Região Metropolitana do Recife terá pesquisa de origem e destino

Engarrafamento Recife Foto - Blenda Souto Maior DP/D.A.Press
Engarrafamento Recife Foto – Blenda Souto Maior DP/D.A.Press

Foi há 18 anos que a Região Metropolitana do Recife teve a sua última pesquisa de origem/destino. Em 1997, quando foram coletados os dados, a frota da RMR era de menos de 500 mil veículos. Em menos de duas décadas o número de veículos cresceu quase três vezes. A pesquisa, no entanto, foi a principal base para a elaboração do Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) de 2008, que estabeleceu as linhas dos investimentos que resultaram, por exemplo, nos dois corredores exclusivos de ônibus do sistema BRT. O Norte/Sul e o Leste/Oeste, ainda em implantação.

A ausência de uma nova pesquisa, que fornece o retrato dos diversos tipos de deslocamentos, sempre foi um ponto fora da curva no planejamento das obras de mobilidade. O Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano anunciou, apóos quase duas décadas, que irá licitar o estudo até março. “Já recebemos sinal verde do governador e do secretário das Cidades, André de Paula. O termo de referência foi feito e esperamos que até o início do próximo semestre a pesquisa esteja concluída”, afirmou o presidente do Grande Recife, Francisco Papaleo.

A pesquisa foi uma das sugestões apresentadas pelo novo diretor de planejamento do Grande Recife, Maurício Pina, também professor de engenharia da UFPE. Ele sempre criticou a falta de dados de deslocamento para planejar as ações futuras. “Nós temos dois corredores de BRT, mas é provável que a RMR já necessite de mais transporte de maior capacidade, como o metrô e a pesquisa vai poder nos mostrar isso.”

Além do aumento da frota, também surgiram polos de tráfego que mudaram a lógica dos deslocamentos. Quem poderia prever o fenômeno de Suape ou o polo industrial de Goiana? “Teremos o Arco Metropolitano, os corredores de BRT, o ramal da Agamenon. Isso tudo mudo as formas de deslocamento”, ressaltou Francisco Papaleo.

Para o coordenador no Nordeste da Agência Nacional de Transportes Públicos, César Cavalcanti, a pesquisa trará um diagnóstico. “Essas informações são fundamentais para o planejamento das ações futuras. As cidades estão completamente mudadas.”
Ainda segundo o especialista, é importante também saber como o pedestre e o ciclista estão se deslocando. “As políticas públicas para os meios de transporte não motorizados devem ter como instrumento esse público, quase sempre esquecido”, declarou.
Como era e como é o cenário da RMR

Veículos
1997 – Frota de veículos na RMR era de 489.476
2015 – Frota de veículos na RMR é de 1.229. 682

População
1997 – População da RMR era de 2,9 milhões (Censo de 1990)
2015 – População da RMR é de 3,6 milhões (Censo de 2010)

Obras de mobilidade previstas no PDTU de 2008
Corredor exclusivo de ônibus Norte/Sul
Corredor exclusivo de ônibus Leste/Oeste
Corredor exclusivo de ônibus na BR-101 (4ª Perimetral) não implantado
Arco Metropolitano (não implantado)
2ª e 3ª Perimetrais (não implantadas)

Fonte: IBGE e PDTU

 

Arco metropolitano, contorno dos litorais Norte e Sul de PE, em 2015

 

Primeiro trecho do Arco Metropolitano terá 75km e corta as BRs-101, 232 e 408 Foto- Zilene Correia/Divulgação
Primeiro trecho do Arco Metropolitano terá 75km e corta as BRs-101, 232 e 408 Foto- Zilene Correia/Divulgação

Por
André Clemente

A obra do Arco Metropolitano poderá sair do papel a partir de 6 de janeiro de 2015. Ontem, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) cumpriu, a priori, a responsabilidade de entregar o estudo que inclui o relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) para a construção do primeiro bloco da estrada, que trata dos 75 quilômetros do Lote 2 do projeto. Mas o calendário obrigatório a ser seguido até o parecer conclusivo de viabilidade da obra não sai antes dessa data. O processo põe fim à esperança do Dnit de iniciar as obras ainda em 2014. O Lote 1, cujo projeto está em reelaboração para desviar de áreas ambientais, pode ter um aumento significativo de tamanho. Um desvio pode levar a extensão total da estrada para 150km ao invés de 77km.

