Comissão de Mobilidade da Alepe faz audiência pública

Deputado Sílvio Costa Filho, fez visita ao blog com os deputados Ricardo Costa (PTC) e Zé Maurício (PP)

A Comissão de Mobilidade da Assembléia Legislativa realiza hoje uma audiência pública, no auditório do 6º andar, do Anexo I ao Palácio Joaquim Nabuco, no Edifício Nilo Coelho, para debater os novos desafios da mobilidade urbana no Grande Recife. A sessão começa às 9h com previsão de encerrar às 13h.

O presidente da comissão, o deputado Sílvio Costa Filho (PTB), que fez visita a este blog, disse na ocasião que o objetivo da comissão é ouvir os diversos segmentos da sociedade e até o fim do ano elaborar uma carta aberta com as propostas de melhoria de trafegabilidade não apenas para os carros, mas também para os pedestres. Uma das bandeiras levantadas é quanto a responsabilidade da conservação das calçadas.

Para o deputado estadual, Sílvio Costa Filho é preciso haver mudanças na legislação. “O Recife fez uma lei de calçadas, que muitos municípios da Região Metropolitana copiaram e na prática não funciona. A gente quer propor mudanças na lei e chamar os municípios para que reassumam a responsabilidade de preservação dos passeios”, declarou. A comissão também defende a melhoria da iluminação pública.

Primeiro Plano de Enfrentamento dos Acidentes de Motos

Pela primeira vez, Pernambuco terá um Plano de Enfrentamento dos Acidentes de Moto. O governador Eduardo Campos e o secretário de Saúde, Antônio Carlos Figueira, irão apresentar nesta sexta-feira, as diretrizes e o cronograma do plano.

A meta do governo do estado é reduzir os acidentes pela metade em até 10 anos. E as ações terão como principais estratégias: as blitze e campanhas educativas. A preocupação é em razão do número de acidentes. Somente no ano passado, um total de 571 pessoas morreram e mais 8 mil atendimentos foram realizados nos hospitais públicos. A estimativa de custo, por paciente acidentado é de R$ 12 mil.

O plano foi elaborado pelo Comitê de Prevenção de Acidentes de Moto, que é coordenado pelo médico João Veiga. Na semana passada, o comitê passou a contar também com a representação dos Motociclistas. O estado tem hoje 96 motoclubes. Participa do comitê, o presidente do Motoclube Bodes do Asfalto, Aílton Martins Cezar.

As principais ações do comitê são:
– Aumentar a fiscalização dos motociclistas
– Aumentar o contigente de efetivo
– Treinar os agentes na abordagem com rigor na fiscalização
– Desenvolver campanhas educativas na mídia televisiva e escrita
– Conscientizar a população do cumprimento da legislação

De acordo com Aílton Martins, outra preocupação é identificar as causas dos acidentes. E para isso, haverá mudança nos boletins de ocorrência. “Hoje não se sabe quais os tipos de motos que mais sofreram acidente e também de que forma o evento ocorreu, se houve uma batida ou atropelamento. São informações importantes na definição das políticas públicas”, argumentou Aílton Cezar. O comitê também está fazendo um mapeamento dos locais com maior incidência de acidente.

Política Nacional de Mobilidade Urbana

* Com informações da Agência Senado

O assunto não é novo, mas ainda engatinhamos. Foi aprovada este mês pela Comissão de Infraestrutura da Câmara Federal, a criação de uma Política Nacional de Mobilidade Urbana (PNMU). Pois é, ainda não tínhamos.

A  proposta é permitir a integração entre os diferentes modos de transporte e melhoria da acessibilidade e mobilidade das pessoas e cargas nos municípios. É óbvio, mas ainda não ocorre na prática.

O projeto do ex-deputado Alberto Goldeman, elaborado em 2010, define também o Sistema Nacional de Mobilidade Urbana como um conjunto organizado e coordenado dos modos de transporte e de serviços de infraestrutura. O documento também fixa princípios, diretrizes e os objetivos da política pública que se pretende criar.

Essas definições são extremamente importantes, uma vez que todos os modelos de transporte precisam ser pensados de forma integrada. O que nós estamos começando a fazer hoje, em outros países mais desenvolvidos essa política de mobilidade já tem mais de 30 ou 40 anos.

A rede de bondes que nós chegamos a ter com mais de 200 quilômetros de linhas, integrando várias cidades da Região Metropolitana do Recife, talvez não tivesse sido descartada quando se optou pelo ônibus.

Hoje veríamos que os dois modais poderiam ter ser integrados. Um não excluiria o outro. No lugar disso, temos hoje a rede do metrô, que só agora alcançou 38,5 quilômetros de extensão. Involuímos, mas ainda é tempo de recomeçar. O projeto, que foi aprovado em decisão terminativa será encaminhado,enfim, para sanção presidencial.

