Acessibilidade comprometida em terminais integrados do Recife

Escada rolante para ampliar capacidade de acesso no TI Tancredo Neves na Copa, não foi instalada Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press
Escada rolante para ampliar capacidade de acesso ao TI Tancredo Neves na Copa não chegou a ser instalada –  Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

Ainda estamos muito distantes de um ideal de acessibilidade dos equipamentos públicos. Mas a gente ainda consegue permanecer ruim, até em ambientes onde, em tese, a acessibilidade já deveria ser um quesito superado. Até o fim do ano, a Região Metropolitana do Recife terá 25 terminais de integração, que agregam em um mesmo ambiente metrô e ônibus.

Eles são fundamentais para duplicar a demanda de usuários do Sistema Estrutural Integrado (SEI) de 800 mil para 1,6 milhão. Só isso já deveria ser mais do que suficiente para os terminais funcionarem como foram projetados. Mas nem isso. Escadas rolantes sem funcionar e elevadores parados são cenas cada vez mais comuns em terminais recém-inaugurados.

Passava do meio-dia, fora do horário de pico, quando presenciamos a chegada de usuários ao Terminal Integrado Tancredo Neves para pegar o metrô. Uma escada rolante estreita congestionava com o volume de passageiros. Ao lado dela, uma outra escada, um pouco mais larga, estava desativada. “Essa escada foi trazida para ampliar o acesso no período Copa, mas nunca chegou a funcionar”, explicou um funcionário do metrô, que teve seu nome preservado.

Escada rolante do TI Tancredo para usuários que chegam na integração do ônibus foi desligada devido queda de energia no local - Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press
Escada rolante do TI Tancredo para usuários que chegam na integração por ônibus foi desligada devido queda de energia no local – Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

A ida ao Tancredo Neves foi em razão de uma denúncia feita por meio do WhatsApp do Diario. A foto era de uma outra escada rolante, que também está sem funcionar, usada por usuários que chegam de ônibus e vão acessar o metrô, neste caso de responsabilidade do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano. Foi lá que encontramos o aposentado Severino Ramos Pereira, 80 anos, que subia a passos lentos uma escada, que deveria transportá-lo. “Cansei”, disse ele quase sem fôlego.

Elevador do TI Tancredo Neves fica desligado a maior parte do tempo Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press
Elevador do TI Tancredo Neves fica desligado a maior parte do tempo –  Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

Em uma outra situação, a aposentada Maria das Neves, 65 anos, tenta usar o elevador, que fica na parte do desembarque dos ônibus, também sem sucesso. “Eu aperto o botão só para conferir, mas sempre está desligado”, revelou. De acordo com a assessoria do Grande Recife, houve problemas de queda de energia no terminal e em razão disso os equipamentos foram desligados. Ainda não há previsão de voltar a funcionar.

Já a assessoria do metrô informou que a escada rolante desativada veio da China, mas chegou com dimensões diferentes e terá que ser devolvida ao fabricante. Também sem prazo para resolver, quatro meses após o fim da Copa. Quanto ao elevador, o metrô informou que por falta de ascensorista, o equipamento só é ligado no caso de pessoas com dificuldade de locomoção precisarem.

Fumar ao volante é infração de trânsito? veja o que diz o CTB

Na direção, o fumante deixa apenas uma das mãos ao volante. É aí que mora o perigo Foto; Reprodução/internet
Na direção, o fumante deixa apenas uma das mãos ao volante. É aí que mora o perigo Foto; Reprodução/internet

Por
Mariana Czerwonka

Ao observar o comportamento de condutores nas vias, percebemos quantos deles aproveitam o tempo no trânsito, parados ou não, para acender um cigarro. Mas a dúvida é se isso constitui ou não uma infração de trânsito.

O Código de Trânsito Brasileiro não trata especificamente esse tema, no entanto, o artigo 252 classifica como infração de trânsito de natureza média e passível de multa dirigir o veículo com o braço do lado de fora ou com apenas uma das mãos, exceto quando deva fazer sinais regulamentares de braço, mudar a marcha do veículo, ou acionar equipamentos e acessórios do veículo. Podemos então, interpretar esse artigo do CTB e dizer que é proibido fumar, assim como é proibido se maquiar e comer dirigindo- coisas que nos obrigam a tirar uma das mãos do volante.

