Via mangue já reduziu em 41% o tráfego da Domingos Ferreira

Trajeto tornou mais ágil a volta para casa de quem mora na Zona Sul do Recife e em parte de Jaboatão Foto Guilherme Veríssimo Esp DP/D.A.Press
Trajeto tornou mais ágil a volta para casa de quem mora na Zona Sul do Recife e em parte de Jaboatão Foto Guilherme Veríssimo Esp DP/D.A.Press

Em um mês de funcionamento, a Via Mangue já absorveu 41% dos veículos que trafegavam pela Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem. De acordo com a Companhia de Trânsito e Transportes Urbano (CTTU), 19 mil automóveis passam pela via, um aumento de 4 mil veículos se comparado com os primeiros 15 dias de utilização. Os números correspondem ao período de férias e, com a volta das aulas, a companhia espera um acréscimo de 5% a 7% no volume de veículos.

“Essa é a média já registrada no retorno do período escolar nas vias de grande circulação do Recife. Estamos monitorando o tráfego mas é claro que a pista oeste absorveu uma parte dele”, afirmou a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.
Atualmente, cerca de 28 mil veículos circulam na Avenida Domingos Ferreira.

Para Taciana, o maior ganho foi no transporte público. “A avaliação é positiva para o território sul porque, além de se consolidar como uma alternativa viária, a Via Mangue viabilizou a implantação da Faixa Azul na Domingos Ferreira, que prioriza os coletivos”, disse a presidente da CTTU. Segundo a instituição, a velocidade média das 24 linhas de ônibus que operam na avenida aumentou cerca de 50%, passando de 11 km/h para 16,5 km/h. Cerca de 17 mil passageiros do transporte público foram beneficiados.

Quem trafega de carro também sentiu uma redução no tempo da viagem. A estudante de direito Regina Silva, 25 anos, dirige pela Domingos Ferreira diariamente para se deslocar do Pina, onde faz estágio, ao bairro de setúbal, onde mora. “Eu largo às 18h, horário de pique, e, de carro, levava pouco mais de uma hora para chegar em casa. Hoje levo vinte minutos”, contou a universitária.

Infrações
Desde que a Via Mangue foi inaugurada, dia 13 de junho, 810 infrações foram registradas por excesso de velocidade. Embora seja uma via expressa, sem semáforos e construída para dar fluidez principalmente aos automóveis que seguem para os bairros de Boa Viagem, no Recife, e de Piedade e Candeias, em Jaboatão, a velocidade máxima é de 60 km/h, limite em ruas e avenidas do perímetro urbano. As autuações são registradas por um pardal instalado próximo à entrada do Shopping RioMar e por um carro-radar.

Fonte: Diario de Pernambuco

Via Mangue tem previsão de ser entregue 12 dias antes da Copa do Mundo

Via Mangue ainda em obras - Foto Blenda Souto Maior DP/D.A.Press
Via Mangue ainda em obras – Foto Blenda Souto Maior DP/D.A.Press

Uma obra de 1.150 dias. Esta é a Via Mangue, serviço viário tão prometido para desafogar o tráfego na Zona Sul do Recife desde outubro de 2013, visando a Copa do Mundo, que só ficará pronto 12 dias antes do início do mundial no país. Depois de passar por atrasos e receber aditivos nos preços e no prazo, a obra, prevista pela atual gestão municipal para ser entregue hoje, passa a ter nova data de inauguração: 31 de maio.

Isso porque aos 45’ do segundo tempo ficou claro para a Secretaria de Infraestrutura do Recife que o impacto da obra no tráfego acabaria trazendo mais danos que benefícios à Rua Antônio Falcão, onde já se verifica fluxo intenso de veículos, em Boa Viagem. Agora, o elevado passa a ser conectato à Rua Antônio Torres Galvão, 270 metros à frente, demandando um alongamento da via.

De acordo com o diretor de engenharia da secretaria, Vicente Perrusi, além de estendido o elevado, também serão feitas readequações em duas pontes, a Paulo Guerra, até o acesso ao Shopping RioMar, e a da Encanta Moça, até a Rua Gabo Coutinho. Ambas, cujo projeto previa apenas duas faixas de tráfego, passarão a ter três. “Estamos com 96,35% da obra concluídos e o que falta será feito no mês de maio. Tudo ficará pronto no prazo e se tiver alguma pendência será, no máximo de alguma pintura, ponto de iluminação… Alguns ajustes facilmente resolvidos”, diz.

