Primeiro dia da Faixa Azul com carroças e carro estacionado na via

Carro estacionado na Faixa Azul da Rua Cosme Viana - Recife FOto - DP/D.A.Press
Carro estacionado na Faixa Azul da Rua Cosme Viana – Recife Foto -Blenda Souto Maior  DP/D.A.Press

O primeiro dia útil de funcionamento da Faixa Azul no Recife foi um misto de alívio temporário para mergulhar novamente no caos. O trecho da faixa exclusiva do ônibus de 1,6 km na Rua Cosme Viana, no bairro de Afogados, corresponde apenas a uma parte do sistema de 12 faixas a ser implantado pela Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) até 2014.

Na Cosme Viana, inaugurada como modelo, houve invasão do trecho por carroças, carro estacionado, além de bicicletas na contramão. Pela sinalização da CTTU, as bicicletas poderão usar a faixa do ônibus nos finais de semana. O motorista Cristiano Vicente, da linha PE-15/Afogados, elogiou a faixa. “Acho que ganhei uns 15 a 20 minutos, mas depois a gente entra no engarrafamento”, contou.

Desde 2008, não eram implantados novas faixas. Além dos ônibus, também vão ter acesso às Faixas Azuis os táxis que estiverem transportando passageiros durante o trajeto. Os demais veículos só poderão entrar no corredor quando precisarem realizar conversões e acessar os lotes à direita.
Vias que receberão os corredores, além da rua Cosme Viana:

· Avenida Marechal Mascarenhas de Moraes
· Avenida Recife
· Avenida Beberibe
· Avenida Engenheiro Abdias de Carvalho
· Avenida Engenheiro Domingos Ferreira
· Avenida Herculano Bandeira
· Avenida Conselheiro Aguiar
· Avenida Antônio de Gois
· Rua Cônego Barata
· Estrada dos Remédios
· Avenida Visconde de Albuquerque
· Estrada Velha de Água Fria.

A primeira faixa azul para ônibus no Recife resgata uma ideia de 40 anos

 

Rio de Janeiro implantou faixa exclusiva no lado direito da via. Mesmo modelo que o Recife adotará. Foto - Fábio Costa DP.D.A.Press
Rio de Janeiro implantou faixa exclusiva no lado direito da via. Mesmo modelo que o Recife adotará. Foto – Fábio Costa DP.D.A.Press

A Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano (Semoc) e a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) anunciam nesta quinta-feira a primeira Faixa Azul (corredor exclusivo para ônibus) da cidade. A entrevista coletiva será concedida pelo secretário João Braga e a presidente da CTTU, Taciana Ferreira.

O encontro acontece esta tarde, na sala de reunião da Semoc, no 12º andar do edifício-sede da Prefeitura do Recife. O modelo segue os exemplos que vêm dando bons resultados em São Paulo e no Rio de Janeiro e funciona nos moldes do BRS (Bus Rapid Service).

No Rio, segundo a Secretaria Municipal de Transportes, houve redução de cerca de 20% no tempo de viagem dos ônibus nos sete corredores implantados. No Recife, a expectativa é de aumentar a velocidade do transporte público em 30% a 35% na primeira Faixa Azul, a da Avenida Mascarenhas de Morais. No total, serão seis corredores exclusivos.

Para ser implantado, o modelo do BRS demanda, basicamente, a pintura da via – delimitando o espaço do ônibus e tirando o transporte público da disputa com os outros veículos no trânsito -, além de fiscalização humana e eletrônica. O sistema permite que os automóveis entrem na faixa dos ônibus apenas para acessar vias locais ou estabelecimentos. Se circular pelo corredor, o carro será multado.

As avenidas Abdias de Carvalho, Recife, Beberibe, Domingos Ferreira e Conselheiro Aguiar, além da Antônio de Góes e da Herculano Bandeira, também serão contempladas. Essa última teve uma faixa exclusiva de ônibus desativada em 2002.

Segundo a presidente da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Taciana Ferreira, a licitação dos equipamentos de fiscalização eletrônica que serão usados no monitoramento das vias será feito paralelamente ao trabalho de pintura das faixas.

