Recife é a mais lenta do Brasil na volta para casa

ônibus engarrafamento Recife - Foto - Júlio Jacobina DP/D.A.Presss

Por

Paulo Trigueiro

O Recife é a cidade brasileira com o trânsito mais lento no horário de pico noturno, das 17h às 19h. Em um ano, o motorista chega a gastar 94 horas a mais do que deveria atrás do volante, na volta para casa após o trabalho.

Com taxa de congestionamento de 82% no rush noturno, a capital ficou em sexto lugar no ranking mundial, à frente de metrópoles como Los Angeles e Rio – na capital fluminense se perdem 93 horas e a taxa de congestionamento é de 81%.

Os dados foram revelados ontem pelo fabricante de GPS TomTom, que realizou pesquisa em 218 cidades de 36 países através de informações colhidas por seus equipamentos.

O estudo foi feito com base na comparação de dois deslocamentos iguais, em horários de trânsito livre e de pico. No Recife, para cada meia hora percorrida no primeiro cenário, 24 minutos extras precisam ser gastos no rush.

Em Instambul, a pior do ranking mundial, um trajeto de 30 minutos em horários mais livres leva mais de uma hora no rush noturno. Lá os motoristas perdem 125 horas em média, por ano. Pela primeira vez a pesquisa da TomTom incluiu cidades da China.

No ranking geral de congestionamento em 2014, de acordo com a TomTom, a capital aparece com 45%, atrás do Rio (51%) e Salvador (46%).   Segundo a CTTU, o sentido Boa Viagem da Agamenon Magalhães tem o trânsito mais crítico da cidade (veja  ranking).

Ganhando tempo
Para quem faz longos trajetos e perde ainda mais tempo, a alternativa pode ser realizar alguma atividade enquanto o trânsito desafoga. O estudante de ciência da computação Igor Matos, 21, larga da UFPE às 18h30. Chegava a passar duas horas e meia para chegar a Olinda, onde mora. A saída foi estudar nos laboratórios da universidade até as 20h, quando pode fazer o percurso em pouco mais de uma hora.

“Acho que é preciso investir no tranporte coletivo e na bicicleta”, analisa o estudante e cicloativista. Em fevereiro deste ano, uma pesquisa da Proteste colocou o Recife aparece em primeiro lugar no ranking das cidades com mais tempo de espera de ônibus.

Saiba mais

200 cidades foram avaliadas pela pesquisa da TomTom

Horas extras gastas no trajeto de volta para casa anualmente
125    Instambul, Turquia
118    Moscou, Rússia
110    São Petersburgo, Rússia
102    Cidade do México, México
97    Chongqing, China
94    Recife, Pernambuco
94    Bucareste, Romênia
93    Rio de Janeiro, Brasil
93    Shenzhen, China
92    Los Angeles, Estados Unidos

60% das ruas do Recife estavam saturadas em julho do ano passado

Número de veículos no horário de Pico

Agamenon Magalhães
9,6 mil veículos/hora
28,8 mil no pico (17h às 19h)

Avenida Norte
3,9 mil veículos/hora
11,7 mil no pico

Rosa e Silva
3 mil veículos/hora
9 mil no pico

Cruz Cabugá
2 mil veículos/hora
6 mil no pico

Rui Barbosa
1,9 mil veículos/hora
5,7 mil no pico

Brasileiro anda menos de ônibus, uma queda de 30% em 18 anos

O assessor parlamentar Felipe Moura prefere ir ao trabalho de ônibus Foto Blenda Souto Maior DP/D.A.Press
O assessor parlamentar Felipe Moura, uma das exceções, prefere ir ao trabalho de ônibus Foto Blenda Souto Maior DP/D.A.Press

Balanço divulgado na última sexta (1º) pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) contabiliza que, em 2013, 175 milhões de passageiros deixaram de usar ônibus nas nove capitais mais populosas do país (Curitiba, Fortaleza, Goiânia, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador e São Paulo). Ou seja: 560 mil passagens deixaram de ser vendidas a cada dia, na comparação com o ano anterior.

Isso corresponde a uma redução de 1,4% no número de passageiros transportados, entre 2013 e 2012. Esse percentual sobe para 30% se o recorte for entre 1995 e 2013. De acordo com a NTU, essa queda se deve, principalmente, à migração das pessoas para os transportes individuais motorizados e ao alto custo do diesel, repassado ao valor da tarifa.

