Nem choro, nem vela com paralisação de obras do corredor Leste/Oeste do Recife

Estação de BRT do corredor Leste/Oeste com obras paradas na Benfica Foto: Gustavo Glória Especial DP/D.A.Press
Estação de BRT do corredor Leste/Oeste com obras paradas na Benfica Foto: Gustavo Glória Especial DP/D.A.Press

O que parecia uma chance de finalmente termos corredores de transporte de massa com qualidade na Região Metropolitana do Recife, vem se transformando em pesadelo. Nem no prazo, nem com qualidade como chegou a afirmar o então governador Eduardo Campos, em sua última entrevista de fim de ano, antes de entregar o governo para se candidatar à presidência. Ele não poderia imaginar o que o destino lhe tinha reservado. Mas do ponto de vista das obras, os constantes atrasos já davam sinais de que as obras de mobilidade iriam emperrar no meio do caminho.

E elas emperraram não apenas na falta de recursos, mas também na mudança do que era esperado dos projetos. O pavimento por onde deveria circular o BRT, por exemplo, deveria ter sido todo refeito e com dimensões diferenciadas do asfalto comum, em razão do peso do veículo articulado. Mas olhando para o resultado do que já foi feito, esse detalhe não passa de uma uma lenda. Assim como a requalificação da PE-15.

Também vem se tornando lenda a construção das estações de BRT de Camaragibe, da Avenida Conde da Boa Vista (mesmo que as improvisadas sejam concluídas como definitivas), da ampliação do Terminal de Camaragibe e as obras dos dois terminais da 2ª e 3ª perimetrais. Tudo parece um grande faz de conta. Talvez hoje, seja mais fácil dizer que as empresas do consórcio perderam a condição de tocar a obra em razão das irregularidades na Petrobras. Mas o prazo que essas obras deveriam ter sido entregues era muito anterior ao caso Petrolão.

Ainda quando o então secretário das Cidades, Danilo Cabral, respondia pela pasta, garantiu inúmeras vezes a entrega dos corredores até dezembro de 2013. Somente no fim de 2013, ele admitiu que o prazo se estenderia para março de 2014 em razão do Túnel da Abolição. O túnel foi entregue somente no mês passado, mais de um ano depois, e como já dissemos, encolhido meio metro.E o Leste/Oeste ainda se arrasta.

Sempre estivemos longe de alcançar a eficiência na qualidade das obras e agora estamos sem perspectiva de prazo. Nem uma coisa, nem outra. O ex-governador Eduardo Campos também não imaginou que a principal obra de mobilidade do seu governo – os dois corredores de BRT –  tivesse um caminho tão diferente do que ele sonhou que teria. Ou do que nós sonhamos.

Abaixo a matéria com o secretário executivo de Mobilidade da Secretaria das Cidades, Marcelo Bruto ao comunicar a suspensão das obras do Leste/Oeste. Leia abaixo a matéria publicada na edição do Diario de Pernambuco:

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O secretário-executivo de Mobilidade da Secretaria das Cidades de Pernambuco, Marcelo Bruto, confirmou que o estado não renovará o contrato com o Consórcio Mendes Júnior – Servix Engenharia S/A, responsável pelas obras do Corredor Leste/Oeste. No fim da noite, o secretário das Cidades, André de Paula, disse que foram feitos todos os esforços para a conclusão pelo consórcio, mas ficou evidente que isso não é possível. Com isso, as obras deverão sofrer novo atraso, já que um processo licitatório será aberto para escolher a nova empresa.

Para justificar a decisão, o secretário citou a desistência pela Mendes Júnior do contrato de manutenção e recuperação da BR-101 e destacou a dificuldade da entrega do Túnel da Abolição, que integra o Corredor Leste-Oeste. No caso da BR-101, disse, a conclusão do contrato foi oferecida à segunda colocada, a Ferreira Guedes, que declinou do convite nas condições propostas pela Mendes Júnior. André de Paula salienta que foram estudadas alternativas, mas concluiu de forma taxativa, que “esgotaram-se as possibilidades”.

Terminal da 3ª Perimetral em obras Foto: Gustavo Glória Especial DP/D.A.Press
Terminal da 3ª Perimetral em obras Foto: Gustavo Glória Especial DP/D.A.Press

Uma das promessas para a Copa do Mundo, o Corredor Leste/Oeste está com obras paradas há mais de cinco meses. Os BRTs (do inglês (“Bus Rapid Transport”) que já estão em operação transportam 38,5 mil passageiros/dia. Paralelamente, 30 linhas convencionais que perderam os corredores exclusivos disputam espaço com carros, caminhões, motocicletas, carroças e bicicletas, conduzindo 150 mil passageiros diariamente. Das 26 estações previstas para o corredor, quatro ainda não construídas são justamente as do extremo Oeste, em Camaragibe. Outras seis ainda não concluídas se localizam na Avenida Conde da Boa Vista.

