Novas regras para ônibus intermunicipais em 2015

 

Sistema de transporte das linhas intermunicipais vai se adequar à licitação Foto Ricardo Fernandes DP/D.A.Press
Sistema de transporte das linhas intermunicipais em Pernambuco terá que se se adequar à licitação – Foto Ricardo Fernandes DP/D.A.Press

 

A Região Metropolitana do Recife teve uma licitação para linhas de ônibus do Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP) que pode não ter sido exatamente como se esperava. Mas, de uma forma ou de outra, a população teve conhecimento dos pontos positivos e negativos de um processo que deixou de fora, por exemplo, cerca de 70% dos ônibus do sistema quanto à obrigatoriedade de ter refrigeração.

Mas há uma outra licitação que pouco se falou ou se sabe a respeito. Trata-se da licitação para as linhas intermunicipais sob a responsabilidade da Empresa Pernambucano de Transporte Intermunicipal (EPTI). O público, em geral, já está acostumado a cobrar ações da empresa Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, no âmbito metropolitano, mas dificilmente associa a EPTI ao transporte intermunicipal, até agora.

A questão, no entanto, não está na falta de visibilidade da empresa em si, mas das implicações do processo licitatório para quem utiliza o sistema. Só em termos comparativos, a licitação da RMR foi dividida em sete lotes. Para o restante do estado, a licitação da EPTI prevê apenas três lotes. Das 20 empresas que atuavam no transporte intermunicipal, apenas cinco deverão permanecer. Isso vai implicar em melhoria ou não para o serviço? O fato é que já há uma denúncia junto ao Ministério Público de Pernambuco (MPPE) e é importante que se investigue mesmo para saber o que será melhor para a população.

Só 30% dos ônibus vão ter ar

Passageiros ônibus/Recife - Foto - Roberto Ramos /DP/D.A. Press
Passageiros ônibus/Recife – Foto – Roberto Ramos /DP/D.A. Press

A última etapa da licitação do Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP) da Região Metropolitana do Recife começa amanhã com a publicação do edital das linhas referentes aos lotes 3, 4, 5, 6 e 7, que correspondem a 70% do sistema. A publicação do edital não deverá surpreender os empresários do setor.

O governo vai manter os mesmos critérios em relação às exigências de climatização, câmbio automático e motor traseiro nos ônibus, referente ao edital dos lotes 1 e 2, onde estão inseridos os corredores Norte/Sul e Leste/Oeste. Dessa forma, as empresas terão até dois anos para climatizar os ônibus que façam parte das linhas do Sistema Estrutural Integrado (SEI).

Já os ônibus convencionais não têm mais prazo para climatização. No primeiro edital, lançado em janeiro deste ano, a previsão era refrigerar toda a frota do SEI até junho de 2014 e os convencionais até 2020, mas a licitação foi esvaziada e o governo acabou cedendo à pressão dos empresários.

Na prática, dos 2.603 ônibus da frota prevista com a nova licitação para todo o sistema, somente 764 serão climatizados em até dois anos, o que corresponde a 30% da frota. De acordo o secretário das Cidades, Danilo Cabral, a climatização vai atender principalmente os ônibus que integram o Sistema Estrutural Integrado (SEI), que atualmente têm uma frota de 1.416 veículos e deverá passar a ter 852.

“Nós estamos priorizando a frota do SEI, que hoje atende 800 mil usuários e, com a implantação dos 25 terminais, passará a atender 1,6 milhão de usuários”, afirmou. Segundo o presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, a climatização dos ônibus convencionais pode ser definida no futuro depois que se tiver dados concretos de custo.

“Nós não temos no país nenhum parâmetro com toda a frota climatizada para avaliarmos os custos. Nós esperamos que a frota que será climatizada em até dois anos possa nos dar subsídios para definir se compensa ampliar a refrigeração para toda a frota”, explicou Nélson Menezes.
A nova licitação vai cobrir 269 linhas com uma frota de 1.892 veículos, sendo 1.338 convencionais e 554 articulados no modelo padron, dotado de câmbio automático e motor traseiro, uma das principais reivindicações dos motoristas. “Em uma das inaugurações dos terminais um motorista me parou e disse que chega a passar até 500 machas por dia. O câmbio automático trará mais conforto ao usuário e principalmente ao motorista”, ressaltou o governador Eduardo Campos.