Na opinião do presidente da NTU, Otávio Cunha, não é a má qualidade do transporte público o que tem resultado nessa diminuição da demanda por ônibus – e na consequente migração das pessoas para os automóveis. “É a baixa demanda o que tem resultado na má qualidade do transporte público”, garante.

A baixa qualidade do transporte tem, segundo ele, suas explicações. “Em primeiro lugar, faltou ao governo federal o estabelecimento de políticas públicas de transportes. Falta inteligência para pensar o transporte e também investimento e capacitação profissional”, disse ele.

O resultado dessa falta de políticas públicas para o setor, acrescenta o presidente da NTU, “é a queda da velocidade operacional, o aumento do custo dos insumos e a competição com transporte individual. [Nesse cenário,] a velocidade média das viagens caiu em 50% nos últimos dez anos, passando de 25 quilômetros por hora (km/h) para 12 km/h”, completou.

Segundo o diretor administrativo da NTU, Marcos Bicalho “as pessoas colocam o empresário como vilão por tentar aumentar a tarifa, mas nós tentamos aumentar a tarifa apenas para manter o mesmo nível do transporte público. As empresas fazem o que podem na gestão interna. O que acontece é que a crise está muito mais motivada pela falta de políticas públicas”.

Apesar da crítica, a diretoria da NTU avalia que os recentes investimentos feitos em infraestrutura para mobilidade já começam a apresentar resultados.“Os corredores [exclusivos para transporte público] recentes darão melhorias significativas ao transporte. A partir de 2016 veremos resultados muito significativos. Rio de Janeiro, Belo Horizonte já têm demonstrado aceitação [por parte da população]. Esses corredores obrigarão [a construção de] novos corredores que vão atrair mais demandas. Todas cidades que migraram para esse tipo de política já colheram resultados, e os investimentos feitos reverterão a situação atual”, argumentou Cunha.

Cunha citou uma pesquisa do Datafolha relativa às reivindicações feitas pela população durante o período de manifestações. “Segundo essa pesquisa, 53,7% querem melhorias no transporte público e 40,5% querem a redução da tarifa. Isso demonstra a importância que esse serviço tem para a população”.A fim de melhorar a qualidade do transporte público, de forma a atrair mais passageiros, a NTU apresentou oito propostas. Em geral, defendendo subsídios para que a tarifa não seja paga em sua totalidade pelo usuário.

Entre os pontos defendem a priorização do transporte coletivo nas vias; a elaboração de planos diretores, planos de mobilidade urbana por todos municípios, e de uma política de mobilidade. Ressaltam a importância de haver participação de representantes da sociedade civil organizada, bem como de conselhos municipais nessas discussões, a fim de definir qual é o serviço esperado e os valores de tarifa e de subsídios a serem pagos.

De acordo com a NTU, os subsídios ao serviço poderia ser pago por meio de fundo com recursos dos combustíveis, distribuídos aos municípios de forma proporcional à população. Outro ponto defendido pela entidade é a implantação de redes de transporte modernas, integradas, multimodais, racionais e de alto desempenho.

Fonte: Agência Brasil (por Pedro Peduzzi)

Estudo mostra escassez de freios ABS nas motos brasileiras

Motos no Recife - Foto - Blensa Souto Maior DP/D.A.Press
Motos no Recife – Foto – Blensa Souto Maior DP/D.A.Press

Somente 23% das motocicletas disponíveis no mercado brasileiro oferecem sistema antitravamento de freios (ABS), concluiu um estudo divulgado nesta semana pelo Cesvi Brasil (Centro de Experimentação e Segurança Viária).

A fim de “mapear” o cenário das motos disponíveis atualmente no mercado nacional com ABS, a instituição analisou 357 versões de 199 modelos vendidos por 38 marcas no país, incluindo veículos elétricos.

Os dados fazem parte do estudo “Segurança na Frenagem – identificando motos com freios a disco e ABS”, elaborado pelo Cesvi. O estudo também concluiu que a oferta do ABS é ainda mais escassa nos modelos de baixa cilindrada.