A briga pelos espaços públicos

 

Nada mais emblemático na disputa pelo espaço público do que a briga de dois flanelinhas na defesa dos seus “territórios”. As vias públicas estão todas loteadas e há regras entre os loteadores. Ontem, dois flanelinhas se desentenderam quando um invadiu o “espaço” do outro.

A disputa que terminou com briga de canivete e um pedaço de madeira, ocorreu no cruzamento das ruas do Navegantes com a Bruno Veloso, em Boa Viagem. Na avenida beira-mar, essa divisão já foi definida. Os oito quilômetros da avenida foram divididos entre eles da seguinte forma: cada um fica responsável por um quarteirão e valem os dois lados da via.

Há 10 anos trabalhando na Avenida Boa Viagem, o flanelinha Aluísio Xavier do Nascimento, 30 anos, toma conta de um trecho onde cabem 20 carros estacionados dos dois lados. “Eu trabalho aqui a semana toda. Mas o sábado e o domingo são os dias de melhor movimento. Por mês, eu consigo tirar um salário para sustentar a família”, revelou.

Aluísio disse que nunca houve problema na divisão do espaço. “Cada um cuida do seu espaço. E todos nós fomos cadastrados no Instituto Tavares Buril há um mês”, afirmou. A iniciativa da polícia em fazer o cadastramento foi logo após um flanelinha ter sido acusado de extorsão.

Fabrício Barros de Souza, 21, que trabalha na Rua da Moeda, no Bairro do Recife, chegou a passar três dias no Centro de Observação e Triagem (Cotel), em Abreu e Lima,  depois que um policial denunciou ter sofrido extorsão. Fabrício foi liberado, após a prisão ter sido relaxada.

Ontem, a disputa por espaço na via pública acabou na delegacia. O flanelinha que se armou com o canivete, Willis Oliveira da Silva, 19 anos, foi ferido na cabeça com o pedaço de madeira e levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Imbiribeira. Depois, ele foi encaminhado para a Delegacia de Boa Viagem junto com o outro flanelinha Wagner da Silva dos Santos, 19 anos, que depois de liberado voltou para o “seu” ponto.

“Ele queria pegar os meus clientes. Eu já tinha colococado papelão no vidro de todos os carros da rua e ele chegou com o canivete para me agredir. Eu peguei o pedaço de madeira e me defendi”, revelou Wagner. Entender a divisão do espaço público é outra questão. Não é apenas a antiguidade no lugar que é levada em conta, mas principalmente quem consegue se impor. Segundo o próprio Wagner, Willis, está no local há mais tempo que ele, mas houve um acordo para dividir os dias. O domingo seria dele.

Wagner dos Santos contou que chegou no endereço por volta das 6h30. “No domingo, o movimento começa cedo. Tenho clientes antigos. Estava lavando um carro, quando me distrai e ele chegou querendo pegar as vagas para ele”, disse. Em média, num dia de domingo, Wagner disse que fatura até R$ 50 cuidando dos carros nas ruas de Boa Viagem. Na delegacia, Willis não quis dar entrevista, mas admitiu que tinha puxado o canivete.

Os dois flanelinhas envolvidos na briga foram liberados depois de terem sido ouvidos. Segundo o delegado de Boa Viagem, Erivaldo Guerra, eles irão responder a um Termo Circustânciado de Ocorrência (TCO). “Eles serão investigados por crime de lesão corporal leve. Vão ser ouvidos no juizado especial criminal”, explicou.

O que você faria se atropelasse alguém?

Qualquer pessoa está passível de se envolver em um acidente de trânsito, seja como vítima ou causador do fato. E é difícil saber, com antecedência, como reagir em tal situação. É quase aquela lógica do assalto. Ninguém sabe ao certo como irá se comportar.

Mas há questões que estão intrísecas na nossa formação: a primeira delas é a ética. Afinal nós sabemos diferenciar, naturalmente, sobre o que é certo ou errado. Outro ponto é o conhecimento. E, nesse caso, talvez a formação dos motoristas devesse conter dicas de como as pessoas devem se comportar em um caso de acidente. Até mesmo com noções de primeiros socorros.

O que temos assistido, infelizmente, são notícias de motoristas que fogem sem prestar socorro. E o blog levantou essa questão: o que você faria se atropelasse uma pessoa?

71% das pessoas disseram que prestariam socorro

14% disseram que prestariam socorro, se fosse seguro

10% informaram não saber o que fazer. Cada situação é um fato

5% admitiram que fugiriam do local, por não saber qual seria a reação das pessoas

A enquete revela que a grande maioria afirma que se predispõe a fazer o socorro. E quase 30% condiciona a prestação do socorro à segurança pessoal. Nas duas situações fica claro, que não existe um modo padrão de comportamento. E saber como agir pode fazer toda a diferença na hora de salvar vidas.

