recebe uma média de 45 mil veículos por dia entre Recife, Olinda e Paulista.
O terminal de ônibus funciona como um girador nos dois sentidos e para fazer o giro, os veículos chegam a formar fila tripla travando o tráfego. O congestionamento na entrada e saída do terminal, por vezes, atrapalha o tráfego do transporte público no corredor central, inclusive por onde também circula o BRT. Para destravar esse nó, uma das apostas do governo do estado é a implantação da Via Metropolitana Norte.
O projeto que fará a ligação da 2ª Perimetral com a Ponte do Janga, tendo um viaduto passando por cima do terminal integrado (eliminando o girador), foi licitado no início do ano, mas a liberação dos recursos na ordem de R$126 milhões depende de liberação da Caixa Econômica Federal. A expectativa é que a assinatura do contrato com a Caixa ocorra ainda este ano. Também estão previstos mais R$ 50 milhões de recursos próprios que já estão sendo usados na desapropriação de 1,3 mil imóveis no bairro Jardim Fragoso, em Olinda, por onde irá passar duas vias margeando o canal do Fragoso até o Janga.
“Nós estamos adiantando as desapropriações para limpar a área e logo após a assinatura do contrato com a Caixa reiniciarmos as obras, provavelmente no início de 2015”, afirmou o presidente da Companhia Estadual de Habitação e Obras (Cehab), Flávio Figueiredo. A Cehab assumiu a execução do projeto que era da Secretaria das Cidades. O tempo de execução é de dois anos, a partir da assinatura do contrato com a Caixa.
Para o professor do departamento de engenharia civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Maurício Andrade a obra é importante para deixar livre a passagem dos ônibus no corredor central. “Essa rotatória já esgotou a capacidade e não se pode permitir que o transporte público seja prejudicado”, ressaltou.
A futura via terá 6,1 quilômetros de extensão e prevê duas pistas marginais com 10,5 metros de largura, cada uma com três faixas, sendo uma exclusiva para ônibus. Os ciclistas vão contar com uma faixa de 2,5 metros e os pedestres com calçamento de 1,6 metro às margens do Rio Fragoso e mais dois metros do outro lado, onde serão instaladas 18 paradas de ônibus. Previsão de conclusão em 2017, se tudo sair como está previsto.
O pedestre ainda é um alvo fácil e frágil no trânsito, e muitas vezes se coloca em situação de risco. Em Pernambuco, entre 2011 e 2013, foram registrados 9,6 mil acidentes – evitáveis – com pessoas que se deslocam a pé, a maioria provocada por descuido ou imprudência do próprio pedestre ou do motorista. Ao todo 1,2 mil morreram nesse período. Morrem mais pedestres do que acidentados de carro. No mesmo período, segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, perderam a vida em acidentes de carro 1.008 pessoas.
No dia (18) do lançamento da campanha da Semana do Trânsito, do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran), que traz como tema a segurança do pedestre, duas mulheres entraram nas estatísticas.
Uma das vítimas foi atropelada por um ônibus no cruzamento da Avenida Cruz Cabugá com a Avenida Norte. Severina Bezerra de Menezes, 43 anos, foi atingida quando fazia a travessia pela faixa de pedestre e morreu na hora.
O motorista da empresa Cidade Alta, que teve o nome preservado, vai responder por homicídio culposo, sem intenção de matar. Em nota, a empresa informou que o sinal estava verde para o motorista. O delegado de plantão da Polícia Civil Paulo Medeiros contou que alguns passageiros do ônibus confirmaram essa versão.
Mas a falta de atenção do pedestre não tira, segundo o chefe do departamento de educação de trânsito da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Francisco Irineu, a responsabilidade do condutor.
“O Código de Trânsito é claro: a responsabilidade é do maior para o menor. O pedestre é a parte mais frágil, e não importa se o sinal está aberto. O condutor tem que ficar atento aos pontos de travessia.”
Já o consultor em trânsito Eduardo Biavati alerta para a velocidade. “Quando o condutor está em baixa velocidade e atento, ele consegue evitar o atropelamento”, afirmou.
Por falta de atenção, uma motorista perdeu ontem o controle do carro e invadiu a faixa contrária na Avenida Norte, por cima do gelo baiano e acabou atingindo uma mulher que estava fazendo panfletagem na via. A CTTU não caracterizou esse acidente oficialmente como atropelamento porque a mulher foi atingida pelo carro após a batida. A vítima não corre risco de morte.
No Recife, a média mensal de atropelamentos no ano passado foi de 33,1, o que dá pelo menos um atropelamento por dia. Nos seis primeiros meses de 2014 foram registrados 176 acidentes envolvendo pedestres.
Sem segurança nem conforto
Ser pedestre não é fácil e quando o sistema viário não ajuda é mais difícil ainda. Na RMR, um terço da população se desloca a pé, na maioria das vezes sem condições de acessibilidade. Além de buracos e obstáculos, enfrentam invasão do passeio e acabam migrando para a faixa de rolamento, o que aumenta os riscos de atropelamento.
