Ônibus por opção

 

O assessor parlamentar Felipe Moura prefere ir ao trabalho de ônibus Foto Blenda Souto Maior DP/D.A.Press
O assessor parlamentar Felipe Moura prefere ir ao trabalho de ônibus Foto Blenda Souto Maior DP/D.A.Press

Andar de ônibus por uma questão de escolha é mais comum do que se pensa. E uma decisão ecologicamente sustentável. No Brasil, o transporte público sempre esteve associado à baixa renda. Talvez isso explique a polêmica nas redes sociais com a imagem da atriz Lucélia Santos em um ônibus no Rio de Janeiro.

O tamanho do espanto é proporcional à cultura que foi criada em prol do carro. Tanto do ponto de vista social, quanto em relação às políticas de investimento voltadas para o transporte individual nos últimos 40 anos. A cada mês mais de 2,3 mil veículos são registrados no Recife. A cidade tem hoje uma frota de 641 mil carros. Mas há os que preferem fazer o caminho inverso, assim como Lucélia. Enquanto isso, dois milhões de usuários fazem uso de três mil coletivos que circulam no Grande Recife diariamente.

O Diario vai contar a história de três pessoas que fazem os deslocamentos de ônibus por opção. A funcionária pública Moriseta Maria Ferreira da Silva, 64 anos, não pensa duas vezes na hora de deixar o carrona garagemdoprédio onde mora na Avenida Rosa e Silva e caminhar até a Avenida Rui Barbosa para pegar o ônibus e ir trabalhar, no Fórum Joana Bezerra. “Não aguento o estresse do trânsito e o ônibus me deixa na frente do trabalho. É muito mais prático e não sou eu quem está dirigindo”, argumentou.

A funcionária pública Moriseta Silva deixa o carro em casa e usa o ônibus para ir ao trabalho Foto - Blenda Souto Maior DP/D.A.Press
A funcionária pública Moriseta Silva deixa o carro em casa e usa o ônibus para ir ao trabalho Foto – Blenda Souto Maior DP/D.A.Press

O assessor parlamentar Felipe Moura, 36, mora na Rua 48, no bairro do Espinheiro, e trabalha na Assembleia Legislativa. O carro deixou de ser uma opção há muito tempo. Ele conta que na rua onde mora passam várias linhas de ônibus na porta do prédio e ele desce a poucos metros de onde trabalha. “Acho muito complicado ter um carro hoje em dia. O trânsito é horrível e ainda teria que me preocupar com estacionamento”.

O espanhol Isidoro Castellanos, diretor do Instituto Cervantes, veio morar no Recife há um ano. Ele já tinha o hábito de usar o transporte público em seu país e aqui também optou pelo ônibus. Ele mora em Boa Viagem e trabalha na Avenida Agamenon Magalhães. “Quantomenos carros,melhor para a cidade. E onde eu moro é bem servido de ônibus. Às vezes, a viagem demora mais por causa do engarrafamento, mas seria difícil também se fosse de carro”, apontou.

Migração
Especialista em mobilidade urbana, oengenheiroGermanoTravassos sempre que pode também usa o ônibus. Segundo ele, se 20% da demanda do automóvel migrasse para o transporte público acabaria com a maioria dos congestionamentos. “Um requisito básico é que as demandas sejam atendidas, mas há ainda no Brasil uma segregação social muito forte, que cria uma barreira para que as classes mais altas migrem para o transporte público”, ressaltou. Também especialista em mobilidade, o engenheiro César Cavalcanti é usuário de ônibus. “Eu vou e volto do trabalho de ônibus”, revelou Cavalcanti.

Recife entre as capitais com maior tempo de deslocamento de casa para o trabalho

 

Engarrafamento - Foto - Alcione Ferreira DP/D.A.Press

O tempo médio que os moradores das principais capitais brasileiras demoram no trajeto casa/trabalho é relativamente maior, na comparação com regiões metropolitanas com mais de 2 milhões de habitantes de outros países. Em São Paulo e no Rio de Janeiro o cidadão gasta 31% a mais de tempo no percurso. Os dados constam de estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que analisou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no período entre 1992 e 2009.

O estudo mostrou que, dentre as principais capitais do mundo, São Paulo (42,8 minutos) e Rio (42,6 minutos) só ficam atrás de Xangai (50 minutos). No mesmo ranking, Recife e Distrito Federal ficaram à frente de capitais como Nova York, Tóquio e Paris, com demora de 35 minutos em média para a população se deslocar de casa para o trabalho. As análises também mostraram uma queda na qualidade dos serviços de transporte público no país.

“Os dados apontam que tem havido piora nas condições de transporte urbano das principais áreas metropolitanas do país desde 1992, com um aumento nos tempos de viagem casa/trabalho. Esta piora nas condições de transporte parece estar relacionada a uma combinação de fatores, incluindo o crescimento populacional, a expansão da mancha urbana e o aumento das taxas de motorização e dos níveis de congestionamento”. Um exemplo recente se deu no Distrito Federal. O governo local passou a administrar várias linhas de uma empresa privada em razão de uma série de queixas da população.

