Uma discussão sobre a utilização dos espaços públicos para a construção de alternativas para o trânsito do Recife ganhou as redes sociais ontem com a divulgação de uma imagem da Praça Doutor Lula Cabral de Melo, conhecida como Praça do Parnamirim, modificada para criar alternativas para o fluxo de veículos na Zona Norte do Recife.
As obras de recuo da praça já estão sendo feitas há quase duas semanas e devem ser concluídas em 10 dias. A intenção da gestão municipal é criar o binário Estrada do Arraial/Estrada do Encanamento, vias que passarão a ter mão única e vão receber ciclovias até o fim do mês. O objetivo do redimensionamento foi questionado por urbanistas e parte da população. Para muitos, a medida não é suficiente para melhorar a mobilidade da capital.
A paisagista e professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Ana Rita Sá lamentou a intervenção na praça de 1.858 metros quadrados, projetada pela arquiteta Ridete Tavares. “O espaço tem uma função paisagística relevante para a área. Trata-se de um ponto muito importante para o bairro do Parnamirim”, destacou. O estudante universitário Tiago Costa, 23 anos, também avaliou o trabalho da prefeitura negativamente. “O trânsito das vias nos arredores da praça é muito complicado. Minha opinião é que a gestão municipal deveria investir mais em transporte público. Essas pequenas ações não parecem surtir muitos resultados, pois o número de carros cresce assustadoramente na cidade”, pontuou.
A Secretaria de Serviços Públicos do Recife, responsável pela obra, informou que, ainda este mês, haverá a criação de um binário entre a Estrada do Encanamento e a Estrada do Arraial, na área que passa pelos bairros do Parnamirim, Casa Forte, Casa Amarela, Tamarineira, e Monteiro. “A intervenção consiste na transformação de ambas as vias em sentido único de circulação, facilitando os deslocamentos dos veículos no sentido cidade e no sentido subúrbio. As obras serão entregues com ciclovias nas estradas do Arraial e do Encanamento”, afirmou a presidente da CTTU, Maria de Pompéia.
Ela ainda esclareceu que não existe a possibilidade de extinção da Praça do Parnamirim, como foi divulgado na internet. “Na verdade, é uma obra de manutenção, e o recuo da praça será pequeno. Nosso objetivo é melhorar o fluxo nos arredores dela, como nas avenidas Dezessete de Agosto e Rui Barbosa”, ressaltou. Com a mudança, a Estrada do Arraial passa a ter mão única no sentido cidade-subúrbio, e a Estrada do Encanamento ficará com o sentido subúrbio-cidade.
Maria de Pompéia como sempre brilhante: reduzir uma praça para dar maior espaço aos AUTOMÓVEIS. Burrice. Investir em ônibus é o certo, limitar o espaço dos automóveis, aumentar calçadas e praças. Cidade de ignorantes.
Paulo Rafael, ignorante é criticar baseado em sugestões de terceiros sem ser crítico no que estes ou mesmo em soluções que serão feitas e ainda não perceberam os impactos.
O povo critica uma redução mínima numa praça, mas esquece que do outro lado da cidade a prefeitura gastou uma nota na praça multifucional chamada de Parque Dona Lindu. Também esquece foi a praça da Tamarineira que iria virar um grande centro comercial foi revisada para não degradar a área verde bem como estão sugerindo tirar o viaduto que limita a visualização pelo mar do Forte da Cinco Pontas. Pior, esquece que no trecho da praça a ser reduzida passa linha de ônibus que será beneficiada com o ganho de fluidez que o alargamento da via terá.
Outros que estão criticando os viadutos transversais da Agamenon falam que são exclusivos para os automóveis – eles só devem usar carro e ficam questionando uma obra que vai viabilizar o corredor em nível na avenida, pois há inúmeras linhas de ônibus que vêm da Joana Bezerra com destino a zona norte bem como outras da zona oeste e norte com destino ao centro e a Joana Bezerra que passam pelos pontos onde será construídos os elevados. Então, só estão beneficiando os automóveis?
O povo que fala em priorizar transporte público deveria ser sincero se deixaria o conforto do seu carro para migrar para o coletivo ou ver que certas obras para viabilizar esse estão provocando derrubada de árvores ou poderão causar um desastre natural. Cito a Via Mangue que é feita em local de Mangue onde trechos onde farão os viadutos tiveram vegetação cortada para facilitar a construção das bases de sustentação – isso pode ser compensado com o plantio de novas – e se um veículo com carga química vaza no trecho caindo na área de Mangue? O Leste/Oeste em trecho da Caxangá terá elevados bem como algumas estações não ficarão no lugar das já existentes. Há várias plantas altas no canteiro central, então não descarto terem que derrubá-las para construir essas estruturas. Falo em duas obras que beneficiarão o transporte – a Via Mangue desafogará a Domingos Ferreira para o Norte/Sul chegar até Cajueiro Seco e o Leste/Oeste sofre mudança para meio mais eficiente.
Aqui em Recife há um grande atraso em infraestrutura que melhoria o fluxo de automóveis e ônibus. Ainda não chegamos num patamar de criar o rodízio e pergunto se os donos de carros que hoje se queixam dos congestionamentos provocados não só pelo aumento da frota, mas falta de investimentos que acompanhasse o crescimento, bem como estacionamento em horário proíbido limitando o número de faixas da via, se aceitariam sem problemas restrição de uso dos seus veículos, tendo que apelar para carona nem sempre bem vista por quem cede ou usar o transporte público se adaptando ao trajeto deste?
Meu caro, não se pode pensar em um dos lados. Já falei aqui em outro tópico que até o governo não pode tomar partido, pois ele aplica em melhoramento estrutural para o transporte público, mas também ocorre atrás de novas montadoras de veículos por exemplo que trará aumento de renda, tirará pessoas da informalidade/diminuição do desemprego. Se ele prioriza nas vias o transporte público numa patamar surreal, não haverá estimulo a compra de veículos, então alguma montadora vai querer investir se a demanda cai? Melhorar as vias para os automóveis também ajuda no transporte coletivo, pois não é todo local da cidade que terá corredor exclusivo e sempre terá linhas vão ao interior dos bairros pegar as pessoas para deixá-las, por exemplo, num TI que terá meios mais eficientes como BRT/TRO e metrô por exemplo. Se os ônibus que circulam no tráfego misto não tem ganho de tempo e esse pode vir com benefício ou não dos automóveis, além dos TIs terem migração mais rápida, essa ideia de investir no transporte público é uma balela. O ideal é que haja formas de convencer quem usa carro usar menos e um transporte público melhor pode ser uma forma. Contudo, nínguem vai gostar de no momento que realmente precisar usar o veículo, seja no final de semana, seja em emergência, seja na ida as compras, continuar sofrendo com falhas estruturais e o transporte coletivo não serve para essas situações, ou serve?