Dia mundial sem carro. Vá de ônibus, metrô, a pé ou de bicicleta

Dia mundial sem carro - Reprodução internet
Dia 22 de setembro é o Dia Mundial Sem Carro. É um movimento que surgiu na França, no final dos anos 90 e chegou ao Brasil em 2001. O objetivo principal da iniciativa é estimular uma reflexão sobre os problemas causados pelo uso intenso de automóveis como forma de deslocamento, sobretudo nos grandes centros urbanos, e um convite ao uso de meios de transporte sustentáveis.

A idéia é deixar o carro na garagem e buscar formas alternativas de transporte, diminuindo a quantidade de veículos nas ruas e reduzindo assim os congestionamentos, e consequentemente, a poluição.

Boa opção para quem deseja aderir ao Dia Mundial Sem Carro é utilizar o ônibus ou a bicicleta como meio de transporte. No caso da bike, além de permitir a prática de uma atividade física simultânea ao deslocamento, ela ajuda a diminuir a poluição e é minimamente afetada por engarrafamentos.

Pensando nisso, durante os dias 18 e 25 deste mês de setembro, em Recife, alguns voluntários estarão dispostos a ajudar aqueles que têm vontade de pedalar ao trabalho, mas tem receio, por qualquer que seja o motivo.

A iniciativa partiu de Rudiney Barbosa, da Ameciclo (Associação Metropolitana de Ciclistas da Grande Recife) e conta com o apoio do Porto Digital. “Há um tempo atrás, uma empresa de comunicação daqui de Recife promoveu um dia de bike ao trabalho, para seus funcionários. A empresa criou um bicicletário e forneceu um café da manhã no tal dia. Neste mês de setembro, devido esta data do dia mundial sem carro, pensei em aumentar a abrangência desta ideia”, conta Rudiney.

A campanha não se restringirá apenas à Semana do Trânsito. Os voluntários prometem atender a todos os inscritos. Para participar, basta se inscrever aqui https://docs.google.com/forms/d/1zcDONaW8XTamG_80yT_Zq3zJ-5LYh7ncD2YcOzYLCSU/viewform e um voluntário lhe acompanhará da sua casa ao trabalho.

Dia mundial sem carro - reprodução internet

Sobre a campanha

O objetivo é estimular a reflexão sobre a real necessidade da utilização de seu carro, visando à percepção sobre a existência de outros meios de transporte alternativos, em Recife.
A Bicicleta pode e deve ser utilizada, no mínimo em pequenos deslocamentos contribuindo dessa forma parar a melhoria da mobilidade de sua cidade. Pois pedestres e ciclistas, assim como os veículos motorizados, compõem o trânsito.

Sobre os Condutores-Voluntários:

São pessoas que já utilizam a bicicleta em seus deslocamentos e estão dispostas a te conduzir. Fazendo com que aos poucos você tenha a opção de mais um modal. Muitos condutores são cidadãos, que assim como você, desejam uma cidade melhor pra se viver e voltada para as pessoas, alguns são Bike Anjos, outros são Ameciclistas (associados da Ameciclo – associação metropolitana de ciclistas do grande Recife), ou simplesmente entusiastas da Bicicleta.

Um dia sem carro, quando?

 


Por

Tânia Passos

A dinâmica do trânsito em um sábado não é a mesma dos dias úteis, mas pode ser uma boa oportunidade para neste 22 de setembro, Dia Mundial sem Carro, você começar uma experiência que pode mudar um padrão de comportamento de total dependência daqui para a frente. Em um universo de mais de dois milhões de veículos no estado, sendo metade na Região Metropolitana do Recife, deixar o carro em casa pode fazer toda a diferença. Seja por um dia, dois, três, semana, mês ou ano. Sonho? Mudar os hábitos e criar outras formas de deslocamento, até bem pouco tempo, pareceria coisa de outro mundo, que não o nosso, mas hoje já serve como reflexão e oportunidade. A discussão sobre mobilidade em uma cidade travada e a possibilidade de diversificar os modais ganha adeptos entre os recifenses que, pela primeira vez, estão mais mobilizados para a campanha hoje.

A dependência do carro, no entanto, se tornou um obstáculo que vai além da discussão da melhoria do transporte público. É bem mais fácil que “alguém” faça a escolha de deixar o carro em casar para que o caminho fique livre para o nosso carro passar. Quem mais reclama dos congestionamentos é quem menos está disposto a abrir mão do seu quadradinho de rodas. Mas há sempre possibilidade de mudanças. Foi no dia 22 de setembro de 2010, que o funcionário público Márcio Cabral, 39 anos, resolveu atender ao apelo da campanha mundial de deixar o carro por um dia e fazer os deslocamentos em outros modais.
Disposto a contribuir com a mobilidade e o meio ambiente, mesmo sendo um dos poucos na cidade a aderir à causa naquele ano, ele aceitou o desafio e desde então adotou o ônibus como seu principal meio de locomoção e não se arrepende. O carro passou a ficar mais tempo na garagem e Márcio descobriu que o veículo poderia ser utilizado nos finais de semana para o lazer.

Hoje, a campanha que surgiu na Europa, no final do século 20, volta a dar um recado para um momento de reflexão. Deixar o carro em casa, por um dia. O bombeiro Jardel Santana, 38, usa o carro de duas a três vezes por semana. Nos outros dias utiliza o ônibus e o metrô. “Quando estou sozinho, eu uso transporte público, mas se preciso trazer os filhos e a esposa para resolver alguma coisa, prefiro o carro”, explicou o bombeiro, que também costuma oferecer carona. “Não gosto de andar sozinho no carro. Acho um desperdício”, revelou.
A pé, de táxi…


O ônibus ou o metrô são opções de transporte, mas não só. Dependendo do percurso, o deslocamento pode ser feito de bicicleta, a pé, táxi ou com a junção de mais de um meio de transporte. A independência do carro é também uma escolha. A bióloga Lígia Lima, 26 anos, que participou do 1º Desafio Intermodal do Recife, prefere fazer a maior parte dos seus deslocamentos a pé. “Em alguns trechos também uso a bicicleta e se a distância for muito grande, eu vou de ônibus, mas dificilmente de carro”, afirmou. Para o ciclista Enio Paipa, vencedor do Intermodal do Recife, a bicicleta é um meio de transporte que ele não abre mão. “Eu percorro em média 50 quilômetros por dia de bicicleta. É, sem dúvida, meu principal meio de transporte”, revelou.

Deixar o carro em casa é uma escolha que a funcionária pública Mardilene Ferreira, 52, ainda não está disposta a fazer. Embora seja simpática à ideia da campanha do Dia Mundial sem Carro, ela admite sua dependência do automóvel. “Posso deixar de usar o carro por um dia, mas não sairei para lugar nenhum. Se for feijão ou nada, eu fico com nada”, revelou. Ela mora em Boa Viagem, trabalha em Olinda e tem um filho estudando na Unicap. “Vou trabalhar de carro, volto para almoçar em casa e à tarde vou levar meu filho na aula. Às vezes é preciso buscá-lo à noite”, revelou. E o congetionamento?

“É a parte ruim. Eu tenho que calcular com uma hora meia de antecedência os compromissos e o carro ligado muito tempo gera muita poluição. Meu sonho é ter um carro elétrico. Pelo menos vai poluir menos”. Pode ser, mas não melhora a mobilidade.