Automóvel, o cigarro do futuro

Metade dos domicílios brasileiros já dispõe de pelo menos um veículo - Foto - reprodução/internet
Metade dos domicílios brasileiros já dispõe de pelo menos um veículo – Foto – reprodução/internet

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Isaac Edington

A questão real é esta: motorista, você não está no congestionamento, você é o congestionamento. Os carros são responsáveis por congestionamentos, essa é a conclusão do estudo Indicadores de Mobilidade Urbana, da Pnad, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Isso parece óbvio para você? E, de fato, é. Segundo o Ipea, mais da metade dos domicílios brasileiros já dispõe de pelo menos um veículo para atender os deslocamentos de seus moradores, com forte tendência de crescimento da posse desse bem verificada nos últimos anos, principalmente depois que o governo passou a incentivar a compra de automóveis.

Se, por um lado, isso indica que a população está tendo acesso a carros, por outro significa grandes desafios para as cidades e seus sistemas de mobilidade, com reflexos diretos sobre a degradação das condições de mobilidade de todos. Viu? É óbvio.

Se continuarmos incentivando a compra de veículos, cada vez mais domicílios terão acesso ao veículo privado, já que quase metade deles ainda não possui automóvel. Um dos grandes desafios das metrópoles brasileiras é atuar fortemente para reverter essa situação. E, para tanto, é necessário inicialmente reconhecermos o óbvio. Não dá para continuar simplesmente colocando mais carros nas ruas e achar que tudo se resume a novas obras de infraestrutura como a única solução.

Do contrário, novos viadutos serão apenas caminhos mais rápidos de se chegar a novos congestionamentos, deixando os motoristas e passageiros cada vez mais estressados. Transporte público de qualidade e eficiente, políticas públicas e ações de estímulo a pedestres e ciclistas, implantação de sistemas públicos de bicicletas compartilhadas, hoje já presentes em mais de 500 cidades ao redor do mundo, de Dubai ao Havaí, e, agora, em Salvador, também são apontados como importantes para tornar as cidades lugares melhores, como relatou a conceituada revista britânica The Economist:

“As comunidades que têm investido em projetos para pedestres e para bicicletas têm se beneficiado com a melhoria da qualidade de vida, população saudável, maiores valores imobiliários locais e redução da poluição atmosférica. Assim, como o transporte público de massa modificou o desenvolvimento dos subúrbios das cidades, o aluguel de bicicletas está moldando os centros urbanos de maneira sutil.”

No entanto, no Brasil, o governo tributa mais as bicicletas do que os carros. Estudo divulgado pela Tendências Consultoria, realizado para a Associação Brasileira do Setor de Bicicletas (Aliança Bike), mostra que o imposto que incide sobre as bicicletas no país é de 40,5%, em média, contra 32% dos tributos no preço final dos carros. A falta de incentivo fica clara na comparação do IPI: a alíquota do tributo federal é de 3,5% para carros populares, ante 10% para as bicicletas produzidas fora da Zona Franca de Manaus.

Com isso, o Brasil tem umas das bicicletas mais caras do mundo. Caso a situação atual não encontre novos rumos, estaremos muito perto de concretizar a profecia do urbanista Jaime Lerner, ex-prefeito de Curitiba: “O carro é o cigarro do futuro”. Levando-se em conta a poluição proveniente dos veículos movidos a gasolina, óleo diesel e outros combustíveis, é inevitável a necessidade que países precisem adotar em futuro próximo medidas em favor da sustentabilidade também nessa área. Não há outra alternativa.

Assim como cigarros, os carros serão gradativamente proibidos nos locais públicos. Isto já acontece em várias cidades da Europa, Estados Unidos e Ásia, onde circular de carro pelo centro é um privilégio de poucos. O deslocamento diário será feito em um transporte público otimizado, seguro, e de qualidade. O automóvel será usado em viagens e para o lazer e não para ir e voltar todo o dia do trabalho.

Qualquer movimento diferente desse significa cidades caóticas, poluídas e cidadãos estressados e doentes. Mobilidade urbana no século 21 baseia-se no tripé infraestrutura, planejamento urbano e mudanças comportamentais, tanto dos gestores como dos usuários. É um esforço que depende do avanço dos “três pés” ao mesmo tempo.