Se for analisado o lado da segurança, dirigir e fumar ao mesmo tempo poderia desviar a atenção do condutor, assim como o celular. Por exemplo, ao acender o cigarro, o condutor desvia os olhos do trânsito para enxergar a posição correta do filtro, além de que, se o cigarro cai no interior do veículo, o motorista na tentativa de apagá-lo pode se distrair e causar um acidente. Outro perigo é que o condutor pode, pelo fato de estar fumando, não ter uma reação adequada, diante de uma situação imprevista.

Sem levar em consideração a saúde do motorista, que é um assunto muito sério e que merece um post especial, o mais correto, nesses casos, é parar o veículo e fumar sem colocar em risco a segurança do trânsito. Prevenir é sempre o melhor remédio.

Fonte : Blog Portal do Trânsito

O aceno do pedestre para pedir passagem na faixa pode virar lei

 

Pedestre pede passagem na faixa - Foto foto: Artur Moser/Reprodução internet
Pedestre pede passagem na faixa – Foto foto: Artur Moser/Reprodução internet

O gesto com o braço para solicitar a parada dos veículos e permitir ao pedestre atravessar a rua na faixa sinalizada, já praticado em Brasília, pode ser adotado em todo o país. Substitutivo a projeto que inclui essa norma no Código de Trânsito Brasileiro (CTB) foi aprovado nesta quarta-feira (29) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

O aceno seria exigido para travessias em faixas onde não existam semáforos. Nesses casos, na capital federal, normalmente basta o pedestre sinalizar previamente com a mão para que os motoristas concedam a preferência de passagem. Para a autora da proposta (PLC 26/2010), deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC), as vantagens  da norma para a segurança justificam sua adoção em todo o país.

Em análise favorável, o relator, senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), disse tratar-se “de medida simples e que não implica em custos adicionais, podendo ser facilmente replicada de norte a sul do Brasil”.

O relator, no entanto, apresentou substitutivo com modificações ao texto. Ele retirou dispositivo que exigia que o pedestre esperasse por outras pessoas para atravessar “vias de grande fluxo”. Valadares argumenta que o texto não determina o que são vias de grande fluxo nem estabelece a quantidade de pessoas que devem atravessar em bloco.

Ele observou que, nas vias onde a paralisação ocasionada pela travessia dos pedestres é mais constante, outras medidas podem ser adotadas, como a instalação de semáforo para pedestres, a alocação de um agente de trânsito nos períodos mais críticos ou mesmo a instalação de túnel ou passarela.

Valadares também suprimiu a indicação para que o “gesto do pedestre” passe a constar do Anexo II do CTB. O relator observou que o anexo é ilustrado por figuras e que o projeto não encaminha o desenho a ser inserido. Por isso, sugeriu que o Conselho Nacional de Trânsito (Contran) seja responsável por ajustar o anexo, “na forma que entender ser a tecnicamente mais apropriada”.

O relator também apresentou ajuste na forma como o gesto com o braço para sinalizar travessia de pedestre será incluído no Código de Trânsito Brasileiro. O substitutivo de Valadares será submetido a nova votação em turno suplementar na CCJ e terá de voltar à Câmara dos Deputados, para exame das alterações.

Educação

A deputada Perpétua Almeida admite na justificação que o respeito ao sinal de pedido de passagem nas faixas dependerá de “boa dose de educação” por parte de pedestres e motoristas. Contudo, ela acredita que, a partir da normatização do gesto, haverá estímulo para a disseminação da nova conduta, com resultados tão bons quanto os que foram obtidos na capital federal.

A adesão ao chamado “sinal de vida” é motivo de orgulho para os habitantes do Distrito Federal. Mesmo assim, campanhas para estimular a preservação do respeito ao pedido de passagem continuam sendo feitas com regularidade. De acordo com pesquisa do órgão de trânsito, ao redor de 12% dos condutores ainda desrespeitam o direito dos pedestres.