“O automóvel que for flagrado em dois pontos de monitoramento eletrônico será multado. Se ele passar por dois pontos, será verificado que houve invasão da faixa”, afirmou. A infração, prevista no Código de Trânsito Brasileiro, é considerada leve. A multa é de R$ 53,20 e o condutor recebe três pontos na carteira.

O carro só poderá acessar o corredor dos ônibus quando a faixa for tracejada. Quando for contínua, não será permitido. O BRS é um modo de transporte que dá prioridade ao transporte público sobre a via”, disse, apontando como principais benefícios do sistema a regularidade, o aumento da velocidade e, consequentemente, a redução do tempo de viagem.Na Mascarenhas de Morais circulam 51 linhas de ônibus e 170 mil passageiros do transporte público por dia.

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Táxi e ônibus em um só veículo. Conheça a experiência da Finlândia

O Kutsuplus é um híbrido entre táxi e ônibus e seu preço, consequentemente, fica na média entre os dois meios de transporte. Foto: Divulgação Kutsuplus
O Kutsuplus é um híbrido entre táxi e ônibus e seu preço fica na média entre os dois meios de transporte. Foto: Divulgação Kutsuplus

Aqui está uma nova ideia para se locomover pelas cidades. Nem táxi, nem ônibus convencional, o Kutsuplus é uma espécie de híbrido dos dois que está sendo testado em Helsinque, Finlândia.

Para pegá-lo, é preciso se registrar online e pagar previamente uma tarifa de €3,50. Depois, selecionar endereço de partida, destino e horário.

Conforme chegam os pedidos, o sistema calcula diferentes rotas em tempo real e agrupa passageiros que estejam partindo ou indo para locais próximos.

Em seguida, o sistema encaminha o usuário para um ponto, onde ele mostra ao motorista seu número de confirmação e se junta a seus companheiros de viagem.

Kutsuplus é uma espécie de híbrido de taxi e ônibus - Foto - Divulgação
Kutsuplus é uma espécie de híbrido de taxi e ônibus – Foto – Divulgação

O micro-ônibus com capacidade para nove pessoas leva os passageiros para o mais perto possível de onde eles pretendem ir.

Uma vez no ponto de chegada, o Kutsuplus fornece um mapa que mostra a eles como caminhar até seu destino final.

Atualmente, existem 10 ônibus, que operam das 7h30 até às 18h30, e mais 35 estão previstos. O preço é um valor médio entre uma corrida de táxi e uma passagem de ônibus local: os €3,50 iniciais e fixos, mais 45 centavos por quilômetro.

Os criadores do sistema reconhecem que o Kutsuplus é mais fácil de ser implementado em cidades como Helsinque (com 604 mil habitantes) do que em grandes metrópoles, mas acreditam que a ideia deve ser incentivada.

Fonte: Catraca Livre/FastCompany (via Portal Mobilize)

Só 30% dos ônibus vão ter ar

Passageiros ônibus/Recife - Foto - Roberto Ramos /DP/D.A. Press
Passageiros ônibus/Recife – Foto – Roberto Ramos /DP/D.A. Press

A última etapa da licitação do Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP) da Região Metropolitana do Recife começa amanhã com a publicação do edital das linhas referentes aos lotes 3, 4, 5, 6 e 7, que correspondem a 70% do sistema. A publicação do edital não deverá surpreender os empresários do setor.

O governo vai manter os mesmos critérios em relação às exigências de climatização, câmbio automático e motor traseiro nos ônibus, referente ao edital dos lotes 1 e 2, onde estão inseridos os corredores Norte/Sul e Leste/Oeste. Dessa forma, as empresas terão até dois anos para climatizar os ônibus que façam parte das linhas do Sistema Estrutural Integrado (SEI).

Já os ônibus convencionais não têm mais prazo para climatização. No primeiro edital, lançado em janeiro deste ano, a previsão era refrigerar toda a frota do SEI até junho de 2014 e os convencionais até 2020, mas a licitação foi esvaziada e o governo acabou cedendo à pressão dos empresários.

