Sorria, você está sendo engarrafado

Uma fila de carros que começaria no Rio e terminaria em Porto Alegre é o espaço ocupado pelo aumento de 30% da frota de veículos na cidade nos últimos dez anos. São 424 000 carros a mais que, ao sinal verde, reduzem a esperança de vermos automóveis deslizando livremente pela pista. Você sabia que o prejuízo anual sofrido pelos cariocas com o engarrafamento é de 3,7 bilhões de reais por ano, segundo cálculos do economista do Ibmec-RJ Gilberto Braga? No livro Sorria, você está engarrafado, além de propor ideias divertidas para se distrair no trânsito do Rio – como comer biscoito Globo sem sujar o carro -, o médico carioca Mário Márcio aponta medidas adotadas por outras megacidades para melhorar a mobilidade urbana. Que sirva de inspiração para a nossa.

1 – Pedágio urbano: algumas metrópoles europeias como Londres, Oslo e Milão cobram tarifas de carros que circulam no centro da cidade. Os recursos arrecadados são investidos na melhora do transporte público. Em Londres, onde se cobra o equivalente a 35 reais por dia dos motoristas que utilizam as ruas do centro das 7h às 18h, a medida reduziu em 30% os veículos na região. Em Cingapura, o pedágio fez o uso de ônibus crescer 15% e o engarrafamento reduzir em 40%. No Brasil, a prefeitura de São Paulo já pretende implantar um pedágio nas avenidas marginais da cidade para reduzir o tráfego e aumentar a arrecadação municipal.

2 – Desmotorização: americanos e europeus estão aprendendo a viver sem carro com soluções simples. Em Manhattan, não há estacionamentos. Em Munique, na Alemanha, novos prédios só podem ser construídos sem garagem. Medidas como essas têm estimulado investimentos em transporte público de qualidade.

3 – Sistema de cotas: em Cingapura, há um limite de número de carros por família e cada licença pode chegar a custar 21 000 reais. Hoje, menos de 30% das famílias possuem carros.

4 – Vias e faixas exclusivas: Curitiba e Bogotá, na Colômbia, são exemplos de cidades que priorizam o transporte público a favor da qualidade de vida. Corredores exclusivos, que começaram a ser implementados lentamente no Rio, e ônibus de alta tecnologia atraíram a população que passou a usar carro para as horas de lazer e o transporte coletivo para o dia a dia de trabalho.

5 – Recuperação de ferrovias existentes e construção de novas: o transporte rodoviário que predomina no Brasil é um modelo urbano condenado em países ricos como Estados Unidos. Sobre pneus, a cidade se expande em baixa densidade, com crescente exigência de novas vias. Mais pistas, mais congestionamentos, mais poluição, maiores custos de infraestrutura e gestão. É fundamental investir no transporte sobre trilhos.

6 – Construção e manutenção de ciclovias, educação no trânsito e segurança: temos, no Rio, a maior malha de ciclovias do Brasil e a segunda maior da América do Sul, com 235 quilômetros, perdendo apenas para Bogotá, na Colômbia. Mas a má conservação das pistas, o trânsito feroz e o perigo de assalto são alguns dos obstáculos enfrentados pelos ciclistas na cidade. Enquanto isso, tanto em Copenhague, na Dinamarca, como em Amsterdã, na Holanda, programas governamentais estimulam desde cedo a prática do ciclismo, o respeito às regras de circulação e a convivência pacífica nas ruas.

7 – Criação de transporte hidroviário: algumas experiências já foram feitas ligando a Barra à praça XV. Na primeira viagem de teste, os tripulantes ficaram nauseados e nunca mais se ouviu falar sobre este tipo de transporte.

8 – Implantação de sinais inteligentes: tratam-se de semáforos que mudam o tempo entre o vermelho e o verde eletronicamente, de acordo com o fluxo momentâneo de veículos.

9 – Criação de multa positiva: em horários e locais pré-estabelecidos, o motorista que estiver circulando com menos passageiros do que o permitido é multado – um estímulo à carona solidária e à redução do número de carros em circulação. Na Coreia do Sul, desde 1996, a capital Seul cobra o equivalente a 4,80 reais de carros que passam por duas de suas avenidas com menos de dois passageiros. Resultado: a quantidade de veículos caiu 34% e a velocidade subiu 10 Km/h.

10 – Incentivos fiscais: um alemão interessado em obter a carteira de habilitação para dirigir é obrigado a pagar uma taxa de quase 2 000 euros, o equivalente a 4 450 reais. Além disso, impostos sobre a compra de automóveis, taxas de registro e de estacionamento são propositalmente elevados.

