Greve dos motoristas de ônibus do Recife paralisa o trânsito

ônibus greve Recife - Hoto - Toberto Ramos DP.D.A.Press

Quem depende do transporte público de passageiros enfrenta um dia de dificuldades na manhã desta segunda-feira. Desde a zero hora, os motoristas, cobradores e fiscais de ônibus cruzaram os braços por tempo indeterminado. No início da manhã, asituação ficou complicada no Terminal Integrado de Joana Bezerra, com uma multidão à espera dos coletivos. As pessoas estao aguardando em média uma hora para conseguir entrar em um coletiv, que estão saindo superlotados.

Apesar do transtornos, nenhum incidente foi registrado. Além da segurança interna do terminal, seis policiais militares estão no local, acompanhando a situação.

A situação mais tensa é vivida na PE-60, no Cabo de Santo Agostinho. Grevistas estacionaram um ônibus atravessado na rodovia, que está bloqueada nas imediações do Shopping Costa Dourada. O protesto causa um enorme congestionamento no sentido Recife – Cabo.

De acordo com determinação do Ministério Público do Trabalho (MPT), oitenta por cento dos ônibus devem estar circulando nos horários de pico (das 5h às 7h30 e das 17h às 19h30). As empresas estão proibidas de contratar motoristas terceirizados e de demitir os grevistas. A categoria pede um reajuste de 33%, enquanto a classe patronal oferece 3%.

Com informações do repórter Glynner Brandão

Novo edital para o transporte público do Grande Recife aumenta prazo para instalar ar-condicionado

 

Terminal da Macaxeira - Foto - Hélder Tavares DP/D.A.Press

Por

Tânia Passos

Em meio às manifestação populares em todo o país e onde o transporte público é uma das principais bandeiras, o governo do estado lançou, ontem, o segundo edital de licitação para o Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP). A segunda tentativa ocorre 70 dias após o fracasso da primeira, que ficou deserta. Nenhuma empresa apareceu para concorrer.

O segundo edital tem a missão de ser mais atraente aos empresários do setor e ao mesmo tempo responder aos anseios da população que exige melhorias no transporte público. Uma das mudanças é que a licitação foi dividida em duas etapas: a primeira com dois lotes, ondes estão inseridos os corredores exclusivos Norte/Sul e Leste/Oeste e a segunda com cinco lotes, prevista para agosto deste ano.

Outra mudança é que apenas os ônibus que irão circular nos corredores do sistema BRT (Bus Rapid Transit), sigla inglesa para transporte rápido por ônibus, serão climatizados em 2014. E até junho de 2015, os articulados (sanfonados), que já atuam no sistema convencional.

O edital anterior previa climatização em todos os ônibus do Sistema Estrutural Integrado (SEI) em 2014 e o restante da frota até 2020. Agora, o cronograma do restante da frota dependerá de uma definição sobre o real custo da refrigeração, que não encontrou consenso entre os empresários e o órgão gestor.

A avaliação do consumo do díesel  com o uso do ar-concionado será apresentada até dezembro de 2014. “Nenhuma cidade brasileira tem toda a frota climatizada. Não temos parâmetro para comparar”, revelou o secretário das Cidades, Danilo Cabral. Segundo ele, o primeiro edital previa um custo de 7% a mais no consumo de combustível. Já os empresários apresentaram que o acréscimo seria de até 30%. “Para termos uma informação mais precisa, os ônibus estarão equipados com um equipamento de telemetria, que irá medir o real consumo”, afirmou o secretário.

A homologação da licitação dos dois primeiros lotes está prevista para setembro deste ano. Dessa forma, o estado acredita que haverá tempo suficiente para providenciar a compra dos ônibus do sistema BRT. “Até março de 2014, toda a frota poderá estar disponibilizada, mas a gente pretende iniciar a operação dos dois corredores em janeiro de 2014. Não é necessário, no entanto, iniciar com toda a frota”, explicou o presidente do Grande Recife, Nélson Menezes.