Os ônibus que serão equipados com câmbio automático e motor traseiro também serão climatizados, o que chega ao mesmo percentual de 30% da frota. As empresas têm até dois anos para implantar os equipamentos, sendo 50% da frota no primeiro ano.

Conheça as empresas que apresentaram menor preço para a licitação dos corredores de BRT no Recife

 

Terminal da Macaxeira - Foto - Hélder Tavares DP/D.A.Press
Os lotes 1 e 2 da licitação dos corredores de ônibus do BRT (Bus Rapid Transit) da Região Metropolitana do Recife já estão com as empresas classificadas com o critério de menor preço. O lote 1, que corresponde ao corredor Norte/Sul, entre Igarassu e Recife com 33,2 km de extensão e 33 estações de embarque e desembarque, deve ficar nas mãos do consórcio Conorte, formado pelas empresas de ônibus: Itamaracá, Cidade Alta e Rodotur.

Já o lote 2 referente ao corredor Leste/Oeste, entre Camaragibe e Recife com 12 km de extensão, teve como menor proposta de preço, segundo o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, a empresa Rodoviária Metropolitana.

Dentro de 15 dias haverá análise das propostas técnicas e no dia 13 de agosto ocorrerá a classificação provisória e a abertura da habilitação propriamente dita.

Os outros cinco lotes devem ser licitados em uma segunda etapa, prevista para o dia 30 de agosto deste ano, sendo eles o corredor da José Rufino e Abdias de Carvalho; Mascarenhas de Moraes; Rosa e Silva, Rui Barbosa e Avenida Norte; Beberibe e Presidente Kennedy; Domingos Ferreira e BR-101 Cabo/Ipojuca. Segundo o governo, o custo estimado para a prestação de serviço nos sete lotes é de R$ 15 bilhões, sendo que os dois primeiros têm uma previsão de R$ 4,5 bilhões ao ano.

A licitação passou por mudanças também em seu modelo, que passa a se basear apenas na menor remuneração, seguindo sugestão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), embora sejam exigidos a comprovação de capacidade técnica operacional das empresas. Os vencedores do edital terão direito de exploração de 15 anos, renováveis por mais cinco.

Os requisitos e indicadores de qualidade foram mantidos no novo edital, que coloca a idade média máxima da frota em três anos e meio para ônibus convencionais e oito anos para os articulados e TROs, sendo que cada veículo convencional só poderá rodar por até sete anos, enquanto os articulados, por dez anos.

O processo licitatório exige ainda que as linhas de TRO atuem com ar-condicionado até junho de 2014 e que as linhas ‘troncais’ contem com o equipamento até junho de 2015. O Grande Recife Consórcio de Transporte ainda estuda como estender para o resto da frota o benefício. O edital pode ser conferido na página do Grande Recife.

Sistema de monitoramento
O Grande Recife abriu também licitação para o Sistema Inteligente de Monitoramento da Operação (Simop), publicado no Diário Oficial no dia 14 de junho. Estimado em R$ 53,7 milhões, o processo deve ser concluído até agosto.

A licitação prevê a implantação de computadores de bordo em toda a frota do Sistema, a fim de otimizar a gestão e conseguir passar à população uma previsão real dos horários dos ônibus. As informações do processo também podem ser consultadas na página do Grande Recife

Abertura das propostas da licitação das linhas de ônibus do Grande Recife

Ônibus Conde da Boa Vista - Foto - Annaclarice Almeida /DP.D.A.Press

A abertura das propostas da licitação das linhas de ônibus do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP) está sendo feita neste momento na sede do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano. Ao contrário da primeira licitação que foi deserta, dessa vez várias empresas estão levando as suas propostas. O número de empresas concorrendo à licitação só será divulgado no início da tarde. A homologação está marcada para o dia 30 de setembro e no dia 10 de outubro está prevista a assinatura dos contratos e início da operação em 2014.

