Por
Tânia Passos
Ainda não há como medir o impacto que trará o rodízio de placas em algumas vias do Recife, nos horários de pico. Até porque os horários de “pico” podem mudar de direção. Há ainda a tendência de que o resultado seja apenas temporário se levarmos em conta o aumento de 200 carros por dia na cidade. Mas que algo precisa ser feito, isso precisa. E a maioria dos motoristas que já conversei é a favor do rodízio, embora a maioria não saiba dizer qual será o plano B.
Em São Paulo, segundo o professor Maurício Pina, especialista na área de mobilidade, há pesquisa apontando que a maioria dos paulista que têm carro, já adquiriu o segundo veículo. O rodízio é uma das medidas restritivas, mas já se discute um outro ponto, que também mexe diretamente com o usuário do carro: os estacionamentos em vias públicas.
A prática comum em quase todas as vias da cidade, salvo alguns corredores de tráfego, traz um prejuízo calculável na circulação. Vias de quatro faixas funcionam apenas com duas na prática. Ampliar esse leque, seja para melhoria do tráfego ou mesmo para outros usos “politicamente corretos” é o mesmo que mexer em vespeiro. Ninguém vai querer perder o privilégio, mas todo mundo quer que o trânsito melhore. Talvez mais do que perguntar com quantos carros se faz um rodízio, a pergunta deva ser: de quem é a responsabilidade sobre o nosso próprio carro?