Fonte: A Tarde (Via Portal Mobilize)

Metade das vias navegáveis brasileiras têm pontecial econômico

Rio Capibaribe vai ter trecho navegável no Recife - Foto - Gil Vicente DP/D.A.Press
Rio Capibaribe vai ter trecho navegável no Recife – Foto – Gil Vicente DP/D.A.Press

O Brasil dispõe de uma das maiores redes hidrográficas do planeta, mas ainda utiliza muito pouco desse potencial. Dos 63 mil quilômetros de extensão existentes, apenas 41.635 km são de vias navegáveis e, destas, apenas 20.956 km (50,3%) são economicamente navegadas.

Os dados, divulgados nesta segunda-feira(11), são da Pesquisa CNT da Navegação Interior 2013. O relatório traça um panorama desse modo de transporte no Brasil. O levantamento pontua as características da infraestrutura, a movimentação de cargas, os principais gargalos e apresenta soluções para o aperfeiçoamento do sistema hidroviário nacional.

Entre os principais problemas do setor identificados na Pesquisa estão a ausência de manutenção nas vias navegáveis, a falta de investimentos do governo, o alto custo de manutenção da frota e o excesso de burocracia.

Segundo o presidente da CNT, senador Clésio Andrade, se o modal hidroviário fosse mais utilizado no Brasil, a economia nacional seria fortalecida. “Esse sistema de transporte gera redução nos custos da movimentação de cargas, aumentando, assim, a competitividade dos nossos produtos. Além disso, a utilização das hidrovias aumenta a segurança e reduz o consumo de combustíveis e a emissão de gases do efeito estufa”, afirma.

De acordo com a Pesquisa, os níveis de investimentos em infraestrutura hidroviária apresentam-se abaixo das necessidades do setor. No acumulado entre 2002 e junho de 2013, o valor de investimentos autorizados pelo governo federal no setor foi de R$ 5,24 bilhões, mas apenas R$ 2,42 foram realmente aplicados.

Segundo estimativas da CNT, são necessários investimentos de, aproximadamente, R$ 50,2 bilhões em melhorias na infraestrutura das hidrovias no país. As intervenções propostas abrangem, entre outras, abertura de canais, aumento de profundidade, ampliação e construção de terminais hidroviários, construção de dispositivos de transposição (eclusas), dragagem e derrocamento em canais de navegação e portos.

Na Pesquisa CNT da Navegação Interior 2013 também foram identificados os principais componentes dos custos da atividade. O valor do combustível é o principal item, seguido pelos gastos com tripulação, tributos e mão de obra avulsa.

Ainda foram avaliadas as conexões das hidrovias com os outros modais de transporte. Os acessos ferroviários ocorrem em número bastante reduzido, o que impede um melhor desempenho logístico do país.

Nos acessos rodoviários, foram verificadas deficiências, como estado precário de conservação das vias e ausência de pavimentação. Nos acessos hidroviários, os principais problemas estão relacionados à profundidade do canal, à falta de sinalização e balizamento e à profundidade insuficiente de berços.

Outro gargalo do setor identificado diz respeito à construção de usinas hidrelétricas sem a implantação de eclusas que permitam a navegação dos rios.

O relatório aponta a necessidade do compartilhamento correto das águas, como previsto em lei, considerando os empreendimentos de geração de energia e a navegação.

Com a apresentação da Pesquisa CNT da Navegação Interior 2013, a Confederação oferece as bases para a criação de políticas públicas que fortaleçam a utilização de um modal mais eficiente, mais seguro e menos poluente.

Fonte: Agência CNT

25 mil pessoas ainda não trocaram a carteira de livre acesso pelo VEM

 

vem livre acesso Foto - Tania Passos DP/D.A.Press

As pessoas com deficiência devem ficar atentas ao prazo para trocar a antiga carteira de Livre Acesso pelo cartão VEM. Os beneficiários têm até o dia 30 de dezembro para comparecer ao posto de atendimento, na Rua da Soledade, com os documentos e garantir o direito à gratuidade.