A exploração do sistema pelas operadoras que vencerem a licitação permanece de 15 anos, podendo prorrogar por mais cinco. O custo estimado para a prestação de serviço nos sete lotes é de R$ 15 bilhões. Para esta licitação irá prevalecer o menor preço. “No edital anterior havia a combinação de preço e técnica. O critério sugerido pelo Tribunal de Contas do Estado é o da menor remuneração, mas não iremos abrir mão da qualidade”, ressaltou o secretário.

CTU primeira empresa estatal de ônibus do Recife

 

CTU Trólebus - Foto - reprodução/internet

O sistema de transporte por trólebus foi inaugurado na cidade de Recife em 1960. A frota inicial era composta de 65 veículos do tipo Marmon Herrington, com equipamento elétrico Westinghouse, procedentes dos Estados Unidos.

O sistema se expandiu atingindo sua extensão máxima, com cerca de 100 km de rede elétrica (equivalente em bifilar simples), distribuídos em 20 linhas e uma frota de 140 veículos.Entretanto, a partir de 1970 a frota contava apenas com 50 veículos operacionais, devido a dificuldade em se manter os veículos estrangeiros, prejudicando a operação das linhas e ocasionando abandono de parte da rede elétrica (apenas 57 km de rede estavam em operação, num total de 7 linhas).

Trólebus - Ponte Duarte Coelho/Recife - foto - reprodução/internet

A partir de 1980, com o programa de revitalização, toda a rede elétrica foi desmontada, para permitir a sua completa reconstrução ao longo de dois corredores principais: Macaxeira e Caxangá – este último com faixas exclusivas  para trólebus. Da frota de trólebus Marmon Herrington, 47 veículos foram reformados, com a troca dos chassis por novos, da Scania e recondicionamento de seus equipamentos elétricos. Em 1.981 foram adquiridos também 12 novos trólebus, do tipo Ciferal/Scania/Tectronic, que operaram até 1.994, quando foram desativados. Ainda em 1994, um terceiro corredor troncal foi inaugurado, ligando o centro de Recife à cidade de Olinda.

No ano 2000, o sistema de trólebus é privatizado e a CTU – Companhia de Transportes Urbanos de Recife dá lugar à CRT – Cidade de Recife Transportes. A nova empresa adquire 18 trólebus usados, vindos do sistema de Ribeirão Preto, desativado em 1.999. Estes veículos foram fabricados no início da década de 80, e eram do tipo Caio/Scania/Villares. Dez destes trólebus foram reformados e postos em operação.

Em 2001,haviam apenas 31 trólebus em operação, num total de 3 linhas. Posteriormente, as linhas Caxangá e Macaxeira têm seus trólebus substituídos por ônibus a diesel, restando apenas a linha de Olinda em operação, com frota de 10 trólebus Caio/Scania/Villares e 6 trólebus Marmon Herrington.

Apesar do contrato prever a continuidade da operação dos trólebus, assim como a compra de novos veículos – semelhantes aos “Busscar” operados pela Metra (SP), o sistema foi desativado no final de 2001.

Fonte: http://www.trolebusbrasileiros.com.br/sistemas_br_rec.htm

Estatizar o transporte público. São Paulo pode partir na frente e o Recife?

ônibus recife - Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

No momento em que o país abre a discussão da melhoria do transporte público e até a possível mudança da matriz do transporte  rodoviário para o ferroviário, outra discussão coloca os empresários de ônibus em mais uma saia justa. Em São Paulo já se cogita a ideia da estatização do sistema de transporte público.

Na Região Metropolitana do Recife, o sistema de transporte público de passageiros terá sua primeira licitação. O edital chegou a ser lançado em janeiro deste ano, mas teve que ser cancelado porque nenhuma empresa se habilitou.O estado se prepara para faze o relançamento do edital ainda este mês. Mas, na verdade seria uma ótima oportunidade do governador Eduardo Campos dar as cartas ou, até mesmo, cogitar a estatização do sistema no estado.