Com informações da Agência Senado

Fonte: Portal do Trânsito

Arco metropolitano, contorno dos litorais Norte e Sul de PE, em 2015

 

Primeiro trecho do Arco Metropolitano terá 75km e corta as BRs-101, 232 e 408 Foto- Zilene Correia/Divulgação
Primeiro trecho do Arco Metropolitano terá 75km e corta as BRs-101, 232 e 408 Foto- Zilene Correia/Divulgação

Por
André Clemente

A obra do Arco Metropolitano poderá sair do papel a partir de 6 de janeiro de 2015. Ontem, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) cumpriu, a priori, a responsabilidade de entregar o estudo que inclui o relatório de Impacto Ambiental (EIA-Rima) para a construção do primeiro bloco da estrada, que trata dos 75 quilômetros do Lote 2 do projeto. Mas o calendário obrigatório a ser seguido até o parecer conclusivo de viabilidade da obra não sai antes dessa data. O processo põe fim à esperança do Dnit de iniciar as obras ainda em 2014. O Lote 1, cujo projeto está em reelaboração para desviar de áreas ambientais, pode ter um aumento significativo de tamanho. Um desvio pode levar a extensão total da estrada para 150km ao invés de 77km.

O EIA-Rima era pendência do órgão federal para a CPRH, que havia recomendado alterações e mais clareza no primeiro bloco do projeto. Segundo o diretor-presidente da CPRH, Paulo Teixeira, caso o documento entregue esteja a contento, a publicação do edital de divulgação do Rima será em 5 de novembro, dando início ao calendário oficial até a licença prévia. “Em 12 de dezembro, será feita audiência pública para ter retorno da sociedade sobre o ‘novo’ traçado e, em 15 de dezembro, sairá o parecer preliminar de viabilidade do empreendimento. Estando tudo de acordo, o parecer será emitido no dia 5 de janeiro, com licença prévia emitida no dia subsequente. Já para o segundo trecho, estamos aguardando o projeto”, detalhou.

O primeiro trecho trata de uma etapa menos complexa e com traçado já previamente aprovado. Ele terá 75 quilômetros, corta as BRs-101, 232 e 408 e não possui muitos entraves nas áreas de vegetação. “As recomendações que fizemos ao Dnit eram relacionadas a mais detalhes quanto à fauna e à flora a serem atingidas pela obra, que impactos diretos a rodovia irá trazer”, detalhou o presidente. “A segunda etapa está em readaptação de traçado para livrar a Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia – Beberibe e deve ter 75km”.

Teixeira explicou que o formato de contratação da obra permite entregar as etapas em sequência. “Por se tratar de um RDC (Regime Diferenciado de Contratação), é possível contratar separadamente. Inclusive, é possível acelerar o processo de início de obra com a contratação da empresa paralelamente à emissão da licença.” A obra do Arco é promessa do governo federal como contrapartida à instalação da Fiat na Mata Norte, região do estado limitada à BR-101 para escoamento de produção.

Fonte: Diario de Pernambuco

Os 25 terminais integrados do Grande Recife só vão operar todos em 2015

Terminal da 3ª Perimetral na Avenida Caxangá - Foto: Bernardo Dantas DP/D.A.Press
Terminal da 4ª Perimetral na Avenida Caxangá – Foto: Bernardo Dantas DP/D.A.Press

Dos 25 terminais integrados do Sistema Estrutural Integrado (SEI), seis ainda precisam ser entregues à população. A Secretaria das Cidades, contudo, garantiu que todos serão entregues até dezembro de 2014. Mas a operação só deve ocorrer no início de 2015. O TI Santa Luzia é o mais adiantado: as obras já foram concluídas mas falta o Grande Recife Consórcio montar a rede de linhas abastecedoras para que o terminal entre em operação. O mais atrasado é o TI Prazeres, em Jaboatão, com 70% das obras concluídas.