Para realizar a troca do documento é necessário fazer o agendamento através do site www.vemlivreacesso.com.br ou pelo telefone 3125.7585, das 7h às 19h, de segunda a sábado. No momento da troca é indispensável que a pessoa com deficiência apresente o CPF, leve a Carteira de Livre Acesso, que será retida, e mostre o comprovante ou o número do agendamento.

A Urbana-PE (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Pernambuco) disponibilizou para a operação 20 guichês exclusivos, que funcionam de segunda a sábado, das 8h30 às 17h30. Caso a pessoa com deficiência tenha perdido a Carteira de Livre Acesso é necessário que ele retire a segunda via, para só então fazer a troca.

O objetivo é garantir ao beneficiário o direito da gratuidade sem fraude. Das 97 mil pessoas que trocarão seus cartões pelo VEM Livre Acesso, 72 mil já agendaram o atendimento e outras 25 mil ainda precisam fazer o agendamento.

BIOMETRIA – A Urbana-PE está iniciando o processo de biometria no sistema de transporte público da Região Metropolitana do Recife com o cadastramento dos usuários do VEM Livre Acesso. O processo vai garantir ainda mais segurança ao sistema. A biometria dos demais usuários do cartão será feita durante 2014.

Norte/Sul chega à Avenida Dantas Barreto e Rua Riachuelo, no Recife

 

Avenida Dantas terá estações do BRT para o corredor Norte/Sul - Foto - Edvaldo Rodrigues DP/D.A.Press
Avenida Dantas terá estações do BRT para o corredor Norte/Sul – Foto – Edvaldo Rodrigues DP/D.A.Press

A Secretaria das Cidades inicia nesta quarta-feira (13/11), os serviços para a construção das estações de embarque e desembarque de passageiros da Av. Dantas Barreto e Rua do Riachuelo, no centro da cidade. A obra integra o Corredor Exclusivo de Transporte Rápido de Ônibus do eixoNorte/Sul.

A intervenção vai começar com a remoção das interferências nos locais. O Consórcio EMSA/ATERPA – responsável pela obra – executará os serviços de remoção da vegetação e limpeza da área. A retirada da iluminação será feita pela Prefeitura do Recife. Após essa etapa, começam os serviços de construção da estação.

Em virtude da obra, a operação das linhas de ônibus que trafegam no trecho entre a Praça da República e a Av. Nossa Senhora do Carmo, na Avenida Dantas Barreto será alterado. A mudança acontecerá com o ponto de parada de 11 linhas.
O mesmo acontecerá na Rua do Riachuelo onde uma parada de ônibus será alterada.

Com isso, entre a Rua da União e Rua da Saudade, a parada de nº 180076, localizada do lado oposto ao Circulo Católico, será realocada. As linhas 645 – Av. Norte (Macaxeira), 915 – PE-15 (Rua do Sol), 979-Paulista (Rua do Sol)-Expresso, que fazem trajeto sentido cidade/subúrbio e atendiam a esta parada, agora passarão a utilizar o ponto de ônibus provisório que será realocado na Rua do Hospício, ao lado da Faculdade de Direito.

Nos primeiros dias da alteração, o Consórcio irá disponibilizar divulgadores para auxiliar os passageiros e cartazes serão implantados nas paradas de ônibus com as informações referentes às mudanças.Em caso de dúvidas, o Consórcio disponibiliza a Central de Atendimento ao Cliente, pelo 0800.081.0158. Lembramos que o serviço da CAC funciona todos os dias, das 07h às 19h.

Nesta etapa, será necessária a supressão vegetal de 11 árvores na Av. Dantas Barreto.  Entre as espécies estão macaíbas, algodão de praia, ipê roxo e ingá. Todas as licenças para a supressão da vegetação foram dadas pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura do Recife e pela CPRH.A compensação ambiental será feita com o plantio de mudas de espécies variadas (no percentual de 1×2 – o dobro de árvores: 22), no bairro de Santo Amaro.