Muitas variáveis precisam ser analisadas, claro. Mas o que se viu, até agora, foi uma dependência total do modelo que temos hoje, E que só interessa aos empresários do setor. Isso, inclusive justifica o fato de nenhuma empresa ter participado do primeiro edital lançado este ano. Mudar para que?

O que ninguém contava era com o tamanho das manifestações em todo o país por melhorias.Ter dado as costas para o primeiro edital pode não ter sido um bom negócio para os empresários. O cenário mudou e as exigências agora são muito maiores. Resta saber até onde o estado está disposto a mudar o que está posto hoje e que há muito não representa o interesse da maioria.

Logo abaixo a matéria do Portal Mobilize sobre a possível estatização em São Paulo:

Imagine a cidade de São Paulo com o serviço público de ônibus estatizado. Embora soe improvável para muitos, essa proposta já chegou à mesa do secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, assim como outra, que prevê uma mescla entre o sistema atual, de concessão à iniciativa privada, e a estatização total dos coletivos.

Tatto defende o modelo em vigência, mas diz “estar aberto” para ouvir outros cenários. “Temos vários modelos que poderiam ser analisados”, disse ontem, em seminário sobre a integração dos transportes na Universidade de São Paulo (USP).

“A cidade está no momento propício para debater tudo, todo o sistema de transporte. Eu tenho convicção de que, da maneira como está organizado em cima da lei existente, é possível melhorar o sistema (em vigor).”

A Prefeitura já foi responsável por grande parte do sistema de ônibus de São Paulo. Em 1947, criou a Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC) como forma de impedir que o controle da área ficasse só sobre controle privado. Mas a gestão era complexa: quando foi extinta, em 1993, o custo do passageiro transportado pela CMTC era de US$ 1,33, enquanto que nas empresas privadas era de US$ 0,30. Dez anos depois, quando Marta Suplicy era prefeita e Tatto era secretário de Transportes, também se cogitou a volta da CMTC. Os estudos não avançaram.

Atualmente, a gestão Fernando Haddad (PT) está novamente em processo de renovar os contratos com as empresas e cooperativas de ônibus da capital – assinadas na gestão Marta. O custo da nova licitação, que vale por até 15 anos, é de R$ 46,3 bilhões – o maior da história.

Segundo Tatto, o modelo da estatização transformaria motoristas e cobradores em funcionários públicos. “Tem um outro (cenário) em que a garagem e os funcionários ficam com os operadores (empresários).” Por sua vez, a Prefeitura compraria e seria dona dos ônibus – uma frota de cerca de 15 mil veículos.

“E tem o modelo que fala da tarifa zero. Do ponto de vista de custo, você tira de imediato o cobrador e toda essa parafernália do validador, tira a catraca”, explica o secretário. Nesse contexto, o custo público seria de aproximadamente R$ 4,5 bilhões para manter o sistema.

Modelo das rodovias. O Estado apurou que o governo estuda ainda a possibilidade de firmar contratos do tipo oneroso, em que as empresas escolhidas para gerir a rede teriam de pagar uma outorga para explorar o serviço e arcar com o custo de melhorias. O modelo é utilizado nas concessões de rodovias estaduais e ajudaria a cobrir parte do prejuízo assumido por causa da revogação da alta da tarifa.

Copa 2014, o carro terá vez com os bolsões de estacionamento no Recife

 

Torcedores Arena Pernambuco - Foto - Paulo Paiva DP/D.A.Press

Por

Tânia Passos

O sucesso do estacionamento da UFPE para a Copa das Confederações no Recife deverá ser ampliado para a Copa do Mundo de 2014. A Secopa pretende disponibilizar pelo menos cinco bolsões de estacionamento: Parqtel, UFPE, Ceasa, Parque de Exposições e ainda o estacionamento do prédio da Justiça Federal nas margens da BR-101. Juntos, os cinco bolsões disponibilizam até 12 mil vagas.