Segundo dados da Secretaria das Cidades (Secid), dos R$ 168,7 milhões orçados para o Leste/Oeste foram investidos R$ 136 milhões que equivalem aos aproximadamente 80% das obras concluídas

Túnel da Abolição do Recife encolheu meio metro na execução da obra

Túnel da Abolição por onde irá passar a 2ª Perimetral deveria ter três faixas. Foto : Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press
Túnel da Abolição por onde irá passar a 2ª Perimetral deveria ter três faixas. Foto : Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press

O Túnel da Abolição encolheu meio metro entre o desenho e a execução. O equipamento previa três faixas de rolamento, sendo uma delas para o transporte público. E, para isso, deveria ter no mínimo 8,90 de largura, mas ficou com apenas 8,40, inviabilizando a terceira via. A redução trará impacto direto em outro projeto: a implantação do corredor de tráfego da 2ª Perimetral que passará pelo túnel, conforme  recomendação do Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU) de 2008.  Com uma faixa a menos o corredor sofrerá um gargalo dentro do túnel. Os estudos apontam uma estimativa de 8 mil veículos por hora nas duas faixas de tráfego misto.

A mudança no projeto, ainda não vista como erro pela  Secretaria das Cidades, ocorreu a partir de uma orientação do órgão de trânsito municipal. De acordo com o secretário executivo de Mobilidade Urbana, Marcelo Bruto antes de decidir colocar duas faixas a secretaria recebeu o aval da Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU). “A definição de duas faixas foi feita a partir das orientações do órgão de trânsito que é a autoridade municipal nas decisões do trânsito da cidade”, justificou.

A baia (recuo) para a parada do ônibus ainda não foi ativada. Quinze linhas passam pelo túnel. Foto: Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press
A baia (recuo) para a parada do ônibus ainda não foi ativada. Quinze linhas passam pelo túnel. Foto: Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press

A CTTU foi convidada a visitar a obra três meses antes dela ser aberta ao tráfego. Em nota, a CTTU explicou que de acordo com o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) a faixa do ônibus deve ter uma largura mínima de 3,5 metros e de 2,7 metros para os veículos de passeio.  Pelas dimensões do túnel, a implantação de três faixas seria tecnicamente inviável e poderia, inclusive, gerar o atrito dos veículos com a parede do equipamento, colocando em risco a segurança viária. Ou seja, a largura mínima teria que ser de 8,9 metros de largura, isso sem contar a possibilidade futura de uma ciclofaixa.

Para o professor do Departamento de Engenharia Civil da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Maurício Andrade, os projetos da 2ª e 3ª perimetrais da cidade, que nunca saíram do papel, têm mais de 30 anos e vem sendo reeditados em todos planos diretores de transporte e confirmados no último de 2008. “O traçado não é pensado de forma aleatória. Muita gente trabalhou em estudos e simulações. O PDTU fez a previsão de três faixas e fez o carregamento da necessidade de três faixas. Com duas não resolve. Mesmo que o tráfego hoje não seja muito intenso, mas o planejamento foi feito”, ressaltou.

Desenho do projeto do túnel continha três faixas, sendo uma para o corredor de ônibus
Desenho do projeto do túnel continha três faixas, sendo uma para o corredor de ônibus

No projeto original das três faixas, o corredor de transporte fica no lado direito da pista com uma baia para a parada de ônibus. A baia (recuo) para o ônibus foi feito, mas como só há duas faixas, o ônibus terá dificuldades em retornar à faixa em razão do tráfego intenso. De acordo com o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano 15 linhas de ônibus passam pelo túnel desde a sua inauguração, mas nenhuma está utilizando a parada de ônibus do túnel. E não há previsão de quando a parada será ativada.

2ª Perimetral têm início em Olinda e passará pelo túnel. O projeto contempla um corredor exclusivo de ônibus. Foto Paulo Paiva DP/D.A.Press
2ª Perimetral tem início em Olinda e passará pelo túnel. O projeto contempla um corredor exclusivo de ônibus. Foto Paulo Paiva DP/D.A.Press

Perimetrais na gaveta há 30 anos

As obras da 2ª e 3ª perimetrais serão executadas pela Prefeitura do Recife. No caso da 2ª perimetral, o projeto contempla a requalificação viária  para implantação de um corredor exclusivo de ônibus para todo o trajeto. Com a redução de uma das faixas no Túnel da Abolição, o corredor não será mais todo exclusivo. A perimetral terá 9,4 quilômetros de extensão e irá atravessar 12 bairros do Recife de Norte a Sul.

No sentido Norte/Sul ela começa em Olinda, depois passa pelas avenidas Cidade Monteiro,  Beberibe, Estrada Velha de Água Fria, Rua Cônego Barata, Rua Pe. Roma, Rua Sebastião Malta Arcoverde, Rua João Tude de Melo, Ponte Viaduto da Torre – Parnamirim, Rua José Bonifácio, Rua Professor Trajano de Mendonça, Rua Real da Torre (onde está o túnel), Rua João Ivo da Silva, Rua Cosme Viana, Rua Santos Araújo, Rua Quitério Inácio de Melo, Rua Augusto Calheiros e Ponte Gilberto Freyre.

A ideia é que a 2ª perimetral faça ligação no futuro com a Via Metropolitana Norte, que nascerá em Paulista, passará por Olinda e irá se encontrar a perimetral por meio de um viaduto desenhado sobre o Terminal da PE-15. A obra da Via Metropolitana Norte já foi iniciada, mas ainda não há previsão de quando a 2ª Perimetral sairá do papel. Ela está entre as obras contempladas com os recursos do PAC de Mobilidade. No final do ano passado, a Caixa Econômica Federal liberou recursos para elaboração dos projetos executivos da 2ª e 3ª perimetrais, além da Radial Sul.