Apenas quatro modelos abaixo de 500cc carregam o dispositivo de segurança eletrônico como opcional: os modelos Honda CBR 250R, CB 300R, XRE 300 e a Kawasaki Ninja 300. Na base da pirâmide – motos de até 150cc -, nenhum dos 10 modelos mais vendidos do país sai de fábrica com o equipamento de série, seja ele eletrônico ou mecânico.

As motos que saem equipadas de fábrica com o item de segurança somam 16% e somente 7% dos veículos de duas rodas oferecem o dispositivo como opcional. Ou seja, atualmente 23% das motos disponíveis ao consumidor brasileiro contam com o ABS eletrônico (de série ou como item opcional).

Numa visão geral do cenário de motos no Brasil, há outros 3% que contam com o chamado ABS mecânico (instalado na roda dianteira). São eles: as Jonny 50, Hype 125; as Miza Easy 125, Drago 150, Fast 150 e Vite 150. Além das Iros Matrix 150 e Vintage 150 e a Vento Triton 100.

O problema é que o sistema antitravamento mecânico não conta com sensor eletrônico e na Europa, por exemplo, não é considerado um ABS propriamente dito. Porém, com a desatualizada legislação brasileira, o país não faz essa distinção e qualquer sistema anti-bloqueio é considerado ABS.

Segundo o instrutor de pilotagem defensiva da Porto Seguro Seguros, Carlos Amaral, o ABS mecânico somente retarda o travamento das rodas e, consequentemente, a frenagem. Isso é apenas um argumento de marketing utilizado pelas marcas para chamar a atenção de seu cliente.

Mas para quem quer uma moto com ABS para ter mais segurança, vai ter que desembolsar, em média, R$ 2.700,00. Hoje, nos carros, o opcional ABS/airbag pode variar entre R$ 1.000 e R$ 1.500.

Vale ressaltar que o Cesvi foi a instituição que começou o estudo sobre ABS em 2007 nos carros, ajudou a transformar o sistema em um item obrigatório de série para todos os modelos produzidos a partir de 2014. A pretensão nas duas rodas é a mesma, afirmou o Cesvi.

Dados alarmantes

Em 2012, segundo dados da CET-SP (Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo), foram registradas 438 mortes de motociclistas na capital paulista. O ABS não é um acessório mágico e não criará uma bolha de proteção para o piloto, mas, de acordo com estudo realizado pelo IIHS (Insurance Institute for Higway Safety), dos Estados Unidos, os acidentes fatais poderiam ser 37% menores nas motos equipadas com o ABS.

Outra pesquisa, feita na Alemanha com 750 motociclistas, aponta que 77% destes realizam frenagens de emergência frequentemente ou muito frequentemente. Nessas situações, 40% deles não freiam com a força necessária com medo de “empinar a traseira” ou travar as rodas. Ou seja, os freios ABS poderiam ajudar esses motociclistas em frenagens mais eficazes e seguras.

Existem outros fatores externos que causam acidentes e o ABS é uma ferramenta a mais para a segurança do piloto. Na Europa, o ABS será obrigatório em todas as motocicletas acima de 125cc fabricadas a partir de 2016. Aqui no Brasil, todos os automóveis passarão a contar com o sistema de freios ABS a partir de 2014. Para as motocicletas o assunto ainda não está em pauta no País.

Fonte: Agência INFOMOTO (Texto: Roberto Brandão Filho)

 

Carros, o que fazer com eles?

carros 2020

Estudo da consultoria KPMG indica que o Brasil se manterá na quarta posição entre os maiores mercados consumidores de automóveis até 2020. O trabalho Mercado varejista global de automóveis (leia a íntegra) mostra que hoje o mercado mundial é liderado pela China, onde mais de 19 milhões de veículos leves foram vendidos em 2012, contra 14,5 milhões dos Estados Unidos. No Brasil, as vendas no ano passado alcançaram 3,5 milhões e devem seguir em curva ascendente até 5,8 milhões de unidades em 2020, prevê o estudo.

“O Brasil, que hoje ocupa a quarta colocação no mercado global, deve manter essa posição até 2020, com algumas oscilações nos próximos dois anos. O país possui um mercado com grande potencial de expansão de consumo, e as montadoras têm enxergado uma ótima oportunidade de investimentos no Brasil, inclusive em novas plantas”, afirma Charles Krieck, sócio-líder da prática de Indústria Automotiva da KPMG no Brasil.