Via Portal do Trânsito

Proposta torna obrigatório colete de alta visibilidade no trânsito

 

A Câmara analisa proposta que inclui coletes de alta visibilidade (retrorrefletivo) entre os equipamentos de uso obrigatório para segurança veicular, assim como já são o cinto de segurança e encosto de cabeça. A medida está prevista no Projeto de Lei (PL 3350/12), do deputado Laurez Moreira (PSB/TO), que altera o Código de Trânsito Brasileiro (CBT – Lei 9.503/97).

O parlamentar explica que a ideia é seguir o modelo de outros países, que já tornaram obrigatória a manutenção de coletes de alta visibilidade no porta-luvas do veículo, bem como o uso da veste nos casos em que o condutor precise ficar fora do veículo, mesmo durante o dia.

Laurez Moreira cita pesquisa do Centro de Experimentação e Segurança Viária, que concluiu que a veste de alta visibilidade é uma alternativa para melhorar a segurança em todas as hipóteses postas em estudo.

“O projeto oferece condições para deter o avanço da mortalidade no trânsito. Não tem o condão de, isoladamente, resolver o problema, mas pretende-se que seja um importante alicerce desse movimento”, afirma o deputado.

Tramitação
A proposta tramita em conjunto com o PL 781/07, do deputado Jorge Tadeu Mudalen (DEM-SP), que trata de assunto semelhante. Ambas as propostas terão análise conclusiva das comissões de Viação e Transportes; de Finanças e Tributação; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Com informações da Agência Câmara

O metrô e os circulares

O metrô é o transporte de massa estruturador em qualquer cidade do mundo, porque a sua capacidade de transportar é maior do que a do ônibus. Na lógica da operação do sistema, todos os outros modais devem se voltar para o metrô para fazer a integração. Na verdade, ainda estamos atrasados nesse dever de casa.

E há vários aspectos a serem analisados: inclusão de bicicletário, estacionamento para os carros ou motos nos terminais integrados e, principalmente, linhas circulares eficientes. São etapas que, aos poucos, começam a ser vencidas. Os bicicletários são promessa para os novos terminais de integração. E a gente espera que se cumpra. Já as linhas circulares terão que ser ampliadas ou implantadas.

O Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano ampliou de quatro para seis as linhas circulares do centro expandido, um reflexo do aumento da demanda de passageiros em função dos novos terminais integrados. Por isso, a linha Sul do metrô também terá que ser beneficiada com os circulares. O TI Aeroporto iniciou este fim de semana, a operação com uma linha circular e os terminais Tancredo Neves e Cajueiro Seco também serão beneficiados com os circulares. A inclusão do circular, por si só, não significa que tudo vai funcionar conforme o figurino.

Não adianta muito ganhar tempo na viagem de metrô e perder minutos preciosos esperando o circular em filas gigantescas. A dinâmica do intervalo das viagens e, sobretudo, uma melhor facilidade de acesso aos terminais irão completar o ciclo da integração dos modais. E quem sabe, cada vez mais pessoas deixem a bicicleta, o carro ou a moto e peguem o metrô. Estou quase me convencendo.

Noventa e seis acidentes, 11 mortos e 64 feridos nas estradas

 

Noventa e seis acidentes, com 64 feridos, 11 mortos e 186 veículos envolvidos. Esse foi o balanço da Operação Semana Santa, realizada da zero hora da quinta-feira passada até a zero hora de hoje, nas rodovias federais que cortam Pernambuco. Os números foram divulgados na manhã desta segunda-feira, com uma média de 24 acidentes, 16 feridos e 2,75 mortos e 46,5 veículos envolvidos por dia.

Dos 96 acidentes registrados, cerca de 32% (31) ocorreram na BR 101, 31% (30) na BR 232 e 9% (09) na BR 104. Os tipos de acidentes mais frequentes foram colisão traseira (37), colisão lateral (19) e colisão transversal (10).

No ano passado, a mesma operação contabilizou 185 acidentes, com 85 feridos, cinco mortos e 260 veículos envolvidos. Na ocasião, a média foi de 37 acidentes, 17 feridos, um morto e 53,8 veículos envolvidos por dia de operação.

Este ano foram realizados 499 testes de alcoolemia, com 16 motoristas autuados e poto presos depois que o índice de alcoolemia atingiu ou superou 0,30 miligramas de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões.