Saiba Mais

O que estava previsto e o que foi feito
R$ 17 milhões é o custo da obra do túnel
287 metros de extensão
8 mil veículos por hora é a previsão do tráfego
8,4 metros é a largura do túnel construído
8,9 metros era a largura mínima para três faixas

Túnel projetado
3 faixas de tráfego
1 transporte público
2 para o tráfego misto
1 parada de ônibus (baia) dentro do túnel

Túnel construído
2 faixas para o tráfego misto
1 parada de ônibus (baia) dentro do túnel

Linha do tempo
2008 – Túnel já era previsto pelo Plano Diretor de Transporte Urbano (PDTU)
2013 – Início das obras do Túnel
2014 – Março era a previsão de entrega da obra
2015 – Fevereiro de 2015 a CTTU foi chamada para dar um parecer técnico do túnel
2015 – Abril houve a abertura do túnel para o tráfego

Fonte: CTTU e Secretaria das Cidades

Pedestres sem vez na Avenida Cruz Cabugá, corredor do BRT no Recife

Ser pedestre na Avenida Cruz Cabugá não exige apenas disposição para superar a ausência de passeios seguros, mas também um pouco de sorte. Até mesmo para quem não vai atravessar a via de um lado para outro, mas deseja apenas caminhar no sentido do fluxo.

Falta calçada na Avenida Cruz Cabugá ao lado de uma das estações de BRT. Foto: Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press
Falta calçada na Avenida Cruz Cabugá ao lado de uma das estações de BRT. Foto: Guilherme Veríssimo DP/D.A.Press

Um trecho complicado para quem anda a pé fica entre a Avenida Norte e a Rua Araripina, entre três quarteirões e quase um quilômetro de extensão. A opção de acessibilidade é zero e os pedestres enfrentam riscos por serem obrigados a caminhar na pista em um dos principais corredores de tráfego da Zona Norte e por onde passa o corredor Norte/Sul.

Há pelo menos duas situações que são emblemáticas e que tiveram ações diretas do poder público para resolver questões pontuais sem levar em conta as necessidades de deslocamento do pedestre. Em um dos pontos, nas imediações faixa de pedestre da estação do BRT na esquina da Rua Araripina, em um dos lados não existe calçada e o percurso é feito entre um trecho de areia da obra inacabada da Secretaria das Cidades, ou pela pista mesmo.

De acordo com o secretário executivo da pasta, Gustavo Gurgel , a calçada que falta será feita entre o fim de maio e começo de junho. “Teremos a calçada pronta quando a estação começar a funcionar”, afirmou. Até lá, fica como está.Para quem continua o percurso no sentido da Avenida Norte, ou faz o caminho inverso, irá se deparar também com outra situação. Dessa vez, entre a Rua 24 de agosto e a Avenida Norte, cujo quarteirão teve toda a calçada interditada em razão de risco de desabamento de uma marquise.

A ação foi feita por recomendação da Defesa Civil do município. Em nota, a Secretaria de Controle Urbano e Mobilidade justifica a interdição para evitar risco para pedestre. Só não oferece alternativa de separar parte da pista para quem faz a caminhada seguindo a sua linha de desejo.“É bastante complicado andar por aqui. A gente tem que olhar se vem carro e dar uma carreira para não ser atropelado”, Berenice Pereira, 30 anos, operadora de telemarketing

Pedestres se arriscam pela pista na Avenida Cruz Cabugá. Um quarteirão foi interditado por causa da ameaça de desabamento de uma marquise. E as pessoas não tem por onde passar. Foto: Guilherme Veríssmo DP/D.A.Press
Pedestres se arriscam pela pista na Avenida Cruz Cabugá. Um quarteirão foi interditado por causa da ameaça de desabamento de uma marquise. Foto: Guilherme Veríssmo DP/D.A.Press

Sem opção, o pedestre se arrisca entre os veículos. E para piorar o trecho interditado da marquise é uma parada de ônibus e os usuários são obrigados a seguir pela pista. “A gente pode se livrar da marquise, mas pode ser atropelado por um ônibus”, criticou a supervisora Michele Silva, 24 anos. Ainda segundo a assessoria, o pedestre tem a opção de atravessar para o outro lado da pista e seguir pela calçada oposta. Simples assim.

Saiba Mais

Perfil da Avenida Cruz Cabugá
– 22 mil veiculos circulam pela via
– 240 mil pessoas transportadas
– 58 linhas passam pela via
– 6 estações de BRT do corredor Norte/Sul
– 4  estações de BRT estão em operação

Fonte: CTTU e Grande Recife

Corredor de BRT Norte Sul do Grande Recife se arrasta para entrega em maio

 

Corredor BRT na Avenida Cruz Cabugá com velocidade de 4km/h Foto- Aline Soares Especial DP/D.A.Press
Corredor BRT na Avenida Cruz Cabugá com velocidade de 4km/h Foto- Aline Soares Especial DP/D.A.Press

A Secretaria das Cidades confirma a entrega do corredor Norte/Sul para maio deste ano. Mas nem tudo o que foi idealizado para o corredor de BRT deverá se confirmar em maio. Além de obras que vão continuar pendentes, entre elas 10 estações, urbanização da PE-15 e ampliação de três terminais: Igarassu, Pelópidas e PE-15, previstos no projeto original, o sistema denominado de Via Livre, opera de forma limitada em razão das invasões na faixa exclusiva e congestionamento no tráfego misto. A maior velocidade desenvolvida no corredor é de 34km/h, mas cai para 4km/h na Avenida Cruz Cabugá.