Atualmente, cerca de 2,3 mil pessoas atuam diretamente na conclusão da Via Mangue em cinco frentes de trabalho. A obra, que teve início em 7 de abril de 2011, recebeu um nono aditivo, publicado no Diário Oficial do último sábado (26), que deixou o prazo de entrega mais elástico, até o fim de maio, e também reajustou o valor da intervenção urbana em R$ 47,6 milhões, elevando o custo total da via para R$ 431 milhões.

O novo investimento representa a inclusão de serviços não inicialmente previstos, a exemplo da pintura do mastro principal da via. A fase de finalização, que inclui a instalação da rede elétrica e de iluminação pública, bem como a cobertura asfáltica, deve ser realizada nas próximas semanas.

Saiba mais

Cronograma das obras

Abril de 2011 – início das obras

Setembro de 2013 era a previsão de conclusão

Abril de 2014 – prazo prometido pela administração

Maio de 2014 – novo prazo

4,75 km é a extensão da via
270 metros será o alongamento até a Rua Antônio Torres Galvão
60 km/h é a velocidade média prevista para a via
R$ 431 milhões é o atual custo da obra
992 famílias que moravam em palafitas foram removidas
3 conjuntos habitacionais foram entregues em novembro de 2011

Equipamentos

4 elevados
vão compor o sistema viário

8 pontes
estão incluídas no traçado

2 alças
farão a ligação com a Ponte Paulo Guerra e o Temudo

3 faixas
terão as Pontes Paulo Guerra e Encanta Moça

Fonte: Diario de Pernambuco

Os sete erros da Via Mangue

 

Via Mangue - foto Cristiane Silva DP/D.A.Press
Via Mangue – foto Cristiane Silva DP/D.A.Press

Faltando sete meses para a obra da Via Mangue ser finalmente entregue surgem incertezas quanto a sua eficácia na melhoria do sistema viário ligando o Centro do Recife à Zona Sul. Especialistas apontam pelo menos sete erros na concepção do projeto orçado em quase R$ 400 milhões. O maior pecado da via, segundo eles, foi ter se afastado da concepção original do projeto desenhado, inicialmente, na década de 1970 pela Fidem e redesenhado nas décadas de 1980, 1990 e 2000.

O traçado já recebeu o nome de Via Costeira, Linha Verde, Via Metropolitana Sul e por último Via Mangue. Nas três versões anteriores, simuladas no Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU), havia um elemento que foi dispensado no projeto atual: a terceira ponte. Sem ela, o desenho da Via Mangue optou pela meia ponte, que se encontra com a Ponte Paulo Guerra, no Pina, (já saturada).

Ponte Agamenon Magalhães - Foto Nando Chiappetta DP/D.A.Press
Ponte Agamenon Magalhães – Foto Nando Chiappetta DP/D.A.Press

Outro equívoco foi projetar um sistema viário de retorno tendo como base um túnel que só atende em parte o fluxo que vai da Zona Sul para o Centro. Os nós da Via Mangue estão ainda nas suas duas extremidades – chegada e saída – e no trecho lindeiro à costa, que não tem opção da pista local e deve se transformar em mais problema com a mudança da ocupação dos espaços que a própria via deverá proporcionar. O assunto é tão polêmico, que os técnicos ouvidos preferiram não serem identificados.

Com 4,5 quilômetros de extensão, a via expressa compreende o trecho entre a Ponte Paulo Guerra, no Pina, e a Rua Antônio Falcão, em Boa Viagem, margeando a área de mangue. Os problemas no projeto já podem ser vistos nos viadutos construídos sobre a Antônio Falcão. Segundo um técnico do setor, que prefere não ser identificado, a Antônio Falcão funciona como um binário com a Félix de Brito, mas o viaduto construído passa por cima apenas da Antônio Falcão.

Via Mangue - nas imediações da Antônio Falcão - Arthur de Souza/Esp.DP/D.A Press.
Via Mangue – nas imediações da Antônio Falcão – Arthur de Souza/Esp.DP/D.A Press.

