Oito pessoas por metro quadrado nos ônibus, a rotina de todos os dias

Rotina de passageiros e a dificuldade em conseguir espaço no ônibus do Recife. Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press
Rotina de passageiros e a dificuldade em conseguir espaço nos ônibus do Recife. Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

 

A qualidade no transporte público vai além das faixas exclusivas e do ar-condicionado nos coletivos. O serviço também é medido pela forma como ele é prestado antes mesmo de se colocar o pé no degrau do ônibus. E enquanto os passageiros tiverem que disputar à força uma chance para entrar no veículo e se acomodar em um local sem correr o risco de cair, qualquer outro discurso vai parecer menor. Segundo dados da Associação Nacional de Transporte Urbano (NTU), nos horários de pico, o metro quadrado do ônibus chega a ter oito pessoas. O dobro de uma situação considerada ideal.

De 2012 a 2014, o transporte público na Região Metropolitana do Recife sofreu uma perda de 5% no número de passageiros para outros modais. E a tendência é que essa perda fique ainda maior. “Para mim é um sofrimento subir no ônibus. Na maioria das vezes, deixo passar de três a quatro ônibus para ter coragem de subir porque tem muita gente e tenho medo de cair”, afirmou Maria de Lourdes Barbosa, 70 anos, que havia acabado de deixar um ônibus passar.

A universitária Camila Mirele, que morreu após cair de um ônibus em movimento da Linha Barro/Macaxeira, na BR-101, na noite da sexta-feira, fazia parte de um contingente formado por 80% dos usuários do sistema de transporte público, que andam de ônibus.

“A qualidade do transporte passa, necessariamente, pelas faixas exclusivas. Mas do ponto de vista de segurança, o ônibus é o mais seguro dos modais. De mais de 40 mil mortos no trânsito, em 2011, tivemos 248 óbitos em todo país envolvendo ônibus”, pondera o presidente da Associação Nacional de Transporte Urbano (NTU), Otávio Cunha.

Para quem assiste aos ônibus trafegarem de portas abertas, a sensação de insegurança pode ser maior do que é medida nas estatísticas. Mas há outra razão para se preocupar. Segundo o diretor de operações do Grande Recife, André Melibeu, o sistema existente nos ônibus para evitar que as portas sejam abertas com o veículo em movimento tem uma brecha. “Ele permite a abertura com velocidade igual ou menor do que 5km/h. Ou seja com o ônibus praticamente parado, mas pode abrir.”

Licitação
A segunda etapa da licitação do transporte na RMR para os lotes 3,4,5, 6 e 7 está em fase de assinatura de contrato. A primeira previa ar-condicionado em toda a frota. A segunda limitou o item para os ônibus do Sistema Estrutural Integrado (SEI). Atualmente 120 BRTs circulam com ar-condicionado e 36 convencionais terão ar-condicionado no próximo mês.

“Temos 230 novos ônibus no sistema. Até o fim do ano, teremos mais 200. A idade da frota passará de 4,5 para 3,5”, revelou o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE), Fernando Bandeira.
A roda do transporte público

Ônibus transporta maior demanda entre os modais
40 milhões de pessoas são transportadas de ônibus por dia no país
2 milhões de passageiros são transportados por dia na RMR
2,9 mil ônibus circulam na RMR
13 operadoras atuam na RMR

Ocupação dos ônibus por metro quadrado
4 pessoas por metro quadrado é a situação ideal
6 pessoas por metro quadrado já é uma situação de desconforto
8 pessoas por metro quadrado é ocupação registrada nos horários de pico

Transporte por ônibus
80 passageiros no ônibus convencional
120 passageiros no ônibus articulado

Linha de maior demanda na RMR
PE-15/Afogados
18,4 mil passageiros por dia
231 viagens
33 ônibus

Linha de menor demanda
Jardim/Beira Rio
172 passageiros por dia
14 viagens
1 ônibus

Viajar de ônibus é seguro?
43 mil pessoas morreram no trânsito em 2011
11,8 mil pedestres
14,6 mil motociclistas
12,4 mil em acidentes de automóveç
248 mortes em acidentes de ônibus (0,6% das mortes)

Fontes: Grande Recife Consórcio, Urbana-PE e NTU (Associação Nacional de Transporte Urbano)

Dez anos de prisão para quem matar em racha

Câmara aprova projeto que disciplina prisão em caso de morte em pega Foto: Alex Silva
Câmara aprova projeto que disciplina prisão em caso de morte em pega Foto: Alex Silva

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou penas de reclusão para o racha no trânsito, se disso resultar lesão corporal grave ou morte. Os deputados rejeitaram o substitutivo do Senado e mantiveram o texto da Câmara ao Projeto de Lei 2592/07, do deputado Beto Albuquerque (PSB-RS), já aprovado em abril do ano passado. Esse texto será enviado à sanção da Presidência da República.