Educação e transporte público
Na visão do presidente da ANTP, Aílton Brasiliense, a frota brasileira de automóveis tende sim a continuar crescendo e deve dobrar nos próximos dez anos, chegando a mais de 140 milhões de unidades até 2023: “A frota dobrou de 2012 até agora e deve repetir esse salto até a próxima década”. Para Aílton, o problema não é a posse do carro, mas o uso que se faz dele, o que acaba provocando grandes prejuízos às cidades. “Países como a Alemanha ou o Japão têm um número de veículos por habitante bem superior ao do Brasil, mas nesses países as autoridades desenvolveram políticas para estimular o uso dos transportes públicos e evitar o excesso de veículos motorizados nas ruas”, comenta o especialista.

China e Índia
Mas, segundo o relatório da KPMG, a grande explosão de consumo de carros deve ocorrer em outras economias dos Brics, especialmente na China e Índia. De acordo com o relatório, prevê-se um aumento nas vendas de carros na China em mais de 60% entre agora e 2020, quase duas vezes mais a taxa esperada de crescimento para a Europa Ocidental e quatro vezes mais o crescimento na América do Norte. A Índia, em especial, terá uma ascensão meteórica com uma taxa de crescimento ao redor de 300% até 2020

Fonte: Portal Mobilize

Bem-estar urbano: desafio para a Região Metropolitana do Recife

Em Pernambuco, no que diz respeito à relação do morador com a cidade, vale o “mundo particular”. É uma convivência de amor e ódio que fica bem sensível e evidente nos centros urbanos da Região Metropolitana do Recife (RMR), que índices de geografia e estatística têm dificuldade de mensurar. O desafio é ainda maior quando se trata de algo subjetivo como “bem-estar”. É justamente em cima dessa sensação de satisfação, atrelada diretamente à qualidade dos serviços e equipamentos públicos das cidades, que se debruça o estudo do Índice de Bem-Estar Urbano (Ibeu), do Observatório das Metrópoles, do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia.

Zona 30: menos velocidade, mais vida

Zona 30

Por

Luiz Flávio Gomes

Em 2011, a Noruega reduziu em 20% o número de mortos no trânsito. Letônia, em 18%. Espanha, em 17%. Bulgária, em 15%. Romênia, em 15%. No Brasil, desde 2000 nosso aumento anual de mortes é de mais de 4%. É hora de acordarmos para um novo mundo, mais civilizado e menos vulgar. Mais prevenção, para diminuir a repressão (que vem tarde demais, quando a vida já se foi).

A baixa velocidade é uma medida menos radical que a proibição de circulação do veículo ou mesmo que a instalação de pedágios urbanos. Ela atende o interesse do motorista assim como a política preventiva de redução de acidente e/ou morte no trânsito (estimulada pela ONU).

Como se vê, a redução da velocidade (sobretudo nos centros urbanos) reduz a sinistralidade assim como a mortalidade. As ruas têm que ser devolvidas civilizadamente aos pedestres e ciclistas, sem proibi-las ao motorista, criando-se um ambiente de convivência pacífica entre eles e os motociclistas e motoristas.

O motorista, além de apressado, acha que tem prioridade. Os pedestres, por sua vez, são impacientes. Estabelecido o conflito entre a pressa e a impaciência, claro que estes últimos (os pedestres) saem perdendo. Estudos realizados no Reino Unido, Alemanha e Nova Zelândia “reconhecem que a pressa e a ansiedade fazem o pedestre seguir de acordo com a própria conveniência. Os pedestres não resistem esperar por mais do que 30 ou 40 segundos” (Luiz Carlos Mantovani Néspoli, Folha de S. Paulo de 28.01.13, p. C9). A zona 30 se apresenta como solução para o conflito espacial entre pedestre e motorista, entre ciclista e motorista ou motociclista etc.

Menos mortes, menos feridos, menos ruído, menos contaminação atmosférica, menos destruição das árvores e do verde, menos restrição ao ato de viver em paz. Imaginar esse cenário efervescente e bucólico ao mesmo tempo no Brasil é uma quimera, porque sabemos que o brasileiro, no volante de um veículo, em geral (há exceções, claro) é um nazista, um fascista (DaMatta et alii: 2010, p. 8).

