Desconforto no transporte público do Recife traduzido em números do Idec

Passageiros na integração do Terminal Joana Bezerra - Foto Allan Torres Especial DP/D.A.Press
Passageiros na integração do Terminal Joana Bezerra – Foto Allan Torres Especial DP/D.A.Press

A rotina dos dois milhões de usuários do transporte público da Região Metropolitana do Recife poderia ser melhor se medidas simples fossem adotadas em respeito ao cidadão.

Olhar o serviço do transporte público sob o olhar do passageiro é a proposta da pesquisa que o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) está realizando em 11 capitais brasileiras. Depois de São Paulo e Belo Horizonte, agora é a vez do Recife e do Rio de Janeiro entrarem na berlinda. A pesquisa apontou 490 irregularidades nas duas capitais e muitas vão além do transporte propriamente dito.

Falta de iluminação adequada nas paradas, sujeira nos terminais integrados, infiltrações nas paredes dos terminais, freadas bruscas, circular com portas abertas e ônibus parando no meio da via para o usuário entrar ou descer são algumas das irregularidades.

Mas há ainda aquelas “imbatíveis”: superlotação, atrasos e falta de informações. Durante duas semanas de março, um pesquisador utilizou o transporte público da capital pernambucana das 7h às 10h e das 17h às 18h e deixou as suas impressões em relatório.

Mas para quem já é acostumado a cumprir os mesmos trajetos todos os dias já não são mais apenas impressões. “A superlotação é o que mais me incomoda. Dificilmente consigo lugar para sentar”, contou o eletricista Durval Lima, 65 anos, na linha PE-15/Boa Viagem. Para a auxiliar de serviços gerais Taciana Torres, o aperto é a pior parte. “Tem hora que falta até ar para respirar”.

Acessibilidade não adequada  na plataforma e trens sem climatização foram algumas das irregularidades apontadas no metrô Recife Foto - Allan Torres Especial DP/D.A.Press
Acessibilidade não adequada na plataforma e trens sem climatização foram algumas das irregularidades apontadas no metrô Recife Foto – Allan Torres Especial DP/D.A.Press

A pesquisa antecede o lançamento da campanha #chegadeaperto, que o Idec vai realizar em junho no Recife. Mais do que alertar sobre a superlotação, a ideia é chamar atenção para a cadeia que integra o transporte. “O transporte público deve ser prioridade. Pagamos pelo serviço”, ressalta o coordenador da pesquisou, João Paulo Amaral.

A interrupção da viagem e os atrasos deveriam se reverter, segundo o pesquisador, na restituição da passagem. O metrô do Recife chega a ter 15 evacuações dos trens por mês e em alguns casos, os usuários completaram o percurso a pé. “O Código de Defesa do Consumidor garante direito de devolução. Na pesquisa, não identificamos funcionários do metrô do Recife treinados para fazer isso”, detalhou Amaral.

Campanha do Idec #chegadeaperto será lançada em junho no Recife Foto - Allan Torres Especial DP/D.A.Press
Campanha do Idec #chegadeaperto será lançada em junho no Recife Foto – Allan Torres Especial DP/D.A.Press

Dados entregues ao poder público para melhorias

Os critérios para avaliar o transporte público foram divididos em quatro eixos: estrutura das estações ou paradas; estrutura do meio de transporte; qualidade da viagem e atendimento ao usuário. De acordo com o Idec, os resultados foram encaminhados às prefeituras e órgãos responsáveis pela gestão do transporte nas duas capitais.

Em nota, o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano ressaltou o compromisso do governo do estado em oferecer transporte público seguro e de qualidade. E cita a licitação das linhas de ônibus como forma de regulamentar a prestação de serviço por meio de contrato, que poderá ocasionar penalidades para empresas que descumprirem normas.

A pesquisa, no entanto, vai além da responsabilidade dos empresários do setor e chama atenção do estado em relação à estrutura de estações e paradas. Com relação à segurança, o Grande Recife informou que dentro dos veículos há câmeras que detectam qualquer infração que venha a ocorrer internamente e que elas são encaminhadas à Secretaria de Defesa Social (SDS).