Além dos estacionamentos com ônibus direto para a Arena, o torcedor terá, em 2014, a opção dos corredores exclusivos de coletivos nos moldes do Bus Rapid Transit (BRT), ou transporte rápido por ônibus em vias segregadas e pagamento antecipado nas estações. Dos dois corredores, o Leste/Oeste terá um papel mais importante por fazer ligação com o centro do Recife e o terminal de Camaragibe. Na Copa do Mundo, o terminal de Camaragibe também poderá ser usado para acessar a Arena Pernambuco e não apenas o de Cosme e Damião.

A lição que fica da Copa das Confederações é que o metrô, mesmo sendo o modal de maior capacidade, não pode ser o único meio de acesso. Até porque o sistema não recebeu investimentos para a Copa. Fazer a complementação do acesso pelo modal rodoviário não é só uma opção, mas uma obrigação de uso, uma vez que os corredores receberam a maior fatia dos investimentos. “Nós precisamos apostar nos modais coletivos, principalmente ônibus e metrô”, ressaltou o secretário da Secopa, Ricardo Leitão.

A ideia é construir um estacionamento ao lado da Arena, com capacidade para 600 ônibus. O espaço servirá de desembarque e reembarque dos torcedores que usarem a estrutura dos bolsões. “Nós queremos oferecer várias opções para que o torcedor tenha um maior conforto, mas não significa que as 12 mil vagas serão ocupadas. No jogo do dia 19, das cinco mil vagas da UFPE só duas mil foram usadas”, disse.

Precaução nunca é demais, as imagens de um metrô superlotado e um gargalo na pequena estação Cosme e Damião não devem se repetir. Até porque na hipótese de 4 pessoas por carro, totalizariam 48 mil pessoas só dos bolsões. E se contabilizarmos o BRT, somente o corredor Leste/Oeste terá uma demanda estimada de 126 mil passageiros por dia, ou 12,6 mil por hora. Sem falar no metrô com 1,2 mil pessoas por viagem. Caso todas essas opções se confirmem, os torcedores poderão ir e voltar para a Arena como num passeio. Será? 2014 nos aguarda.

Saiba mais

Bolsões de estacionamento:

UFPE

5
mil vagas de estacionamento (estimativa de 4 pessoas por carro)

20
mil torcedores

Ceasa

2,5
mil vagas

10
mil torcedores

Parque de Exposições do Cordeiro

2
mil vagas

8
mil torcedores

Justiça Federal

500
vagas

2
mil torcedores

Parqtel

2
mil vagas

8
mil torcedores

– Os torcedores poderão deixar o carro nos
estacionamentos e seguir de ônibus
direto para a Arena pela BR-408

– Será construído um estacionamento ao lado
da Arena com capacidade para 600 ônibus

Ônibus

BRT
Leste/Oeste
obra prevista para março de 2014

126 mil pessoas é demanda estimada

Percurso:
De Camaragibe ao Derby
O torcedor poderá descer na estação Camaragibe e pegar um ônibus para a Arena
pelo ramal externo da Copa

Norte/Sul
obra prevista para dezembro de 2013
300 mil pessoas é a demanda estimada

Percurso:
De Igarassu ao terminal Joana Bezerra
O torcedor poderá pegar o BRT e integrar
com o metrô até a estação de
Camaragibe, onde pegará o ônibus circular
até a Arena

Metrô
Vai continuar a ser o principal modal de transporte. Os torcedores terão a
opção de descer na estação de Camaragibe
ou Cosme e Damião. Com os bolsões de estacionamento e o BRT, a estimativa é de desafogar o metrô.