Ele tenta impor, também no trânsito, as suas superioridades hierárquicas, desrespeitando a igualdade do trânsito. É hora de todos nós nos conscientizarmos e superarmos nossa vulgaridade. A mortandade no trânsito brasileiro faz parte do nosso clima de guerra civil macabra, que parece nunca ter fim.

Nossa reeducação tem que passar (a) pela reeducação democrática (respeito ao princípio da igualdade), (b) pela reeducação cultural (cultura da obediência à lei, que se choca com a concepção aristocrática e hierarquizada da nossa sociedade) assim como (c) pela reeducação religiosa (o fé em Deus e pé na tábua conduz à imprudência, à fatalidade) (DaMatta et alii: 2010, p. 75 e ss.). Grandes desafios desafiam também grandes administradores e grandes povos. Vamos fundo e pé na tábua nesse programa de reeducação e de prevenção.

Quando uma área (normalmente residencial) com o limite de velocidade de 50km/h é redesenhada para o formato ‘Zona 30’, a queda média no número de acidentes é de aproximadamente 25%.

A Zona 30 também tem um efeito positivo no que diz respeito à qualidade de vida: diminuição de ruídos, o pedestre tem mais facilidade para cruzar as ruas e as emissões poluentes são menores. Participe da nossa campanha em favor da Zona 30: www.zona30.com.br

Fonte: Portal do Trânsito

Política de mobilidade para as metrópoles brasileiras, defende projeto

 

Bicicletas e carros - Foto - Cecília Sá Pereira DP/D.A.Press

A Câmara analisa projeto que cria a Lei de Mobilidade na Metrópole. A proposta (PL 4881/12), estabelece diretrizes para a execução da política metropolitana de mobilidade, cria o Pacto Metropolitano da Mobilidade Urbana e o Sistema de Informações e Planejamento dos Transportes Metropolitanos (Siptram).
“Uma política nacional de desenvolvimento das regiões metropolitanas brasileiras requer propostas legislativas que equacionem os graves problemas de ordenamento territorial e gestão de serviços públicos decorrentes da fragmentação da metrópole em vários municípios”, destacam os autores do projeto, o deputado Carlos Zarattini (PT-SP) e o ex-deputado José de Filippi.

A chamada Política Metropolitana de Mobilidade Urbana constitui um conjunto de conceitos, objetivos e diretrizes, a partir dos quais União, estados, Distrito Federal e municípios estabelecerão critérios para a organização metropolitana do sistema de transporte com o objetivo de garantir a mobilidade da população nestas regiões. No caso do projeto, é considerada região metropolitana o agrupamento de municípios limítrofes que, juntos, tenham pelo menos um milhão de habitantes.

Veículos não motorizados

Entre as diretrizes dessa política, o projeto lista a prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado. São ainda diretrizes a integração metropolitana entre os modos e serviços de transporte urbano; e a redução do tempo de casa para o trabalho, em função das melhorias nos transportes públicos.“Infelizmente, nas últimas décadas, o poder público tem priorizado o transporte individual em detrimento do transporte coletivo, o que é prejudicial, principalmente para as camadas mais pobres da população”, justificaram os parlamentares.

As ações decorrentes da Política Metropolitana de Mobilidade Urbana serão executadas, dentre outras formas, por meio do Pacto Metropolitano da Mobilidade Urbana e pelo Siptram. O pacto será coordenado por um Conselho Gestor formado pela União e por representantes das Câmaras Técnicas.

Circulação
Essas câmaras serão constituídas pelo Siptram e terão entre suas atribuições estabelecer um plano estratégico metropolitano de gerenciamento da mobilidade de acordo com a Política Nacional de Mobilidade Urbana e demais projetos complementares que possam integrar os sistemas locais às principais vias de acesso metropolitano. Elas facilitarão também a circulação de veículos não motorizados; construirão terminais de transportes que envolvam a oferta de serviços e comércio do entorno das áreas metropolitanas; e definirão uma política metropolitana de gerenciamento de vagas em estacionamentos.

Fontes de financiamento
O projeto autoriza o Poder Executivo a constituir o Fundo Metropolitano do Transporte Público com a finalidade de dar suporte ao planejamento integrado e às ações conjuntas de interesse comum de União, estados e municípios integrantes das regiões metropolitanas.