Os patrulheiros realizaram durante o período 44 serviços de auxílio a usuários, 970 autos de infração fora os registros por radar fotográfico, 3.539 fiscalizações de veículos, 11 recolhimentos de CNHs e 38 retenções de veículos.

Durante a Operação Semana Santa, a PRF prendeu 14 pessoas, 12 por crimes de trânsito (dirigir em estado de embriaguez; omissão de socorro e dirigir sem CNH). Os demais foram presos por possuírem mandados de prisão em aberto.

Primeiro dia útil do Terminal de Passageiros do Aeroporto

 

 

Esta segunda-feira (9) é o primeiro dia útil de funcionamento do Terminal Integrado de Passageiros do Aeroporto, localizado no bairro de Boa Viagem. Para possibilitar a operação do terminal, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) realizou algumas intervenções para facilitar a circulação de veículos e pedestres.

A principal mudança foi a implantação de dois semáforos de trânsito: um para pedestres, instalado em frente à saída da estação do Metrô, na Rua Dez de Julho, e outro do tipo veicular, colocado no cruzamento das ruas Barão de Souza Leão e 20 de Janeiro. Com lâmpadas de LED, que consomem menos energia, os equipamentos prometem mais eficiência e maior visibilidade.

Eles vão funcionar com programações diferenciadas, variando de acordo com a quantidade de veículos durante o dia. Da 0 h às 4 h da manhã, por questões de segurança, os equipamentos vão trabalhar na fase intermitente, amarelo piscante.

Outra intervenção foi a criação de um binário entre as ruas 23 de Outubro e 20 de Janeiro. As vias, que antes eram mão dupla, passam a ter sentido único. A Rua 23 de Outubro fica no sentido da Rua Barão de Souza Leão para a Rua Dez de Julho. Já a Rua 20 de Janeiro passa a ter a direção contrária.

Já a pista norte, localizada a da esquerda do fluxo de veículos da Rua Dez de Julho, continua sendo exclusiva para o tráfego de ônibus e servirá para atender os coletivos que chegam ao terminal integrado de passageiros. O projeto contou com serviços de manutenção da sinalização de trânsito vertical e horizontal e reforço na sinalização das faixas de pedestre, divisórias de pista e de meio-fio.

Mais transporte – O terminal do aeroporto vai beneficiar a população das localidades de Jordão Alto, Jordão Baixo, Jardim Jordão, QG Aeronáutica e Setúbal. Com o acesso ao SEI, esses usuários poderão pegar a quantidade de coletivos que precisarem (ônibus ou metrô) para chegar a qualquer destino dentro da Região Metropolitana do Recife (RMR).

Passagem – O preço pago nas seis linhas que passam a operar no novo terminal é de R$ 2,15 (tarifa A). Quem preferir o metrô, paga R$ 1,60.

Cenas de flagrantes do trânsito do Recife

Flagrantes do trânsito do Recife. No primeiro caso, a operação de carga e descarga que ocupa toda a passagem da Rua do Veiga. Uma cena que se repete todos os dias.No segundo caso, um taxista deixa o carro ligado na Rua das Calçadas, atrapalhando o fluxo na via e volta alguns minutos depois como se nada tivesse acontecido. Cenas do trânsito do Recife.

Congresso fecha acordo para elevar multa por dirigir embriagado para R$ 1.900

 

Na próxima quarta-feira (11), o Plenário da Câmara deve votar o projeto que muda a Lei Seca (11.705/08) e autoriza o uso de testemunhos, exame clínico, imagens e vídeos como meios de prova para confirmar a embriaguez de motoristas (PL 3559/12).

Além disso, a proposta dobra o valor da multa para quem dirigir embriagado, indo de R$ 957,70 para R$ 1.915,40. Também poderá ser punido quem estiver dirigindo sob efeito de outras substâncias que comprometam a capacidade psicomotora, mesmo que seja um medicamento.

A votação é uma reação dos parlamentares à decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do último dia 28, que considerou como prova de embriaguez apenas os resultados obtidos com bafômetro e exame de sangue.

O deputado paulista Edinho Araújo (PMDB), relator do projeto, vai apresentar substitutivo mantendo somente a ampliação das provas, que é consensual – outras questões tratadas pelo projeto, como aumento de pena e mudança nos índices de álcool no sangue, serão deixadas para um segundo momento. Será incluído no texto o enquadramento na Lei Seca de motorista que dirige sob efeito de outras substâncias psicoativas, legais ou ilegais.