Jaboatão terá faixas de BRS

 

BRS Jaboatão - Foto - Glynner Brandão DP/D.A.Press

Jaboatão dos Guararapes deverá ganhar dez faixas para ônibus até o fim do ano. Serão 26,9 km de vias preferenciais nos bairros do Jordão, Piedade, Muribeca, Prazeres, Barra de Jangada e Candeias, nos moldes do Bus Rapid Service (BRS, sigla em inglês para sistema rápido de ônibus). O plano para melhorar a mobilidade no município, que será implantado com recursos da prefeitura e do governo do estado, foi apresentado ontem pelo prefeito Elias Gomes (PSDB). Ele também anunciou oficialmente a redução da tarifa de ônibus do sistema municipal de R$ 2 para R$ 1,90, que já está em vigor há dois dias. Cem mil pessoas usam o sistema.

Uma das faixas para ônibus vai operar na Avenida Ayrton Senna, Piedade. Os coletivos que estiverem na Avenida Bernardo Vieira de Melo não precisarão mais dobrar à direita e entrar na Avenida Boa Viagem. Agora, poderão entrar à esquerda, ingressar na Visconde de Jequitinhonha (no contrafluxo) e seguir pela Domingos Ferreira. A meta é aliviar o trânsito no início da Avenida Boa Viagem. Sistema semelhante será implantado na PE-27, com a criação de mais uma faixa reservada aos coletivos. Hoje, a rodovia conta com duas pistas em sentidos opostos. O alargamento facilitará o deslocamenna BR-101.

Os outros corredores serão instalados na Estrada da Batalha, na Rua Arão Lins e na Avenida Barreto de Menezes, em Prazeres; na Avenida Presidente Kennedy, em Candeias; e nas avenidas Ayrton Senna e Visconde de Jequitinhonha, em Piedade.

“Não se trata de concorrência entre carros e ônibus, mas de transferência de oportunidades”, afirmou o prefeito Elias Gomes. Dependendo da complexidade, os corredores poderão levar de 30 a 180 dias para ficar prontos. A instalação da sinalização representará 60% das obras. As desapropriações e a construção de ruas somarão os outros 40%. “Só o aumento do número de vias não é suficiente para resolver o problema do trânsito. É preciso valorizar o transporte coletivo”, comentou o secretário de Mobilidade, Evandro Avelar.

Passagens
A prefeitura zerou o ISS e a Remuneração do Serviço de Transporte (RSP), diminuindo o preço dos bilhetes em R$ 0,10. Em contrapartida, 200 ônibus serão trocados pelas empresas, com o apoio do Banco do Nordeste, em um ano. Noventa coletivos serão substituídos até dezembro. Além disso, dois mil motoristas e cobradores serão capacitados em direção defensiva e atendimento.

saibamais

Avenida Presidente Kennedy
Trecho: Barra de Jangada/
Avenida 4 de Outubro
Extensão: 7 km
Prazo de implantação: 60 dias

Avenida Ayrton Senna
Trecho: Avenida Jequitinhonha/Avenida Barreto de Menezes
Extensão: 1,5 km
Prazo de implantação: 60 dias

Avenida Ayrton Senna
Trecho: Avenida Dantas
Barreto/Rua São Sebastião
Extensão: 1,4 km
Prazo de implantação: 90 dias

Avenida Ayrton Senna
Trecho: Rua São Sebastião/Barra de Jangada
Extensão: 3,9 km
Prazo de implantação: 150 dias

Avenida Jequitinhonha
Trecho: Avenida 4 de Outubro/limite do Recife
Extensão: 500 m
Prazo de implantação: 90 dias

Estrada da Batalha
(pista local)
Trecho: Avenida Maria Irene/
BR-101
Extensão: 3,7 km
Prazo de implantação: 60 dias

Rua Arão Lins
Trecho: Avenida Bernardo Vieira de Melo/Terminal de Prazeres
Extensão: 1,2 km
Prazo de implantação: 90 dias

