A partir desta quarta-feira (16) a estação Guararapes, localizada na Av. Guararapes em frente ao prédio dos Correios, começa a funcionar como ponto de embarque e desembarque do BRT Leste/Oeste, totalizando sete estações em operação.
Como o ponto de retorno dos veículos do Via Livre deixa de ser a Praça do Derby e passará a funcionar no Centro da cidade, a linha de BRT em operação será Camaragibe (Centro) e circulará com 18 veículos.
A linha sairá do TI Camaragibe, seguirá pela Av. Belmino Correia e irá parar nas estações Capibaribe, BR-101, Forte do Arraial, Getúlio Vargas e Abolição, localizadas na Av. Caxangá.
Os veículos também irão parar na estação Derby, no embarque localizado próximo a Av. Agamenon Magalhães, e seguirão pela Av. Conde da Boa Vista sem realizar embarque e desembarque. A estação Guararapes será o ponto de retorno do BRT para o subúrbio. Os usuários utilizarão o embarque mais próximo da Rua Sol para pegar o Via Livre.
A operação do BRT continuará a mesma, acontecendo de domingo a domingo, das 4h30 às 22h. As integrações temporais para os usuários com destino ao Joana Bezerra e Ilha do Leite acontecerão normalmente.
É importante lembrar que a linha convencional 450 – Camaragibe (Cond. da Boa Vista) continuará em operação atendendo aos usuários.
Faltando menos de 15 dias para o mês de março, que havia sido previsto para o início dos testes para operação dos corredores do BRT (Bus Rapid Transit) nos ramais Norte/Sul e Leste/Oeste, a Secretaria das Cidades não apenas já adiou a largada para abril como reconhece que alguns trechos só devem ficar prontos em maio, às vésperas do início das competições da Copa do Mundo na Arena Pernambuco.
De olho no cronograma das obras, o Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano já trabalha com três etapas para implantação do sistema no corredor Leste/Oeste e com duas para o corredor Norte/Sul.A ideia é que os testes nos dois corredores comecem no dia 4 de abril.
A fase 1 do Leste/Oeste será iniciada pela estação localizada na frente do terminal da 3ª Perimetral, que está sendo construído no estacionamento do Hospital Getulio Vargas. Isso significa que os ônibus vão começar a operar sem o terminal e sem as linhas alimentadoras, tendo como ponto de saída a própria Avenida Caxangá. Nessa etapa, segundo o presidente do Grande Recife, Nélson Menezes, serão disponilizados no corredor 13 ônibus do sistema BRT. Desses, oito terão linhas para o Centro da cidade, passando pela Conde da Boa Vista, e cinco vão retornar do Derby.
No Corredor Norte/Sul, a fase 1 contemplará o trecho entre o terminal da PE-15 e a Avenida Dantas Barreto e serão disponibilizados 14 ônibus. Já a fase 2 do Leste/Oeste está prevista para o dia 26 de abril, quando deverá ser inaugurado o terminal da 3ª Perimetral. “A demanda irá aumentar muito porque nessa fase começaremos a contar com as linhas alimentadoras”, explicou Menezes.
Também na fase 2, o TI Joana Bezerra entrará em operação e os ônibus não irão mais fazer o retorno no Derby. Tanto a fase 1 quanto a fase 3 são comuns aos dois corredores. Esta última está prevista para o dia 15 de maio. No Leste/Oeste, devem entrar em operação em maio os terminais da 4ª perimetral e o de Camaragibe. “Essa é a fase limite onde o sistema irá operar com todo o seu potencial. Também em maio, o TI da Caxangá irá receber o BRT”, explicou Nélson Menezes.
Na fase 3, o Leste/Oeste irá contar com 95 ônibus articulados do BRT. O Norte/Sul contará até 15 de maio com o terminal de Abreu e Lima. Já os outros terminais – Pelópidas, PE-15 e o próprio terminal de Igarassu – só vão ter as obras de expansão após a Copa. “Nesses terminais que ainda não estarão adaptados, os ônibus do BRT irão funcionar com a porta da direita”, explicou o presidente do Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano. A previsão é que em maio o Norte/Sul opere com 84 ônibus do BRT.
Prevista para terminar em março do próximo ano, a obra do corredor Leste-Oeste pode atrasar. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) deve ingressar com um pedido de paralisação dos serviços até sexta-feira. Os argumentos para a solicitação do embargo da obra, que ligará Recife e Camaragibe, se fundamentam no Inquérito Civil Público, instaurado há 90 dias e concluído ontem pelo promotor de Justiça de Meio Ambiente e Patrimônio da Capital, Ricardo Coelho.
Quando pronto, o corredor vai operar no modelo BRT (Bus Rapid Transit), que adota faixas e estações exclusivas para os ônibus, dotados de ar-condiciado e sistema de compra antecipada de bilhetes. A Secretaria das Cidades alega que cumpriu todas as exigências legais.