O edital passou por mudanças após o fracasso da primeira licitação em janeiro passado. Uma das mudanças foi a decisão de dividir a licitação em duas etapas. A primeira conta com dois lotes, referentes aos corredores de ônibus Norte/Sul e Leste/Oeste, que juntos correspondem a 115 linhas, o que equivale a 30% da frota, já incluindo os veículos do Transporte Rápido por Ônibus (TRO) ou BRT (Bus Rapid Transit).

Os outros cinco lotes devem ser licitados em uma segunda etapa, prevista para o dia 30 de agosto deste ano, sendo eles o corredor da José Rufino e Abdias de Carvalho; Mascarenhas de Moraes; Rosa e Silva, Rui Barbosa e Avenida Norte; Beberibe e Presidente Kennedy; Domingos Ferreira e BR-101 Cabo/Ipojuca. Segundo o governo, o custo estimado para a prestação de serviço nos sete lotes é de R$ 15 bilhões, sendo que os dois primeiros têm uma previsão de R$ 4,5 bilhões ao ano.

A licitação passou por mudanças também em seu modelo, que passa a se basear apenas na menor remuneração, seguindo sugestão do Tribunal de Contas do Estado (TCE), embora sejam exigidos a comprovação de capacidade técnica operacional das empresas. Os vencedores do edital terão direito de exploração de 15 anos, renováveis por mais cinco.

Os requisitos e indicadores de qualidade foram mantidos no novo edital, que coloca a idade média máxima da frota em três anos e meio para ônibus convencionais e oito anos para os articulados e TROs, sendo que cada veículo convencional só poderá rodar por até sete anos, enquanto os articulados, por dez anos.

O processo licitatório exige ainda que as linhas de TRO atuem com ar-condicionado até junho de 2014 e que as linhas ‘troncais’ contem com o equipamento até junho de 2015. O Grande Recife Consórcio de Transporte ainda estuda como estender para o resto da frota o benefício. O edital pode ser conferido na página do Grande Recife.

Sistema de monitoramento
O Grande Recife abriu também licitação para o Sistema Inteligente de Monitoramento da Operação (Simop), publicado no Diário Oficial no dia 14 de junho. Estimado em R$ 53,7 milhões, o processo deve ser concluído até agosto.

A licitação prevê a implantação de computadores de bordo em toda a frota do Sistema, a fim de otimizar a gestão e conseguir passar à população uma previsão real dos horários dos ônibus. As informações do processo também podem ser consultadas na página do Grande Recife

Novo edital para o transporte público do Grande Recife aumenta prazo para instalar ar-condicionado

 

Terminal da Macaxeira - Foto - Hélder Tavares DP/D.A.Press

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Tânia Passos

Em meio às manifestação populares em todo o país e onde o transporte público é uma das principais bandeiras, o governo do estado lançou, ontem, o segundo edital de licitação para o Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP). A segunda tentativa ocorre 70 dias após o fracasso da primeira, que ficou deserta. Nenhuma empresa apareceu para concorrer.

O segundo edital tem a missão de ser mais atraente aos empresários do setor e ao mesmo tempo responder aos anseios da população que exige melhorias no transporte público. Uma das mudanças é que a licitação foi dividida em duas etapas: a primeira com dois lotes, ondes estão inseridos os corredores exclusivos Norte/Sul e Leste/Oeste e a segunda com cinco lotes, prevista para agosto deste ano.

Outra mudança é que apenas os ônibus que irão circular nos corredores do sistema BRT (Bus Rapid Transit), sigla inglesa para transporte rápido por ônibus, serão climatizados em 2014. E até junho de 2015, os articulados (sanfonados), que já atuam no sistema convencional.

O edital anterior previa climatização em todos os ônibus do Sistema Estrutural Integrado (SEI) em 2014 e o restante da frota até 2020. Agora, o cronograma do restante da frota dependerá de uma definição sobre o real custo da refrigeração, que não encontrou consenso entre os empresários e o órgão gestor.

A avaliação do consumo do díesel  com o uso do ar-concionado será apresentada até dezembro de 2014. “Nenhuma cidade brasileira tem toda a frota climatizada. Não temos parâmetro para comparar”, revelou o secretário das Cidades, Danilo Cabral. Segundo ele, o primeiro edital previa um custo de 7% a mais no consumo de combustível. Já os empresários apresentaram que o acréscimo seria de até 30%. “Para termos uma informação mais precisa, os ônibus estarão equipados com um equipamento de telemetria, que irá medir o real consumo”, afirmou o secretário.