O congestionamento coloca em risco a principal característica do sistema: a regularidade.A faixa exclusiva para o BRT na Cabugá, também prevista,  ainda não é uma certeza.O sistema opera atualmente com 13 estações, das 26 previstas no atual projeto. Antes a previsão era de 33 estações. O Norte/Sul transporta, atualmente, uma média de 25 mil pessoas por dia, o que corresponde a  14% dos 180 mil passageiros estimados pelo Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano para o trecho do corredor.

Ele também não contará, por enquanto, com a integração no Terminal de Igarassu. E assim como ocorreu em Camaragibe, no corredor Leste/Oeste, a cidade só deverá assistir o BRT passar por ela. O terminal de Igarassu não comporta um ônibus do porte do sistema  e haverá apenas uma estação a cinco quilômetros do terminal e nada mais.

Não é muito diferente de Abreu e Lima, apesar do terminal da cidade está previsto para ser entregue em maio, ele está localizado no cruzamento da BR-101, distante do centro e a única estação do município fica bem em frente ao terminal. Outro problema em Abreu e Lima é que a faixa que deveria ser exclusiva para o transporte público é constantemente invadida pelo tráfego comum.

“Não há nenhum tipo de fiscalização. A faixa do ônibus fica engarrafada com o trânsito local. O melhor trecho é o de Paulista, onde há ações para inibir as invasões. Em Olinda, o descaso também é total”, afirmou o diretor da Conorte, que opera o Norte/Sul, Almir Buonora.

Em Olinda, o trecho da PE-15 também terá trechos compartilhados com o tráfego misto. Apenas o acesso às estações terá espaço exclusivo. Na Estação Matias Albuquerque estão sendo usados gelos-baianos para delimitar as faixas. A circulação na área da Estação Kennedy também está complicada. A faixa para o tráfego misto ainda está improvisada. A assessoria de comunicação da Secretaria das Cidades não informou quando as obras pendentes deverão ser entregues.

Diagnóstico do Norte/Sul com o BRT
* Prazo de entrega previsto: Maio de 2015
2 linhas implantadas até agora
26 veículos estão em operação
88 veículos foram comprados para operar no corredor
25 mil passageiros são transportados por dia
180 mil é a demanda estimada pelo Grande Recife

Dependência dos ônibus convencionais no corredor
33 linhas ainda estão em operação no trecho do Norte/Sul
117 mil passageiros são transportados por dia

Estações do Norte/Sul
26 estações  é a atual previsão, antes eram 33
13 em operação
8 sem operação
5 pendentes

Passo a passo das estações
1-Cruz de Rebouças (em obras)
2-Abreu e Lima (em obras)
3-José de Alencar (em operação)
4-Hospital Central(em operação)
5-São Salvador do Mundo (em operação)
6-Cidade Tabajara (em operação)
7-Jupirá (em operação)
8-Aloísio Magalhães (em operação)
9-Bultrins (ainda sem operar)
10-Quartel (em operação)
11-Sítio Histórico (em operação)
12-São Francisco de Assis (sem operar)
13-Matias de Albuquerque (sem operar)
14-Kennedy (sem operar)
15-Complexo Salgadinho (em obras)
16-Tacaruna (em operação)
17-Santa Casa da Misericórdia (em operação)
18-Treze de Maio (em operação)
19-Riachuelo (em operação)
20-Praça da República (em operação)

Fonte: Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitana e Secretaria das Cidades

Corredor de BRT Leste/Oeste do Recife entra no quarto ano de obras

Estação da Benfica do corredor Leste/Oeste em obras - Gustavo Glória Especial DP/D.A.Press
Estação da Benfica do corredor Leste/Oeste em obras – Gustavo Glória Especial DP/D.A.Press

O Túnel da Abolição já foi a principal pedra no caminho do corredor Leste/Oeste, mas após sua entrega, mesmo com obras ainda para concluir, o túnel é a menor das preocupações das obras do Leste/Oeste.  Quase quatro anos depois das obras iniciadas, o corredor funciona com menos da metade das estações de BRT, não opera com os dois terminais de integração e transporta cerca de um quarto da demanda prevista pelo Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano.

O atual governo chegou a anunciar a entrega do corredor para maio deste ano, mas já teve o prazo prorrogado para o fim do ano acumulando um saldo de descrédito por parte da população. A situação mais grave é no município de Camaragibe, porta de entrada da Arena Pernambuco e não dispõe de nenhuma estação de BRT na via principal da cidade. Nem mesmo a Copa garantiu a realização das obras. Os moradores precisam se deslocar até o Terminal do Sistema Estrutural Integrado (SEI) para pegar o BRT.

