Um convite à arquitetos, urbanistas, planejadores urbanos, engenheiros de tráfego, ciclistas, pedestres, patinadores e skatistas. Em sua nova palestra o consultor de mobilidade Urbana Mikael Colville-Andersen irá apresentar o conceito da “Cultura da Bicicleta através do Design“.
Imaginar as cidades do século XXI é deixar para trás a engenharia de tráfego, nascida no começo do século XX e que não foi capaz até hoje de equacionar uma solução para a mobilidade urbana. Mikael propõe deixar de lado a engenharia e substitui-la pelo design. No lugar da fluidez, os usos das ruas, ao invés de maior velocidade nas vias, mais qualidade de vida no espaço urbano.
O evento será realizado nessa quinta-feira às 18h30 no Centro de Arquitetura e Urbanismo (CAU) da Secretaria Municipal de Urbanismo.
MIKAEL COLVILLE-ANDERSEN – BICYCLE CULTURE BY DESIGN
15 DE MARÇO DE 2012 – 18h30
RUA SÃO CLEMENTE,117
BOTAFOGO, RIO DE JANEIRO
De repente, a uniformidade da pista acaba e condutores e passageiros começam a “pular” dentro do veículo, como se estivessem passando por uma sequência de quebra-molas. Essa é a sensação de quem trafega por nossas pontes e viadutos. As responsáveis pelo desconforto são juntas estruturais, fendas que têm a finalidade de deixar o concreto se expandir e se retrair sem provocar fissuras. Mas essa solução, tão recomendada pela engenharia para preservar o concreto, está sendo colocada na berlinda.
Uma pesquisa do Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil da UFPE indicou que as juntas aumentam os custos de manutenção de viadutos e pontes. A solução seria mudar a forma de construir, optando pelas pontes integrais, sem as juntas. Essas estruturas também resguardam o concreto e ainda são mais seguras.
A dissertação de mestrado Pontes integrais – aspectos de projeto e construção, do engenheiro projetista de pontes Maurício Pinho, enumera as vantagens desse modelo, que é tendência mundial. Além da segurança e da economia na manutenção, as integrais têm menor custo de construção, maior durabilidade, melhor estética e superfície de rolamento mais regular.
“As juntas foram criadas para melhorar o comportamento da estrutura, mas o efeito estava sendo mais danoso que benéfico. Por esses espaços a água entra e corrói a ferragem e o concreto. Além disso, o impacto dos veículos acaba provocando o desnivelamento das placas de concreto ou até a quebra do asfalto”, explicou Pinho.
O engenheiro não mensurou o quanto pode ser economizado com manutenção na troca das pontes convencionais por integrais, porque a abordagem é rara no Brasil. No entanto, ele cita um dado de uma pesquisa do Departamento de Transportes do Reino Unido na década de 1980, que mostrou que a infiltração nas juntas era a principal causa de corrosão nas ferragens de 200 pontes. EUA, Canadá e Austrália já priorizam o modelo.
Segundo Pinho, os custos com materiais são praticamente iguais nos dois métodos. “A diferença é que os cálculos de uma ponte integral são bem mais trabalhosos, porque consideram todos os movimentos do concreto sem as juntas. A execução do projeto também requer mais cuidado. São pontos que podem deixar a obra um pouco mais cara”.
O engenheiro civil especialista em estruturas José Inácio Ávila faz ressalvas à extinção das juntas. “O concreto tem efeitos de retração ainda não muito bem quantificados. Os projetistas podem calcular valores próximos à realidade, que, se estiverem errados, causarão fissuras”, argumentou.
Segundo Maurício Pinho, a Ponte Maurício de Nassau, no Recife, é um dos raros modelos integrais no estado. Ainda há uma ponte em fase de projeto, que será construída em Barreiros, sobre o Rio Una.
Ação para estimular o uso das bicicletas feita por um grupo de amigos chamado “A Mudança”. A menssagem é: Tente ir de bike, pra aula, pro mercado, pra praia ou pro trabalho. Além de não sujar tanto, é bem mais bacana.