A homologação da licitação dos dois primeiros lotes está prevista para setembro deste ano. Dessa forma, o estado acredita que haverá tempo suficiente para providenciar a compra dos ônibus do sistema BRT. “Até março de 2014, toda a frota poderá estar disponibilizada, mas a gente pretende iniciar a operação dos dois corredores em janeiro de 2014. Não é necessário, no entanto, iniciar com toda a frota”, explicou o presidente do Grande Recife, Nélson Menezes.

A exploração do sistema pelas operadoras que vencerem a licitação permanece de 15 anos, podendo prorrogar por mais cinco. O custo estimado para a prestação de serviço nos sete lotes é de R$ 15 bilhões. Para esta licitação irá prevalecer o menor preço. “No edital anterior havia a combinação de preço e técnica. O critério sugerido pelo Tribunal de Contas do Estado é o da menor remuneração, mas não iremos abrir mão da qualidade”, ressaltou o secretário.

Estatizar o transporte público. São Paulo pode partir na frente e o Recife?

ônibus recife - Foto Annaclarice Almeida DP/D.A.Press

No momento em que o país abre a discussão da melhoria do transporte público e até a possível mudança da matriz do transporte  rodoviário para o ferroviário, outra discussão coloca os empresários de ônibus em mais uma saia justa. Em São Paulo já se cogita a ideia da estatização do sistema de transporte público.

Na Região Metropolitana do Recife, o sistema de transporte público de passageiros terá sua primeira licitação. O edital chegou a ser lançado em janeiro deste ano, mas teve que ser cancelado porque nenhuma empresa se habilitou.O estado se prepara para faze o relançamento do edital ainda este mês. Mas, na verdade seria uma ótima oportunidade do governador Eduardo Campos dar as cartas ou, até mesmo, cogitar a estatização do sistema no estado.

Muitas variáveis precisam ser analisadas, claro. Mas o que se viu, até agora, foi uma dependência total do modelo que temos hoje, E que só interessa aos empresários do setor. Isso, inclusive justifica o fato de nenhuma empresa ter participado do primeiro edital lançado este ano. Mudar para que?

O que ninguém contava era com o tamanho das manifestações em todo o país por melhorias.Ter dado as costas para o primeiro edital pode não ter sido um bom negócio para os empresários. O cenário mudou e as exigências agora são muito maiores. Resta saber até onde o estado está disposto a mudar o que está posto hoje e que há muito não representa o interesse da maioria.

Logo abaixo a matéria do Portal Mobilize sobre a possível estatização em São Paulo:

Imagine a cidade de São Paulo com o serviço público de ônibus estatizado. Embora soe improvável para muitos, essa proposta já chegou à mesa do secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto, assim como outra, que prevê uma mescla entre o sistema atual, de concessão à iniciativa privada, e a estatização total dos coletivos.

Tatto defende o modelo em vigência, mas diz “estar aberto” para ouvir outros cenários. “Temos vários modelos que poderiam ser analisados”, disse ontem, em seminário sobre a integração dos transportes na Universidade de São Paulo (USP).

“A cidade está no momento propício para debater tudo, todo o sistema de transporte. Eu tenho convicção de que, da maneira como está organizado em cima da lei existente, é possível melhorar o sistema (em vigor).”

A Prefeitura já foi responsável por grande parte do sistema de ônibus de São Paulo. Em 1947, criou a Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC) como forma de impedir que o controle da área ficasse só sobre controle privado. Mas a gestão era complexa: quando foi extinta, em 1993, o custo do passageiro transportado pela CMTC era de US$ 1,33, enquanto que nas empresas privadas era de US$ 0,30. Dez anos depois, quando Marta Suplicy era prefeita e Tatto era secretário de Transportes, também se cogitou a volta da CMTC. Os estudos não avançaram.

Atualmente, a gestão Fernando Haddad (PT) está novamente em processo de renovar os contratos com as empresas e cooperativas de ônibus da capital – assinadas na gestão Marta. O custo da nova licitação, que vale por até 15 anos, é de R$ 46,3 bilhões – o maior da história.