“Nossa preocupação é não causar um mal- estar na população, que precisa fazer um deslocamento maior para ter acesso ao BRT”, revelou o diretor institucional da MobiBrasil, operadora do Leste/Oeste.Mesmo com a precariedade do sistema, a MobiBrasil garante que uma pesquisa interna de satisfação foi bastante favorável. “Nós tivemos quase 60% dos usuários que atestaram a qualidade e o conforto do serviço. Isso significa que os quem têm acesso ao BRT aprovam o modelo”, ressaltou Djalma Dutra. O problema é os que não tem acesso, os três quartos restantes.

Obras do Terminal da 3ª Perimetral do corredor Leste/Oeste -
Obras do Terminal da 3ª Perimetral do corredor Leste/Oeste –

Ao longo do corredor, o trecho da Avenida Caxangá é o que dispõe de mais estações em operação. Mas ainda há ociosidade. Na Estação Engenho, o registro é de  menos de mil usuários por dia. A maior demanda é registrada na estação do Derby com quase 10 mil usuários por dia. O maior entrave é o não funcionamento dos dois terminais de integração, que se encontram em obras na Avenida Caxangá. O da 4ª Perimetral, a obra está em estado de abandono e o mato já cresce no local. Já o terminal da 3ª Perimetral está praticamente pronto, mas ainda sem previsão de ser inaugurado.

Depois da Caxangá, a estação da Benfica se encontra em obras e sem previsão. Passando pelo Derby, o problema volta na Conde da Boa Vista, onde estão previstas seis estações improvisadas com entrada pela porta da direita, mesmo assim não concluídas. Em nota, a Secretaria das Cidades reafirmou que o prazo final das obras é dezembro de 2015, mas não adiantou o cronograma das etapas.

Saiba Mais

Diagnóstico do Leste/Oeste

Novo prazo de entrega: dezembro de 2015

Estações de BRT:
26 estações
11 em operação
15 sem operação
04 não tiveram as obras iniciadas (Camaragibe)

Demanda de passageiros do Leste/Oeste
54 ônibus de BRT adquiridos para o corredor
42 ônibus do BRT em operação
38,5 mil passageiros/dia
160 mil passageiros é a demanda esperada

Terminais sem conclusão
Terminal da 4ª Perimetral
Terminal da 3ª Perimetral

Dependência do ônibus convencional
30 linhas de ônibus convencionais operam no trecho do Leste/Oeste
150 mil pessoas são transportadas pelas linhas convencionais

Passo a passo das estações:
1- Guararapes – em operação
2- Conde da Boa Vista 1 (obras)
3- Conde da Boa Vista 2 (obras)
4- Conde da Boa Vista 3 (Obras)
5- Conde da Boa Vista 4 (obras)
6- Conde da Boa Vista 5 (Obras)
7- Conde da Boa Vista 6 (Obras)
8- Derby (em operação)
9- Benfica (Obras)
10- Caxangá/Estação Abolição (em operação)
11- Caxangá/Estação Getúlio Vargas(em operação)
12- Caxangá/Bom Pastor (em obras)
13- Caxangá/Estação Forte do Arraial (em operação)
14 – Caxangá /Estação Parque do Cordeiro (em operação)
15- Caxangá/Bom Pastor (em obras)
16 – Caxangá/TI 4° Perimetral (em operação)
17 – Caxangá/Estação Italiana Veículos (em operação)
18 – Caxangá/Estação Golf Clube (em operação)
19 – Caxangá/TI Capibaribe (em operação)
20 – PE-05/ Estação Padre Cícero (sem operação)
21 – PE-05/Estação Barreiras (sem operação)
22 – PE-05 Estação Areinha (em operação)
23 – Belmino 1 (não construida)
24 – Belmino 2 (não construída)
25 – Belmino 3 (não construída)
26 – Belmino 4 (não construída)

Fonte: MobiBrasil e Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano

Túnel da abolição será aberto ao tráfego depois de seis adiamentos

 

Túnel da abolição deverá ser aberto ao tráfego. Foto Paulo Trigueiro DP/D.A. Press
Túnel da abolição deverá ser aberto ao tráfego. Foto Paulo Trigueiro DP/D.A. Press

Por

Paulo Trigueiro

O Túnel da Abolição, no bairro da Madalena, Zona Norte do Recife, terá o tráfego de veículo liberado até o meio-dia de amanhã, de acordo com a Secretaria das Cidades do governo do estado (Secid). O restante das obras no local, que engloba um elevador de acesso para pedestres e a sinalização da via, continua sem data definida de entrega. A inauguração foi adiada pela sexta vez no mês passado.

A liberação do tráfego havia sido anunciada para 15 de março pelo secretário estadual das Cidades, André de Paula, quando foi realizada vistoria no túnel, no fim de fevereiro. Segundo o secretário-executivo de mobilidade da Secid, Marcelo Bruto, vários testes vêm sendo realizados na fase final da construção, que ao todo recebeu investimento de R$ 16 milhões.

“Estamos acompanhando as obras, pressionando a empresa responsável e realizando testes sucessivos. Depois de um resultado positivo na sondagem de estabilidade no entorno do túnel, falta apenas realizarmos um teste de drenagem”, afirmou Bruto.
Ele acrescentou que o órgão estabeleceu prazo que a construtora entregue o serviço completo até maio.