Terminal da 4ª Perimetral na Av. Caxangá Foto: Bernardo Dantas DP/D.A.Press
Terminal da 3ª Perimetral na Av. Caxangá Foto: Bernardo Dantas DP/D.A.Press

Segundo o secretário de Cidades, Evandro Avelar, a expectativa é que em 2015, com a entrega dos terminais da 3ª e 4ª Perimetral, a mobilidade na Avenida Caxangá – hoje caótica – possa melhorar. Esses dois terminais estão com 80% das obras concluídas. “A Avenida Caxangá é um dos exemplos de como o trânsito vai melhorar quando esses terminais entrarem em operação. Nessa via só vai circular o BRT, pois as linhas convencionais vão integrar no TI da 3ª e da 4ª Perimetral”, diz Avelar.

Essas duas integrações devem receber 90 mil passageiros por dia. Outros lugares, cujo trânsito deve ser beneficiado com a operação dos novos terminais, são o Derby e a Avenida Conde da Boa Vista. “O TI Abreu e Lima, que faz parte do corredor Norte/Sul, também está em fase final e deve ser entregue até dezembro”, acrescenta o secretário de Cidades.

Terminal Joana Bezerra Foto Bernardo Dantas DP/D.A.Press
Terminal Joana Bezerra Foto Bernardo Dantas DP/D.A.Press

Já o terminal Joana Bezerra, que será o terceiro maior da Região Metropolitana do Recife, está com 95% das obras concluídos e deve ser entregue em dezembro. Só ele deve receber 67 mil usuários diariamente. “Os novos terminais significam mais conforto e o aumento na oferta de deslocamento para os passageiros do SEI, economizando o número de passagens pagas por viagens”, pontuou Avelar. As avaliações das obras foram feitas após vistoria realizada na semana passada.

Após a conclusão desses terminais, Evandro Avelar adiantou que as integrações mais antigas, como o TI Macaxeira, devem receber melhorias. “O TI Barro é um exemplo. Já entregamos a segunda etapa. Na Macaxeira, pretendemos ampliar e dar mais conforto”, disse o secretário. Com os 25 terminais em operação, a expectativa é que o SEI receba 1,6 milhões de passageiros/dia.

Saiba mais

TI III Perimetral
Demanda: 40 mil passageiros/dia Nº de Linhas: ainda em análise Bairros beneficiados: Cordeiro, Iputinga, Madelena, Prado, Torre, Zumbi, Engenho do Meio, Torrões, Caxangá.

TI da IV Perimetral
Demanda: 53 mil passageiros/dia Nº de linhas: 11 linhas Bairros/comunidades beneficiadas: Cidade Universitária, Brasilit, Jardim Primavera, Tabatinga, UR -07, Loteamento Cosme e Damião, Timbi.

TI Joana Bezerra
Demanda: 67 mil usuários/dia Nº de Linhas: Oito linhas Bairros/Comunidades: Boa Viagem, Joana Bezerra, Candeias, Jardim Brasil, IMIP e o Centro do Recife.

TI Prazeres
Demanda: 20 mil passageiros/dia Nº de Linhas: nove linhas Bairros/comunidades: Prazeres e adjacências*

TI Santa Luzia
Demanda: 17 mil passageiros/dia Nº de linhas: oito linhas Bairros/comunidades: em montagem*

25 terminais

Formarão o Sistema Estrutural Integrado atualmente

O Grande Recife Consórcio informou que estão revendo e estudando as comunidades que serão atendidas pelos TIs Prazeres e Santa Luzia.

Fontes: Secretaria das Cidades e Grande Recife Consórcio.

Ponte para pedestre e ciclista, primeira experiência de São Paulo

 

Ponte da Casa Verde, em SP: lombofaixa para travessia - Foto : Regina Rocha/ Reprodução internet
Ponte da Casa Verde, em SP: lombofaixa para travessia – Foto : Regina Rocha/ Reprodução internet

A equipe do Mobilize foi conferir in loco, e de bike, a nova estrutura voltada a ciclistas e pedestres que vem sendo implantada, como um projeto piloto, pela Prefeitura de São Paulo sobre a ponte da Casa Verde, na zona norte da capital.

Obras ainda incompletas, já era intenso o movimento de ciclistas, pessoas fazendo caminhada, corrida ou simplesmente passeando com os filhos. Uma mudança surpreendente para um trecho que até dias atrás era um ‘muro de berlim’, onde o acesso dos carros em alta velocidade afastava e punha medo em muito cidadão sensato.