Segundo Tatto, o modelo da estatização transformaria motoristas e cobradores em funcionários públicos. “Tem um outro (cenário) em que a garagem e os funcionários ficam com os operadores (empresários).” Por sua vez, a Prefeitura compraria e seria dona dos ônibus – uma frota de cerca de 15 mil veículos.

“E tem o modelo que fala da tarifa zero. Do ponto de vista de custo, você tira de imediato o cobrador e toda essa parafernália do validador, tira a catraca”, explica o secretário. Nesse contexto, o custo público seria de aproximadamente R$ 4,5 bilhões para manter o sistema.

Modelo das rodovias. O Estado apurou que o governo estuda ainda a possibilidade de firmar contratos do tipo oneroso, em que as empresas escolhidas para gerir a rede teriam de pagar uma outorga para explorar o serviço e arcar com o custo de melhorias. O modelo é utilizado nas concessões de rodovias estaduais e ajudaria a cobrir parte do prejuízo assumido por causa da revogação da alta da tarifa.

2013 começa acelerado

 

 

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Tânia Passos

Tudo o que não aconteceu em 2012 começa a ganhar fôlego já no início do ano. Em uma semana, assistimos ao lançamento do edital de licitação das linhas de ônibus, que parecia emperrado, e, finalmente, o início das obras de dragagem dos rios Capibaribe e Beberibe para o projeto de navegabilidade. O governo do estado recebeu sinal verde do Ministério Público de Pernambuco para a dragagem, mas haverá ainda uma audiência pública, no próximo dia 30, que deverá sacramentar os ajustes que se fizerem necessários. Mas, o fato é que o governo tem pressa.

A Copa já bate à nossa porta e muitas das obras de mobilidade estão em execução ou para começar e o tempo é curto. Após a entrega do 15º Terminal de Integração, em Cajueiro Seco, na última sexta-feira, o governador assinou a ordem de serviço para as obras do Terminal Integrado de Prazeres. A previsão é que, este ano, outros sete terminais sejam entregues, incluindo dois que já existiam, mas estão em reforma: Barro e Joana Bezerra. E em 2014, outros cinco, que ainda não foram iniciados.

A obra dos corredores Norte/Sul e Leste/Oeste também vão precisar de mais agilidade este ano. A previsão é que, em fevereiro, as obras do Norte/Sul comecem na Avenida Agamenon Magalhães, tempo que o prefeito Geraldo Julio irá anunciar, enfim, a decisão sobre os viadutos.O governador já deixou claro que vai repassar essa decisão para o prefeito, que decidirá também se vai apostar nos quatro viadutos, se reduzirá o número ou se vai eliminar de vez os elevados. O prefeito disse, que nas próximas semanas terá uma definição sobre essa questão.

Embora represente um trecho curto do Norte/Sul, a Avenida Agamenon Magalhães tem o maior volume de tráfego do corredor e é uma perimetral estratégica para a dinâmica da circulação de toda a cidade. Em breve, saberemos o que lhe reserva. Afinal, 2013 está acelerado e não pode ser diferente.

Fonte: Diario de Pernambuco

Que nota você dá ao transporte público?

 

 

 

 

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Tânia Passos

Um déficit histórico na qualidade do serviço do Sistema de Transporte Público de Passageiros da Região Metropolitana do Recife (STPP/RMR) pode começar a mudar a partir da licitação do serviço. As operadoras terão que cumprir as exigências previstas no edital ou correm o risco de perder o direito de operar. E, pela primeira vez, o usuário dará sua nota sobre o tipo de serviço que usa todos os dias. Os indicadores de qualidade, previstos no edital, levam em conta o cumprimento das viagens, a duração dos intervalos, o índice de quebra dos ônibus e a satisfação do usuário. Cada um desses fatores terá um peso para a nota final. A opinião do usuário terá o maior peso: 3,5. As avaliações serão feitas a cada seis meses e a empresa que tiver nota inferior a 5 perde o direito de operar imediatamente. As que obtiverem notas entre 5 e 7 por seis vezes, consecutivas ou não, perderão o direito de renovar o contrato após os 15 anos de vigência. O edital das linhas da RMR foi lançado ontem.