De acordo com a assessoria de imprensa do metrô do Recife, o órgão não recebeu nenhum relatório do Idec referente à pesquisa. Ainda segundo a assessoria, os trens foram reformados e climatizados e as novas estações do metrô foram construídas dentro das normas de acessibilidade. Sobre os atrasos e interrupção das viagens do metrô, o gerente de comunicação Salvino Gomes disse que a empresa não adota a política de devolução de dinheiro

Eu não sou o trânsito


Por

Kaiodê Biague

Sob a lógica modernista, um dos mais simbólicos espaços urbanos, a rua, acabou por expulsar o pedestre para ceder espaço ao automóvel em nome da racionalização e funcionalismo. Apesar de toda crítica pós-moderna ainda é possível observar que daquela equação restaram a antítese de um ideal, ou seja, cidades com baixa qualidade ambiental e um trânsito caótico, com não raras exibições de total falta de senso coletivo.

Esses fatos além de adoecerem as cidades também são responsáveis pelo aumento de inúmeras doenças e síndromes contemporâneas em seus habitantes, como o stress e a depressão, por exemplo. Porém, muitas vezes a resposta se encontra em pequenos atos e práticas. Simples questionamentos podem promover mudanças significativas em nosso cotidiano. Segundo o designerDiogo Louzada, sócio da produtora Hemisfério Criativo, a frase “você não está no trânsito, você é o trânsito” foi inspiração suficiente para eles produzirem uma reflexão direta sobre os efeitos que motoristas, pedestres e ciclistas provocam no trânsito.

Por sua simplicidade e objetividade, o curta-metragem “Eu não sou o trânsito” foi um dos premiados no concurso mundial da Siemens sobre sustentabilidade, promovido em 2012. Confira o vídeo.

Fonte: The City Fix Brasil

Detran fará 10 blitze educativas para motociclistas

 

O Detran vai promover 10 blitze educativas para motociclistas na avenidas Boa Viagem, Rui Barbosa, Norte e Agamenon Magalhães, na Rua da Aurora, na Estrada do Arraial, no Marco Zero e no Largo de Casa Amarela. O objetivo será conscientizar os condutores sobre direção defensiva, uso de equipamentos de segurança e consumo de álcool, com o objetivo de reduzir os acidentes. O programa começa nesta quinta-feira e se estende até o dia 31.

Cada blitz terá viaturas e 10 profissionais, incluindo policiais, artistas da Turma do Fom-fom e agentes de trânsito. As equipes vão distribuir material para motociclistas e motofretistas. De acordo com as novas determinações, os motofretistas (motoboys) são obrigados a utilizar equipamentos individuais de proteção, ter no mínimo 21 anos de idade, registrar o veículo na categoria de aluguel (placa vermelha) e frequentar curso especializado com duração de 30 horas/aula. As exigências, previstas por resoluções do Conselho Nacional de Trânsito, entram em vigor no próximo dia 2 de fevereiro.

Confira os horários e locais das blitze: 

23/01: Avenida Norte com Cruz Cabugá (9h às 11h) e Largo de Casa Amarela (14h às 16h)

24/01: Rua da Aurora com Avenida Mário Melo (9h às 11h) e Marco Zero (14h às 16h)

29/01: Avenida Caxangá, em frente ao Caxangá Golf (9h às 11) e Avenida Boa Viagem, em frente ao Dona Lindu (14h às 16h)

31/01: Estrada do Arraial, em frente ao Sítio da Trindade (9h às 11h) e Avenida Rui Barbosa (14h às 16h)

 

Fonte: Redação do DP

Desrespeito às leis, herança aristocrática

Por

Tânia Passos

Exceder o limite de velocidade é a infração de trânsito mais cometida pelos brasileiros. Em Pernambuco também. Neste ano, 27% das 531,2 mil irregularidades registradas de janeiro a agosto foram cometidas por motoristas “apressados”, que não respeitaram o limite permitido nas vias. A capital pernambucana também pontua na frente quando o assunto é acelerar. Somente em 2011, 38.238 infrações foram cometidas no Recife . Chegar na frente não é a única explicação para justificar uma prática que se tornou rotina e que deixa um rastro de violência. Para tentar mudar esse cenário, o assunto foi o tema escolhido neste ano para a campanha da Semana Nacional de Trânsito.