Avenida Barreto de Menezes
Trecho: Estrada da Batalha/Avenida Bernardo Vieira de Melo
Extensão: 1,8 km
Prazo de implantação: 90 dias

Eixo de Integração
Trecho: BR-101/Entrada do Conjunto Marcos Freire
Extensão: 2,1 km
Prazo de implantação: 180 dias

BR-104 separa a Zona Oeste do centro Caruaru

 

BR-104 Caruaru - Foto- Bernardo Dantas DP/D.A.Press

Por

Tânia Passos

O sistema viário na BR-104, rodovia urbana que corta Caruaru de Norte a Sul, divide o lado Oeste do Centro. Passar de um lado para outro exige atenção à pouca sinalização existente. A rodovia é acesso para o Terminal Rodoviário, polo de confecções e o Alto do Moura, um dos cartões postais da cidade e um dos polos juninos. Fazer a escolha errada na hora de decidir que direção tomar pode significar uma verdadeira volta ao “mundo”. As duas extremidades distam cerca de quatro quilômetros e uma vez na rodovia não há como seguir para as vias locais.
A barreira física na pista duplicada não vem trazendo transtornos apenas para os motoristas. Os pedestres também têm dificuldades na travessia. Um dos pontos críticos fica em frente ao Terminal Rodoviário. O Departamento Nacional de Infraestrutura e Trânsito (Dnit) instalou lombadas eletrônicas em seis contornos urbanos, reduzindo a velocidade dos veículos para 50km/h. Uma faixa de pedestre quase apagada e uma placa indicam a preferência do pedestre, mas nem sempre os motoristas atendem. “Não é fácil passar por aqui. Os motoristas não respeitam”, revelou a estudante Manuela Monteiro, 21 anos. O aposentado Miguel José do Nascimento dá a receita. “Se não olhar, morre logo. É muito movimento aqui”, afirmou.

Pedestre na BR-104 Foto Bernardo Dantas DP/D.A.Press
Pela BR-104, no trecho urbano de Caruaru, passam por dia mais de 50 mil veículos. A pista é usada como ponto de passagem. A interação com a cidade deixou de existir. A única forma de interligar os lados é por baixo dos quatro viadutos existentes no trecho urbano. Para chegar às vias marginais é preciso, no entanto, fazer a opção logo que entrar na rodovia. No sentido Caruaru/Toritama, o acesso local é antes do primeiro viaduto. Já no sentido Toritama/Caruaru, o acesso à pista local é imediatamente após o polo de confecções. Quem seguir em frente achando que terá outra opção de migrar para a marginal não terá. A não ser o retorno no viaduto da BR-232, quase indo para o Recife.

Vizinho ao Terminal Rodoviário estão o Batalhão da Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros. De acordo com o capitão Cledjones Gomes, 36 anos, do Corpo de Bombeiros de Caruaru, o atendimento aos chamados ficou mais difícil. “Nós temos um tempo de resposta maior porque precisamo fazer um retorno pelo viaduto da BR-232. Era melhor se houvesse uma alternativa para os veículos de emergência”, ressaltou.

BR-104 - Caruaru - Foto - Bernardo Dantas DP/D.A.Press

Rodovia sofrerá modificações

O projeto de duplicação da BR-104 é do Dnit, mas teve a execução do Departamento de Estrada e Rodagem de Pernambuco (DER). Segundo o superintendente do Dnit, Euclides Bandeira, os problemas de acesso no trecho urbano de Caruaru já foram detectados e algumas alterações estão previstas.