Para que as empresas possam se adequar às exigências, entre elas a climatização dos coletivos, a regularidade das viagens e a renovação da frota em no máximo cinco anos, o governo do estado ofereceu renúncia fiscal de 100% do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) para o combustível e a compra dos veículos. Com a isenção, os empresários do setor deixarão de pagar R$ 41 milhões de tributos por ano. Também haverá dispensa de Imposto Sobre Serviço (ISS) dos municípios do Recife e de Olinda equivalente a cerca de R$ 11 milhões. “É um esforço para que as empresas possam trazer as melhorias necessárias para a qualidade do transporte público sem impactar nas tarifas. O aumento das passagens continuará a ser feito com base no IPCA”, afirmou o governador Eduardo Campos.

Os indicadores também vão influenciar na remuneração das operadoras. Para ficar na zona de conforto, as empresas terão que obter notas de 8 a 10, incluindo os limites de qualidade. Para cada índice não alcançado será reduzido 1% da remuneração. “Quem não operar com eficiência vai perder dinheiro”, apontou o presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, Nelson Menezes. Entre os convidados para o lançamento do edital das linhas estava o presidente do Sindicado das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE), Fernando Bandeira, mas ele preferiu não comentar. “Só falo depois que ler o edital”.

 

Saiba Mais

O que vai mudar com a licitação
–    Refrigeração da frota do SEI até junho de 2014
–    Refrigeração de toda a frota até 2020
–    Câmbio automático dos ônibus do SEI até junho de 2014
–    Câmbio automático de toda a frota até 2020
–    3,5 anos é a idade máxima para renovação dos ônibus convencionais
–    5 anos é a idade máxima para renovação dos ônibus articulados (sanfona)

Indicadores de qualidade
–    Cumprimento das viagens
–    Cumprimento dos intervalos
–    Índice de quebra
–    Índice de satisfação do cliente

A frota atual
385 linhas
2.456 ônibus convencionais
214 ônibus articulados
2.691 ônibus + 5% de reserva técnica

A frota com a licitação
391 linhas intermunicipais da RMR
186 linhas do SEI
1.041 ônibus convencionais
655 dos ônibus convencionais com ar-condicionado
489 ônibus articulados com ar-condicionado
221 ônibus do modelo BRT com ar-condicionado
71 ônibus alongado (3 eixos) com ar-condicionado
2.644 ônibus será a frota após a licitação + 5% de reserva técnica

Distribuição das linhas em 7 lotes
Lote 1 – Corredor da Avenida Domingos Ferreira e BR-101 Cabo/Ipojuca
Lote 2 – Corredor da Avenida Mascarenhas de Moraes
Lote 3 – Corredor José Rufino (paralelado metrô) e Abdias de Carvalho
Lote 4 – Corredor da Avenida Belmiro Correia
Lote 5 – Corredor das avenidas Rosa e Silva/Rui Barboda e Avenida Norte
Lote 6 – Corredor das avenidas Beberibe e Presidente Kennedy
Lote 7- Corredor da BR-101/PE-15 (Norte/Sul) e corredor PE-01 (Olinda)
Lote 8 – Corredor da Caxangá (licitado pela Prefeitura do Recife e operado pela CRT até 2020)
20% é o limite das linhas da rede por lote. Cada empresa ou consórcio só pode ter um lote

Renúncia fiscal
R$ 41 milhões em ICMS sobre combustível e dos veículos
R$ 11 milhões em ISS dos municípios consorciados: Recife e Olinda

Prazos
15 anos é o tempo de duração do contrato
5 anos é o tempo para renovar o contrato
Agosto de 2013 ocorrerá a assinatura do contrato com as empresas
6 meses é o prazo máximo para as empresas iniciarem a operação com as mudanças

Fonte: Secretaria das Cidades

Fonte: Diario de Pernambuco

 