Para o antropólogo Roberto DaMatta, que realizou, ontem, palestra no Detran, dentro das comemorações da Semana do Trânsito, uma das hipóteses para a prática abusiva dos motoristas pode estar na herança da aristocracia brasileira, onde não cumprir regras é sinal de poder. “Cumprir regras pode significar inferioridade. No Brasil é comum as autoridades se recusarem a obedecer regras e isso se perpetua nas diferentes classes”, explicou. Na opinião do antropólogo, autor do livro Fé em Deus e pé na tábua, ao contrário do que ocorre em países e culturas onde o espaço público é visto pelos cidadãos como pertencente a todos e, por isso mesmo, respeitado naturalmente, o espaço de convivência no Brasil é usado de diferentes formas, dependendo da classe social. “É a política do ‘sabe com quem está falando’?”, ressaltou DaMatta.

No trânsito todos somos iguais. Pelo menos deveria ser. A verdade é que dentro do carro todos são desconhecidos e inimigos em potencial. Um querendo passar na frente do outro e ninguém quer dar a vez. “No trânsito, há cada vez menos espaço para gentilezas. É a regra do mostrar poder e, nesse caso, ‘fechar’, ‘furar’ e ‘dar um balão’ são versões do popular “jeitinho brasileiro” usadas por motoristas no dia a dia”, explicou.

Não respeitar as leis de trânsito traz consequências drásticas. No Brasil morrem por ano cerca de 43 mil pessoas, vítimas de acidente. “Você pode ignorar etiquetas e se vestir mal ou comer com a boca aberta. Enfim, isso não vai afetar a vida das outras pessoas. Mas descumprir regras no trânsito, sim”, disse o antropólogo.

Mudar esse cenário só mesmo com educação, fiscalização e punição. Segundo Roberto DaMatta somos iguais no trânsito e as leis precisam ser iguais para todos. “Eu diria que estamos evoluindo. Não podemos dizer que não houve avanços. Mas é preciso melhorar muito ainda. Temos um número absurdo de vítimas e a maioria, sem dúvida, é por desrespeito às leis de trânsito”.

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Respeite um carro a menos

 

Ações coletivas como o Mobicidade, de Porto Alegre, e o “Evolua com Mobilidade”, da ONU-Habitat, estão mexendo com os cidadãos e mostrando que meios alternativos de deslocamento, muitas vezes, podem ser a melhor opção para ganhar tempo e saúde.

No Rio de Janeiro, um dos projetos transformadores que estão dando o que falar é o “Respeite um Carro a Menos”. O grupo, formado por ciclistas e simpatizantes do transporte não motorizado, quer mostrar para a cidade que não precisamos depender do carro para nos mexer. Outros meios de mobilidade muito mais agradáveis para as pessoas e limpos para o meio ambiente existem. Mas para isso, todos precisam entender os diferentes modais no trânsito.

O próprio nome do projeto já indica o grande objetivo: respeito. Brigar por espaço entre os carros não é a forma ideal de utilizar a bicicleta, provoca medo, mas em muitos momentos é inevitável, por isso, é melhor que os motoristas estejam preparados para entender que a bike também é um veículo. Pensando nisso, o RESPEITE vende online simpáticas e coloridas plaquinhas com os dizeres “Respeite. Um carro a menos” para serem colocadas nas bikes.

Além de informar as outras pessoas que compartilham a via, o aviso serve como um grito por uma ideologia de vida, como a própria descrição do projeto indica no seu site. As placas são feitas de plástico PET reciclado e podem ser adquiridas em diferentes modelos e cores no site do RESPEITE para decorar sua bike como você quiser. Tem opção para ciclistas, skatistas, usuários de bike elétrica e até o modelo pet-friendly, é só escolher!

 

Cantor Pedro Leonardo fará campanha de trânsito

 

O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), visitou o cantor Pedro Leonardo no Hospital Sírio Libanês na zona central de São Paulo. Na ocasião, Ribeiro o convidou para participar da próxima campanha de trânsito a ser realizada pelo ministério. No encontro, que durou cerca de 20 minutos, o cantor aceitou o convite e falou dos planos para voltar a cantar. “Tenho muito a dizer”, afirmou.

Ribeiro quer que Pedro participe da campanha publicitária do Ministério das Cidades fazendo um alerta aos motoristas sobre os riscos de acidentes nas ruas e estradas durante os feriados, quando um grande número de pessoas aproveita para viajar de carro.