A obra faz parte de uma série de intervenções anunciada no início de outubro pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) para dar mais segurança a quem passa a pé ou de bike nas 12 pontes sobre os rios Tietê e Pinheiros.

O projeto de adequação desses locais até então esquecidos para o tráfego das bicicletas surgiu junto, ou motivado, pela campanha Adote uma Ponte, da Associação dos Ciclistas Urbanos de São Paulo (Ciclocidade), apoiada pelo Mobilize.

Fonte: Portal Mobilize

Em Olinda, Avenida Presidente Kennedy entre avanços e retrocessos

 

Velocidade dos ônibus nos corredores da Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, passou de 19km/h para 24km/h Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press
Velocidade dos ônibus nos corredores da Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, passou de 19km/h para 24km/h – Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

Mais de ano depois de ter sido entregue à população, o corredor exclusivo de transporte da Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, teve alguns avanços no transporte público, principalmente na redução do tempo das viagens com o aumento da velocidade média dos ônibus de 19km/h para 24km/h. A via, no entanto, ainda está longe de se firmar como uma iniciativa de sucesso. Os maiores problemas, entretanto, não estão no corredor em si, mas no seu entorno e na falta de resolução de dois problemas históricos, que não são do transporte público: drenagem e calçadas.

Cerca de 170 mil passageiros utilizam o corredor diariamente. Por ele passam 49 linhas e 467 ônibus. Como as calçadas são praticamente intransitáveis, os passageiros reconhecem que as paradas centrais oferecem melhor estrutura com cobertura e banco para sentar. A travessia do pedestre também foi melhorada com a instalação de semáforos em todas as oito paradas. Mas faltam as faixas para orientar melhor o próprio pedestre, que faz caminhos diversos, quando só deve existir o da faixa.

Travessia de pedestre nas paradas conta com semáforo. Falta melhorar a pintura da faixa Foto - Annaclarice Almeida DP/D.A.Press
Travessia de pedestre nas paradas conta com semáforo. Falta melhorar a pintura da faixa Foto – Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

“Nós fizemos uma parceria com o Detran, que se encarregou da pintura das faixas. Esperamos que o trabalho seja feito até o fim do ano”, revelou o secretário de Trânsito de Olinda, Oswaldo Lima Neto, engenheiro e doutor em mobilidade urbana.

Ao longo da Presidente Kennedy foram instalados 25 semáforos, mas do ponto de vista de trânsito há outro problema grave de falta de fiscalização. Ainda é comum a invasão da faixa exclusiva do ônibus, principalmente por motos, que colocam os pedestres em risco.

“Estamos contratando 25 auxiliares de trânsito e outra medida será dotar os semáforos de pedestre com controle de avanço de faixa e de invasão do corredor, até o fim do ano”, revelou. Ainda segundo o secretário, a manutenção das paradas está sendo feita pelo Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano.

Com apenas uma via para o tráfego comum, a fiscalização pode ajudar a impedir paradas de veículos ao longo da via, que dificultam o fluxo normal e obrigam a migração do tráfego para o corredor, mesmo em trechos curtos.

Lixo é depositado no centro do corredor viário Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press
Lixo é depositado no centro do corredor viário Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

Falta controle urbano no corredor

Mesmo quando não chove, a Avenida Presidente Kennedy tem três pontos de alagamento com água de esgoto. Os comerciantes criaram barreiras em frente às lojas para proteger os clientes. Mas o incômodo permanece. Com a chuva, a situação fica mais crítica e o pedestre é quem mais sofre. “Não tem como vir caminhando até o semáforo do pedestre por causa dos alagamentos. A gente tem que atravessar onde sobra espaço”, contou a operadora Adalgisa Lima, 43 anos.