Confira a lista das linhas que terão ponto de parada alterado na Avenida Dantas Barreto:
1. 976 PAULISTA (PREFEITURA)
2. 621 ALTO TREZE DE MAIO
3. 741 DOIS UNIDOS
4. 122 VILA DO IPSEP
5. 193 TI TANCREDO NEVES (PRÍNCIPE)
6. 860 TI XAMBA (PRINCIPE)
7. 971 AMPARO
8. 973 CASA CAIADA
9. 993 CONJUNTO PRAIA DO JANGA
10. 822 JARDIM BRASIL I (CRUZ CABUGÁ)
11. 824 JARDIM BRASIL II (CRUZ CABUGÁ

Confira, abaixo, as modificações a serem realizadas durante as obras, no sentido Praça da República/Av. Nossa Senhora do Carmo, na Avenida Dantas Barreto:

 As linhas 621 –Alto Treze de Maio e 971 – Amparo que utilizam as paradas nº 180210 e nº 180212 respectivamente passarão a utilizar a parada provisória que será implantada próximo à parada nº 180213, localizada no lado oposto ao antigo prédio do INSS.

A linha 741 –Dois Unidos que utiliza a parada nº 180210 será transferida para a parada nº180223, próxima ao Edifício da AIP (nº 576).

As linhas 822 –Jd. Brasil I (Cruz Cabugá) e 824 – Jd. Brasil II (Cruz Cabugá), que utilizam a parada nº 180227, serão transferidas para a parada nº 180214, localizada no lado oposto ao antigo prédio do INSS.

As linhas 973 –Casa Caiada e 993 – Conj. Praia do Janga, que utilizam as paradas nº 180212 e 180229, serão transferidas para a parada nº 180226, localizada no lado oposto ao nº 525 da avenida.

As linhas 122 –Vila do Ipsep e 193 – Tancredo Neves (Príncipe) que utilizam a parada nº 180211 serão transferidas para a parada nº 180224, localizada em frente ao Edifício da AIP (nº 576).

A linha 976 – Paulista (Prefeitura), que utiliza a parada nº 180209, será transferida para a parada nº 180213, localizada no lado oposto ao antigo prédio do INSS e continuará atendendo a parada nº 180230, localizada na Av. Nossa Sra. do Carmo.

Fonte: Secretaria das Cidades

No Recife, Avenida Guararapes se prepara para receber estação do BRT

 

Avenida Guararapes - Relocação das Palmeiras para instalação da estação do BRT
Avenida Guararapes – Relocação das Palmeiras para instalação da estação do BRT – Foto Bruna Monteiro DP/D.A.Press

Começam as obras de implantação de estações do BRT no centro do Recife. As primeiras intervenções ocorrem na Avenida Guararapes. As palmeiras do canteiro central estão sendo  retiradas para dar lugar a uma estação de embarque e desembarque de passageiros.

As árvores estão sendo replantadas a uma distância de cerca de 40 metros do local. A operação começou a ser realizada no final da noite desta segunda-feira, em frente à sede dos Correios.

De acordo com a Secretaria das Cidades, a obra faz parte do projeto Corredor Norte-Sul, exclusivo de transporte rápido de ônibus e não irá alterar as paradas de ônibus ou o itinerário das linhas que circulam pelo local.

O órgão acrescenta que a retirada da vegetação foi aprovada pela Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura do Recife e pela Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH).

Passarela do aeroporto do Recife será inaugurada em janeiro de 2014

Passarela do aeroporto do Recife. Iniciada a intalação da esteira rolante - Foto - Cristiane Silva DP/D.A.Press
Passarela do aeroporto do Recife, iniciada a intalação da esteira rolante – Foto – Cristiane Silva DP/D.A.Press

O último dos 14 módulos de ferro usados na sustentação da passarela do Aeroporto Internacional do Recife – Guararapes/Gilberto Freyre, será instalado até o fim deste mês. Para evitar maiores impactos no trânsito da Avenida Mascarenhas de Morais, por onde a passarela cruza para se conectar com a estação do metrô, as interdições para a obra estão sendo feitas no horário noturno.Segundo a Secretaria das Cidades, cerca de 70% da obra já foi concluída, mas a inauguração do equipamento só deve ocorrer na primeira semana de janeiro de 2014.

A esteira rolante de 220 metros de extensão já começou a ser montada nos módulos que já foram concluídos. Orçada em R$ 23 milhões, ela terá 461,27 m de comprimento e 9,60 m de largura a uma altura de 15,5 m. Além da esteira rolante, haverá ainda elevador e escada. A cobertura do equipamento permitirá a circulação da ventilação natural pelas laterais.