O cantor Leonardo, pai de Pedro, participou da mesma campanha e a visita do ministro foi uma forma de agradecimento ao sertanejo por não ter cobrado cachê para protagonizar a propaganda. A primeira parte da campanha foi ao ar de 3 a 10, para o feriado de Corpus Chisti. A segunda está sendo veiculada no Norte e Nordeste, de 11 de junho até 31 de junho, período em que há um aumento de 80% de veículos nas estradas nestas regiões por contas das festas juninas.

“Fiquei bastante animado com a visita. É bom poder ver um jovem como ele, que teve o apoio de todo o Brasil, da maneira que está. Queremos vê-lo em breve no palco. Aproveitamos e fizemos um convite para fazer a próxima campanha de trânsito, que é fundamental”, afirmou o ministro das Cidades.

Ribeiro contou ainda sobre a conversa que teve com Pedro no quarto do Hospital Sírio Libanês. “Ele está muito animado. Conversamos sobre a vida, sobre as coisas que acontecem e os propósitos. Ele foi resgatado em um momento de extrema dificuldade. Desejei sucesso e restabelecimento o mais rápido possível. Conversamos de futebol também. Ele está feliz da vida por causa do Corinthians”, brincou o ministro.

O acidente
Pedro Leonardo, 24 anos, sofreu um grave acidente de carro na manhã do dia 20 de abril, em Minas Gerais, entre as cidades de Araporã e Tupaciguara. O cantor estava sozinho no veículo e foi levado inconsciente para o hospital em Itumbiara, Goiás, onde submeteu-se a uma cirurgia para retirada de baço. Com traumatismo craniano e trauma abdominal, o filho do cantor sertanejo Leonardo foi colocado em coma induzido. No mesmo dia, ele foi transferido para a UTI do Instituto Ortopédico de Goiânia.

Na madrugada do dia 23, o cantor teve uma parada cardíaca de seis minutos e os médicos conseguiram reverter o quadro. Além disso, precisou passar por sessões de hemodiálise. Três dias depois, Pedro Leonardo foi transferido para o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. Na noite do dia 20 de maio, o cantor acordou do coma ao ser instigado pela mãe a falar.

No processo de sua recuperação, no dia 22 de maio, Pedro passou por uma cirurgia de pouco mais de três horas para corrigir uma fratura na perna esquerda e foi transferido da Unidade Semi-Intensiva para o quarto no dia 3 de junho. Não há previsão de alta, mas antes ele terá que se submeter a uma nova cirurgia.

Filho do cantor Leonardo e de Maria Aparecida Dantas, Pedro se lançou na carreira de cantor ao lado do primo Thiago, filho de Leandro, em 2002. Seguindo os passos dos pais, eles gravaram o álbum Toque de Mágica, tendo a faixa homônima como a principal música de trabalho da época.

No mesmo ano, a dupla aceitou um convite da Globo para participar do projeto Jovens Tardes durante duas temporadas, o que serviu também para aumentar a divulgação do trabalho dos dois. Depois, Pedro começou também a traçar sua carreira como ator. Ele já atuou nos filmes Cine Gibi, Dois Filhos de Francisco e Um Menino Muito Maluquinho.

Sua última aparição de destaque foi no reality show da Record, A Fazenda, em 2009. Na vida pessoal, o jovem é pai de Maria Sophia, do relacionamento com a arquiteta Thais Gebelein. A menina é a primeira neta do cantor Leonardo.

Fonte: Terra Brasil (Via Portal do Trânsito)

Cantor Leonardo faz campanha de trânsito para o Ministério das Cidades

O cantor Leonardo será o protagonista de duas campanhas publicitárias do Ministério das Cidades para alertar os motoristas sobre os riscos de acidentes nas ruas e estradas, durante os feriados de Corpus Christi e São João. A ideia é levar os motoristas a refletir sobre o comportamento que devem adotar ao volante, a partir do drama vivido pelo cantor com o acidente do seu filho, Pedro Leonardo. “É preciso evitar que outras famílias sofram drama semelhante ao do cantor Leonardo”, disse o ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro.

As primeiras peças serão veiculadas a partir desta segunda-feira (04/06) até o dia 11/06, em todo o país, com foco no feriado de Corpus Cristi. Com o slogan “A dor de um acidente pode durar para sempre”, a campanha traz o depoimento de Leonardo sobre o sofrimento de ver um familiar envolvido num acidente de trânsito. “O meu filho sofreu um acidente porque estava dirigindo cansado depois de um show. Todos nós estamos sujeitos a este risco. Não estou aqui dando lição para ninguém, mas a gente só para pra pensar quando acontece com a gente”, disse Leonardo no vídeo.