Interditando a área desde julho de 2013, a obra deveria ter sido finalizada há mais de um ano, de acordo com o planejamento inicial. Integrante do Corredor Leste/Oeste, o túnel faz parte de um pacote de mobilidade que ajudaria no acesso à Arena Pernambuco durante a Copa do Mundo do Brasil, realizada no ano passado.

Antes do início das obras, quando havia ainda um cruzamento entre a Rua Real da Torre e a Rua Benfica, registrava-se um fluxo médio de 4.620 carros por hora no trecho. Com a finalização do túnel, cerca de 8.250 veículos poderão passar no local no mesmo período.

Insatisfação no entorno da obra

O atraso da obra não trouxe reflexos apenas para a mobilidade do bairro. O impacto também foi sentido na economia da região. O assunto foi discutido em audiência pública realizada na Câmara Municipal do Recife, na manhã de ontem.

O estofador Mário Xavier, 56, que trabalha em frente ao túnel desde 2009, lamenta que três lojas vizinhas estão com as portas fechadas por falta de clientes, já que o acesso ficou reduzido após o início das obras. “Além disso, será uma avenida de alta velocidade. As pessoas não param e não há onde estacionar. É triste para nós.” Ele acrescenta que a falta de movimento também gerou insegurança “Quando encerramos o expediente, às 18h, olhamos para todos os lados, correndo para não sermos assaltados”, afirmou.

O prejuízo no comércio local é conhecido pela Secretaria das Cidades e está sendo analisado. Segundo a assessoria da Secid, a prioridade é finalizar a obra e, principalmente, liberar o tráfego. Em uma nova fase da obra, o problema será discutido.

A vereadora Isabella de Roldão (PDT), que convocou a audiência de ontem, lembrou que houve queda nas visitas ao Museu da Abolição. “Sem acesso ao estacionamento, os ônibus não levam estudantes”, explicou. A diretora do museu, Maria Elisabete Arruda, citou ainda o problema de segurança acarretado pela retirada dos postes de iluminação durante a construção.

Fonte: Diario de Pernambuco

Os piores dias para tirar o carro da garagem

 

Um dia normal de engarrafamento no Recife

Quem mora em grandes cidades brasileiras já deve ter notado que alguns dias da semana são mais ou menos propensos a congestionamentos. Mas o que muitos motoristas já cogitaram na prática, a fabricante de GPS TomTom constatou cruzando dados do trânsito de nove cidades brasileiras.

Em ranking recente, a empresa concluiu que, em boa parte das grandes metrópoles nacionais, as terças e as sextas-feiras são os piores dias para ir ou voltar do trabalho levando em consideração o tempo extra gasto no percuso por causa do trânsito.

Os moradores de Recife (PE), por exemplo, gastam em média  até o dobro de tempo para voltar para casa  no entardecer das sextas-feiras quando se leva  em conta a duração do mesmo percurso em horários do dia sem congestionamento.

Em São Paulo, nas terças-feiras de manhã, os motoristas gastam até 49% a mais de tempo por percurso devido aos engarrafamentos.

Veja os piores dias para tirar o carro da garagem em 9 cidades brasileiras. Confira também quanto tempo os motoristas perdem por dia em cada local e a posição dos municípios no ranking global da TomTom.

Em tempo: as cidades foram listadas de acordo com suas posições no ranking da TomTom.

Onde mais se perde tempo parado no trânsito no Brasil

Indicador

O que é

Dias com os piores horários de pico da manhã

Dia da semana + Em quanto aumenta a duração do percurso por causa do congestionamento

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Dia da semana + Em quanto aumenta a duração do percurso por causa do congestionamento

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

Tempo extra de duração do percurso por causa de congestionamentos diários

Posição no ranking mundial

Posição em lista de 146 cidades

Rio de Janeiro (RJ)

Cidade

Rio de Janeiro

Dias com os piores horários de pico da manhã

Terça (75%)* e Sexta (74%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Sexta (87%)* e Terça (81%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

26 minutos

Posição no ranking mundial

3

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

Salvador (BA)

Cidade

Salvador

Dias com os piores horários de pico da manhã

Terça (69%)* e quinta (66%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Quinta (84%)* e sexta (77%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

24 minutos

Posição no ranking mundial

5

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

Recife (PE)

Cidade

Recife

Dias com os piores horários de pico da manhã

Quinta (88%)* e Terça (84%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Sexta (101%)* e Quinta (82%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

27 minutos

Posição no ranking mundial

6

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

Fortaleza (CE)

Cidade

Fortaleza

Dias com os piores horários de pico da manhã

Quinta (57%)*, Segunda (52%)* e Terça (52%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Sexta (69%)* e Quinta (63%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

22 minutos

Posição no ranking mundial

23

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

São Paulo (SP)

Cidade

São Paulo

Dias com os piores horários de pico da manhã

Terça (49%)* e Segunda (45%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Sexta (69%)* e Quinta (62%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

20 minutos

Posição no ranking mundial

36

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

Belo Horizonte (MG)

Cidade

Belo Horizonte

Dias com os piores horários de pico da manhã

Segunda (47%)* e Terça (45%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Sexta (78%)* e Quinta (55%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