O EIA-Rima era pendência do órgão federal para a CPRH, que havia recomendado alterações e mais clareza no primeiro bloco do projeto. Segundo o diretor-presidente da CPRH, Paulo Teixeira, caso o documento entregue esteja a contento, a publicação do edital de divulgação do Rima será em 5 de novembro, dando início ao calendário oficial até a licença prévia. “Em 12 de dezembro, será feita audiência pública para ter retorno da sociedade sobre o ‘novo’ traçado e, em 15 de dezembro, sairá o parecer preliminar de viabilidade do empreendimento. Estando tudo de acordo, o parecer será emitido no dia 5 de janeiro, com licença prévia emitida no dia subsequente. Já para o segundo trecho, estamos aguardando o projeto”, detalhou.

O primeiro trecho trata de uma etapa menos complexa e com traçado já previamente aprovado. Ele terá 75 quilômetros, corta as BRs-101, 232 e 408 e não possui muitos entraves nas áreas de vegetação. “As recomendações que fizemos ao Dnit eram relacionadas a mais detalhes quanto à fauna e à flora a serem atingidas pela obra, que impactos diretos a rodovia irá trazer”, detalhou o presidente. “A segunda etapa está em readaptação de traçado para livrar a Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia – Beberibe e deve ter 75km”.

Teixeira explicou que o formato de contratação da obra permite entregar as etapas em sequência. “Por se tratar de um RDC (Regime Diferenciado de Contratação), é possível contratar separadamente. Inclusive, é possível acelerar o processo de início de obra com a contratação da empresa paralelamente à emissão da licença.” A obra do Arco é promessa do governo federal como contrapartida à instalação da Fiat na Mata Norte, região do estado limitada à BR-101 para escoamento de produção.

Fonte: Diario de Pernambuco

Táxis estão em falta, pode crer!

Nunca foi tão difícil pegar um táxi na Região Metropolitana do Recife (RMR). Os atrasos estão mais evidentes desde a última semana, quando parte dos taxistas da Teletaxi decidiu entrar em greve, sobrecarregando outras empresas e cooperativas. Os chamados demoram até 40 minutos para serem atendidos. Uma alternativa deve ser definida nos próximos dez dias. A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) finaliza estudo que quer busca a experiência de táxi livre entre o Recife, Olinda e Jaboatão, semelhante à do carnaval. A ideia é que os taxistas possam apanhar e deixar os passageiros das 18h às 6h, de segunda a quinta-feira, e das 18h das sextas às 6h das segundas, nestas cidades.

“Estamos nos últimos ajustes. Acho que isso será importante para melhorar os serviços nos horários estudados, que podem, inclusive, ser modificados”, contou Carlos Augusto Elias, diretor de Transportes da CTTU. Neste primeiro momento, a companhia não pretende ampliar o projeto para outras cidades.

O estudo começou a ser pensado após o carnaval e, para se tornar realidade, depende da aprovação do prefeito João da Costa e da assinatura de um convênio. A frota veicular das cidades e o número de denúncias colhidas pela CTTU embasam o levantamento. Só em 2011 foram 264 reclamações. No carnaval deste ano, o órgão somou 46 queixas. Ontem, o presidente do Sindicato dos Taxistas de Pernambuco, Everaldo Menezes, afirmou que só irá falar sobre o estudo se for convocado pelo prefeito João da Costa.

O Recife tem um táxi para cada 251 habitantes, índice que está dentro da proporção de um veículo para cada 300 pessoas estabelecido pela lei municipal 12.914, de 1977. A capital tem 6.125 táxis. Em Olinda são 850 e em Jaboatão há 790 unidades. Os três municípios somam quase oito mil veículos.

A CTTU está criando novos pontos de táxi. Até o fim deste mês, eles devem chegar a 320. Com as ruas paradas, os taxistas estão deixando de circular para atender em pontos fixos. Sem táxis nos principais corredores, os passageiros superlotam as cooperativas e a demanda não é suprida. Ontem, a administradora Rosaneide Garcia, 28, que mora em Natal, esperou por mais de 30 minutos por um táxi. Ela chegou ao Recife no início da tarde e reprovou o serviço das cooperativas. “Liguei ainda dentro do ônibus em virtude da demora”, revelou.

Segundo o diretor-presidente da Teletaxi, Nivaldo Cavalcanti, a greve não afeta nem 20% dos taxistas associados à empresa. “Estamos abertos ao diálogo”, falou.

Inscrições para Programa CNH Popular 2012 terminam amanhã

 

Quem deseja tirar ou reclassificar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), sem custos, deve fazer a inscrição no Programa CNH Popular até esta terça-feira (31). A iniciativa é voltada a desempregados e alunos da rede pública de ensino e oferece 18 mil vagas. As inscrições devem ser realizadas no site www.detran.pe.gov.br e a lista de classificados será divulgada no próximo dia 08 de fevereiro. Os cidadãos selecionados poderão tirar a carteira a partir do dia 27, na sede do órgão, no biarro da Iputinga, ou nas Ciretrans Especiais, localizadas nas 23 cidades-polo do interior de Pernambuco.