A segunda campanha será veiculada nas regiões Norte e Nordeste e trará a temática das festas juninas, período em que tradicionalmente há aumento do número de acidentes, devido ao consumo de bebida alcoólica pelos motoristas. Os dados da Polícia Rodoviária Federal mostram que o fluxo de veículos aumenta 80% durante as festas juninas de Caruaru (PE) e Campina Grande (PB).

O período da campanha para o São João será de 12 de junho a 30 de junho. “Nossa intenção é provocar uma reflexão sobre as consequências dos acidentes de trânsito. Fazer com que cada pessoa pare, pense e mude sua atitude ao volante”, disse o ministro Aguinaldo Ribeiro.

As duas campanhas fazem parte do Pacto Nacional pela Redução de Acidentes (Parada), lançado há um ano pelo Ministério das Cidades, por meio do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O Parada é a resposta do governo brasileiro à resolução das Nações Unidas, que determinou o período de 2011 a 2020, como sendo a Década pela Segurança no Trânsito.

O trânsito é a principal causa da mortalidade de jovens de 15 a 29 anos em todo o mundo. Por conta disso, as duas campanhas tem como foco o drama de Pedro Leonardo, 24 anos, e da sua família. Leonardo não cobrou cachê para fazer as campanhas. As peças podem ser vistas na página do ministério www.cidades.gov.br e serão veiculadas em televisão aberta, fechada, rádios, mobiliários urbanos, táxidoor, busdoor, outdoor e principais portais da internet. Também em postos de gasolina e pedágios.

Números
Os números da Polícia Rodoviária Federal (PRF) mostram que houve uma inversão da curva estatística dos acidentes de trânsito nas rodovias federais do país a partir das campanhas publicitárias lançadas em 2011. Durante o feriado de Corpus Christi de 2011 foram registrados 2.073 acidentes (menos 5%), com 1.232 feridos (menos 9%) e 85 óbitos (menos 35%). Em 2010, a PRF atendeu 2.181 acidentes, com 1.357 feridos e 131 mortes no mesmo período.

Durante o feriado de Corpus Christi de 2011, o Espírito Santo registrou o maior índice de queda de mortes no trânsito, caiu de 11 para duas (82%), seguido da Bahia e de Pernambuco que reduziram de 13 para quatro (69%) e Minas Gerais, de 24 para 14 mortes (49%). No Amazonas, Amapá, Tocantins e Roraima, nenhuma morte foi registrada. Já em Alagoas, Acre, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí, houve somente uma ocorrência com morte registrada no mesmo período.

Com informações da Assessoria de Imprensa (Via Portal do Trânsito)

CET conclui que culpa dos atropelamentos em São Paulo é do pedestre

 

 

Por

Daniel Santini

Quando o Programa de Proteção aos Pedestres de São Paulo foi lançado, em maio de 2011, a Prefeitura de São Paulo anunciou a meta de até o final de 2012  diminuir entre 40% e 50% o número de mortes por atropelamentos na cidade. Em 2010, 7.007 pedestres foram atropelados, sendo que 630 morreram. A campanha está prestes a completar um ano e a redução ainda não chegou nem perto do esperado. O número de mortes por atropelamento caiu cerca de 8%, de acordo com o levantamento mais recente apresentado pela Companhia de Engenharia de Tráfego. De maio de 2010 a janeiro de 2011 aconteceram 464 mortes em atropelamentos, enquanto no mesmo intervalo de 2011 a 2012 foram 427. Praticamente duas pessoas morreram atropeladas por dia na cidade, média considerada ainda bastante alta – para efeito de comparação, em Nova Iorque, aconteceram 237 mortes durante em 2011 o que representa uma morte a cada dois dias.

Até agora, as campanhas de publicidade em favor do respeito aos pedestres e à faixa de pedestres consumiram R$ 5.560.773,68 dos cofres públicos, segundo levantamento feito pelo Outras Vias com base em informações que, por lei, a CET é obrigada a divulgar. Mesmo com tantos recursos, o programa não dá os resultados esperados e os gestores públicos parecem não saber o que fazer. A falta de rumo da campanha – que teve um bom começo, registre-se -, foi tema de artigo recente aqui no Outras Vias e de críticas em análise detalhada publicada na revista Veja São Paulo.