Problemas de drenagem e esgoto estourado, problemas históricos da via Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press
Problemas de drenagem e esgoto estourado são históricos na via –  Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

De acordo com a Prefeitura de Olinda, a melhoria da drenagem está diretamente ligada à revitalização da calha do Rio Beberibe e enquanto isso não é resolvido o município estuda alternativas como a construção de novas caixas coletoras para absorver a água acumulada. Mesmo sem chuva, caminhar pelas calçadas não é fácil. É verdade que o Controle Urbano ajudou a combater a ocupação indevida dos passeios. O problema é que as calçadas são de péssima qualidade, com muitos buracos e desníveis. Com raras exceções, como a de uma loja que refez todo o piso, a maioria não tem o mesmo cuidado.

Outra questão que merece atenção é o tratamento dado ao lixo pelos moradores e comerciantes do entorno. Uma prática que vem se repetindo ao longo do corredor é a colocação de sacos de lixo em cima do canteiro central. A prefeitura admite o problema e informa que a coleta é feita diariamente, mas os moradores insistem em depositar lixo na via pública.

Saiba Mais

Perfil do corredor da Presidente Kennedy
4,4 km de extensão
49 linhas de ônibus
467 ônibus trafegam diariamente
173 mil passageiros por dia
8 paradas de ônibus
25 semáforos
25 km/h é a velocidade média dos ônibus

Fonte: Prefeitura de Olinda e Grande Recife Consórcio de Transporte

 

Ameciclo propõe ampliar as calçadas sobre as áreas zebradas das esquinas

 

Proposta da Ameciclo é expandir as calçadas para as áreas zebradas nas esquinas Foto - Bernardo Danta DP/D.A.Press
Proposta da Ameciclo é expandir as calçadas para as áreas zebradas nas esquinas Foto – Bernardo Danta DP/D.A.Press

Uma cena que não deve servir de exemplo, mas que é bastante comum nas ruas do Recife, é a ocupação irregular das áreas zebradas nas esquinas das ruas por carros estacionados. Pela legislação de trânsito deve haver uma distância mínima de cinco metros nas esquinas para permitir uma melhor visibilidade ao motorista, e o descumprimento pode acarretar em infração gravíssima. É o que diz a lei, quase nunca cumprida.

Mas algumas cidades da Europa e do Brasil estão dando uma outra perspectiva de aproveitamento desses espaços a partir do chamado martelo urbano. O modelo, que garante a visibilidade para o motorista e também mais segurança ao pedestre, consiste no redesenho das esquinas ampliando a calçada para cima das áreas zebradas.

Modelo de martelo urbano implantado em Lyon, na França - Foto- Reprodução/Internet
Modelo de martelo urbano implantado em Lyon, na França – Foto- Reprodução/Internet

A proposta foi apresentada à Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano do Recife pela Associação Metropolitana dos Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo). “É uma forma também de tornar esses espaços mais agradáveis dentro da mesma lógica dos parklets (extensões da calçada que promovem o uso do espaço público)”, explicou Guilherme Jordão, coordenador da Ameciclo. Outra vantagem, segundo ele, é a redução da velocidade nas conversões. “A medida induz o motorista a reduzir a velocidade, o que também reduz a probabilidade de acidentes”, reforçou Guilherme Jordão.

Desenho de implantação do martelo urbano nas esquinas - Foto - Reprodução internet
Desenho de implantação do martelo urbano nas esquinas – Foto – Reprodução internet

De acordo com a presidente da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), Taciana Ferreira, a proposta do martelo urbano não pode ser generalizada para todas as áreas zebradas, mas nada impede que seja feito um estudo que aponte as vias para uma possível implantação. “Está previsto no manual de sinalização o sentido do fluxo. Mas é possível avaliar, desde que não se generalize”, afirmou. Entre as áreas sugeridas pela Ameciclo estão a Praça Oswaldo Cruz e a Rua das Graças. A CTTU não deu prazo para avaliar a viabilidade de implantação dos martelos urbanos na cidade.

Mas já há uma experiência bem-sucedida na Rua da Moeda. O avanço da área da calçada para a pista de rolamento também ajuda a delimitar a área destinada ao estacionamento. Também há experiências em São Paulo e em Belo Horizonte.