Na prática, dos 2.603 ônibus da frota prevista com a nova licitação para todo o sistema, somente 764 serão climatizados em até dois anos, o que corresponde a 30% da frota. De acordo o secretário das Cidades, Danilo Cabral, a climatização vai atender principalmente os ônibus que integram o Sistema Estrutural Integrado (SEI), que atualmente têm uma frota de 1.416 veículos e deverá passar a ter 852.

“Nós estamos priorizando a frota do SEI, que hoje atende 800 mil usuários e, com a implantação dos 25 terminais, passará a atender 1,6 milhão de usuários”, afirmou. Segundo o presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, a climatização dos ônibus convencionais pode ser definida no futuro depois que se tiver dados concretos de custo.

“Nós não temos no país nenhum parâmetro com toda a frota climatizada para avaliarmos os custos. Nós esperamos que a frota que será climatizada em até dois anos possa nos dar subsídios para definir se compensa ampliar a refrigeração para toda a frota”, explicou Nélson Menezes.
A nova licitação vai cobrir 269 linhas com uma frota de 1.892 veículos, sendo 1.338 convencionais e 554 articulados no modelo padron, dotado de câmbio automático e motor traseiro, uma das principais reivindicações dos motoristas. “Em uma das inaugurações dos terminais um motorista me parou e disse que chega a passar até 500 machas por dia. O câmbio automático trará mais conforto ao usuário e principalmente ao motorista”, ressaltou o governador Eduardo Campos.

Os ônibus que serão equipados com câmbio automático e motor traseiro também serão climatizados, o que chega ao mesmo percentual de 30% da frota. As empresas têm até dois anos para implantar os equipamentos, sendo 50% da frota no primeiro ano.

O transporte interbairros do Recife não consegue atrair usuários do carro

Transporte complementar no Recife - Foto - Alcione Ferreira DP/D.A. Press
Transporte complementar no Recife – Foto – Alcione Ferreira DP/D.A. Press

Ter um ônibus na porta de casa fazendo o trajeto que você deseja não é exatamente a realidade da maioria nem a função do transporte público, segundo os especialistas. Na maioria das vezes, é preciso ir aonde o meio de deslocamento está. Em uma cidade como o Recife, porém, o desestímulo ao uso do transporte público naturalmente gerado pela falta de linhas entre bairros é agravado por problemas como calçadas inadequadas, insegurança no trajeto e desinformação sobre as linhas.

O sistema interbairros da capital tem sete linhas que transportam 45,5 mil pessoas por dia. A lei que regula o transporte complementar proíbe a circulação no centro expandido. Assim, áreas como Boa Vista, Santo Amaro, Ilha do Leite, Santo Antônio e São José não dispõem de serviços desse tipo. O agravante é que o último estudo para medir as demandas nas origens e nos destinos foi feito em 1997.

A estudante Beatriz Oliveira prefere caminhar longas distâncias a usar o ônibus - Foto - Alcione Ferreira DP/D.A.Press
A estudante Beatriz Oliveira prefere caminhar longas distâncias a usar o ônibus – Foto – Alcione Ferreira DP/D.A.Press

A estudante Beatriz Oliveira, 20 anos, mora na Ilha do Leite e trabalha na Boa Vista. De casa para o trabalho a caminhada é longa, mas o transporte coletivo não compensa. “Eu teria que pegar ônibus na Agamenon ou na Conde da Boa Vista e mesmo assim precisaria caminhar muito até o trabalho. Prefiro ir a pé, enquanto não compro um carro”, revelou. A funcionária pública Maria Tereza Araújo, 33, que mora na Madalena e trabalha na Boa Vista, só usa o carro. “Não sei nem se tem ônibus nesse percurso”, afirmou.

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De Jardim São Paulo, a dona de casa Maria Augusta Gouveia tem dificuldade para visitar a irmã que mora no Barro, uma área vizinha. O metrô fica a 1 km, mas da estação à casa da irmã ela teria que andar mais 3 km. “A opção é pegar um ônibus na Avenida Recife para ir à Estância e pegar outro ônibus para o Barro”, revelou.