Em vez de retomarem medidas efetivas inicialmente adotadas, como a diminuição do limite de velocidade nas ruas (decisiva para a conquista da redução de 8%) e a defesa de que o respeito à vida deve ser prioridade em qualquer circunstância, os representantes do poder municipal optaram por radicalizar na tentativa de responsabilizar o pedestre pelos resultados pífios alcançados até agora.

Após a criação do Homem Zebra e do Homem Faixa (imagem ao lado), após ações para coibir e ridicularizar quem ousar pisar fora da faixa, iniciativas marcadas pela presença de homens com bandeiras e mímicos, agora os zelosos agentes da Prefeitura voltam seus olhos para quem atravessa na faixa sem levantar o braço. Nesta terça-feira, 17 de março, a Secretaria Municipal de Transportes apresentou um “estudo” que “mostra como a postura do pedestre se reflete no respeito do condutor”.

Nas palavras da CET: “Em suma, o estudo aponta que a atitude dispersa do pedestre durante a travessia acaba gerando dúvidas no condutor do veículo. Este, embora muitas vezes afirme ter a intenção de parar e dar preferência ao pedestre, termina por não fazê-lo porque não consegue constatar no pedestre seu real desejo em atravessar.”

Frente à constatação que os milhões gastos para tentar tornar a faixa sagrada não deram o resultado esperado e que atropelamentos continuam a acontecer com constância grave e alarmante, a CET abriu espaço para os próprios motoristas explicarem porque desrespeitam sistematicamente a faixa. A culpa ficou para o pedestre: 53,2% dos condutores responsabilizaram o “pedestre distraído, que fica olhando para os lados”, 46,3% reclamam que “o pedestre na calçada falando ao celular”, 29,2% dizem que o que atrapalha é “o pedestre na calçada, mas conversando com outras pessoas” e 18,3% lamentam a existência do “pedestre fumando e não observando a movimentação dos veículos”.

Mãos ao alto, pedestre!

A eficiente equipe responsável pelo trânsito de São Paulo não iria, claro, abrir espaço para as críticas sem apontar soluções. Assim, no texto institucional além de indicarem a falta de responsabilidade dos distraídos e inconsequentes pedestres, que insistem em conversar, falar no telefone e fumar enquanto caminham, os agentes destacaram que a maioria dos motoristas “disse que seria aconselhável se os pedestres fizessem mais o gesto do pedestre, estendendo o braço e reforçando, assim, sua vontade em cruzar a via”, sendo que “é importante atentar que essa ação do gesto em si não pára o motorista automaticamente, mas sim significa que ele, motorista, visualiza melhor o pedestre quando este sinaliza sua intenção”. Em outras palavras, quem se move sem o uso de motores (e sem poluir as ruas com ar e barulho, que, afinal, é um dos motivos deste blog estar abrigado em um portal de meio ambiente) tem que esticar o braço, mas deve também redobrar o cuidado porque às vezes mesmo esticando a mão, o motorista pode insistir em avançar.

 

Parte dos jornais da capital simplesmente ignorou o “estudo” – cujo dado mais relevante, na realidade, é o fato de não ter havido praticamente nenhuma mudança no respeito às faixas de pedestre mesmo com o investimento de milhões em peças publicitárias com este foco. Agentes analisaram o comportamento de motoristas em quatro cruzamentos diferentes da capital e constataram que, antes da campanha, 89,6% deles desrespeitaram a faixa, e depois 86,1%. Em um dos cruzamentos observados, na Rua Haddock Lobo, nos Jardins, houve aumento do desrespeito: de 91,2% na primeira amostragem, o índice saltou para 93,5%. A informação não foi divulgada no informe institucional da Prefeitura, mas consta no site do Centro de Treinamento e Educação de Trânsito da CET.