Desafios do sistema de transporte público

Por

Tânia Passos

O lançamento do edital de licitação das linhas de ônibus do Sistema de Transporte Público de Passageiros (STPP) da Região Metropolitana do Recife, hoje, às 15h, no Centro de Convenções, em Olinda, pode significar o início de uma nova história para quem utiliza o transporte público. Pelo menos é o que se espera. Os desafios são muitos: desde a regularidade das viagens, climatização dos coletivos, acessibilidade dos veículos, paradas e terminais de integração. Mais respeito. E talvez, o mais difícil: reconquistar a confiança de quem já opta pelo carro, mesmo perdendo horas no engarrafamento.
Para quem usa o serviço hoje, a possibilidade de melhoria, a partir da licitação, vem acompanhada de expectativa e desconfiança. A principal reivindicação não é conforto, como se imagina. O mais importante é saber a hora de saída e chegada do ônibus. E nesse quesito, estamos atrasados não apenas pela falta de informações dos horários dos ônibus, como também pela ausência de corredores exclusivos. Mesmo quando o sistema de informação por GPS estiver funcionando, como promete o estado, o ônibus poderá ficar preso nos engarrafamentos. “Acho que precisa de mais ônibus. Faz 35 minutos que estou esperando aqui no sol quente e nada do ônibus chegar”, afirmou Anita Leal, 48, analista administrativa.

A espera nas paradas acaba protagonizando cenas que pioram ainda mais a imagem do transporte público. Em geral, as coberturas são muito pequenas e as pessoas ficam expostas nas calçadas, com riscos de acidentes. Outra cena comum é o enfileiramento dos ônibus na via ou fazendo fila dupla e o desespero de quem aguarda o transporte na parada e precisa correr para ser visto pelo motorista. “Se a gente ficar parado aqui esperando o ônibus, ele vai embora. Temos que correr entre eles e arriscar a vida”, revelou a pensionista Lindomar Vieira, 56 anos.

A altura do ônibus em relação ao piso é um verdadeiro atentado à acessibilidade de qualquer pessoa, pior ainda para os idosos. Descendo com dificuldades, a aposentada Rosa Guimarães, 75, quase perde o equilíbrio. “É ruim para descer e para subir e pior ainda quando o motorista está com pressa”, afirmou. 

O edital de licitação vai revelar, por exemplo, qual a parte que cabe aos empresários do setor que querem garantir uma fatia do sistema, que movimenta cerca de 2 milhões de usuários por dia em 385 linhas, sendo que esse número vai aumentar com os novos corredores de transporte que estão sendo construídos. A ideia do estado é fatiar o sistema em sete lotes. As operadoras poderão montar consórcios para concorrer à licitação, que é aberta também às empresas.

Saiba Mais

O Sistema de Transporte Público de Passageiros da RMR

385 linhas
18 operadoras de ônibus
2 milhões de passageiros por dia

Os primeiros deveres dos empresários

900 ônibus do SEI deverão receber ar-condicionado até 2014
2,1 mil ônibus vão receber ar-condicionado até 2020
R$ 15 mil é o custo para manutenção do ar-condicionado de um ônibus de 12metros
R$ 30 mil é o custo estimado de manutenção do ar de ônibus articulado (sanfona)
15 anos será o tempo de exploração para quem vencer a licitação
5 anos é o prazo que a concessão pode ser renovada
7 lotes vão contemplar as linhas a serem licitadas
20% é o percentual máximo das linhas por empresa ou consórcio

Fonte: Secretaria das Cidades e o consultor César Cavalcanti

 

Diario de  Pernambuco

 

Divulgado vencedores da licitação dos Viadutos da Agamenon Magalhães

A Secretaria das Cidades divulgou o resultado da licitação para a construção dos viadutos Bandeira Filho, Rui Barbosa, Joaquim Nabuco e Paissandu localizados ao longo da Avenida Agamenon Magalhães. O Consórcio JM-CIDADE foi o vencedor do certame, considerando a oferta do menor preço. Os nomes dos vencedores serão publicados no Diario Oficial do Estado.

O grupo ganhador da licitação apresentou uma proposta  no valor de R$ 87 milhões para a construção dos empreendimentos. O consórcio é formado pelas empresas JM TERRAPLANAGEM E CONSTRUÇÕES e CONSTRUTORA CIDADE, sendo a primeira com sede em Brasília e a segunda em Porto Alegre.

A licitação, iniciada em 06 de março, contou com sete participantes, sendo um grupo desclassificado e outro inabilitado. As cinco empresas habilitadas terão até cinco dias úteis a partir da publicação do resultado para entrar com recurso. A homologação com o resultado definitivo da empresa ganhadora será divulgado até 30 de Maio.

