Taxistas terão que ir para sala de aula para ter certificação da profissão

 

Taxistas terão que fazer curso para exercer a profissão. Foto: Debora Rosa/Esp.DP/D.A.Press.
Taxistas terão que fazer curso para exercer a profissão. Foto: Debora Rosa/Esp.DP/D.A.Press.

Os taxistas terão que fazer curso específico de taxista para exercer a profissão.A capacitação é uma exigência da Lei Federal nº 12.468/2011, que instituiu a profissão de taxista.

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) deu um prazo de três anos para os municípios se adequarem à legislação. Somente no Recife, cerca de 16 mil profissionais trabalham com táxi, sendo 6 mil permissionários e 10 mil motoristas auxiliares, que também terão que fazer o curso.

A capacitação estava prevista para começar neste mês, mas foi adiada para junho a pedido do sindicato da categoria. O curso terá uma carga-horária de 36 horas e inclui desde legislação de trânsito, direção defensiva, primeiros socorros, mecânica e relações humanas. O veículo também deverá estar com as características exigidas pela autoridade de trânsito.

“Todo taxista terá que fazer esse curso, mas nós pedimos o adiamento para negociar o preço do curso que custa R$ 200 para cada um e são mais de 16 mil pessoas”, ressaltou o presidente do Sindicato dos Taxistas de Pernambuco, Everaldo Menezes.

Quatro empresas foram credenciadas pela Companhia de Trânsito e Transporte Urbano do Recife (CTTU) por meio de um processo licitatório para aplicar os cursos.

“O sindicato está tentando conseguir subsídio para a realização do curso, mas quanto demorar mais difícil fica a logística. É uma demanda alta para um número reduzido de empresas”, apontou o gerente de trânsito da CTTU, Rui Lyra.

O presidente do Sindicato dos Taxistas , Everaldo Menezes chegou a cogitar a realização do curso à distância pela internet. “Para isso acontecer teria que se refazer todo o processo licitatório. Não há nenhuma empresa credenciada para internet”, afirmou Rui Lyra.

Segundo ele, a partir de junho o credenciamento dos taxistas só será feito com o certificado do curso e os taxistas que puderam fazer o curso não devem perder tempo. “Não pode chegar junho para todo mundo começar a fazer o curso de uma vez”, alertou.

Empresas credenciadas no Recife:

Calazans Consultoria e Tecnologia
Rua Ribeiro de Brito, 573, salas 710 e 711, Boa Viagem. Telefone: 3048.2915

Cooperativa de Trânsito, Trabalho e Serviços Especializados
Avenida Fernando Simões Barbosa, 266, 4º andar. Telefone: 3033.9850

Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte/ SENAT-
Avenida Beberibe, 3620. Telefone: 2119.0228

Veneza Consultoria em Gestão Administrativa
Rua da Aurora, 555. Telefone: 3104.3103

Fonte: CTTU

Taxistas cobram espaço

 

Um dia depois de protestarem contra a medida da CTTU que proíbe a entrada de táxis não credenciados no Aeroporto Internacional do Recife/Guararapes-Gilberto Freyre, os taxistas do Recife se reuniram ontem com vereadores da cidade para traçarem ações conjuntas para melhorar a mobilidade da capital. Foi a primeira das seis audiências públicas que a Câmara Municipal do Recife vai promover até abril. Em maio, os políticos vão entregar um plano de mobilidade urbana à gestão municipal.

Um dos principais pontos discutido na reunião foi o possível aumento da frota. Atualmente, são 6.125 veículos. O número é considerado suficiente pelos taxistas. E pequeno para a população, que vem reclamando bastante do tempo de espera. “Na realidade, o que existe é um falso sentimento de falta de táxis, mas a carência se deve a um simples e único motivo: o trânsito”, pontuou o diretor do Sindicato dos Taxistas, Severino Ramos. Outro argumento da categoria para a manutenção do número de carros é que o Recife é uma das poucas capitais do país que obedece a norma de um táxi para cada 300 habitantes. Hoje, existe um veículo para 251 recifenses.

O diretor de Transportes da CTTU, Carlos Augusto Elias, confirmou a possibilidade de unir as frotas de Olinda, Recife e Jaboatão nos horários de pico. Os táxis das cidades vizinhas seriam autorizados a embarcar passageiros. “É um novo modelo de pensar a mobilidade em relação aos táxis, mas este projeto ainda está em análise”, disse. Os cerca de 150 taxistas presentes foram contra a possibilidade de juntar as frotas. Entre os pedidos durante a reunião, o mais frisado foi a questão da segurança. Este ano, três taxistas foram assassinados.“Pedimos que sejam implantados GPSs e que haja um dispositivo para acionar a SDS”, disse o presidente do Sindicato dos Taxistas do estado, Everaldo Menezes.

Os taxistas pediram ainda a adoção do “taxi-way”, um sistema de chamada via internet, melhor tratamento por parte dos agentes da CTTU, implantação de novos pontos e direito de circular pelos corredores exclusivos de ônibus. “Vamos avaliar todos os pontos levantados por eles”, informou o  presidente da Comissão Especial da mobilidade urbana do Recife, Geraldo Alves.