Segundo o autor da proposta, deputado Hugo Leal (PSC-RJ), as mudanças foram acordadas em reunião de líderes partidários nesta quarta-feira (4) pela manhã. O anúncio da inclusão do projeto na pauta do Plenário foi feito à tarde pelo presidente da Câmara, Marco Maia, após reunião com os ministros Aguinaldo Ribeiro (Cidades) e José Eduardo Cardoso (Justiça).

Para Cardoso, as mudanças na Lei Seca vão viabilizar a punição de quem dirige sob efeito de álcool. O ministro ressaltou que o formato atual da lei torna impossível a punição, já que o motorista pode se negar a fazer o teste do bafômetro e o exame de sangue, mesmo que haja sinais evidentes de embriaguez. A lei considera crime dirigir sob concentração de álcool superior a 0,6 grama por litro de sangue.

Frente Parlamentar
Presidente da Frente Parlamentar em Defesa do Trânsito Seguro, o deputado Hugo Leal também é autor da proposta que deu origem à Lei Seca. Ele apresentou o PL 3559/12 no mesmo dia da decisão do STJ. O texto, construído com a ajuda de especialistas em trânsito, foi discutido com o Ministério da Justiça e com a Casa Civil da Presidência da República.

Desde o início do ano, a Câmara vem discutindo a possibilidade de ampliar os meios de prova para crimes de trânsito, mas o debate estava concentrado no PL 2788/11, do Senado, que tramita em conjunto com mais 16 projetos. O texto ainda aguarda parecer na Comissão de Viação e Transportes.

Fonte: Cenário MT (Via Portal do Trânsito)


 

Pedestres de Nova York ganham alternativa a avenidas movimentadas

 

 

Primeiro foram as ciclovias que tomaram conta da paisagem urbana de Nova York. Depois vieram os calçadões para pedestres, brotando do concreto em locais como Times Square e Union Square para minimizar o insuportável tráfego da região.

Nos próximos meses, os nova-iorquinos poderão testar a última intervenção do governo Bloomberg: placas de “pare” no meio de avenidas centrais, lombadas para redução da velocidade e travessias para pedestres que permearão seis quarteirões localizados no coração de Manhattan, forjando o que alguns têm chamado de “Avenida Sexta e Meia”.

O Departamento de Transporte planeja ligar as praças públicas e galerias que vão das ruas 51 a 57, entre as Avenidas Sexta e Sétima, criando uma passagem que permeará espaços abertos entre prédios de escritórios e oferecerá refúgio do tumulto das principais artérias da cidade.

Apesar de passagens para pedestres existirem em outros lugares na cidade, principalmente perto do Rockfeller Center, o trecho proposto se tornará a única via deste tipo na região conhecida como Midtown e governada por algo mais frequentemente encontrado fora de Manhattan: a placa de “pare”.

Durante anos, a passagem, ligada por uma série de espaços públicos de propriedade privada, tem sido um segredo dos habitantes da área, apresentando talvez a mais tentadora oportunidade de caminhar pelas ruas desta cidade. Os moradores podem almoçar um belo lombo no restaurante The Capital Grille, na Rua 51, assistir a um filme no Teatro Ziegfeld três quarteirões depois e terminar a noite com drinques na Rua 57 no famoso Russian Tea Room, tudo isso sem nunca pôr os pés em uma avenida.

“Muita gente não sabe que estes lugares existem, escondidos no interior dos edifícios”, disse Janette Sadik-Khan, a comissária de transportes da cidade. “Este é um tipo de rota para pedestres que é mantido em segredo, mas que pode ajudar muita gente.”

Para os críticos, a proposta representa a mais recente de uma série de políticas que prejudicam os motoristas ao favorecer os pedestres. Placas de “pare”, segundo eles, só vão agravar o congestionamento em toda Manhattan.

alvez um sinal de preferência fizesse mais sentido, principalmente porque algumas praças normalmente fecham por volta de sete horas, disse Senjay Meray, 40, que muitas vezes faz entregas em empresas na área. “À noite, as pessoas não caminham por ali, mas os carros ainda usam estes corredores”, disse.

A prefeitura diz que as interrupções no tráfego serão insignificantes. Uma média de menos de 10 veículos atravessam os quarteirões por minuto durante os horários de pico, segundo o Departamento de Transportes, enquanto mais de mil pedestres cruzam algumas das ruas que ligam as praças no horário do almoço.