“É um descalabro de engenharia a chegada da Via Mangue na Antônio Falcão, e, quando chega na Félix de Brito, o elevado que faz o sentido inverso é curto e não permite uma continuação. Isso vai exigir um semáforo, e quem vier da Imbiribeira vai ficar parado debaixo do viaduto”, alertou o técnico. O erro foi também visto por um especialista que fez parte da gestão passada. “Foi observado que o viaduto estava mais curto, mas foram feitos alguns estudos e a decisão foi de manter o desenho”, revelou a fonte que também prefere não ser revelado.

Tem mais no desenho da Via Mangue, segundo os especialistas deveria haver uma pista local no trecho lindeiro à costa. “Ela é uma via que não deve permitir parada de carga e descarga. Mas como impedir a ocupação do trecho lindeiro? Será o mesmo problema que acontece hoje com a Conde da Vista e a Presidente Kennedy”, apontou o especialista, que também preferiu o anonimato. A via também só possibilita que o ciclista trafegue por ela tendo acesso pelo início ou fim da via.

Túnel da Herculano Bandeira e Avenida Antônio de Goes - Foto Nando Chiappetta DP/D.A.Press
Túnel da Herculano Bandeira e Avenida Antônio de Goes – Foto Nando Chiappetta DP/D.A.Press

A ponte

A Secretaria Municipal de Infraestrutura já admite que alguns erros precisam ser corrigidos. Um dos entraves já identificados foi no ponto de retorno do túnel, construído sob a Avenida Herculano Bandeira, porta de entrada do Pina. O túnel permite mais fluidez na via. Já a Avenida Antônio de Góes, via de saída do Pina, recebe o trânsito da própria Antônio de Góes e do túnel, que já está congestionando antes  de a via expressa ficar pronta.

“Acredito que uma alternativa é fazer o prolongamento do túnel. Não sou a favor do elevado, que será muito desconfortável para quem sai do túnel”, observou o engenheiro César Cavalcanti, coordenador regional da Associação Nacional de Transporte Público (ANTP). O elevado é apontado como alternativa pelo técnico que participou da antiga gestão. “O prolongamento do túnel não era viável na época e não é agora. Tanto pelo custo como pelos transtornos no trânsito. A solução é um elevado longitudinal na Antônio de Góes”.

“Se tivessem feito a terceira ponte não haveria necessidade do túnel e nem mesmo do prolongamento do túnel ou da construção de um elevado. Isso não irá resolver por uma razão muito simples: as duas pontes já estão bastante saturadas”, apontou outro técnico do setor que também não quis ser identificado. Pelo projeto que foi simulado no PDTU de 2008 havia uma terceira ponte nas imediações da Compesa e antes do terreno da antiga Bacardi, onde hoje funciona o shopping RioMar.

No lugar dela foi construída a meia ponte estaiada, que se une à Ponte Paulo Guerra. ‘É uma ponte também pela metade que se liga a outra já saturada e ainda não é estaiada. É apenas uma ponte com os fios de aço suspensos. Para ser estaiada, o vão precisaria ser maior”, criticou um engenheiro em reserva.

A Secretaria de Infraestrutura prefere não adiantar que tipo de solução será dada. “Está sendo feito um estudo, que deve ficar pronto em 60 dias. Mas garanto que não ficará do jeito que está”, revelou o secretário Nilton Mota. Ainda segundo o secretário serão adotadas medidas emergenciais de engenharia de tráfego e algumas obras físicas antes de uma solução definitiva.
Conheça os sete erros da Via Mangue

1- Ausência de uma terceira ponte (prevista no PDTU de 2009)
2- Ponte estaiada (que não é estaiada)
3- Túnel da Herculano Bandeira (pela metade)
4- Viaduto do binário da Antônio Falcão (incompleto)
5- Ausência de uma pista local no trecho lindeiro à costa
6- Acesso para ciclistas apenas no início e no fim da via
7- Não serve como via metropolitana

Saiba Mais

Cronograma das obras
Abril de 2011 – início das obras
Setembro de 2013 era a previsão de conclusão
Abril de 2014 – novo prazo contratual para término das obras
Dezembro de 2013 – foi prazo solicitado pelo prefeito Geraldo Julio já descartado

Os números da Via Mangue
992 famílias que moravam em palafitas foram removidas
3 conjuntos habitacionais foram entregues em novembro de 2011
4,75 km é a extensão da via
60 km/h é a velocidade média prevista para a via
R$ 383 milhões é o custo da obra