O auxiliar de serviços gerais Wanderson Rodrigues caminha ao trabalho todo dia e enfrenta trechos sem calçada, como na Rua João Lyra. “A calçada acaba numa esquina onde os ônibus fazem uma curva acentuada e a gente fica sem espaço”, afirmou.
Para o arquiteto e urbanista Francisco Cunha, autor do livro Calçadas: o primeiro degrau da cidadania urbana, a invisibilidade do pedestre é resultado de uma cultura de ignorância. “O pedestre nunca é visto como prioridade. Quando um motorista sai da garagem, passa pela calçada sem preocupação se há alguém fazendo a travessia.”
Há um ano, ele iniciou uma campanha para “multar” carros estacionados nas calçadas. “Foram confeccionados dois mil blocos de multas educativas e serão feitos mais 10 mil”, diz o arquiteto.
Melhorar as calçadas e travessias do Recife é um dos desafios da Secretaria de Mobilidade. Entre as ações estão a redução da velocidade no Bairro do Recife, com a Zona 30, e a melhoria dos passeios. “Agimos para deixar as calçadas mais livres”, afirmou o secretário João Brag
Estão abertas as inscrições para a edição 2014 do Programa Carteira de Habilitação Popular (CNH Popular), uma iniciativa do DETRAN-PE e da Secretaria das Cidades. É uma oportunidade para 18 mil pernambucanos realizarem gratuitamente todas as etapas para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Em comemoração a seis anos de existência, o CNH Popular amplia seu público-alvo e traz como nova opção a Renovação de CNH, além da tradicional oferta da Primeira Habilitação, Adição e Classificação de Categoria da Carteira de Motorista. As inscrições são feitas exclusivamente pelo site do DETRAN-PE: www.detran.pe.gov.br. As inscrições já estão abertas e seguem até 21 de abril.
Este ano, aumentarão as chances de pessoas desempregadas serem selecionadas pelo CNH Popular. Isto porque elas poderão concorrer a uma das vagas independentemente do tempo de desemprego (antes era necessário estar desempregado há no mínimo um ano).
Em seu novo formato, o Programa investe no poder da CNH de ressocialização e de redução dos índices de violência, incluindo entre os contemplados os socioeducandos da Fundação de Atendimento Socioeducativo (FUNASE), aos quais serão destinadas 5% das vagas. Este mesmo percentual tem sido reservado, desde 2008, para egressos do sistema penitenciário.
Estudantes e pessoas de baixa renda continuam sendo alvos prioritários do Programa, sendo a eles destinadas 90% do total de vagas. 20% do total de vagas vão para os alunos matriculados no Ensino Fundamental ou Médio da Rede Pública do Estado de Pernambuco, incluindo aqueles que obtiverem melhor classificação no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Pessoas beneficiadas por programas assistenciais como o Bolsa Família e o Chapéu de Palha tem direito a 25% das 18 mil vagas do CNH Popular.
“O objetivo das mudanças é aumentar a adesão ao CNH Popular, dando mais oportunidade os candidatos. Além disso, o CNH Popular contribui para reduzir os índices de violência, pois foca os grupos sociais expostos à criminalidade, proporcionando-lhes igual oportunidade de acesso às ações do Governo.”, explica a Diretora de Operações do DETRAN, Amanda Machado.
No total, 20% das vagas do CNH Popular serão preenchidas por candidatos à primeira habilitação; 10% serão voltadas para candidatos a Renovação da CNH, 15% serão destinadas aos candidatos à adição de categoria. A maior porcentagem, 55%, irá para os candidatos à mudança de categoria da CNH. As vagas são equitativamente distribuídas entre a Região Metropolitana e o Interior do Estado.De 2008 a 2013, o Programa investiu mais de cem milhões de reais, sendo cerca de 20 milhões investidos no processo de 1ª Habilitação.
Como Funciona o CNH Popular:
O processo de admissão ao Programa é dividido em três fases:
1. Março e abril de 2014 – Inscrição e seleção dos candidatos
2. A partir de maio de 2014 – Divulgação do ranking de selecionados e início da etapa de convocação dos selecionados, mediante comprovação dos dados cadastrais.
Ao fazer sua inscrição, o candidato preenche um cadastro onde informa dados que permitirão sua alocação num dos grupos contemplados pelo Programa. Além dos dados pessoais, devem ser informados o número de dependentes do candidato, a situação empregatícia, valor da renda, dentre outros.
Finalizadas as inscrições, é disponibilizada e divulgada, no site do DETRAN/PE, a relação dos 18.000 selecionados de acordo com a ordem de classificação por segmento.
Depois, começa a fase de convocação – Os candidatos convocados comparecem ao DETRAN/PE munidos da documentação exigida para cada segmento beneficiado, tendo em vista comprovar as informações prestadas no ato da inscrição.