Consultor em mobilidade urbana, o engenheiro Germano Travassos defende que as linhas existentes são suficientes. “O Recife é bem servido, mas em muitos casos é preciso pegar mais de um ônibus. Isso acontece em outros lugares do mundo. Eu diria que precisamos melhorar as informações”, ressaltou.

Migração
Para o professor do Departamento de Engenharia Civil da UFPE Maurício Andrade, o Sistema Estrutural Integrado (SEI), principal base do transporte público da RMR, não consegue atender a todas as necessidades de deslocamento. “O SEI sozinho não é suficiente para atender as demandas e muita gente acaba migrando para o carro”, opinou.

Também especialista em mobilidade, o engenheiro César Cavalcanti chama atenção para a importância de atualizar informações da pesquisa de origem e destino. “Não há como entender a atual demanda sem pesquisa. Não se pode ficar na base do ‘achismo’”, afirmou.

Fonte: Diário de Pernambuco (por Tânia Passos)

Depois do metrô, ônibus poderão receber bicicletas no Recife

Bicicleta dentro do metrô do Recife - Foto - Paulo Paiva DP/D.A.Press
Bicicleta dentro do metrô do Recife – Foto – Paulo Paiva DP/D.A.Press

Primeiro o metrô abriu espaço para a bicicleta, pelo menos nos finais de semana e feriados, agora há possíbilidade de ônibus e até táxis se adaptarem para receber a magrela. No Espírito Santo, a ideia já foi implantada. Acompanhe as reportagens no Recife e Espírito Santo.

Recife:

Os ônibus e demais veículos com capacidade igual ou maior que 30 passageiros, e tenham a finalidade de explorar as linhas de transporte coletivo no Recife, deverão reservar espaço e instalar equipamentos adequados ao transporte de bicicletas. Isso é o que dispõe o projeto de lei número 373/2013, de autoria do vereador Raul Jungmann (PPS), que está tramitando na Câmara Municipal e encontra-se em fase de receber emendas. A presença dos equipamentos nos ônibus, no entendimento do vereador, facilitará a adoção da bicicleta como meio de transporte, possibilitando que um número muito maior de pessoas a utilize no seu dia a dia, e não somente como opção de lazer.

O projeto de lei está sendo analisado nas comissões de Legislação e Justiça; e de Meio Ambiente, Transportes e Trânsito, para análise emissão de pareceres. A matéria determina que os veículos, mesmo tendo a obrigatoriedade de instalar os equipamentos para as bicicletas,  não poderão cobrar a mais pelo transporte delas. “No mundo todo, buscam-se alternativas sustentáveis para a mobilidade urbana. Ponto consensual é o de que os automóveis são o maior problema no trânsito das grandes cidades. Incentiva-se, dessa forma, o uso de bicicletas e outros meios não poluentes para o transporte”, disse o vereador.

Raul Jungmann entende que os efeitos do projeto de lei, caso a matéria seja aprovada, irão beneficiar os trabalhadores que fazem uso da bicicleta como meio regular de transporte, por ser mais econômico. “Outro consenso nas discussões sobre mobilidade é a convergência dos modais. A bicicleta pode ser usada, assim, de maneira complementar ao transporte público, dando mais alternativa aos usuários, e viabilizando a sua utilização por mais pessoas.

Fonte: Redação/DP

Vitória/ES:

Ônibus para bicicletas circulam no ES e ciclistas apontam problemas

Bicicletas dentro do ônibus no Espírito Santo - Foto - reprodução
Bicicletas dentro do ônibus no Espírito Santo – Foto – reprodução

Os ônibus adaptados para bicicletas começaram a circular entre Vitória e Vila Velha, pela Terceira Ponte, nesta segunda-feira (18). Os primeiros usuários do Bike GV aprovaram a ideia, mas apontaram detalhes a serem modificados para melhorar o funcionamento do sistema.