O programa oferece 10,8 mil vagas para mudança de categoria de CNH, 3,6 mil para adição de categoria e 3,6 mil para a primeira habilitação, todas divididas em metade para a Região Metropolitana do Recife e as demais, para o interior do Estado. Até o momento, há 196 mil inscritos no programa.

Serviço

Programa CNH Popular – Até 31 de janeiro

Inscrições – WWW.detran.pe.gov.br – Nas 23 Ciretrans especiais, população terá apoio de funcionários e computadores para preenchimento do cadastro entre 13h30 e 16h

Vagas – 18 mil

VLT: Porque descartar?

A discussão pode ter demorado a chegar, mas é preciso levar em conta que estamos falando não apenas da Copa de 2014, mas principalmente de um meio de transporte para o futuro da mobilidade do Recife e Região Metropolitana. Para quem hoje não tem nada, o BRT (Transporte Rápido por Ônibus), pode parecer o supra sumo da solução. E de fato, é um modal que tem exemplos de sucesso em  Curitiba e Bogotá, mas já revela problemas de superlotação.

Mas podemos ter melhor. Os países do primeiro mundo apostam principalmente no sistema ferroviário. É mais caro mesmo, mas com tempo de vida útil e de capacidade operacional incomparáveis, sem falar no conforto e rapidez. Também teria mais condições de atrair o usuário do carro com mais eficiência do que o ônibus.

Demoramos a implementar a discussão. A própria CBTU-Metrorec ficou praticamente apagada durante todo o processo de definição dos modais, onde o monotrilho parecia ser a única dúvida.

Olhando para a Copa estamos com o tempo apertado para a execução. Além disso, o próprio governador já havia decidido pelo BRT  para a BR-101. Aliás, esse trecho foi o primeiro a ser definido. O estado já afirma como certa a escolha e descarta de vez o VLT, segundo a reportagem abaixo de Ana Cláudia Dolores. O que é uma pena. Porque descartar?

VLT que esteve em fase de testes entre as estações de Cajueiro Seco e do Cabo. Imagem: GEORGE ANTONY/DIVULGAÇÃO

Diario de Pernambuco

Por Ana Cláudia Dolores

A Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), através do Metrô do Recife (Metrorec), sugeriu à Secretaria das Cidades o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) como alternativa ao Bus Rapid Transit (BRT) que será implantado no corredor exclusivo a ser construído na BR-101.

A CBTU/Metrorec já vinha realizando estudos sobre a viabilidade do VLT no trecho entre o Terminal Integrado da Macaxeira e a estação de Cajueiro Seco, em Jaboatão dos Guararapes, e apresentou essas conclusões ao titular da pasta, Danilo Cabral. Apesar de ser um investimento mais caro, a principal vantagem do VLT sobre o BRT, segundo a CBTU, estaria na maior capacidade de transporte de passageiros: 150 mil, por dia, contra 110 mil do BRT.

Os estudos feitos pela CBTU foram mostrados pelos metroviários e pela equipe técnica do Metrorec ao secretário Danilo Cabral na semana passada. Segundo o gerente de manutenção da CBTU/Metrorec, Bartolomeu Carvalho, a proposta seria implantar o VLT a partir do TI da Macaxeira, passando pelo Hospital das Clínicas, Universidade Federal e terminal do Barro até chegar a Cajueiro Seco.

 

A frota utilizada seria de 13 VLTs, cada um com capacidade para 800 passageiros. “Quem mora em Boa Viagem e estuda na Federal, por exemplo, poderia pegar o metrô na Linha Sul e seguir até Cajueiro Seco para, de lá, concluir o trajeto no VLT. O mesmo para quem sai de Igarassu, Paulista e Abreu e Lima e quer ir para a Zona Sul. Esse pegaria o VLT integrando na Macaxeira. Essa solução melhoraria o trânsito não apenas na BR-101, como também na Avenida Recife”, ponderou.

O custo de implantação do VLT seria de R$ 890 milhões. Um valor bem superior ao BRT, que está estimado em R$ 480 milhões. No entanto, Carvalho argumenta. “O VLT é mais confortável, mais seguro e polui menos. Além disso, ele atenderia a demanda dos próximos 40 anos. É um transporte que tem sustentabilidade”.

Apesar de ver a proposta da CBTU com bons olhos, a secretaria das Cidades não cogita mudar o projeto do BRT, que já está pronto e em análise no Dnit. “Mesmo com capacidade de transporte menor, o BRT atende as necessidades da população num horizonte de até 20 anos. Hoje, ficou proibitivo pensar em investimentos mais caros que demorarão a dar um retorno por causa da crise do mercado internacional”, justificou o secretário executivo de Mobilidade Flávio Figueiredo.