Segundo o texto, do relator pela Comissão de Viação e Transportes, deputado Hugo Leal (Pros-RJ), a pena para a prática do racha em vias públicas sem vítimas foi aumentada, de seis meses a dois anos de detenção para seis meses a três anos.

No caso de ocorrer lesão corporal grave, haverá pena de reclusão de três a seis anos. No caso de morte, de cinco a dez anos. Essas situações agravantes não estão previstas atualmente no Código de Trânsito Brasileiro (CTB – Lei 9.503/97).

Na prática do racha, esses agravantes serão aplicados mesmo que o agente não tenha desejado o resultado ou assumido o risco de produzi-lo.
O projeto também prevê pena de reclusão de dois a quatro anos se o homicídio culposo ao volante for causado por motorista alcoolizado ou drogado. O texto do Senado excluía essas penas.

Penas administrativas
O texto aumenta em dez vezes as multas aplicáveis nos casos de racha, “pega”, manobras perigosas, arrancadas e competições não autorizadas. Atualmente, elas variam de uma vez a cinco vezes.

No caso de reincidência dentro de 12 meses, a multa será aplicada em dobro. O recolhimento do veículo e a suspensão do direito de dirigir continuam, como já previsto no código.

Ultrapassagens perigosas
Para a ultrapassagem na contramão em situações perigosas, como curvas, faixas de pedestre, pontes ou túneis e nas faixas duplas contínuas, a multa passa a ser de cinco vezes, com aplicação do dobro na reincidência. Quem ultrapassar outro veículo pelo acostamento ou em interseções e passagens de nível terá multa equivalente a cinco vezes a normal, e a falta passa a ser considerada gravíssima. No caso de ultrapassagem em pistas de duplo sentido, se o condutor forçar a passagem entre veículos, a multa será de dez vezes a atual, com aplicação em dobro na reincidência e suspensão do direito de dirigir.

Dados do Ministério da Justiça indicam que as ultrapassagens perigosas são responsáveis por 5% dos acidentes nas rodovias, mas têm a maior mortalidade, de cerca de 40%. Essas multas podem chegar a cerca de R$ 1 mil.

Exame toxicológico
Pelo texto, o exame toxicológico passa a valer como meio de verificar se o condutor conduzia o veículo sob a influência de álcool ou de outra substância psicoativa que determine dependência.

Atualmente, com a Lei Seca (Lei nº 12.760/12), essa verificação pode ser feita com teste de alcoolemia, exame clínico, perícia, vídeo, prova testemunhal ou outros meios de prova admitidos em direito, observado o direito à contraprova

Fonte: Agência Câmara

 

 

Ameciclo divulga nota de luto pela morte de dois ciclistas no Recife

Protesto pela mortes de ciclistas no Recife em 2012 - Foto - Hélder Tavares DP/D.A.Press
Protesto pela mortes de ciclistas no Recife em 2012 – Foto – Hélder Tavares DP/D.A.Press

A Ameciclo e os seus associados lamentam profundamente a morte de mais dois ciclistas na capital pernambucana. Kléber Cristiano Cavalcanti morreu neste sábado, 22 de março, atropelado por um automóvel na Avenida Recife por volta de meia noite. José Ferreira da Silva morreu às 17h40 de terça-feira, 25 de março, atropelado por um ônibus no Pina. Ambos queriam chegar em casa e encontrar suas famílias, mas não conseguiram.

O trânsito tem assassinado mais de 600 pessoas ao ano no Recife, número equivalente ao de homicídios por armas de fogo na capital, segundo os dados compilados pelo Observatório do Recife (ano 2011). No entanto, pouco tem sido feito para mudar essa realidade. A política adaptou seu discurso, mas não suas ações. Ainda é priorizado o tráfego motorizado e suas altas velocidades em detrimento da segurança e da vida das pessoas.