 

 

 

Um dia diferente no trânsito, que poderia se repetir

 


A integração do transporte público é um dos diferenciais da Região Metropolitana do Recife em relação a outras capitais brasileiras. Mas o acesso aos principais corredores de tráfego e terminais de integração ainda deixa muito a desejar.

No dia mundial sem carro, quando decidi deixar o carro em casa, tentei observar as opções para chegar ao corredor principal, no caso a Avenida Conselheiro Aguiar. Levando-se em conta que eu estava na Barão de Souza Leão, a caminhada até a Conselheiro levaria cerca de 20 minutos. Outra opção seria, a paralela da Barão, a Capitão Zuzinha. A primeira opção teria uma oferta maior de linhas, a segunda mais limitada.

Optei pela segunda. Foi o primeiro erro. O ônibus da linha PE-15 me levaria até a Agamenon Magalhães, mas eu queria ir para o Bairro de Santo Amaro, no centro. Tive que descer na Conselheiro Aguiar e pegar a segunda condução até o Terminal de Santa Rita. Tudo certo. Lá peguei, enfim, o circular .O terceiro ônibus, a terceira passagem.

Para minha surpresa o terminal de Santa Rita não tem o sistema de integração. O terminal que é estratégico na área central da cidade e recebe linhas de todas as áreas, não oferece a opção de integração, nem mesmo com as linhas circulares.

Como não saí no horário de pico e não houve nenhum acidente no meio do caminho, foram só 45 minutos de casa até o trabalho. Quase me convenceu se as opções fossem mais atraentes. Depois soube que poderia ter pego o metrô na estação aeroporto e descido na estação Joana Bezerra e de lá pegaria o circular da integração.

Parecia perfeito, mas o deslocamento até a estação também precisaria de uma longa caminhada com calçadas ruins. E fiquei pensando que a Barão de Souza de Leão, que é um corredor de acesso para o Aeroporto, bem que poderia ter uma linha circular.Até porque o acesso da estação para o aeroporto é também complicado.  A travessia a pé, seria uma aventura cansativa e desnecessária.

Seria bom deixar o carro pelo  transporte público, mas precisa me oferecer melhores opções antes de me convencer…

 

 

Quem é prioridade na educação de trânsito?

 

Consultor em educação para o trânsito defende trabalho com jovens e não apenas com crianças

Tânia Passos
Taniapassos.pe@dabr.com.br

Talvez o tema educação no trânsito nunca tenha estado tão em evidência quanto agora. O trânsito interefere diretamente na questão da mobilidade e mais do que isso: mata. A Semana Nacional do Trânsito enfocou mais uma vez a necessidade de tornar o tema um elemento essencial ao desenvolvimento e sustentabilidade das cidades. E é.

Na palestra promovida ontem pelo Detran-PE, no Parque Dona Lindu, o sociólogo e consultor em educação no trânsito, Eduardo Boavita chamou atenção para um grupo específico: o dos jovens.

Uma das preocupações do sociólogo é que não existe hoje nenhum programa direcionado aos jovens. As crianças, em geral, são o principal foco das campanhas, mesmo assim de forma eventual. “Por mais que se eduque a criança, quando ela entrar na adolescência será influenciada pelo seu grupo. Por isso, é importante que as atenções estejam voltadas aos jovens, que a qualquer momento estarão no trânsito”, revelou.

Ainda segundo o sociólogo, há pelo menos duas lacunas nessa questão da educação do trânsito em todas as cidades brasileiras: a ausência de educação do trânsito nas escolas e o descaso com os jovens. “O Brasil está em um momento econômico favorável ao desenvolvimento. Quando esse jovem começar a ganhar dois salários, ele vai comprar uma bicicleta ou uma moto?”, questionou.

O consultor em educação do trânsito defende ainda que o processo educativo seja desenvolvido nas escolas. “Os órgãos de trânsito não têm estrutura para atuar em todas as escolas nos diversos níveis de ensino. Essa função é do educador que precisa ser capacitado. Os órgãos de trânsito podem fazer parceria nesse sentido”, explicou.

Também no Parque Dona Lindu, até amanhã, estará funcionando a 11ª Feira de Educação do Trânsito promovida pelo Detran. A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) levou ao evento o projeto “Cinema nas Escolas”, onde irá apresentar vídeos sobre educação no trânsito. E, a partir do dia 3 de outubro, o projeto irá percorrer as escolas da rede municipal.

O gerente de Educação para o Trânsito da CTTU, Francisco Irineu, explicou que é preciso usar as diversas linguagens de comunicação para se aproximar do mundo imaginário da criança. “Os filmes fazem um link com algumas fábulas da leitura das crianças, como Branca de Neve, Chapeuzinho Vermelho, entre outros. No tema, esses personagens vivem situações de trânsito e ajudam a passar a mensagem para os estudantes”, afirmou. Segundo ele é importante educar a pessoa desde pequena. Agora sabemos que não só.