 

O jornal Estadão publicou um texto debochado sobre os dados apresentados. A Folha de S. Paulo, por sua vez, abriu espaço para a responsabilização dos pedestres, publicando até um infográfico indicando como o braço deve ser levantado ao se atravessar a rua. A verdade é que, com ou sem o braço levantado, o pedestre tem preferência sempre nas faixas (salvo quando há semáforos orientando a passagem de pessoas e veículos), conforme indica o Código de Trânsito Brasileiro. O artigo 214 prevê que “deixar de dar preferência de passagem a pedestre e a veículo não motorizado: que se encontre na faixa a ele destinada; que não haja concluído a travessia mesmo que ocorra sinal verde para o veículo; portadores de deficiência física, crianças, idosos e gestantes” é infração gravíssima. Desrespeitar o pedestre “quando houver iniciado a travessia mesmo que não haja sinalização a ele destinada; que esteja atravessando a via transversal para onde se dirige o veículo” é infração grave. Os artigos 215, 216 e 217 também fazem referência à necessidade de se priorizar o direito de quem caminha.

* Este texto é dedicado ao cavalheiro que ameaçou me atropelar no cruzamento da Rua Cayowaá com a Rua Havaí na manhã de quarta-feira, 18 de abril, um dia após a divulgação do informe institucional pela CET, episódio que compartilho em detalhes por ilustrar na práticos os efeitos da tentativa de se responsabilizar atropelados pelos atropelamentos rotineiros na cidade. Antes de pisar na faixa de pedestre, preocupei-me em olhar nos olhos no motorista e só avançar após constatar que havia sido visualizado. Continuei caminhando calmamente, devagar e com prudência, e, mesmo assim, o motorista seguiu avançando. Com velocidade reduzida, aproximou tanto o carro que me forçou a acelerar, não sem um grito de protesto. “Ei, estou na faixa de pedestres! A preferência é minha”. Ao que o motorista, com o braço confortavelmente apoiado na janela e cara de estressado, retrucou: “É, mas você não levantou o braço”. O jornaleiro, testemunha do insólito desencontro, resumiu tudo: “logo mais a gente vai ter que andar com uma bandeirinha para poder atravessar a rua”.
Fonte: Blog Eco Outras Vidas

Ministério das Cidades lança campanha de trânsito para a Semana Santa

 

 

O Ministério das Cidades lançará na próxima segunda-feira (02/04) uma campanha nacional de trânsito com o objetivo de alertar os motoristas para os riscos de acidentes durante as viagens no feriado da Semana Santa. O foco da campanha são as ultrapassagens, que em 2011 foram responsáveis pela morte de 2.685 pessoas no país, ou seja, 31% do total de 8.660 óbitos registrados nas estradas, conforme dados da Polícia Rodoviária Federal.

O slogan da campanha é: “no trânsito você é responsável pela vida de quem vai e pela vida de quem vem”. A ideia é conscientizar o motorista sobre as consequências das suas decisões na condução do veículo tanto para sua vida como para a dos outros. A campanha mostra que o trânsito é uma responsabilidade coletiva, além de alertar o motorista sobre a necessidade de conduzir o veículo de maneira segura.

A veiculação da campanha na mídia será do dia dois ao dia oito de abril, quando o fluxo de veículos nas estradas e rodovias aumenta consideravelmente, assim como o número de acidentes causados pela imprudência de alguns motoristas. No ano passado, a Polícia Rodoviária Federal registrou 4.033 acidentes, neste período, com 180 mortes. As ultrapassagens indevidas provocaram 70 acidentes com 83 feridos e 21 mortes.

As peças publicitárias desta campanha são comerciais de televisão e rádio, além de painéis, taxidoor e busdoor. Também foram criadas peças para a internet.

Parada
Desde maio do ano passado, o Ministério das Cidades, por meio do Denatran, implementou o Parada – Pacto Nacional pela Redução de Acidentes. A campanha nacional pela redução de acidentes no trânsito na Semana Santa faz parte das ações deste pacto. As campanhas educativas para conscientizar a população são reproduzidas pelos governos, empresas, instituições, entidades representativas, sindicatos e ONGs

O Brasil assumiu o compromisso com a Organização das Nações Unidas (ONU) de reduzir em 50% os óbitos decorrentes de acidentes de trânsito no período de 2011 a 2020. Os resultados até agora mostram que estamos no caminho certo. Desde o lançamento em maio de 2011, houve reduções de óbitos nas rodovias federais em todos os feriados em que foram realizadas as ações de comunicação.

No feriado de Ano Novo em 2011, por exemplo, houve redução de 44% de óbitos nas estradas, em relação ao mesmo período de 2010. A redução deu-se também em todos os principais feriados: Corpus Christi (35%), Proclamação da República (27%), Natal (20%) e Carnaval (18%).

Fonte: Capital News (Via Portal do Trânsito)