Os orientadores de trânsito estão preocupados com que os motoristas parem e avancem nos semáforos e não são posicionados próximos às faixas de pedestres, educando o motorista para o respeito quanto a eles; as campanhas de educação indicam uma simetria irreal entre ciclistas e motoristas, desprezando o que diz o Código de Trânsito Brasileiro, que diz que os maiores devem proteger os menores;

As ações que são colocadas sobre a alcunha de “mobilidade” incluem até aquelas que só oferecem mais espaço para os carros. Coincidentemente, o ciclista morto no Pina trabalhava em um delas, a Via Mangue, e voltava para seu alojamento pelo caminho mais curto que lhe é permitido, já que a infraestutura da cidade é pensada na totalidade para os veículos automotores.

A Companhia de Trânsito e Tráfego Urbano (CTTU) apenas se preocupa com o fluxo de veículos, deslocando diversos agentes quando acontece uma colisão fatal para reorientar o trânsito, mas não há uma preocupação prévia para evitar essas mortes. A CTTU não tem como meta a redução de mortes no trânsito, se preocupando apenas com a aceleração do fluxo mortorizado. Mostra-se totalmente ineficaz a sua Central de Atendimento, sendo recorrentes as reclamações dos pedestres nos jornais de grande circulação e redes sociais contra a Companhia.

Seguindo a política local, reportagens na imprensa noticiam com maior ênfase o engarrafamento decorrente das colisões (que na verdade são reflexo direto da quantidade de carros e não das ocorrências) do que a perda de mais e mais vidas no trânsito. Além disso, matérias irresponsáveis, como a da Folha de Pernambuco, escrita pelo jornalista Rodrigo Passos, publicada na edição do dia 23/03/2014, imputa irresponsavelmente à vítima a culpa por suas mortes. Descrevem como um conflito a convivência entre modais motorizados e de tração humana, quando o que acontece é uma chacina.

Enquanto a sociedade pernambucana e os gestores públicos não acordarem para esse cenário, as mortes no trânsito ainda serão tratadas como “acidentes” e o engarrafamento será o maior de seus reflexos noticiados pela imprensa; enquanto as ações da Prefeitura do Recife e do Governo do Estado forem diferentes de seu discurso e continuar apontando problemas no fluxo dos motorizados para não implantar as soluções de segurança para pedestres e ciclistas, teremos uma cidade que mata seus cidadãos; enquanto não mudarmos, continuaremos morrendo na contramão, atrapalhando o tráfego. E neste cenário, fica difícil a cidade ser para as pessoas, como é veiculado pela gestãomunicipal.

Fonte: Ameciclo

Zona 30: menos velocidade, mais vida

Zona 30

Por

Luiz Flávio Gomes

Em 2011, a Noruega reduziu em 20% o número de mortos no trânsito. Letônia, em 18%. Espanha, em 17%. Bulgária, em 15%. Romênia, em 15%. No Brasil, desde 2000 nosso aumento anual de mortes é de mais de 4%. É hora de acordarmos para um novo mundo, mais civilizado e menos vulgar. Mais prevenção, para diminuir a repressão (que vem tarde demais, quando a vida já se foi).

A baixa velocidade é uma medida menos radical que a proibição de circulação do veículo ou mesmo que a instalação de pedágios urbanos. Ela atende o interesse do motorista assim como a política preventiva de redução de acidente e/ou morte no trânsito (estimulada pela ONU).

Como se vê, a redução da velocidade (sobretudo nos centros urbanos) reduz a sinistralidade assim como a mortalidade. As ruas têm que ser devolvidas civilizadamente aos pedestres e ciclistas, sem proibi-las ao motorista, criando-se um ambiente de convivência pacífica entre eles e os motociclistas e motoristas.

O motorista, além de apressado, acha que tem prioridade. Os pedestres, por sua vez, são impacientes. Estabelecido o conflito entre a pressa e a impaciência, claro que estes últimos (os pedestres) saem perdendo. Estudos realizados no Reino Unido, Alemanha e Nova Zelândia “reconhecem que a pressa e a ansiedade fazem o pedestre seguir de acordo com a própria conveniência. Os pedestres não resistem esperar por mais do que 30 ou 40 segundos” (Luiz Carlos Mantovani Néspoli, Folha de S. Paulo de 28.01.13, p. C9). A zona 30 se apresenta como solução para o conflito espacial entre pedestre e motorista, entre ciclista e motorista ou motociclista etc.

