Projeto impede motos de andar entre as faixas

 

Tramita na Câmara o Projeto de Lei 1517/11, do deputado Newton Lima (PT-SP), que proíbe motos, motonetas e outros ciclomotores de transitar entre a calçada e os veículos ou entre veículos de faixas adjacentes, o chamado corredor.

O projeto também proíbe essa circulação entre os carros durante as ultrapassagens e determina que as motos deverão permanecer a pelo menos 1,5 metro de distância dos veículos. Quem descumprir a norma cometerá uma infração média, sujeita a multa, segundo o texto, que altera o Código Brasileiro de Trânsito (Lei 9.503/97).

Além disso, a proposta obriga o governo a criar, sempre que possível, faixas exclusivas para motocicletas e ciclomotores.

Veto de FHC

A proibição de conduzir entre os carros estava incluída no projeto de Código Nacional de Trânsito enviado para sanção presidencial em 1997, mas o dispositivo foi vetado pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, com o argumento de que a imposição limitaria o uso das motocicletas e motonetas, utilizadas para garantir a agilidade no deslocamento.

Mais mortes com motos

Newton Lima argumenta que a proposta quer dar mais segurança aos motociclistas. Ele apresenta dados da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo segundo os quais, em 2010, as mortes no trânsito superaram os assassinatos, sendo que 81% das ocorrências fatais envolviam pedestres ou motociclistas.

No Atlas de Acidentes de Trânsito no Brasil (São Paulo: Abramet; 2007), os pesquisadores compararam os gastos para o tratamento de pacientes internados por causas naturais, mesmo com menor tempo de permanência nas instituições hospitalares, com os pacientes acidentados no trânsito.

Chegaram à conclusão que pacientes vítimas de acidente de trânsito são mais onerosos que os demais e apresentam maior taxa de mortalidade hospitalar. Isto fora os acidentes causados pelas motos, como atropelamentos e acidentes envolvendo motoristas de carro que são ultrapassados repentinamente, inclusive pela direita.

“Diante dos números, uma realidade se impõe: é imperativa a criação de mecanismos eficazes para garantir a segurança no trânsito”, defende.

Tramitação

A proposta será analisada em caráter conclusivo pelas comissões de Desenvolvimento Urbano; Viação e Transportes; e Constituição e Justiça e de Cidadania.

Fonte: Câmara dos Deputados e Portal do Trânsito

 

VLT na BR-101, quem diria?

Depois que o governador Eduardo Campos bateu o martelo na definição do modal para o corredor da BR-101, também chamado contorno do Recife, definindo o modelo BRT (Transporte Rápido por Ônibus), entra em cena uma nova discussão sobre o Veículo Leve sobre Trilho (VLT).  E Porque não?

Quase no fim do segundo tempo, eis que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) – Metrorec decidiu trazer à tona o projeto idealizado para a BR 101, apartir do VLT. Na verdade, o projeto já existia. Não sei, ao certo, porque eles ficaram tão quietinhos enquanto os empresários de ônibus ganhavam espaço na definição dos três corredores de tráfego: BR-101, Norte/Sul e Leste/Oeste.

Foram meses para o governador decidir se o monotrilho entraria nos corredores exclusivos de transporte público de massa.Mas o VLT não aparecia nas possibilidades, a não ser para a Estação de Cajueiro Seco ao Cabo de Santo de Agostinho e em Suape.Até mesmo o que se pensava inicialmente do VLT na Agamenon Magalhães acabou caindo no esquecimento.

Pois bem, no último dia 26 de setembro, o secretário das Cidades, Danilo Cabral recebeu a visita, por meio do Sindicato dos Metroviários, do gerente regional de manutenção da CBTU-Metrorec, Bartolomeu Carvalho, que apresentou slides, vídeos e plantas de toda extensão que vai da Estação de Cajueiro Seco até o Terminal da Macaxeira.