“A gente preferiu não fazê-la climatizada para reduzir os custos de manutenção”, explicou o secretário das Cidades, Danilo Cabral. Por ser uma obra do governo do estado, diretamente ligada à operação do transporte, a manutenção ficará a cargo do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano e não da Infraero.

Já foram montados 13 dos 14 módulos de sustentação da passarela. Foto - Cristiane Silva DP/D.A.Press
Já foram montados 13 dos 14 módulos de sustentação da passarela. Foto – Cristiane Silva DP/D.A.Press

Ainda segundo o secretário das Cidades, toda a estrutura física será concluída até o fim de dezembro, mas somente em janeiro ela entrará em operação. “São necessários alguns testes antes que a passarela seja liberada para uso, por isso estamos programando para a primeira semana de janeiro”, revelou o secretário.

O acesso à passarela pelo aeroporto será na frente do portão B6 (embarque) no primeiro piso. O equipamento segue cruzando a Avenida Mascarenhas de Moraes, passa por um trecho da Rua Barão de Souza Leão, bem na frente do Colégio Maria Tereza, até chegar ao Terminal Integrado do Aeroporto e à Estação do Metrô.

O aeroporto do Recife será o único do país, entre as cidades-sede da Copa do Mundo, a ser interligado com o metrô e, por ele, até a Cidade da Copa. Sem a passarela, as condições de travessia para passageiro que desembarca no aeroporto e quer acessar o metrô são praticamente inexistentes. Atravessar oito faixas, sendo quatro por sentido, arrastanta a bagagem desestimula qualquer tentativa de usar o transporte público.

O táxi ou o carro particular são as opções mais usadas por quem chega ou sai do aeroporto. Outra opção é o ônibus que passa na frente da Praça Salgado Filho, mas nesse caso a limitação é quanto às linhas. A oferta maior fica no Terminal Integrado, que fica no lado oposto ao aeroporto, daí a importância da passarela.

Cinquentinhas terão que ser registradas na CTTU

 

Cinquentinha - reprodução/internet
Cinquentinha – reprodução/internet

As motocicletas de 50 cilindradas, popularmente conhecidas como cinquentinhas, terão que ser registradas e licenciadas em Recife. A Câmara de Vereadores aprovou, nesta segunda-feira (11), o projeto de lei de autoria da prefeitura determinando a iniciativa.

A partir de janeiro de 2014, os proprietários das cinquentinhas deverão cadastrar os veículos junto à Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) para obtenção do Certificado de Registro. A Taxa de Cadastro de Veículo Ciclomotor é fixada na nova lei no valor de R$ 10.

Os ciclomotores e seus condutores ficarão sujeitos ao atendimento das exigências da legislação nacional de trânsito, entre elas, as resoluções do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e portarias do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran).

Para cumprir a nova legislação, a Prefeitura do Recife contará com o apoio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-PE), por meio de convênio, para o registro único gerenciado pelo órgão e/ou realização da vistoria dos veículos.

Segundo as informações da prefeitura, a ausência de registro tem prejudicado diretamente as ações de fiscalização, uma vez que não é possível autuar, ficando assim livre o uso das cinquentinhas por motoristas sem habilitação.

De acordo com o Comitê de Prevenção aos Acidentes de Moto em Pernambuco, as cinquentinhas já respondem por 30% dos acidentes com motocicletas em Pernambuco, embora correspondam a menos de 15% da frota do Estado.

O secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga, afirmou que a capital pernambucana tem, atualmente, mais de 200 mil cinquentinhas, “veículos sem qualquer tipo de controle das autoridades de trânsito”. “O cadastro vai colaborar com as fiscalizações e evitar que pessoas sem carteira de motorista conduzam a moto, além de inibir também que este veículo seja utilizado em crimes”, disse João Braga. Ainda de acordo com o secretário, outras capitais já implantaram a medida, como Salvador, na Bahia.