Menos mortes, menos feridos, menos ruído, menos contaminação atmosférica, menos destruição das árvores e do verde, menos restrição ao ato de viver em paz. Imaginar esse cenário efervescente e bucólico ao mesmo tempo no Brasil é uma quimera, porque sabemos que o brasileiro, no volante de um veículo, em geral (há exceções, claro) é um nazista, um fascista (DaMatta et alii: 2010, p. 8).

Ele tenta impor, também no trânsito, as suas superioridades hierárquicas, desrespeitando a igualdade do trânsito. É hora de todos nós nos conscientizarmos e superarmos nossa vulgaridade. A mortandade no trânsito brasileiro faz parte do nosso clima de guerra civil macabra, que parece nunca ter fim.

Nossa reeducação tem que passar (a) pela reeducação democrática (respeito ao princípio da igualdade), (b) pela reeducação cultural (cultura da obediência à lei, que se choca com a concepção aristocrática e hierarquizada da nossa sociedade) assim como (c) pela reeducação religiosa (o fé em Deus e pé na tábua conduz à imprudência, à fatalidade) (DaMatta et alii: 2010, p. 75 e ss.). Grandes desafios desafiam também grandes administradores e grandes povos. Vamos fundo e pé na tábua nesse programa de reeducação e de prevenção.

Quando uma área (normalmente residencial) com o limite de velocidade de 50km/h é redesenhada para o formato ‘Zona 30’, a queda média no número de acidentes é de aproximadamente 25%.

A Zona 30 também tem um efeito positivo no que diz respeito à qualidade de vida: diminuição de ruídos, o pedestre tem mais facilidade para cruzar as ruas e as emissões poluentes são menores. Participe da nossa campanha em favor da Zona 30: www.zona30.com.br

Fonte: Portal do Trânsito

Ser ciclista em São Paulo e não morrer tentando

Bicicletas e carros - Foto - Cecília Sá Pereira DP/D.A.Press

Assim comprovou tragicamente um jovem que ia para o trabalho em sua bicicleta passando pela Avenida Paulista nas primeiras horas de domingo quando foi atingido por um carro. O motorista, um estudante de 22 anos, fugiu do local do acidente levando consigo o braço amputado de David Santos de Souza e jogando depois o membro em um córrego.

Horas depois, o motorista se entregou à polícia.

“Muita gente comentou: ‘O que fazia um homem a essa hora (05h30) de bicicleta na Paulista?’. Ia trabalhar. Por acaso só os bêbados podem passar por lá?”, disse à AFP Willian Cruz, um analista de sistemas de 39 anos que há uma década adotou a bicicleta como meio de transporte.

No entanto, o ciclista, de 21 anos, admitiu que trafegava pela contramão no momento do acidente.

Cruz alimenta o site www.vadebike.org, onde fomenta o uso da bicicleta nesta cidade de 11 milhões de habitantes, com uma frota de 3,8 milhões de veículos motorizados e onde há apenas 60,4 km de ciclovias exclusivas.

Pouco amiga da bicicleta

Milhares de paulistas desafiam o tráfego, as ruas que sobem e descem e as longas distâncias para usar este meio de transporte mais barato, mais rápido e não poluente. Mas são poucos em relação ao exército de carros, motocicletas e ônibus que percorrem as ruas de São Paulo.

“Temos que aprender a conviver com tudo isso. São Paulo não é uma cidade amiga da bicicleta, mas está progredindo. Há cinco anos, quando comecei a pedalar, era muito pior”, comentou à AFP Aline Cavalcante, uma jornalista de 27 anos que junto a um grupo de amigos instalou um café e uma tenda de bicicletas.

No domingo, Aline participou do protesto que bloqueou a Avenida Paulista depois do acidente.

Segundo dados da pesquisa Origem/Destino de 2007, que o Metrô de São Paulo elabora a cada dez anos, em 1997, 0,5% das 31 milhões de viagens diárias na capital e na região metropolitana eram feitas em bicicleta. Esse percentual aumentou para 0,8% em 2007, de um total de 38 milhões de viagens, ou seja cerca de 300.000 viagens.