Equipamentos
4 elevados vão compor o sistema viário
8 pontes estão incluídas no traçado
2 alças farão a ligação com a Ponte Paulo Guerra e o Temudo
1 túnel na Herculano Bandeira

Fonte: Prefeitura do Recife

Perimetrais e Via Mangue recebem recursos

O primeiro encontro entre a presidente Dilma Rousseff (PT) e o prefeito Geraldo Julio (PSB), no Palácio do Planalto, rendeu dividendos. O prefeito saiu da reunião com a garantia de receber R$ 360 milhões do governo federal para obras de mobilidade. Os recursos são destinados para as obras da Via Mangue, cerca de R$ 100 milhões, e a construção da 2ª e 3ª perimetrais. A 4ª perimetral já está incluída no projeto do governo do estado , que já dispõe de recursos para a  implantação do corredor BRT no contorno da BR-101.

Os recursos para a Via Mangue serão liberados antes do segundo semestre e devem chegar num momento em que o prefeito está sendo cobrado a concluir, o quanto antes, a maior via pública da Zona Sul, prevista para atrasar mais sete meses. Outros R$ 160 milhões foram assegurados por Dilma para a segunda e terceira perimetrais, obras que faziam parte dos planos do ex-prefeito João da Costa, mas não tiveram a evolução desejada, enquanto mais R$ 100 milhões serão para outras obras do PAC, como drenagem e pavimentação. “A nossa demanda básica é garantir a assinatura desses contratos ainda neste semestre”, frisou Geraldo Julio.

 

Com  informações do Diario de Pernambuco

Via Mangue, só em 2014 ?

O Tribunal de Contas do Estado (TCE) alertou a Prefeitura do Recife, ontem, sobre o andamento das obras das 2º e 3º etapas da Via Mangue, a mais importante obra viária em construção na capital pernambucana. De acordo com a fiscalização do órgão, registrada em relatório finalizado em outubro, se o andamento da intervenção urbana se mantiver no nível atual, a Via só será liberada na sua totalidade 14 meses após o previsto, ou seja, em novembro de 2014. Em audiência pública realizada pela vereadora Priscila Krause (DEM), na Câmara do Recife, na manhã desta terça-feira (13), o chefe do núcleo de Engenharia do TCE, Airton Alcoforado (foto), dos 11,54% previstos para o período, apenas 3,70% foram executados. A presidente da URB, Débora Mendes, presente no evento, anunciou que um novo cronograma será oficializado até o final deste mês. Segundo ela, o atraso na liberação da certidão do Ibama, expedida no último dia 25, foi um dos motivos para o atraso nas frentes de serviço.

Outra informação oficializada na audiência pública foi a desapropriação do Aeroclube, na região do Pina. De acordo com Débora Mendes, o traçado da Via passará por dentro do terreno do clube aeronáutico, fato que “inviabiliza”, segundo ela, sua permanência no local. A presidente da URB informou, no entanto, que esse é um ponto que a Prefeitura do Recife não terá intervenção direta, já que as negociações para a desapropriação do terreno vão acontecer entre a direção do Aeroclube e o governo de Pernambuco, proprietário da área. A informação contraria documento assinado pela assessora da presidência da URB, Ana Zuleika, que respondeu oficialmente à Câmara do Recife, dia 26 de setembro deste ano, questionamento sobre a utilização do terreno. “A área em referência do aeroclube é de propriedade do Governo do Estado, não havendo no âmbito deste Município nenhum estudo de Viabilidade Técnica para que o mesmo seja utilizado”, registrou Zuleika.

Para a vereadora Priscila Krause, responsável pela realização da audiência pública, o atraso em frentes de serviço como a “Canalização do Rio Pina” e a “Construção do Muro de Contenção”, duas ações fundamentais para a construção da Via Mangue, é preocupante. “Estamos no oitavo mês, desde a assinatura da ordem de serviço, e a canalização do Rio Pina, que é um serviço preliminar, por exemplo, deveria estar 90% concluída, mas até hoje não houve andamento. Nossa preocupação é com o cumprimento dos prazos. O Recife não vai admitir que exista atraso de um dia sequer e é por isso que vamos, ao lado do TCE, permanecer fiscais 24 horas. Agora é aguardar o anúncio desse novo cronograma e somar esforços para o Recife sair desse caos chamado imobilidade”, resumiu.