 

Conheça os maiores obstáculos dos ciclistas nas ruas do Recife

Obstáculos que os ciclistas encontram nas ruas do Recife Foto - Bernardo Dantas DP/D.A.Press
Obstáculos que os ciclistas encontram nas ruas do Recife Foto – Bernardo Dantas DP/D.A.Press

Pedalar pela cidade pode ser uma atividade perigosa para os ciclistas, mesmo para os mais experientes. Motoristas de ônibus que não respeitam a distância mínima, buracos e ciclofaixas irregulares são apenas alguns dos obstáculos enfrentados diariamente para quem usa a bicicleta como meio de transporte principal ou como lazer e esporte. Para o organizador do grupo Kansadus Ciclo Aventuras, Amâncio dos Santos, o que mais o preocupa na hora de sair de casa com a bike, além do fluxo de carros nos horários de pico, é a má estrutura.

“Faltam faixas exclusivas para bikes e as estradas, ruas e avenidas são impróprias. Se durante o dia as ciclofaixas mal existem, imagina pedalar à noite, com tantos buracos”, conta Amâncio, que também fala da dificuldade de pedalar em dias de chuva.

“A ciclovia móvel na rua Vinte e Um de Abril, em Afogados, disponível nos domingos, passa do mesmo lado que a faixa de ônibus, o que não deveria ocorrer”, afirma. Segundo ele, os ciclistas que trafegam por lazer pelo local passam por apuros quando os ônibus param nos pontos de passageiros. A área seria, supostamente, um espaço para a ciclofaixa.

Para Roberta Tavares, do grupo Amigos Para Sempre (APS – Ciclismo Cultural), um dos problemas dos ônibus é o vácuo de ar provocado quando o veículo passa em alta velocidade próximo ao ciclista. “Com a rapidez e o tamanho do ônibus, o vento que bate depois pode desestabilizar a bicicleta”, justifica ela, que indica pedalar em locais de pouco movimento e em grupo para quem está começando.

Em seus percursos, acidentes como o de um colega que teve que desviar de um carrinho de som que vinha na contramão são mais difíceis de acontecer, mas causam bastante estrago. Já quedas em ladeiras são mais comuns. “Um parceiro nosso desceu uma ladeira em alta velocidade, passou por um buraco pequeno, mas seguiu o percurso, mesmo tendo perdido um pouco do equilíbrio. O que ele não contava é que vinha uma lombada logo em seguida. A queda foi inevitável”, relata Roberta.

Pedalando há 3 anos, como esporte e lazer, o engenheiro Guilherme Aires conta que, para ele, o principal elemento de proteção é não estar sozinho. “Você se sente mais seguro, dificilmente um carro se aproxima tanto do grupo como quando você pedala só”, diz. Foi quando voltava, sozinho, de uma pedalada com o grupo APS no dia das mães deste ano, que sofreu um acidente com um táxi.

“Ele foi me espremendo em direção à calçada e fui me afastando, mas a lateral do carro bateu no guidão da bike e me desequilibrei. Caí no asfalto, o taxista parou o carro pra ver o que aconteceu, mas não prestou socorro. Levei algumas semanas para me recuperar, usando uma tala no braço”, afirma Guilherme Aires.

Veja os 11 itens mais comuns dos obstáculos no Bike PE

Obras do corredor Norte Sul chegam em dezembro na Agamenon Magalhães

 

Agamenon Magalhães - Foto - Alcione Ferreira DP/D.A.Press

Os motoristas que circulam pela Avenida Agamenon Magalhães terão de exercitar ainda mais a paciência já a partir da primeira quinzena de dezembro. As obras do Corredor Norte/Sul chegarão à avenida, considerada a espinha dorsal do trânsito no Recife.

Obras numa via tão importante e já saturada pressupõem um plano especial de circulação de veículos. A Secretaria das Cidades estará concluindo esse estudo até o fim deste mês. Por dia, transitam pela avenida quase 80 mil automóveis nos dois sentidos. As mudanças estão sendo definidas pelo Consórcio Heleno Fonseca, que executará a quarta fase do corredor, a mais delicada devido ao trânsito pesado na via. Participam das decisões a Secretaria das Cidades e a Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU).