A obra prevê a construção de quatro viadutos na Avenida Agamenon Magalhães, que possibilitarão a implantação do corredor exclusivo de Transporte Rápido por Ônibus (TRO). Os elevados fazem parte da segunda etapa do Corredor Norte Sul, que tem início no Tacaruna e segue até o Terminal de Integração Joana Bezerra. “A proposta da intervenção é priorizar o transporte público”, diz o secretário das Cidades, Danilo Cabral, lembrando que “a via é uma das mais importantes da capital, por onde passam cerca de 100 mil veículos por dia, cuja velocidade média em horário de pico chega a 5 km/hora em alguns trechos”.

Todo o corredor terá 37,9 km de extensão. Os quatro viadutos estarão centradas entre a Ilha do Leite e o Parque Amorim – uma extensão de 2,2 km. Eles serão construídos em 18 meses a partir da ordem de serviço. De acordo com o secretário Danilo Cabral, o fato dos viadutos serem construídos simultaneamente ou não, vai depender do plano de circulação que será entregue ao Estado antes do início das obras. “O Plano irá nos guiar para que façamos todas as rotas alternativas para os motoristas. Com as informações em mãos, faremos um planejamento do tráfego junto à Prefeitura do Recife e um grande trabalho de divulgação para informar todas as mudanças à população”, ressaltou.

Em cada cruzamento, atualmente, são cerca de 3300 veículos por hora em horário de pico (7h às 8h da manhã). Com os viadutos, estima-se que esse número de automóveis aumente para 4200 – um ganho de cerca de 30% no aumento do fluxo de carros na via. Hoje são 15 semáforos em toda Agamenon, sendo 9 de automóveis e 6 de pedestre. Com as intervenções desaparecem os 4 semáforos de automóveis localizados nos pontos de intervenção. As passarelas de pedestres e Estações serão

construídas durante a segunda etapa do Corredor Norte-Sul.

Benefícios: Com as mudanças na Agamenon, a velocidade média atual (Olinda / Boa Viagem), que é de 20,9 km/hora vai passar para 30,3 km após a construção dos viadutos, sendo o maior ganho no trecho entre a Avenida Rui Barbosa e o cruzamento com a Rua Buenos Aires, cuja velocidade atual em horário de pico é de 5 km por hora e subirá para 18km/h – velocidade quase quatro vezes maior. No trecho Boa Viagem / Olinda, a velocidade média que hoje é de 18,2 km/hora passará para 33,7 km/hora, o que significa um ganho de 54% na velocidade média do trecho. Nesse sentido, no entanto, o ganho maior será no cruzamento com a Rua Paissandu, cujos carros passarão de 7km/h para 40 km/hora – 175% de ganho na velocidade do trecho.

Corredor Norte-Sul (1º etapa) – O investimento na obra da primeira etapa (Igarassu ao centro do Recife) é de R$ 151 milhões. A intervenção passa pelos municípios de Igarassu, Abreu e Lima, Paulista, Olinda e Recife e atenderá a uma demanda de 146 mil passageiros. O percurso de 33,2 km vai ter 33 estações interligadas a quatro terminais integrados: Igarassu, Abreu e Lima, Pelópidas Silveira e PE-15. As obras desta etapa foram iniciadas em 06 de janeiro, com a restauração, reforço e substituição das placas de concreto do canteiro central de um trecho da BR-101 e ainda a construção de dois viadutos nos Bultrins.

Corredor Norte-Sul (2º etapa) – Na segunda etapa que tem início no Tacaruna até o Terminal de Integração Joana Bezerra (4,7 km de extensão), o investimento previsto é R$ 110 milhões. Neste percurso, serão construídos, além do corredor de ônibus (pavimentação de toda a via, com implantação de uma faixa segregada para os ônibus articulados), cinco passarelas para a travessia dos pedestres, nove estações no canteiro central da via. Também está previsto o alargamento dos dois viadutos da Avenida João de Barros, e o alargamento do pontilhão de cruzamento das ruas Dr. Leopoldo Lins e Buenos.

 

Fonte: Secretaria das Cidades