Esse fundo será formado por recursos de diversas fontes, como estados e municípios; empréstimos nacionais, internacionais e outras contribuições financeiras; e doações de pessoas físicas ou jurídicas. O Fundo Metropolitano do Transporte Público integrará o orçamento anual da União e terá a aplicação dos recursos supervisionada por um conselho integrado por representantes de União, estado, prefeituras da Região Metropolitana e sociedade civil.

Quebra de paradigma
“O país dispõe de condições, potencial técnico e experiência para reverter este quadro (de mobilidade urbana precária). Mas, para isto, é necessário mudar paradigmas pautados pela competição econômica, pensar em termos de rede, flexibilidade e complementaridade, Incentivar o uso racional do carro e o transporte coletivo, recuperar o espaço público e melhor a vida das pessoas na cidade”, concluem Zarattini e Filippi.

Tramitação
A proposta será analisada, em caráter conclusivo, pelas comissões de Viação e Transportes, Desenvolvimento Urbano, Finanças e Tributação, e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fote: Agência Câmara

Mortes no trânsito: Europa diminui 5% ao ano, Brasil cresce 4%

 

A taxa brasileira de mortes por 100 mil veículos é 4,9 vezes maior que a europeia! E o trânsito brasileiro mata 24% mais pessoas em número absoluto que a União Europeia, mesmo possuindo uma frota 4 vezes menor.
E enquanto a mortandade no trânsito no Brasil só cresce, atingindo uma taxa média anual de crescimento no número de mortes de 4,06% ao ano na última década (2001/2010), na União Europeia ela só diminui, chegando a uma taxa média de diminuição de 5% entre 2000 e 2009.
Há duas décadas a União Europeia estabeleceu uma Política Púbica voltada exclusivamente para a Segurança Viária, com o intuito de reduzir drasticamente seu número de mortes da década de 90 (75.400) em 50% e conseguiu! (em 2009 o número de mortes de toda a União Europeia chegou a 32.787) Veja:
Se o ritmo de crescimento de mortes no trânsito brasileiro se mantiver estável nos próximos 50 anos (ou seja, continuar crescendo 4,06% ao ano), podemos projetar que o total de vítimas fatais saltará para 313.708 no ano de 2060, totalizando um aumento de 982% em relação ao ano 2000.
Já se o ritmo de redução de mortes no trânsito europeu se mantiver estável nos próximos 50 anos (ou seja, continuar caindo 5% ao ano), podemos projetar que o total de vítimas fatais cairá para aproximadamente 2.500 por ano em 2060, totalizando uma redução de 95% em relação a 2000.
Tanta discrepância serve para demonstrar como políticas de prevenção, maiores investimentos em segurança e educação no trânsito bem como em campanhas de conscientização trouxeram resultados fantásticos na União Europeia (todo um continente), enquanto nossa velha e arcaica maneira de lidar com esse grave problema (novas leis e mais sanções penais e administrativas) só tem contribuído para piorar o cenário de morticínio no trânsito brasileiro.
É chegada a hora, portanto, de deixarmos para trás velhas práticas e passarmos a investir com seriedade na fórmula EEFPP (educação, engenharia, fiscalização, prevenção e punição adequada).
*Colaborou: Mariana Cury Bunduky – Advogada, pós graduanda em Direito Penal e Processual Penal e Pesquisadora do Instituto Avante Brasil.

Fonte: Portal do Trânsito

 

 

Trem-bala brasileiro previsto para operar em 2020

 

O trem de alta velocidade, que ligará os municípios do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Campinas (SP), deve estar pronto em 2019 e o transporte de passageiros deve começar em junho de 2020. As regras para o leilão que irá definir o operador do trem-bala foram divulgadas hoje (13).

“Queremos entregar essa obra o mais cedo possível. Vamos buscar entregar a obra em junho de 2018”, disse o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo. O concessionário terá um ano para testar a tecnologia e o prazo de concessão será 40 anos.

O trem só entrará em operação quando toda a obra estiver concluída e não haverá liberação de operação parcial, por trechos. “Estamos fazendo serviço para atender a longa distância. Não tem nenhum ganho o serviço de curta distância, não é um serviço em que o trem de alta velocidade seja mais competitivo”.

O preço máximo da passagem da classe econômica entre Rio de Janeiro e São Paulo será R$ 250 (valor atual, que será atualizado até a data de operação). Nas demais classes, o preço será livre. O trem deverá trafegar em uma velocidade de cerca de 350 quilômetros por hora, e o tempo máximo de viagem para o serviço expresso será 99 minutos.