Entre os pontos a serem revistos estão a substituição da escada por uma rampa e a implantação de estruturas que deem melhor fixação às bicicletas. Os ciclistas também reclamaram do valor cobrado: R$ 1,25. A Companhia de Transportes Urbanos da Grande Vitória (Ceturb/GV) garantiu que todas as sugestões serão avaliadas para possíveis reajustes.

Os veículos vão transportar ciclistas e bicicletas pela Terceira Ponte, local que não possui ciclovias. Os coletivos, que receberam o nome de BikeGV, têm estrutura para carregar até 17 bicicletas e 17 passageiros, sendo cinco sentadas. O trajeto é apenas para deixar os ciclistas nas ciclovias mais próximas dos dois municípios, eles não circulam por outros pontos. A passagem custará R$ 1,25 e é paga diretamente ao motorista.

Os ônibus vão começar a circular às 6h, cada um partindo de um município, e o último horário de circulação é 20h30. As saídas são a cada meia hora em horários de pico e de 45 em 45 minutos no restante do dia. Com o trânsito intenso na Terceira Ponte, as primeiras viagens do dia sofreram atraso. Os ônibus partem da Praça da Ciência, em Vitória, e da Avenida Carioca, ao lado do Terminal de Vila Velha.

Prós e contras
A ideia agradou os ciclistas, que há algum tempo exigiam uma alternativa para a falta de ciclovia na ponte que liga as cidades, mas eles apontam ajustes. “A gente precisava realmente de ter esse trajeto, de ter como o ciclista atravessar. Eu fazia 19 quilômetros de Vitória para Vila Velha e agora vou fazer quatro ou cinco quilômetros. Mas só isso não vai resolver.

Precisamos de ciclovias na Terceira Ponte para solucionar o problema de quem vai de Vitória a Vila Velha, e vice e versa, todos os dias. Além disso, quem usa bicicleta é quem não pode, em muitas vezes pagar por transporte público, então cobrar R$ 1,25 por um trecho de 3 quilômetros é muito caro”, disse o estudante Rafael Darrouy.

Já para o representante comercial Edgar Bettazzone, o sistema beneficiou quem pedala por hobby ou esporte. “Está sendo uma ‘mão na roda’ para a gente que é ciclista, que quer pedalar em Vitória”, contou.

Mas além dos benefícios, outras falhas também já foram percebidas logo no primeiro dia de funcionamento. “As bicicletas modificadas, que são para corrida, ficam um pouco desconfortáveis, ficam soltas, explicou o assistente social Fabricio Barcelos.

A implantação de uma rampa, no lugar da escada, também facilitaria a entrada e saída dos passageiros com suas “magrelas”.  Além disso, para alguns ciclistas, essa é apenas uma solução provisória para a atual situação do trânsito capixaba. “Se tivesse ciclovia seria muito melhor, mas esse passo é importante. Como o primeiro passo de um projeto importante, pode melhorar bastante sim”, disse o estudante Rafael Oliari.

De acordo com a diretora de operações de Ceturb, Rosane Giuberti, todas as propostas serão recebidas e avaliadas. “Nós vamos estar monitorando, recebendo todas as informações, principalmente desse público alvo que a gente pretende atingir. Então todas as sugestões vão ser avaliadas e a gente vai fazer os ajustes necessários”.

Fonte: Portal Mobilize

Conheça os maiores obstáculos dos ciclistas nas ruas do Recife

Obstáculos que os ciclistas encontram nas ruas do Recife Foto - Bernardo Dantas DP/D.A.Press
Obstáculos que os ciclistas encontram nas ruas do Recife Foto – Bernardo Dantas DP/D.A.Press

Pedalar pela cidade pode ser uma atividade perigosa para os ciclistas, mesmo para os mais experientes. Motoristas de ônibus que não respeitam a distância mínima, buracos e ciclofaixas irregulares são apenas alguns dos obstáculos enfrentados diariamente para quem usa a bicicleta como meio de transporte principal ou como lazer e esporte. Para o organizador do grupo Kansadus Ciclo Aventuras, Amâncio dos Santos, o que mais o preocupa na hora de sair de casa com a bike, além do fluxo de carros nos horários de pico, é a má estrutura.