Mais bicicletas, mais mortes

Mas, apesar de ser mais barato e rápido do que utilizar um carro particular ou transporte público, se locomover de bicicleta é muito perigoso.

“Muitas pessoas veem na bicicleta uma alternativa para seu transporte diário, mas São Paulo não está preparada para receber essa demanda”, comentou à AFP Carlos Henrique Carvalho, pesquisador da área de transporte do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

“São Paulo fez investimentos, ampliou um pouco a rede, mas ainda sim é muito pouco em relação ao necessário para essa demanda. O que está acontecendo é que o número de mortes tem aumentado”, alertou.

Segundo dados do Ipea, 12 ciclistas morreram em acidentes de trânsito em 1997 no estado de São Paulo. Em 2010, foram 290, 4% do total de mortes por acidentes terrestres no estado.

Só na cidade de São Paulo, 52 ciclistas morreram em acidentes de trânsito em 2012. Em 2010 foram 49, de acordo com números municipais.

Há um ano, a bióloga Juliana Dias, de 33 anos, morreu atropelada por um ônibus na Avenida Paulista, depois de ter perdido o equilíbrio ao discutir com o motorista de um outro ônibus que fechou a sua passagem. Sua morte provocou indignação.

Grupos que incentivam o uso de bicicletas, como o “Bike Anjo”, onde um ciclista experiente acompanha os novatos em seus primeiros dias; e o ‘BikeSampa’, o sistema de aluguel de bicicletas públicas, são sinais de que este meio de transporte está ganhando espaço nas ruas paulistanas.

Além das ciclovias, separadas dos outros veículos, existem 120 km de ‘ciclofaixas’ que funcionam aos domingos e feriados. Também há 58 km de ‘ciclorrotas’ localizadas geralmente em ruas laterais, sinalizadas com pintura especial e placas.

Em Bogotá, cidade com a maior extensão de ciclovias da América Latina, são 376 km destinados às bicicletas.

Santos de Souza trafegava pela ciclofaixa da Paulista quando foi atingido pelo veículo que amputou seu braço direito.

O atropelamento provocou comoção nas redes sociais. No Facebook foi criada uma página chamada “Um braço mecânico para o ciclista atropelado na Paulista”, enquanto no Twitter multiplicam-se as mensagens pedindo justiça.

Fonte: Portal do Trânsito

Ex-deputado Carli Filho acusado pela morte de duas pessoas vai a julgamento

A Justiça do Paraná agendou a data para o julgamento do ex-deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho, acusado de provocar a morte de duas pessoas em um acidente de trânsito em Curitiba no ano de 2009. Segundo o 2º Tribunal do Júri, Carli Filho será julgado no dia 26 de março deste ano por duplo homicídio com dolo eventual e poderá pegar até 20 anos de prisão, com acréscimo de pena pelo agravante de ter havido mais de uma vítima fatal.

O ex-deputado responde por um acidente que ocorreu na madrugada do dia 7 de maio de 2009. Ele dirigia com a carteira de habilitação suspensa e, de acordo com a perícia do Instituto de Criminalística, estava alcoolizado e a 167 km/h , em uma via de velocidade máxima permitida de 60 km/h. Carli Filho renunciou ao mandato antes que a comissão de ética da Casa avaliasse um pedido de cassação, a fim de evitar a perda dos direitos políticos.

Em 2011, o passaporte do ex-deputado foi retido pela Justiça a pedido das famílias das vítimas: Gilmar Rafael Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20 anos. Em declarações na fase de instrução do processo, o acusado disse não se lembrar do momento do acidente devido ao traumatismo craniano que sofreu com o choque. Em 2010, Christiane Yared, mãe de Gilmar Rafael Yared, fundou o Instituto Paz no Trânsito (IPTRAN), que tem como objetivo apoiar familiares de pessoas que perderam a vida em acidentes de trânsito.

Fonte: Terra Brasil (Via Portal do Trânsito)

A cada 12 minutos um brasileiro morre vítima do trânsito

Por

Mariana Czerwonka

Segundo dados da Seguradora Líder, que administra o DPVAT, em um ano, as mortes no trânsito subiram 8%. O Ministério da Saúde registrou mais de 42.000 vítimas fatais do trânsito em 2010 (última atualização disponível), mas os números da seguradora apontam 58.000 mortes. “É claro que deve ser levado em consideração que o número de indenizações do ano não reflete exatamente o número de mortes, pois o DPVAT pode ser solicitado até três anos depois do acidente”, explica Elaine Sizilo, especialista em trânsito e consultora do Portal.