Saiba Mais

Indicações e vantagens dos martelos urbanos

1- Alargar a calçada nas esquinas que são pontos de conflitos entre pedestres
2- Encurtar a travessia do pedestre, aumentar a visibilidade do pedestre/condutor
3- Reduzir o raio de curva do carro obrigando a redução da velocidade
4- Permitir a utilização de um espaço considerado “morto”

Fonte: Ameciclo

Espinheiro, Zona Norte do Recife, é bairro dos sonhos dos ciclistas

 

Rua do Futuro, no bairro do Espinheiro é rota de fuga dos ciclistas Foto  Paulo Paiva DP/D.A.Press
Rua do Futuro, no bairro do Espinheiro, com estacionamento nos dois lados da via,  é rota de fuga dos ciclistas Foto Paulo Paiva DP/D.A.Press

O bairro do Espinheiro tem tudo para ser um futuro reduto de ciclistas. O bairro serve de rota de fuga para ciclistas que precisam usar as avenidas Rui Barbosa ou Rosa e Silva. Na queda de braço entre tirar espaço para o carro e abrir caminho para os ciclistas, o mais novo foco dos cicloativistas é a Rua do Futuro, no bairro do Espinheiro, pelo menos para começar.

A proposta é que o município acabe com os estacionamentos em um dos lados da via e crie uma ciclofaixa bidirecional. “Do lado esquerdo, onde há estacionamento noturno para que os moradores dos prédios estacionem seu terceiro ou quarto carro, no lugar de ceder um espaço que é público e será muito mais aproveitado”, defendeu Guilherme Jordão, coordenador da Ameciclo.

Uma pesquisa feita pela Ameciclo revelou que nove em cada 10 pessoas têm vontade de fazer os deslocamentos de bicicleta, mas apenas uma entre dez consegue por em prática. “E a principal razão é a falta de uma estrutura adequada. Mais pessoas poderiam ser encorajadas a deixar o carro em casa, especialmente para pequenos deslocamentos”, comparou Guilherme Jordão.

Sinalização para reduzir infrações

Pintura amarela do meio-fio na Rua do Espinheiro. Quem respeita? Foto - Bernardo Dantas DP/D.A.Press
Pintura amarela do meio-fio na Rua do Espinheiro. Quem respeita? Foto – Bernardo Dantas DP/D.A.Press

Do início do ano até agora, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) instalou e requalificou 4,3 mil placas de sinalização vertical e refez a pintura horizontal em 400 vias da cidade. A melhoria da sinalização ajuda a reduzir as infrações, pelo menos para os motoristas que obedecem as regras básicas de trânsito. Na Rua do Espinheiro, onde houve reforço na pintura amarela do meio-fio é possível encontrar duas situações: parte da via conseguiu ficar livre dos carros estacionados nos dois lados, mas há ainda trechos onde os motoristas insistem em desrespeitar áreas sinalizadas mesmo com a faixa amarela gritando ao lado.

Apesar dos desrespeitos em trechos sinalizados, onde só a fiscalização deve surtir algum efeito, o gerente de trânsito da CTTU, Agostinho Maia, acredita que a sinalização traz efeitos positivos para conscientizar o motorista. “Nunca fizemos a conta para saber o quanto uma área passou a ser mais respeitada após o reforço na sinalização, mas acredito que é mais fácil cumprir as normas numa área bem sinalizada do que quando ela não existe ou está apagada”, ressaltou.

A Rua do Espinheiro, onde é proibido estacionar nos dois lados da via, o reforço na pintura amarela do meio-fio é um alento também para os ciclistas. “A diminuição de espaços para estacionamentos nas vias públicas combina com dois elementos importantes: ser melhor utilizada para o trânsito normal e especialmente para o ciclista”, apontou o coordenador da Associação Metropolitana dos Ciclistas do Grande Recife (Ameciclo), Guilherme Jordão.

A recuperação da pintura amarela do meio-fio está sendo feita nas principais vias do bairro do Espinheiro. “Espinheiro é um bairro muito agradável para se pedalar. Além de ligar várias regiões é um bairro arborizado, onde a circulação pode ser feita com mais tranquilidade”, apontou Guilherme Jordão, que defende a redução dos estacionamentos nas vias públicas e a criação de ciclovias no bairro, que podem servir de rotas de fugas.