“Faltam faixas exclusivas para bikes e as estradas, ruas e avenidas são impróprias. Se durante o dia as ciclofaixas mal existem, imagina pedalar à noite, com tantos buracos”, conta Amâncio, que também fala da dificuldade de pedalar em dias de chuva.

“A ciclovia móvel na rua Vinte e Um de Abril, em Afogados, disponível nos domingos, passa do mesmo lado que a faixa de ônibus, o que não deveria ocorrer”, afirma. Segundo ele, os ciclistas que trafegam por lazer pelo local passam por apuros quando os ônibus param nos pontos de passageiros. A área seria, supostamente, um espaço para a ciclofaixa.

Para Roberta Tavares, do grupo Amigos Para Sempre (APS – Ciclismo Cultural), um dos problemas dos ônibus é o vácuo de ar provocado quando o veículo passa em alta velocidade próximo ao ciclista. “Com a rapidez e o tamanho do ônibus, o vento que bate depois pode desestabilizar a bicicleta”, justifica ela, que indica pedalar em locais de pouco movimento e em grupo para quem está começando.

Em seus percursos, acidentes como o de um colega que teve que desviar de um carrinho de som que vinha na contramão são mais difíceis de acontecer, mas causam bastante estrago. Já quedas em ladeiras são mais comuns. “Um parceiro nosso desceu uma ladeira em alta velocidade, passou por um buraco pequeno, mas seguiu o percurso, mesmo tendo perdido um pouco do equilíbrio. O que ele não contava é que vinha uma lombada logo em seguida. A queda foi inevitável”, relata Roberta.

Pedalando há 3 anos, como esporte e lazer, o engenheiro Guilherme Aires conta que, para ele, o principal elemento de proteção é não estar sozinho. “Você se sente mais seguro, dificilmente um carro se aproxima tanto do grupo como quando você pedala só”, diz. Foi quando voltava, sozinho, de uma pedalada com o grupo APS no dia das mães deste ano, que sofreu um acidente com um táxi.

“Ele foi me espremendo em direção à calçada e fui me afastando, mas a lateral do carro bateu no guidão da bike e me desequilibrei. Caí no asfalto, o taxista parou o carro pra ver o que aconteceu, mas não prestou socorro. Levei algumas semanas para me recuperar, usando uma tala no braço”, afirma Guilherme Aires.

Veja os 11 itens mais comuns dos obstáculos no Bike PE

Maiores cidades do país terão faixa exclusiva para o transporte coletivo

 

Engarrafamento Recife Foto - Blenda Souto Maior DP/D.A.Press
Engarrafamento Recife Foto – Blenda Souto Maior DP/D.A.Press

A construção de faixas exclusivas de ônibus nas cidades brasileiras, com fiscalização eletrônica em tempo integral e melhoria nos pontos de parada é a principal ideia do Programa Emergencial de Qualificação do Transporte Público para Ônibus proposto pela Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU) ao governo federal, por intermédio do Ministério das Cidades.

O programa foi lançado no dia 6/11 em Brasília pela NTU como parte da Campanha Nacional de Qualificação das Redes Convencionais de Transporte Público Urbano, e consiste em oito medidas para melhorar o transporte público coletivo urbano no Brasil.

Segundo a NTU, medida idêntica foi objeto de Resolução Normativa aprovada no mês passado pelo Conselho das Cidades como proposta ao governo federal. A resolução recomenda à Presidência da República priorizar os investimentos federais na qualificação das redes convencionais de transporte urbano com a adoção de propostas elaboradas pelo Comitê Técnico de Mobilidade Urbana.

De acordo com o presidente da NTU, Otávio Cunha, o programa deve “melhorar a qualidade dos serviços e reduzir os custos de operação, com a implantação de quatro mil quilômetros de faixas exclusivas em 46 municípios, todas as capitais e cidades com população superior a 500 mil habitantes, nos próximos 12 meses”. Segundo ele, esses projetos requerem soluções tecnológicas simples, “sem intervenções físicas relevantes e com retorno imediato para o usuário”.