“Nós vamos acrescentar no projeto algumas agulhas (acessos viários) entre a rodovia principal e as marginais para evitar os retornos muito longos e também a instalação de passarelas nos trechos de maior fluxo de pedestre”, afirmou. A localização das passarelas, segundo ele, ainda estão sendo definidos em um estudo de contagem de fluxo. O único ponto que já definido é na frente do Terminal Rodoviário. “Há um fluxo muito intenso de pedestres naquele ponto e mesmo com o redutor de velocidade, entendemos que há necessidade de instalar uma passarela”, avaliou Bandeira.
As obras de duplicação da BR-104 foram iniciadas em 2010 e devem se estender até 2014. Segundo o presidente do DER, Carlos Júnior, as alterações previstas no projeto serão feitas até dezembro deste ano, mas o restante da duplicação no trecho entre o distrito de Lajes, em Toritama até Santa Cruz do Capibaribe será iniciado no início do próximo ano. “Nós temos condições de fazer a finalização das obras das marginais no trecho urbano de Caruaru, incluindo as agulhas, a instalação das passarelas e a sianlização”, revelou Carlos Júnior.
Das seis lombadas eletrônicas instaladas pelo Dnit, cinco estão no contorno urbano de Caruaru e uma no distrito de Lajes, em Toritama. A velocidade permitida dos equipamentos varia de 50 e 60km/h dependendo do trecho. A velocidade na rodovia, no entanto, pode chegar a 80km/h.
saibamais

Perfil da BR-104
– 672,3 km é a extensão de toda a
104 (incluindo trechos não
construídos)

– 7 cidades são cortadas pela
BR-104 em Pernambuco:
Taquaritinga do Norte, Toritama,
Agrestina, Caruaru, Cupira,
Panelas e Quipapá

– 51 km é o trecho de duplicação
da BR-104

– 12 km ainda faltam ser
concluídos da duplicação

– Os pontos das lombadas
eletrônicas

– 4 estados do Nordeste são
cortados: Rio Grande do Norte,
Paraíba, Pernambuco e Alagoas

Contorno urbano de Caruaru:
– Km 62,5 (Boi e Brasa)

– Km 64,3 (Detran)

– Km 66 (Escola Profª Elizete
Lopes)

– Km 67 (Rodoviária)

– Km 72 (Saída de Caruaru)

– Km 39,1 (Lajes, distrito de
Toritama)

O dia em que o trânsito do Recife parou para as pessoas

Pedestres - Foto Bruna Monteiro DP/D.A.Press

Por

Tânia Passos

O dia em que a cidade parou para as pessoas. Não havia trânsito. As ruas ficaram para elas. Os carros saíram de cena, os ônibus mudaram as rotas. As avenidas, viadutos e pontes se tornaram passagens para um único destino: Praça do Derby, ponto de concentração. A maior parte dos manifestantes chegou a pé. Os pedestres nunca tiveram tanto espaço só para eles. Outros usaram bicicletas, skates e até cadeira de rodas. Mobilidade sustentável, acessibilidade plena e melhoria do transporte público eram algumas das bandeiras defendidas pelos manifestantes em um 20 de junho para ficar na história

.O dia em que a cidade parou para as pessoas. Não havia trânsito. As ruas ficaram para elas. Os carros saíram de cena, os ônibus mudaram as rotas. As avenidas, viadutos e pontes se tornaram passagens para um único destino: Praça do Derby, ponto de concentração. A maior parte dos manifestantes chegou a pé. Os pedestres nunca tiveram tanto espaço só para eles. Outros usaram bicicletas, skates e até cadeira de rodas. Mobilidade sustentável, acessibilidade plena e melhoria do transporte público eram algumas das bandeiras defendidas pelos manifestantes em um 20 de junho para ficar na história.

skatista protesto foto - Bruna Monteiro DP/D.A.Press

Numa Agamenon Magalhães livre de carros, o vendedor Erick Alves, 21 anos, deslizava no skate vestido para protestar. “Mais conforto nos ônibus, segurança e espaço para o pedestre, ciclista e skatista”, declarou. Confiante e determinada, a funcionária pública, Cínthia Lombardi, 40 anos, não se intimidou com o tamanho da multidão e foi ao protesto de cadeira de rodas. “Eu precisava vir para pedir melhoria na acessibilidade e o fim da corrupção. Também vim representando o meu marido, que também é cadeirante, mas não pôde participar”, revelou.