Levantamento realizado pelo Instituto Avante Brasil, divulgado recentemente, aponta que morreram cerca de 127 pessoas por dia no trânsito apenas em 2012. Isto equivale a uma morte a cada 11 minutos e 21 segundos. Com estes números, o Brasil já passou para a quarta colocação no ranking mundial de acidentes de trânsito. “Estes dados não registram apenas números, cada pessoa que morreu, tinha um rosto, uma história, uma família. O brasileiro precisa mudar o seu comportamento diante do trânsito, se não estas tragédias continuarão aumentando”, diz Sizilo.

As principais causas dos acidentes registrados no país são excesso de álcool ou drogas, distrações provocadas por celulares e sono e cansaço ao volante. Para médico Dirceu Rodrigues Alves Júnior, da Associação Brasileira de Medicina de Tráfego, o brasileiro precisa mudar a forma de dirigir. “Para dirigir o condutor precisa ter três funções importantes funcionando perfeitamente: a cognitiva, que traz atenção e concentração, a função motora, de respostas imediatas e a última é a função perceptiva que traduz o tato, a audição e as sensações do motorista. Se o motorista estiver embriagado, distraído ou com sono, estas funções estarão deprimidas”, alerta.

Fonte: Via Portal do Trânsito

Motocilista tem 30 vezes mais chance de morrrer do que o motorista

 

Estudo feito por docente da USP mapeou acidentes no país durante 5 anos. Livro com resultado será lançado em congresso de Joinville, em novembro

Um estudo da Universidade de São Paulo (USP) em São Carlos (SP) revela que um motoqueiro tem 30 vezes mais chance de morrer no trânsito do que um motorista. A pesquisa mapeou os acidentes registrados no Brasil durante cinco anos. Há cinco anos, o motofretista Sebastião Lopes usa a moto para trabalhar e já sofreu acidente. “O rapaz atravessou contramão na minha frente, não deu tempo de brecar e eu bati no carro dele. E vários colegas já perderam a vida nessa profissão e o dia a dia da gente é sempre arriscando, sempre correndo em cima do perigo”, falou.

Os especialistas calcularam o número de acidentes por quilômetros rodados. O objetivo é apontar algumas soluções para o problema. “Passa por todas as áreas necessárias, passa pela área da educação, da fiscalização, pela melhoria da segurança dos nossos veículos, segurança das nossas vias, ou seja, o problema é bastante abrangente e trata de todos os aspectos relacionados com a segurança viária de maneira geral”, explicou Coca Ferraz, professor da USP e autor do livro “Segurança viária”, que será lançado em novembro, num congresso em Joinville (SC).

Vulnerabilidade

De janeiro a agosto deste ano, das 190 vítimas de acidentes de trânsito internadas em Araraquara (SP), 100 eram motociclistas, segundo o Ministério da Saúde. O custo para o sistema de saúde chegou a quase R$ 210 mil. Na cidade circulam diariamente quase 32 mil motociclistas. “Na moto a gente está mais sujeito, caiu, não tem jeito. O carro tem mais proteção”, completou o motociclista e engenheiro agrônomo Paulo Maia.

Lesões

O ortopedista Roberto Felício afirmou que cair da moto pode causar diversos tipos de lesões.”A gravidade das lesões vai em decorrência do tipo de fratura que a pessoa apresenta: quanto mais próxima das articulações, mais grave é a fratura e quanto mais grave a fratura, mais possibilidade de sequela funcional provoca naquele membro”, explicou. Segundo Felício, de cada 10 acidentes que atende, pelo menos um tem envolvimento de moto. O mototaxista Edson Perre conhece bem essa história. Ele bateu a moto há 12 anos e ainda sente dores por causa do acidente. “Não fica mais a mesma coisa, então, de vez em quando inflama a perna, fica inchada, é bem ruim”, contou. Perre terá que fazer outra cirurgia para extrair um parafuso da perna.