O pesquisador Rafael Pereira, responsável pelo estudo, acredita que a grande quantidade de dados apresentados seja útil para que os governos possam pensar em formas de diminuir o tempo gasto pelos cidadãos no trânsito. Ele acredita, porém, que tais informações sejam apenas um ponto de partida. “Esperamos que esses dados sejam incorporados no debate sobre o tema nesses núcleos mais específicos. Eles seriam úteis para saber, por exemplo, se a as obras para a Copa do Mundo e a Olimpíada seriam eficazes na resolução do problema de mobilidade urbana. Porém, não pode ser a única fonte de dados. É necessário um estudo específico em cada região”.

Na última terça-feira (12), o ministério das Cidades publicou a Portaria nº114/2013, criando um grupo de trabalho voltado para a criação de um Sistema de Informações em Mobilidade Urbana. De acordo com a portaria, o objetivo é “ser referência nacional para a formulação de políticas públicas na área de mobilidade urbana”. O grupo de trabalho deverá contar com representantes da Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades, do Ipea e da Associação Nacional de Transportes Públicos, dentre outras entidades. O grupo deve ser instalado em, no máximo, 45 dias.

Fonte: Agência Brasil

Estudantes poderão ter passe livre em ônibus entre casa e escola

A Câmara analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 110/11, do deputado Romero Rodrigues (PSDB-PB), que torna obrigatório o transporte coletivo gratuito, entre a casa e a escola, para os estudantes de todos os níveis do ensino.

A proposta também cria o fundo de financiamento do passe livre do educando, com o objetivo de custear o transporte gratuito. Esse fundo deverá ser instituído por lei, depois que a emenda entrar em vigor.

Romero Rodrigues argumenta que obrigar o Estado a oferecer transporte gratuito aos estudantes vai complementar o ensino público obrigatório. “De nada adianta garantir a gratuidade do ensino, se o aluno não tem como chegar ao estabelecimento de ensino, por absoluta carência de meios financeiros para custear o transporte de ida e volta de sua residência à escola”, justifica.

Tramitação
A PEC terá a admissibilidade analisada pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Se aprovada, será analisada por uma comissão especial a ser criada para esse fim. Depois, seguirá para o Plenário, onde precisará ser votada em dois turnos e ser aprovada por 3/5 dos deputados.

Fonte: Agência Câmara de Notícias

Em São Paulo 4,5 mil bicicletas para o transporte de alunos

 

A cidade de São Paulo, que está cada vez mais olhando para a bicicleta como um meio de transporte importante, terá nos próximos dias um super projeto promovido pela Prefeitura da cidade para incentivar o uso da bicicleta por alunos da rede municipal de ensino.

De acordo com reportagem do jornal O Estado de São Paulo, a Prefeitura de São Paulo prevê colocar 4,6 mil bicicletas à disposição dos alunos de 45 Centros Educacionais Unificados (CEUs) para o deslocamento entre casa e escola.

Nesta fase do projeto, monitores serão contratados para acompanhar os estudantes, o que garantirá a segurança de todos. A ideia é fazer com que os alunos façam os trajetos no esquema de “bike-bus”, um comboio de bicicletas como se fosse um ônibus escolar.

O projeto da Secretaria Municipal de Educação é dividido em quatro etapas e tem como objetivo principal atingir os alunos entre o 6º e 9º ano do Ensino Fundamental (10 a 14 anos).

A primeira etapa do projeto foi a instalação de paraciclos nas escolas municipais, como já noticiamos aqui noEu Vou de Bike. Na segunda fase, os alunos recolhem materiais recicláveis utilizados para a fabricação dos quadros de 4,6 mil bicicletas!

A terceira fase do projeto é muito importante e visa criar uma cultura de educação no trânsito e aulas de equilíbrio. Com as aulas, os alunos terão mais condições de pedalar pelas ruas com segurança e ainda serão adultos motoristas mais conscientes de seu papel na via pública. Nesta fase, a Secretaria Municipal de Educação espera receber da população propostas e ideias da gestão das escolas.

A quarta fase do projeto, que é quando os alunos começam realmente a fazer seu trajeto para a escola de bicicleta, deve começar no ano que vem. O uso da bicicleta pelos alunos será opcional, e todos os pais terão de concordar por escrito antes de o filho pegar a bicicleta emprestada. “Tudo isso vai ser feito com muito cuidado e zelo, coordenado com os órgãos de trânsito. Os meninos terão aulas de como pedalar nas ruas e serão acompanhados pelos monitores. Como são alunos de CEU, normalmente já moram mais próximos da escola”, afirmou o secretário municipal de Educação, Alexandre Schneider, em entrevista aoEstadaão.

 

Fonte : Do blog Eu Vou de Bike