Nos horários de pico, deverá haver pelo menos três trens expressos (que faz a ligação São Paulo-Rio de Janeiro) por hora e um trem regional de longa distância (com paradas nas estações intermediárias).  Pelo menos 60% dos 458 assentos do trem devem ser destinados à classe econômica. A expectativa é começar a operar com 40 milhões de passageiros por ano e chegar a 100 milhões.

O primeiro leilão do trem de alta velocidade está marcado para o dia 19 de setembro de 2013 e irá definir a empresa que vai fornecer a tecnologia e será a operadora do trem. O vencedor do leilão será a empresa ou consórcio que apresentar a melhor relação entre valor de outorga e o custo de construção do trem-bala. A empresa deverá ter pelo menos cinco anos de experiência na operação comercial do sistema e não pode ter tido nenhum registro de acidente fatal. A segunda licitação, que vai definir a empresa que vai construir a infraestrutura do trem, deve ocorrer em 2014.

A participação da EPL no projeto aumentou de 30% para 45%. Segundo Figueiredo, o objetivo foi aumentar a atratividade no projeto. “Como não estamos trazendo nenhum elemento de mitigação de risco e demanda, resolvemos aumentar a participação pública porque é uma forma de compartilhar o risco com o investidor”.

O total de investimentos do operador da primeira etapa é R$ 7,6 bilhões. O BNDES irá financiar R$ 5,37 bilhões, a EPL irá investir R$ 1,03 bilhão e o concessionário R$ 1,27 bilhão. O custo total da obra está estimado em R$ 35 bilhões. Segundo Figueiredo, os grupos interessados na implantação do projeto são da Alemanha, da França, da Espanha, da Coreia e do Japão.

Fonte: Agência Brasil

Mais mulheres motocilistas no Brasil

 

Esqueça a imagem do homem de óculos escuros metido em sua jaqueta de couro carregando a namorada na garupa da moto. Acostume-se, a partir de agora, com outra imagem: com as mulheres assumindo o guidão das motocicletas. Dados do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) mostram que, em 2008, 2.534.237 de mulheres possuíam a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) para motos. Em 2011, esse número aumentou para 3.655.428, um crescimento de 44% em apenas três anos.

Mas elas não têm dominado apenas os guidões. As mulheres têm comprado mais novas motocicletas. Os números da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo) indicam esse crescimento: desde 2009, as mulheres correspondem a 25% do total de motocicletas vendidas. O número é bem maior do que o registrado em 2001 quando elas representavam apenas 17% dos compradores destes veículos.

Ainda que o número de habilitação para mulheres cresça e elas comprem cada vez mais motos, o uso como forma de trabalho ainda é tímido. No Sindicato dos Mensageiros Motociclistas do Estado de São Paulo (SindimotoSP), que conta com pouco mais de 10 mil associados, as “motogirls” não chegam nem a 1% desse total.

Ainda que a área de “motofretista” (nome dado à categoria de motoboy e mototaxista após aprovação da lei federal em 2009) seja uma das que mais empregam no País, questões como vaidade, segurança e o cansaço físico costumam afastar as mulheres dos guidões como forma de sustento. Um motoboy chega a ficar, em média, 10 horas em cima de um banco em viagens.

Seja homens ou mulheres no guidão de suas motos, os cuidados com a segurança devem ser os mesmos. O Brasil é o segundo país no ranking de vítimas fatais em acidentes de motos. Os dados são da pesquisa “Mapa da Violência 2012”, realizada pelo Instituto Sangari, que analisou 1 milhão de certidões de óbito em todo o mundo. Por aqui, são 7,1 óbitos para cada 100 mil habitantes no País. Ficamos atrás apenas do Paraguai, com 7,5 mortes para o mesmo número de habitantes.

De acordo com o Código de Trânsito Brasileiro, a moto tem o direito de ocupar o mesmo espaço de um carro nas ruas, avenidas e estradas do País. Todos devem tomar cuidado com as armadilhas da cidade como manchas de óleo, areia e pedras na pista, consertos nas ruas encobertos por placas metálicas e trilhos e bueiros sem tampa.

 

Fonte : Cenário MT (Via Portal do Trânsito)