Mais de ano depois de ter sido entregue à população, o corredor exclusivo de transporte da Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, teve alguns avanços no transporte público, principalmente na redução do tempo das viagens com o aumento da velocidade média dos ônibus de 19km/h para 24km/h. A via, no entanto, ainda está longe de se firmar como uma iniciativa de sucesso. Os maiores problemas, entretanto, não estão no corredor em si, mas no seu entorno e na falta de resolução de dois problemas históricos, que não são do transporte público: drenagem e calçadas.
Cerca de 170 mil passageiros utilizam o corredor diariamente. Por ele passam 49 linhas e 467 ônibus. Como as calçadas são praticamente intransitáveis, os passageiros reconhecem que as paradas centrais oferecem melhor estrutura com cobertura e banco para sentar. A travessia do pedestre também foi melhorada com a instalação de semáforos em todas as oito paradas. Mas faltam as faixas para orientar melhor o próprio pedestre, que faz caminhos diversos, quando só deve existir o da faixa.
“Nós fizemos uma parceria com o Detran, que se encarregou da pintura das faixas. Esperamos que o trabalho seja feito até o fim do ano”, revelou o secretário de Trânsito de Olinda, Oswaldo Lima Neto, engenheiro e doutor em mobilidade urbana.
Ao longo da Presidente Kennedy foram instalados 25 semáforos, mas do ponto de vista de trânsito há outro problema grave de falta de fiscalização. Ainda é comum a invasão da faixa exclusiva do ônibus, principalmente por motos, que colocam os pedestres em risco.
“Estamos contratando 25 auxiliares de trânsito e outra medida será dotar os semáforos de pedestre com controle de avanço de faixa e de invasão do corredor, até o fim do ano”, revelou. Ainda segundo o secretário, a manutenção das paradas está sendo feita pelo Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano.
Com apenas uma via para o tráfego comum, a fiscalização pode ajudar a impedir paradas de veículos ao longo da via, que dificultam o fluxo normal e obrigam a migração do tráfego para o corredor, mesmo em trechos curtos.
Falta controle urbano no corredor
Mesmo quando não chove, a Avenida Presidente Kennedy tem três pontos de alagamento com água de esgoto. Os comerciantes criaram barreiras em frente às lojas para proteger os clientes. Mas o incômodo permanece. Com a chuva, a situação fica mais crítica e o pedestre é quem mais sofre. “Não tem como vir caminhando até o semáforo do pedestre por causa dos alagamentos. A gente tem que atravessar onde sobra espaço”, contou a operadora Adalgisa Lima, 43 anos.
De acordo com a Prefeitura de Olinda, a melhoria da drenagem está diretamente ligada à revitalização da calha do Rio Beberibe e enquanto isso não é resolvido o município estuda alternativas como a construção de novas caixas coletoras para absorver a água acumulada. Mesmo sem chuva, caminhar pelas calçadas não é fácil. É verdade que o Controle Urbano ajudou a combater a ocupação indevida dos passeios. O problema é que as calçadas são de péssima qualidade, com muitos buracos e desníveis. Com raras exceções, como a de uma loja que refez todo o piso, a maioria não tem o mesmo cuidado.
Outra questão que merece atenção é o tratamento dado ao lixo pelos moradores e comerciantes do entorno. Uma prática que vem se repetindo ao longo do corredor é a colocação de sacos de lixo em cima do canteiro central. A prefeitura admite o problema e informa que a coleta é feita diariamente, mas os moradores insistem em depositar lixo na via pública.
Saiba Mais
Perfil do corredor da Presidente Kennedy
4,4 km de extensão
49 linhas de ônibus
467 ônibus trafegam diariamente
173 mil passageiros por dia
8 paradas de ônibus
25 semáforos
25 km/h é a velocidade média dos ônibus
Fonte: Prefeitura de Olinda e Grande Recife Consórcio de Transporte