Na apresentação, o secretário das Cidades, Danilo Cabral e o executivo de Mobilidade, Flávio Figueiredo, questionaram o motivo pelo qual, a CBTU não fez essa apresentação há mais tempo. Bartolomeu afirmou que todo traçado do BRT, apresentado pelo PROMOB, foi copiado do projeto original já apresentado pela CBTU no PPA (Plano Plurianual) 2012-2015, do governo federal.  Pode até ser, mas parece não ter sido o suficiente.

Agora existem pelo menos dois fortes fatores para reverter o que já foi, em tese, definido: o tempo e uma nova decisão política. Mas nada que não possa ser feito.

 

 

 

 

 

Tamarineira, sem ciclovia integrada

Foi mais de um ano entre o anúncio do concurso para elaboração do projeto do Parque da Tamarineira e a escolha do vencedor. O prefeito João da Costa anunciou o 1º colocado.

Trata-se do escritório arquitetônico recifense: LF Empreendimentos e Projetos Arquitetônicos Ltda. Os outros 22 trabalhos participantes ficarão em exposição na galeria Janete Costa, no Parque Dona Lindu, em Boa Viagem.

A ideia era que o Parque da Tamarineira fosse interligado a um cinturão verde na Zona Norte formado também pelos parques: da Jaqueira , Santana e Caiara. Estes dois com projetos de melhoria já aprovados.

A mobilidade para permitir um melhor acesso entre os equipamentos seria com a construção de uma ciclovia interligando os diversos parques. O anúncio do vencedor se refere apenas a concepção da estrutura física da Tamarineira. Não há previsão dessa ligação via ciclovia, como se previa inicialmente.

“Estamos dando o segundo passo com o anúncio do projeto vencedor. O primeiro foi dado quando decidimos pela desapropriação da Tamarineira para a construção de um parque público. Foi uma decisão difícil e corajosa por conta do interesse que havia naquela área”, revelou o prefeito.

De fato a desapropriação ocorreu após a Santa Casa, proprietária do imóvel ter anunciado a venda da área da Tamarineira à empresa Realisis, que pretendia instalar no local um centro de compras.

Um dos arquitetos representantes do escritório vencedor, Celso Sales, explicou como procurou desenvolver a ideia que se tornou a campeã. “Tentamos criar um projeto que quebrasse o folclore que existia sobre o hospital psiquiátrico”, revelou.

Ainda segundo ele, o edifício principal vai abrigar a administração, museus e um centro de convivência. “Sugerimos também a revitalização do canal do Jacarezinho, e, na entrada, procuramos colocar um espaço com jardins formando labirintos, em alusão à história do lugar, uma vez que os labirintos sempre foram relacionados ao estudo da mente humana”, disse.

 

 

Política Nacional de Mobilidade Urbana

* Com informações da Agência Senado

O assunto não é novo, mas ainda engatinhamos. Foi aprovada este mês pela Comissão de Infraestrutura da Câmara Federal, a criação de uma Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU). Pois é, ainda não tínhamos.

A  proposta é permitir a integração entre os diferentes modos de transporte e melhoria da acessibilidade e mobilidade das pessoas e cargas nos municípios. É óbvio, mas ainda não ocorre na prática.

O projeto do ex-deputado Alberto Goldeman, elaborado em 2010, define também o Sistema Nacional de Mobilidade Urbana como um conjunto organizado e coordenado dos modos de transporte e de serviços de infraestrutura. O documento também fixa princípios, diretrizes e os objetivos da política pública que se pretende criar.

Essas definições são extremamente importantes, uma vez que todos os modelos de transporte precisam ser pensados de forma integrada. O que nós estamos começando a fazer hoje, em outros países mais desenvolvidos essa política de mobilidade já tem mais de 30 ou 40 anos.

A rede de bondes que nós chegamos a ter com mais de 200 quilômetros de linhas, integrando várias cidades da Região Metropolitana do Recife, talvez não tivesse sido descartada quando se optou pelo ônibus.

Hoje veríamos que os dois modais poderiam ter ser integrados. Um não excluiria o outro. No lugar disso, temos hoje a rede do metrô, que só agora alcançou 38,5 quilômetros de extensão. Involuímos, mas ainda é tempo de recomeçar. O projeto, que foi aprovado em decisão terminativa será encaminhado,enfim, para sanção presidencial.