Do Diario de Pernambuco

Táxi: quem atendeu mal será punido

 

 

 

Os taxistas que não atenderam bem os foliões durante o carnaval estão na mira das prefeituras do Recife, Olinda e Jaboatão. As denúncias de irregularidades cometidas pelos motoristas nos dias de folia serão apuradas pelos órgãos de trânsito de cada município. No Recife e em Olinda, os condutores que, comprovadamente, não tiverem prestado o serviço adequadamente poderão ser penalizados com multa, advertência, suspensão ou até a cassação da licença para dirigir táxis. Foram registradas 555 denúncias contra esses profissionais no Recife, Olinda e Jaboatão.

No Recife, a CTTU registrou 46 denúncias contra taxistas que se recusaram a pegar passageiros ou operaram com o taxímetro desligado. O desrespeito ao usuário também foi uma reclamação recorrente. Como choveu durante quase todo o carnaval, muitos motoristas negaram corridas a foliões apenas para não molhar o interior do veículo. Segundo a presidente da CTTU, Maria de Pompéia Pessoa, ainda no sábado, o sindicato da categoria foi procurado para evitar que os problemas se prolongassem até o fim do carnaval. “Pedimos para eles conversarem com os profissionais e ameaçamos abrir a concessão”, revelou.

Na próxima segunda-feira, a CTTU vai começar a convocar os taxistas que foram denunciados para apurar as reclamações. Um inquérito administrativo será aberto para que as devidas punições sejam aplicadas. O prefeito João da Costa prometeu conversar com o sindicato da categoria e com os gestores de Olinda e Jaboatão para investigar as denúncias e tentar  evitar transtornos aos passageiros durante eventos de grande porte. “O Recife tem 6 mil táxis. Durante os dias normais, essa frota dá conta. Mas nos grandes eventos, temos enfrentado problemas. A gente pode tentar manter o convênio com Olinda e Jaboatão nos fins de semana e nos eventos maiores. Outra solução seria abrir as concessões e permitir que mais táxis façam parte da frota”, declarou João da Costa.

Em Olinda, foram contabilizadas 500 denúncias contra taxistas, a maioria de motoristas que recusaram corridas com trajetos pequenos e que queriam operar com preço fechado, sem taxímetro. Como, durante o carnaval, os três municípios firmaram convênio para reforçar as frotas em cada um deles, a prefeitura está concluindo um levantamento para saber quantos dos denunciados estão cadastrados em Olinda. Eles poderão ser multados em até R$ 2 mil ou ter o termo de permissão cassado. A Prefeitura de Jaboatão registrou apenas nove denúncias e prometeu apurar todas.

O presidente do Sindicato dos Taxistas Autônomos de Pernambuco, Everaldo Menezes, disse que todos foram orientados para atender bem os passageiros. “Os órgãos de trânsito terão que ter provas das irregularidades. Os que agiram incorretamente terão que responder pelos seus atos”, disse.

Pesquisa aponta os motociclistas como vilões do trânsito

Juliana Colares
julianacolares.pe@dabr.com.br

Já se foi o tempo em que a culpa por todas as barbeiragens no trânsito caía nas costas dos taxistas. O alvo da vez são os motociclistas. Uma pesquisa de opinião pública realizada pelo Instituto Mauríciu de Nassau mostrou que, para os recifenses, os condutores de motocicletas são os mais imprudentes no trânsito. Dos 624 entrevistados, 80% acreditam que os motociclistas agem de forma irresponsável, 75,4% dizem que eles desrespeitam as leis de trânsito e 56,6% defendem que eles são os responsáveis pela epidemia de acidentes de moto. Enquanto isso, motoristas de ônibus e de táxis aparecem como prudentes para 60% e 68,6% dos entrevistados, respectivamente.
A observação dos recifenses sobre os motociclistas encontra respaldo na opinião daqueles que trabalham com análise de tráfego e de acidentes de trânsito. “Nós do Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto filmamos, durante várias horas, ruas e sinais. E percebemos que os motociclistas só respeitam o sinal verde”, disse o coordenador executivo do comitê, João Veiga. Na visão dele, a maioria dos acidentes de moto ocorrem por culpa do motociclista. “Ele é imprudente na hora de conduzir e de se portar. O motociclista morre porque anda sem capacete, porque não afivela o capacete direito, porque avança o sinal, porque se porta irresponsavelmente no trânsito. E quase 20% dos atropelamentos que ocorrem no estado já são de pedestres atingidos por motos nas calçadas”, complementou.
Professor colaborador do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Urbano da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), César Cavalcanti também defende que, na maior parte dos casos, a culpa pelo acidente encolvendo motos é dos condutores de motos. “O usuário das ruas percebe que o comportamento da maioria dos motociclistas não obedece a legislação de trânsito ou as regras de convivência civilizada. A pesquisa demonstra a sensação real do que está se passando no tráfego do país, não apenas no Recife”, disse.
A percepção extremamente negativa do motociclista pelo recifense chamou a atenção do coordenador da pesquisa Opinião pública e trânsito – percepções e valores dos indivíduos sobre o trânsito e seus atores, o economista Djalma Guimarães. Mas ele pondera que se a maioria dos entrevistados fosse usuária de carros (66,1% andam de ônibus), a opinião sobre a prudência de taxistas e motoristas de coletivos poderia ser diferente.
O vice-presidente do Sindimoto, sindicato que representa quem trabalha com motocicletas no estado, Francisco Machado, é voz contrária à opinião da maioria. Ele defende que o motociclista não é o principal culpado pelos acidentes e que tanto condutores de motos quanto motoristas de automóveis deveriam passar por mais aulas de educação no trânsito. Só em 2010, 602 motocilcistas morreram em Pernambuco.