Alguns opositores afirmam que já existe um entendimento tácito entre pedestres e motoristas familiarizados com a área, argumentando que uma placa de “pare” traria apenas caos a um arranjo perfeitamente funcional.

Joe Ward, 58, um escritor técnico que muitas vezes almoça na praça perto da Rua 51, discorda. “As pessoas andam no meio do tráfego de carros, não vejo nenhum acordo”, afirmou.

Shona Lewis, 25, compreende os perigos também. Durante um trajeto recente pela passagem, que usa muitas vezes para ir do escritório até a academia, quase foi atingida por um táxi. “Ele claramente me viu chegando e acelerou”, lembrou. “Bati no capô – bem estilo Nova York.”

Stella Billings, 29, do Bronx, disse que normalmente desce na estação Columbus Circle e caminha por estes espaços públicos entre as avenidas. Ela elogiou como a cidade tem defendido os pedestres ultimamente. “Em uma área tão comercial, isso é como um oásis”, disse.

A perspectiva de um nome de avenida envolvendo frações lhe parece igualmente atraente.”Isso é bonito”, disse Billings. “Muito Harry Potter.”

Por Matt Flegenheimer ( The New York Times)

Desrespeito às vagas especiais

Diario de Pernambuco

Por Tânia Passos

Apenas 7% das vagas dos estacionamentos privados são destinadas para idosos e deficientes físicos pelo Código de Trânsito Brasileiro. Os outros 93% são para os demais motoristas. Mas nunca parecem ser o bastante. Seis meses após o lançamento da campanha entre os shoppings do Recife e a CTTU para conscientização do respeito às vagas especiais, os números mostram que os recifenses continuam desrespeitando a legislação. Somente nos três primeiros meses do ano foram emitidas 521 notificações.  As vagas especiais só podem ser usadas por quem portar o cartão de identificação da CTTU.

O Diario acompanhou uma blitz da CTTU em dois shoppings da cidade: Boa Vista e Recife e constatou a “normalidade” das infrações. No Shopping Center Recife, que tem 5 mil vagas, a ocupação irregular é uma prática corriqueira. Em um dos exemplos, os agentes de trânsito encontraram situações de carros com três tipos de infração. O veículo estacionado com uma parte na vaga de deficiente físico e outra parte em cima da marca de canalização (espaço destinado para o embarque e desembarque da cadeira de rodas). Nesses casos, as multas são para ocupação irregular da vaga especial, que corresponde a três pontos na carteira, de estacionamento sobre a marca de canalização, que é de cinco pontos na carteira e, ainda, por ter transitado sobre a marca de canalização. Essa última é gravíssima e sete pontos na carteira. “De uma vez só o condutor recebe 15 pontos na carteira e totaliza mais de R$ 700 em multa”, explicou o agente de trânsito Wilson Lima. O o número máximo de pontos é 20.

Fiscalização

O peso no bolso parece não ter tido ainda o efeito desejado ou talvez as fiscalizações não tenham conseguido imprimir um ritmo sistemático. De acordo com a CTTU, a operação é feita com duas duplas de agentes de trânsito nos turnos da manhã e tarde. Mas a demanda é muito superior à capacidade de fiscalização. “No Shopping Recife, a gente atua por setor. Não há como fiscalizar as 5 mil vagas em um turno. Todas as vezes encontramos irregularidades”, disse Wilson Lima. Uma paradinha rápida é uma das desculpas mais ouvidas pelos agentes para justificar a infração. No Shopping Boa Vista, encontramos uma Kombi dos Correios fazendo descarga em uma vaga especial. Outra prática comum no Boa Vista é o motorista estacionar nessas vagas para pagar o estacionamento. “Desconhecia essa prática”, afirmou o gerente de operações do shopping, Rivanaldo Sales. O agente de trânsito Rorenaldo Cândido lembra que “basta estacionar na vaga, já é infração”.

Infrações

Nem sempre os agentes multam. “Nosso interesse é evitar que a pessoa volte a cometer a infração”, ressaltou Cândido. Para o diretor de operações de trânsito da CTTU, Agostinho Maia, as fiscalizações não vão conseguir implantar a cultura do respeito às vagas especiais. “Quando a fiscalização para, as infrações continuam. O trabalho de conscientização tem que ser amplo e permanente”, ressaltou. O diretor executivo da Associação Pernambucana de Shoppings Centers (Apesce), Raymundo Almeida, acredita que houve melhora após a campanha. “Fizemos uma ampla campanha e percebemos melhora significativa”, afirmou. Pode ser. Mas ainda não o bastante.