Dicas

Para enfrentar um trânsito tão violento, os motociclistas precisam ficar atentos a alguns itens de segurança, além do capacete, obrigatório por lei e indispensável na segurança. “As jaquetas também são importantes porque muitas delas são adaptadas com protetor de ombros, cotovelos e costas com material flexível que, na queda, vai evitar o contato do chão direto com a pele”, orientou o instrutor de autoescola Nelson Santinon. Segundo ele, o calçado ideal deve ser de couro. “Justamente para ter o mesmo efeito da jaqueta, ou seja, ralar o couro primeiro para depois chegar no pé”, reforçou. “Tênis também pode, só não pode dirigir de chinelo”, completou.

Santinon alertou que sandália e salto alto não combinam com segurança. “Aí nós temos que diferenciar beleza de segurança: fica linda de salto alto, mas não há segurança nenhuma e há um perigo eminente desse salto se enroscar na pedaleira e na hora de botar o pé no chão cair parado, inclusive. O instrutor destacou, ainda, que o motociclista sempre deve usar os dois freios ao mesmo tempo, o do pé e o da mão.

Fonte: Portal do Trânsito ( Mariana Czerwonka)

 

A importância do uso do capacete

Por

Mariana Czerwonka

O aumento da frota de motocicletas trouxe uma consequência trágica para as ruas do país, o crescimento dos acidentes e mortes envolvendo motociclistas.

“O capacete é o equipamento para condutores e passageiros de motocicletas e similares que, quando utilizado corretamente, minimiza os efeitos causados por impacto contra a cabeça do usuário em um eventual acidente”, afirma Elaine Sizilo, pedagoga, especialista em trânsito.

Estudos efetuados para avaliar a eficácia do uso de capacetes, demonstraram que, o seu uso pode prevenir cerca de 69% dos traumatismos crânio-encefálicos e 65% dos traumatismos da face. O capacete protege o usuário desde que utilizado corretamente, ou seja, afivelado, com todos os seus acessórios e complementos.

“É importante verificar se o capacete apresenta o selo do Inmetro, pois esta é a garantia de que este capacete foi testado de acordo com as normas estabelecidas por um organismo de certificação competente”, lembra Sizilo. Ainda segundo a especialista, a recomendação é utilizar somente os chamados capacetes “fechados”, que protegem toda a cabeça.

Quem não usa o capacete, além de estar colocando a própria vida em risco, comete uma infração gravíssima, com multa de R$ 191,54 e suspensão direta do direito de dirigir.

Viseira

As viseiras fazem parte do capacete e protegem os olhos e parte da face contra impactos de chuva, poeira, insetos, sujeira e detritos jogados ou levantados por outros veículos. Em velocidade, o impacto de um pequeno objeto causa um grande estrago se o piloto não estiver suficientemente protegido.

Os óculos comuns não proporcionam uma proteção adequada, pois são facilmente arrancados em caso de colisão e até pelo vento, se o piloto girar a cabeça. Além disso, mantém muito exposta uma boa parte da face e não impedem o lacrimejamento causado pelo excesso de vento. Portanto, o equipamento adequado para capacetes sem viseira é o óculos de proteção, desenvolvido especialmente para esta finalidade.

Transitar sem viseira ou óculos de proteção (ou com a viseira levantada) também é infração de trânsito gravíssima, com multa de R$ 191,54 e suspensão direta do direito de dirigir.

 

Fonte: Portal do Trânsito

Um ciclista morre por dia em SP, vítima de acidente


Um levantamento realizado pela Secretaria da Saúde de São Paulo revela que nove ciclistas são internados diariamente em hospitais públicos do Estado, vítimas de acidentes de trânsito. E desses nove, pelo menos um deles acaba morrendo.

“Muitas vezes os ciclistas são atingidos por automóveis ou mesmo por ônibus, o que torna comum a ocorrência de politraumatismo”, explica Jorge dos Santos Silva, chefe do setor de trauma ortopédico do Instituto de Ortopedia e Traumatologia do Hospital de Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo o médico, as lesões mais frequentes são os traumatismos cranianos e da coluna vertebral, além das fraturas da bacia, dos ossos do antebraço, do fêmur e da tíbia.

Em 2011 foram 3,4 mil pessoas internadas, gerando um custo de R$ 3,25 milhões ao Sistema Único de Saúde para tratar esses pacientes.

Fonte: Terra Brasil (Via Portal do Trânsito)