A indústria automobilística nacional está em desaceleração. E como o freio no consumo não combina com a nova política de juros baixos e crédito farto encampada pelo governo Dilma Rousseff, o Ministério da Fazenda tratou de anunciar uma nova ofensiva para reverter a apatia deste mercado: zerou o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros de mil cilindradas. A medida, válida até o dia 31 de agosto para montadoras que integram o regime automotivo, também reduz pela metade – de 13% para 6,5% – o imposto sobre automóveis a gasolina de até 2 mil cilindradas. Os utilitários tiveram o tributo reduzido de 4% para 1%.
O anúncio feito ontem à noite pelo titular da pasta, Guido Mantega, ocorre dez dias após a primeira “tacada” para tirar a indústria do sufoco, com a queda de juros para os financiamentos de automóveis em cerca de 800 concessionárias de todo o país. O programa, lançado pela Caixa Econômica Federal e o Banco PanAmericano no dia 11 deste mês, baixou a taxa mínima de juro no empréstimo dos bancos para financiamento de veículos para 0,97% ao mês, com prazo de pagamento de até 60 meses e financiamento de 70% do valor do veículo.
Mas a estratégia dos bancos mostrou-se insuficiente para reverter uma queda que, somente no primeiro trimestre, impactou em vendas 13,27% menores na Região Metropolitana do Recife, segundo dados da Federação do Comércio de Pernambuco (Fecomércio-PE).
De acordo com o novo pacote, o preço do automóvel popular novo vai cair até 10% com os descontos que as montadoras devem dar. Sobre o preço de tabela, o valor cairá 2,5% para carros de mil cilindradas, 1,5% entre mil e 2 mil, e 1% para utilitários. As empresas vão manter os empregos e prometeram fazer promoções.
Para as montadoras do Mercosul e México, o IPI de carros populares até mil cilindradas será reduzido de 37% para 30%, de 41% para 36,5% no caso dos carros flex de mil a 2 mil cilindradas e de 46%para 36,5% nos movidos a gasolina. Já os utilitários importados terão alíquota reduzida de 34% para 31%.
“Estamos diante do agravamento da crise internacional, e isto está trazendo problemas aos emergentes. Exige esforços redobrados para manter a taxa de crescimento em um patamar razoável”, explicou Mantega durante a coletiva. “As medidas anunciadas, sem dúvida, atendem à demanda do setor”, completou o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Cledorvino Belini. Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) contabilizam 244.853 unidades vendidas em abril, 13,8% a menos que em março.
O ministro também anunciou que o governo vai liberar parte do compulsório dos bancos para a compra de veículos, o que elevará a oferta de crédito. Ainda baixou de 2,5% para 1,5% o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) das pessoas físicas e cortou os juros do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico para compra de máquinas e equipamentos. (Com informações do Estado de Minas )
Fonte: Diario de Pernambuco
O governo tem que pensar é numa reforma tributária que promova a diminuição do custo de produção em toda a cadeia produtiva, mecanismos que permitam aumento de competição e diminuição da margem de lucro, além da facilitação de crédito.
Sobretaxar imposto para importados não vai baixar o produto nacional, pois quem dita o preço é o mercado interno. Meios externos podem forçar a diminuição da margem de lucro, aí alguns podem pensar que chegaria numa situação insuportável, então que o custo para produzir caia para que se tenha algum lucro, mas o preço final baixe para ficar atrativo.
Na forma como o governo tem agido, ao invés das montadoras fazerem promoção para dar saída, vão apenas repassar imposto menor.
Se algumas pesquisas dizem que nós temos um custo de produção alto como o dos EUA, por que lá os produtos iguais aos vendidos aqui são mais em conta? Talvez porque a carga tributária sobre o preço final não seja tão alta e nem a margem de lucro esteja no patamar daqui.