A NTU apresenta como exemplos bem sucedidos do sistema de faixas exclusivas as experiências recentes no Rio de Janeiro, em São Paulo e Goiânia. Em São Paulo, por exemplo, estudos da associação mostram que a velocidade dos ônibus (velocidade média nos trajetos, contando as paradas), chegou a subir 108%, reduzindo o tempo de deslocamento em até 25 minutos.

O presidente da NTU lembra que o governo tem cobrado propostas para melhoria do setor de transporte urbano e destaca que “no caso das faixas, estamos mostrando porque e como fazer”. Ele ressalta, porém, que as soluções devem ser adaptadas à realidade de cada cidade, pois “o mais importante é mostrar que esta é uma medida barata, rápida e eficiente, que serve para qualquer tamanho de cidade”.

Fonte: Portal Mobilize

Caminho azul para o ônibus

 

Rio de Janeiro implantou faixa exclusiva no lado direito da via. Mesmo modelo que o Recife adotará. Foto - Fábio Costa DP.D.A.Press
Rio de Janeiro implantou faixa exclusiva no lado direito da via. Mesmo modelo que o Recife adotará. Foto – Fábio Costa DP.D.A.Press

Quando a cidade que tem a maior frota de veículos do país (7,5 milhões) decidiu que estava na hora de destinar pelo menos uma faixa para o ônibus, a ideia, embora estivesse longe de ser absurda, suscitou dúvidas quanto à eficácia e questionamentos de quem parecia ter “perdido” um pedaço que sempre foi seu.

Com 225 km de faixas exclusivas para o ônibus e sem muitos alardes e investimentos, a capital paulista deu um passo importante para o resgate da cidadania do transporte coletivo, que havia sido esquecida. Não só a iniciativa deu certo, como a proposta começa a ganhar corpo em outras cidades.

A capital pernambucana vai inaugurar sua primeira faixa exclusiva nos moldes do BRS, até o fim do ano. No Recife, o modelo ganhou o nome de Faixa Azul. “A nossa expectativa é que até março de 2014, a gente consiga implantar a faixa do ônibus em seis corredores na cidade”, afirmou o secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga.

A primeira experiência na cidade é a da Avenida Mascarenhas de Morais, Zona Sul da cidade, onde há expectativa de aumento de até 35% na velocidade dos ônibus. Também estão previstas faixas nos corredores da Avenida Domingos Ferreira e Conselheiro Aguiar. “Nestes dois corredores, nós estamos incluindo também as avenidas Herculano Bandeira e Antônio de Góes, que fazem a interligação natural”, explicou a presidente da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Taciana Ferreira.

Também estão previstas faixas exclusivas nas avenidas Abdias de Carvalho, Recife e Beberibe. Elas serão implantadas em 56 km de vias. Em 2014, a capital pernambucana também vai contar com 33 km do corredor Norte/Sul e 12 km do Leste/Oeste, ambos do sistema BRT. Hoje, a cidade tem 39,5 km de faixas segregadas, incluindo trechos que estão sendo incorporados aos corredores do BRT.

A faixa da direita, permite que o carro entre no corredor do ônibus apenas para acessar vias locais ou lojas. Automóveis não podem circular na faixa. De acordo com o gerente de operações de tráfego da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo (CET), Tadeu Leite Duarte, técnicos de Curitiba foram conhecer o modelo da faixa exclusiva no lado direito da via. “Eles vieram estudar a possibilidade de implantar uma faixa à direita nos corredores onde já circula o BRT”, revelou.

Não é só Curitiba que quer pegar carona, o Rio de Janeiro também está apostando na mesma proposta de uma faixa para o ônibus no lado direito, que lá é chamada de Bus Rapid Service (BRS) — Serviço Rápido por Ônibus, em tradução livre. “Está fazendo muito sucesso aqui. Nós estamos tendo um aumento de 20% na velocidade operacional dos ônibus, apenas por priorizá-lo na faixa. Não é nem uma via segregada”, explicou Alexandre Sansão, subsecretário de Transportes.

Acompanhe aqui o 3º vídeo da série Livre Acesso