Saiba mais

BRT (Bus Rapid Transit)

O valor para implantação é de R$ 480 milhões

Terá capacidade para transportar 110 mil passageiros/dia

O projeto foi pensado para atender a demanda futura de 15 a 20 anos

Se a demanda subir, terá que passar por novas obras para implantar outro modal
que suporte a quantidade e passageiros

VLT (Veículo Leve sobre Trilhos)

O valor para implantação seria de R$ 890 milhões

Teria capacidade para transportar 150 mil passageiros/dia

O projeto foi pensado para atender a demanda futura de 30 a 40 anos

Aumentando a demanda, não será preciso construir outra ferrovia, apenas aumentar o
número de composições

Semelhanças

Tanto o BRT quanto o VLT usariam um corredor exclusivo a ser construído no canteiro central
da BR-101 e teriam estações, assarelas, viadutos e elevados Nos dois sistemas, a passagem
é paga antes do embarque e os ois tipos de veículos têm ar-condicionado

 

 

 

Trânsito (peso) pesado

Por Tânia Passos
Diario de Pernambuco

Nós só “caminhamos” sobre rodas. O crescimento da frota no estado, que já ultrapassou a marca dos dois milhões de veículos, tem impactos maiores na Região Metropolitana do Recife, que chegou à marca de um milhão de veículos. Para se ter uma ideia, no estado a proporção é de um carro para 4,4 pessoas e na RMR é de 3,7. A Região Metropolitana também recebe fluxo do interior e de outros estados, ou seja, quase 70% do tráfego do estado.
E quase todo passa por dentro do Recife. O tráfego que a capital recebe não é apenas de automóvel – o transporte de carga tem sido um dos gargalos até então sem solução. Uma das esperanças é a implantação do anel viário, que deverá funcionar como uma quinta perimetral e vai ligar os litorais Norte e Sul, passando por fora das cidades. O projeto executivo deverá ser apresentado pelo estado em novembro.
Ao contrário dos maiores centros urbanos do país, o Recife ainda é muito condescendente com o tráfego pesado. Hoje não há nenhum tipo de restrição. Caminhões dos mais diversos tamanhos e eixos circulam em vias inimagináveis.
Na última quinta-feira, o Diario flagrou uma Scania de seis eixos e 30 toneladas tentando fazer uma manobra no Cais José Mariano. O local é um dos pontos de carga e descarga das madeireiras e recebe transportadoras de todo o Brasil.

O motorista da Scania, o paulista Oswaldo Tavares, 60 anos, esforçou-se para atrapalhar o menos possível. Não conseguiu. Sem espaço para fazer a manobra, ele acabou colidindo com o ônibus, que estava atrás tentando passagem na via estreita e já sem espaço.

“Eu buzinei, mas ele não escutou”, defendeu-se o motorista do ônibus, Edson Azevedo, 56 anos. Consciente da dificuldade, o paulista sabe que, na terra dele, esse tipo de operação seria impraticável.

“Em São Paulo é proibido circular na cidade com transporte de carga. Lá é preciso fazer o transbordo para veículos menores. Mas aqui não há essa restrição, por outro lado, é difícil para o motorista porque as ruas são estreitas”, admitiu.

Para o engenheiro e consultor de transporte urbano, Germano Travassos, o Recife está atrasado no quesito circulação viária de caminhões de carga. Ele aponta dois grandes gargalos desse tipo de transporte na cidade: o Cais José Mariano e o Cais do Porto.

O primeiro, em relação às madeireiras e o segundo devido as atividades, ainda existentes, na área portuária, cujo entorno é usado para as operações de carga e descarga.

O Diario flagrou na Avenida Martin Luther King, praticamente na frente da Prefeitura do Recife, um verdadeiro comboio de caminhões, alguns usando a área do passeio para efetuar a descarga de mercadorias. “É preciso fazer um estudo para remover esse tipo de veículo das vias urbanas.

No caso do Porto do Recife, talvez uma alternativa, que requer um estudo, seria usar a Avenida Norte como escape e seguindo pela BR-101. Mas no caso do Cais José Mariano, qualquer trajeto irá impactar”, revelou Travassos.

O diretor de operações da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Agostinho Maia, disse que a legislação municipal permite a operação de carga e descarga para caminhões de até seis metros, no período das 7h às 20h. Ou seja, não impede nada. A lei se aplica na área do centro expandido, que compreende o trecho da Avenida Agamenon Magalhães até o Marco Zero.