20 minutos

Posição no ranking mundial

70

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

Porto Alegre (RS)

Cidade

Porto Alegre

Dias com os piores horários de pico da manhã

Segunda (47%)* e Terça (46%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Quinta (56%)* e Sexta (55%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

19 minutos

Posição no ranking mundial

89

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

Brasília (DF)

Cidade

Brasília

Dias com os piores horários de pico da manhã

Terça (39%)* e Segunda (37%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Sexta (67%)* e Terça (54%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

18 minutos

Posição no ranking mundial

106

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos

Curitiba (PR)

Cidade

Curitiba

Dias com os piores horários de pico da manhã

Terça (35%)*

Dias com os piores horários de pico do fim da tarde

Sexta (48%)* e Quinta (42%)*

Quanto tempo se perde no trânsito diariamente

16 minutos

Posição no ranking mundial

118

*Em quanto aumenta a duração do percurso por causa dos congestionamentos.

 

Fonte: Agência ANTP

Recife é a mais lenta do Brasil na volta para casa

ônibus engarrafamento Recife - Foto - Júlio Jacobina DP/D.A.Presss

Por

Paulo Trigueiro

O Recife é a cidade brasileira com o trânsito mais lento no horário de pico noturno, das 17h às 19h. Em um ano, o motorista chega a gastar 94 horas a mais do que deveria atrás do volante, na volta para casa após o trabalho.

Com taxa de congestionamento de 82% no rush noturno, a capital ficou em sexto lugar no ranking mundial, à frente de metrópoles como Los Angeles e Rio – na capital fluminense se perdem 93 horas e a taxa de congestionamento é de 81%.

Os dados foram revelados ontem pelo fabricante de GPS TomTom, que realizou pesquisa em 218 cidades de 36 países através de informações colhidas por seus equipamentos.

O estudo foi feito com base na comparação de dois deslocamentos iguais, em horários de trânsito livre e de pico. No Recife, para cada meia hora percorrida no primeiro cenário, 24 minutos extras precisam ser gastos no rush.

Em Instambul, a pior do ranking mundial, um trajeto de 30 minutos em horários mais livres leva mais de uma hora no rush noturno. Lá os motoristas perdem 125 horas em média, por ano. Pela primeira vez a pesquisa da TomTom incluiu cidades da China.

No ranking geral de congestionamento em 2014, de acordo com a TomTom, a capital aparece com 45%, atrás do Rio (51%) e Salvador (46%).   Segundo a CTTU, o sentido Boa Viagem da Agamenon Magalhães tem o trânsito mais crítico da cidade (veja  ranking).

Ganhando tempo
Para quem faz longos trajetos e perde ainda mais tempo, a alternativa pode ser realizar alguma atividade enquanto o trânsito desafoga. O estudante de ciência da computação Igor Matos, 21, larga da UFPE às 18h30. Chegava a passar duas horas e meia para chegar a Olinda, onde mora. A saída foi estudar nos laboratórios da universidade até as 20h, quando pode fazer o percurso em pouco mais de uma hora.

“Acho que é preciso investir no tranporte coletivo e na bicicleta”, analisa o estudante e cicloativista. Em fevereiro deste ano, uma pesquisa da Proteste colocou o Recife aparece em primeiro lugar no ranking das cidades com mais tempo de espera de ônibus.

Saiba mais

200 cidades foram avaliadas pela pesquisa da TomTom

Horas extras gastas no trajeto de volta para casa anualmente
125    Instambul, Turquia
118    Moscou, Rússia
110    São Petersburgo, Rússia
102    Cidade do México, México
97    Chongqing, China
94    Recife, Pernambuco
94    Bucareste, Romênia
93    Rio de Janeiro, Brasil
93    Shenzhen, China
92    Los Angeles, Estados Unidos

60% das ruas do Recife estavam saturadas em julho do ano passado

Número de veículos no horário de Pico

Agamenon Magalhães
9,6 mil veículos/hora
28,8 mil no pico (17h às 19h)

Avenida Norte
3,9 mil veículos/hora
11,7 mil no pico

Rosa e Silva
3 mil veículos/hora
9 mil no pico

Cruz Cabugá
2 mil veículos/hora
6 mil no pico

Rui Barbosa
1,9 mil veículos/hora
5,7 mil no pico

Sem plano, Recife tem verbas de mobilidade ameaçadas

 

pedestre na faixa2Por

Rosália Vasconcelos

Termina em 30 de abril o prazo para que os municípios brasileiros entreguem ao governo federal o Plano Diretor de Mobilidade Urbana (PDMU). O Recife, apesar dos problemas neste setor, é uma das cidades que não produzirão o documento no prazo estabelecido pela Lei 12.587/2012.

Como consequência, ficará sem receber recursos federais para novos projetos de mobilidade urbana até que cumpra as exigências. E, por enquanto, ainda não há previsão para a elaboração do plano. O atraso na entrega não interfere na execução e repasse de recursos de projetos em andamento, como a Via Mangue, mas pode comprometer obras futuras.

Segundo a Secretaria Municipal de Planejamento, a construção do documento depende da entrega de uma pesquisa de origem/destino, que está sob a responsabilidade do Grande Recife Consórcio. “Em todo o país, tem sido apontada a necessidade deste estudo, com base em pesquisa domiciliar, em particular nas regiões metropolitanas”, justificou o órgão.