O corredor Norte/Sul, que inicia em Igarassu, bifurcará no Shopping Tacaruna e seguirá em dois ramais, um pela Avenida Agamenon Magalhães até o Terminal Integrado de Joana Bezerra, e outro pela Avenida Cruz Cabugá até a Estação Central de Metrô do Recife, no Centro. Serão 33,2 quilômetros de faixas exclusivas de ônibus nos moldes BRT e 33 estações.

Cerca de 60% das obras já foram concluídas e a previsão é de que o ramal, orçado em R$ 151 milhões, fique pronto até março. As obras na Cruz Cabugá já estão em andamento. Há uma expectativa de que o motorista ganhe 30 minutos em deslocamento na Agamenon, após a conclusão do corredor.

“Uma artéria como a Agamenon precisa de um olhar especial, devido ao grande volume de veículos. Optamos por fazer essa etapa por último (entre o Shopping Tacaruna e o Centro do Recife) para reduzir os transtornos. Vamos concluir o plano de circulação e logo em seguida começaremos a obra na avenida”, justificou o secretário das Cidades, Danilo Cabral.

Pelo projeto, a Agamenon Magalhães receberá nove das 33 estações de embarque e desembarque. As plataformas serão construídas sobre o canal e os ônibus ganharão uma faixa exclusiva. “Estamos definindo o plano com a prefeitura porque é uma obra que vai interferir na cidade”, disse Cabral.

As plataformas de embarque e desembarque serão fechadas, com ar-condicionado e acesso em nível, facilitando a entrada de pessoas com deficiência. O sistema é semelhante ao usado no metrô. Cada estação contará com guichê, agilizando a compra dos bilhetes, e dispositivo que indicará a previsão de chegada do coletivo. As obras na Avenida Caxangá, que receberá seis estações de BRT no Corredor Leste/Oeste, já estão bem adiantadas.

Maiores cidades do país terão faixa exclusiva para o transporte coletivo

 

Engarrafamento Recife Foto - Blenda Souto Maior DP/D.A.Press
Engarrafamento Recife Foto – Blenda Souto Maior DP/D.A.Press

A construção de faixas exclusivas de ônibus nas cidades brasileiras, com fiscalização eletrônica em tempo integral e melhoria nos pontos de parada é a principal ideia do Programa Emergencial de Qualificação do Transporte Público para Ônibus proposto pela Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU) ao governo federal, por intermédio do Ministério das Cidades.

O programa foi lançado no dia 6/11 em Brasília pela NTU como parte da Campanha Nacional de Qualificação das Redes Convencionais de Transporte Público Urbano, e consiste em oito medidas para melhorar o transporte público coletivo urbano no Brasil.

Segundo a NTU, medida idêntica foi objeto de Resolução Normativa aprovada no mês passado pelo Conselho das Cidades como proposta ao governo federal. A resolução recomenda à Presidência da República priorizar os investimentos federais na qualificação das redes convencionais de transporte urbano com a adoção de propostas elaboradas pelo Comitê Técnico de Mobilidade Urbana.

De acordo com o presidente da NTU, Otávio Cunha, o programa deve “melhorar a qualidade dos serviços e reduzir os custos de operação, com a implantação de quatro mil quilômetros de faixas exclusivas em 46 municípios, todas as capitais e cidades com população superior a 500 mil habitantes, nos próximos 12 meses”. Segundo ele, esses projetos requerem soluções tecnológicas simples, “sem intervenções físicas relevantes e com retorno imediato para o usuário”.

A NTU apresenta como exemplos bem sucedidos do sistema de faixas exclusivas as experiências recentes no Rio de Janeiro, em São Paulo e Goiânia. Em São Paulo, por exemplo, estudos da associação mostram que a velocidade dos ônibus (velocidade média nos trajetos, contando as paradas), chegou a subir 108%, reduzindo o tempo de deslocamento em até 25 minutos.

O presidente da NTU lembra que o governo tem cobrado propostas para melhoria do setor de transporte urbano e destaca que “no caso das faixas, estamos mostrando porque e como fazer”. Ele ressalta, porém, que as soluções devem ser adaptadas à realidade de cada cidade, pois “o mais importante é mostrar que esta é uma medida barata, rápida e eficiente, que serve para qualquer tamanho de cidade”.

Fonte: Portal Mobilize