cadeirante protesto - foto Bruna Monteiro DP/D.A.Press

Multidão

Acompanhar a multidão de bicicleta não era para encurtar distância, mas principalmente para se fazer representante. “Defendo mais espaço para o transporte não motorizado e melhoria do transporte público. Do jeito que está ninguém aguenta mais”, revelou o ciclista Valdomiro Barbosa, 21. Na defesa do transporte público, a doutoranda Cínthya Pacheco, 27, trouxe para o protesto a realidade de todos os dias, fotos de ônibus lotado no Terminal Integrado do Barro. “Sofremos com as filas gigantes e o atraso dos ônibus, mas queremos melhoria em todas as integrações. Mais respeito e dignidade”, afirmou.

Para deixar a cidade vazia para a manifestação, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) chegou a bloquear seis corredores de tráfego e vias transversais. A operação contou com 50 agentes de trânsito. Os bloqueios foram definidos em conjunto com o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano que montou quatro pontos de retorno para os ônibus. Mas não houve tempo para informar aos usuários. “Faz mais de duas horas que estou aqui e nenhum ônibus passou”, contou o aposentado Amaro de Oliveira, 82 anos, que aguardava um ônibus na Avenida Joaquim Nabuco, no cruzamento com a Avenida Agamenon Magalhães, bem próximo ao perímetro da manifestação e bloqueado pela CTTU. “Não tínhamos como avisar. Era uma situação de emergência e não havia certeza do roteiro que eles iriam fazer”, revelou o coordenador de operações do Grande Recife, Mário Sérgio.

Saiba mais

Operação do protesto
6 corredores fechados
50 agentes de trânsito mobilizados
3 mil ônibus compõem a frota da RMR
100% dos ônibus circularam segundo o Grande Recife
60% da frota foi recolhida segundo o Sindicato da Oposição dos Rodoários

Fonte: CTTU e Grande Recife Consórcio de Transporte Metropoilitano e Sindicato da Oposição

Quinta “D” para a mobilidade do Recife

Protesto estudantes Recife Foto - Nando Chiappetta DP.D.A.Press
Nunca um protesto, anunciado, chamou tanta atenção de todos os segmentos da sociedade como a paralisação nacional prevista para este 20 de junho.O movimento que iniciou contra o aumento das passagens de ônibus, tomou dimensões inimagináveis. O aumento da tarifa, agora, é só um detalhe. O Recife foi uma das capitais que anteciparam a redução da tarifa em R$ 0,10. O anel A vai passar de R$ 2,25 para R$ 2,15. Mas isso não irá  alterar em nada o cronograma dos manifestantes, que defendem várias outras bandeiras. São Paulo e Rio de Janeiro também seguiram o exemplo de outras capitais e reduziram o valor da tarifa.

No Recife, a paralisação está prevista para ocorrer, a partir das 16h, e terá apoio do sindicato de oposição dos rodoviários, que promete paralisar parte da frota de ônibus, entre 16h e 19h. Por medida de precaução, a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) vai desviar o percurso dos ônibus que passam pela Avenida Conde da Boa Vista, a partir das 13h.

A CTTU irá acompanhar a manifestação para tentar reduzir os impactos no trânsito, mas se depender da organização do movimento, a cidade vai ficar parada. A manifestação irá se concentrar na Praça do Derby e poderá ir para o centro pela Conde da Boa Vista, mas segundo os organizadores poderá haver bloqueios em vários pontos da cidade.

Evitar o centro do Recife, nesta quinta-feira, é a melhor alternativa para quem não for participar do protesto. O comércio deverá fechar as portas mais cedo e várias empresas já anunciaram a liberação antecipada dos funcionários. E quem for para o protesto também deverá se preparar para a chuva. A previsão nos próximos três dias é de chuva no Recife.