A pesquisa demanda abertura de licitação. “A previsão é de que a pesquisa só comece a ser realizada no segundo semestre deste ano, quando devem acontecer o lançamento do edital e a abertura da licitação para a escolha da empresa”, informou o Grande Recife. O último trabalho feito nesse sentido foi realizado há 18 anos, pela extinta Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).

A Secretaria de Planejamento também informou que houve um pedido ao Ministério das Cidades para prorrogação da entrega do plano. “Outros municípios que não conseguiram entregar o documento fizeram esse pedido. Aguardamos a sinalização do Ministério das Cidades quanto ao adiamento do prazo”, informou a pasta.

O Ministério das Cidades adiantou ao Diario que não há estimativa para prorrogação. “O prazo estabelecido em lei, que é abril de 2015, marca na verdade o início da obrigatoriedade como requisito para contratação de novas operações que utilizem recursos orçamentários federais”, explicou o ministério.

A resolução, contudo, não interfere no repasse de recursos para contratos antigos. “A política não prevê a avaliação dos planos de mobilidade municipais, mas é esperado que durante a construção dos planos também sejam realizadas audiências públicas para a participação popular”, orienta a pasta federal. O Ministério das Cidades disse não dispor de um levantamento sobre quantas cidades já conseguiram elaborar o documento conforme a Política Nacional de Mobilidade Urbana.

Em 2011, ainda na gestão do ex-prefeito João da Costa (PT), foi apresentado um plano de mobilidade à Câmara de Vereadores, quando foi criada uma Comissão Especial de Mobilidade para promover audiências públicas e discutir os encaminhamentos. No primeiro semestre de 2013, o projeto foi retirado da casa para análise do prefeito Geraldo Julio (PSB), alegando que faltavam estudos técnicos que embasassem o plano. Um novo projeto seria elaborado pela atual gestão. Até agora, no entanto, o Recife segue sem definições das políticas públicas de mobilidade urbana.

Recife chega em 2015 sem concluir o seu plano de mobilidade urbana. O prazo termina em abril

 

plano mobilidade2O Plano de Mobilidade Urbana do Recife enviado à Câmara Municipal pela gestão anterior e retirado pela atual gestão ainda está no limbo e a cidade segue sem definição das políticas públicas na área de mobilidade para os próximos anos. Faltando um mês para os municípios apresentarem seus planos, a situação é de total estagnação. E Recife, não é a única. Acompanhe a matéria abaixo do Portal Mobilize.

Termina agora, em abril de 2015, o prazo fixado pela Lei 12587/2012 para que os municípios brasileiros com mais de 20 mil habitantes elaborem seus Planos Diretores de Mobilidade Urbana. Caso contrário, essas cidades não poderão obter recursos federais para suas obras de transporte urbano.

Face o aperto do prazo, tramita no Congresso um projeto de lei propõe que os municípios tenham mais três anos para cumprir a exigência, ou seja, até abril de 2018. “A escassez de pessoal qualificado para realizar o trabalho, aliada a problemas financeiros que atingem grande parte dos municípios tem trazido uma imensa dificuldade para elaboração dos planos de mobilidade”, afirmou o deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT) na apresentação da proposta.

Consultado, o Ministério das Cidades informou que não há qualquer previsão de alargamento do prazo fixado pela Lei 12587, mas esclareceu que “o prazo estabelecido em Lei marca na verdade o início da obrigatoriedade dos planos como requisito para contratação de novas operações que utilizem recursos orçamentários federais”. Assim, na prática, os municípios obrigados pela lei ficarão temporariamente impedidos de celebrar novos contratos até que apresentem o plano, respondeu a assessoria do Ministério.

A assessoria do Ministério informou que ainda não tem um levantamento de quantas cidades conseguiram cumprir a exigência. Lembrou, apenas, que em 2012, segundo dados do IBGE, havia 210 municípios (4,8%) do total de 5.565 com planos de mobilidade urbana elaborados em todo o Brasil. Quanto à qualidade dos trabalhos já elaborados, o Ministério explica que a Política Nacional de Mobilidade não prevê a avaliação dos planos de mobilidade municipais, mas funcionários disseram que algumas cidades entregaram documentos sumários, “um deles com apenas uma folha”, para cumprir o rito previsto em lei. No entanto, para futuras seleções que envolverão recursos federais, os projetos cadastrados deverão estar de acordo com os planos apresentados. E apenas nesse momento será feita uma avaliação formal dos planos e projetos.

Cursos e publicações

Para atender às dúvidas das equipes municipais, a Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana (SeMob) tem realizado uma série de Seminários Regionais da Política Nacional de Mobilidade Urbana, em várias cidades pelo país. Nesses encontros, são discutidos os mecanismos de financiamento, a participação popular, questões de sustentabilidade, acessibilidade e segurança, entre outros pontos importantes que devem constar nos planos..

A SeMob também está preparando um Curso de Capacitação para Elaboração de Planos de Mobilidade à distância, que será disponibilizado no site do Ministério das Cidades.

Fonte: Portal Mobilize (por Marcos de Sousa)