O pedido de suspensão parte de três pontos, segundo o promotor. “O inquérito aponta que a construção do Terminal Integrado de Passageiros junto ao Hospital Getúlio Vargas, na Avenida Caxangá, é absolutamente incompatível com a função de tratar da saúde das pessoas”, exemplicou Ricardo Coelho.
A incompatibilidade se daria porque os coletivos a circularem pelo terminal vão gerar muito barulho, poluição atmosférica e trepidação, elementos que seriam prejudiciais ao tratamento dos pacientes de uma unidade de saúde. Além disso, completou ele, o fluxo de veículos e de pessoas no terminal dificultará o acesso ao Getúlio Vargas.
Outro aspecto destacado no Inquérito Civil Público é o impacto das obras do túnel próximo ao Museu da Abolição. O promotor entende que os serviços afetam a estrutura e o funcionamento do museu, instalado no Sobrado Grande da Madalena e vinculado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
O casarão foi a sede do Engenho Madalena e residência do conselheiro João Alfredo. Em 1888, ele presidia o conselho que extinguiu a escravatura no Brasil. Por essa importância, entende Ricardo Coelho, a construção do túnel jamais deveria ser licenciada. O promotor vai pedir à Vara da Fazenda Pública Estadual que imponha compensações ao estado por conta dos serviços do túnel.
O terceiro argumento para a necessidade de suspensão das obras do Leste-Oeste é de ordem ambiental. O MPPE questiona o processo de compensação pela derrubada das árvores na Caxangá, avenida que sofre adaptações para se implantar estações exclusivas para os ônibus do BRT. “O replantio das árvores tem que ser na própria área da obra”, justifica o promotor.
No projeto, a Agência Pernambucana de Meio Ambiente (CPRH) autoriza a derrubada das árvores, mas desde que se plantasse um número maior, ou seja 150 unidades. O replantio se daria, entretanto, em Carpina, na Mata Norte e a 65 quilômetros da capital. O pedido para a suspensão das obras do Leste-Oeste, adiantou Ricardo Coelho, está sendo elaborado e deve ficar pronto nas próximas horas.
A Avenida Conde da Boa Vista, principal artéria de acesso ao Centro do Recife, terá seu formato modificado, com um novo conceito de uso. Sairão os ônibus convencionais para dar lugar ao sistema BRT (Bus Rapid Transit ou Transporte Rápido por Ônibus) do corredor Leste/Oeste. As mudanças, que incluem intervenções urbanísticas para trazer de volta a importância da via, ocorrerão cinco anos depois que a avenida passou por uma reforma que custou R$ 14 milhões, com a proposta de fazer parte do Leste/Oeste. A modificação é voltada a adequar a via ao modelo do corredor projetado pelo governo do estado, que vai até o Derby e deve ficar pronto em março de 2014.
Atualmente, 54 linhas circulam pela avenida. com um total de 537 ônibus. Com a implantação do BRT, serão 16 linhas e 160 ônibus. As outras 38 linhas e seus 377 ônibus terão que ser deslocados para vias paralelas à avenida. De acordo com o secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga, ruas como Mário Melo, Palmares, Visconde de Suassuna, Príncipe, Manoel Borba e Barão de São Borja passarão por adequações para receber os ônibus convencionais que precisam chegar ao Centro.
O plano da prefeitura só deverá ficar pronto até o fim do ano, mas segundo o secretário de Mobilidade e Controle Urbano, João Braga, isso não atrapalhará as obras das estações do BRT na Avenida Conde da Boa Vista. Ainda de acordo com Braga, as ruas transversais também serão modificadas. “A proposta é devolver o glamour da avenida, com a reurbanização dela e das vias do entorno. Em alguns trechos haverá necessidade de desapropriação para facilitar a circulação dos ônibus”.
A proposta de um novo conceito para a Conde da Boa Vista já foi apresentada ao Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano, responsável pela gerência do transporte público. Segundo o presidente do Grande Recife, Nélson Menezes, o conceito do município de privilegiar o BRT é interessante. “Por enquanto é um conceito. Somente com os estudos teremos condições de saber o tratamento para as demais linhas”, ressaltou.
Segundo Nélson, como o projeto do município só será entregue no fim do ano, as paradas de ônibus atuais vão passar por uma adequação provisória. “A ideia é fechar algumas paradas para instalar catracas para o pagamento antecipado com os ônibus com portas também do lado direito. As estações definitivas só serão feitas com a conclusão do projeto do município”.
Para o especialista em mobilidade César Cavalcanti a priorização da avenida para o BRT é importante. “A Conde da Boa Vista não tem mais como exercer o seu papel de eixo de transporte e ao mesmo tempo proporcionar as condições de bem-estar para o comércio e quem frequenta a via”, afirmou. Outro especialista que preferiu não se identificar diz que será complicado adequar as demais linhas para as vias paralelas, principalmente para quem tem como destino a Conde da Boa Vista.
Saiba Mais
A trajetória da Conde da Boa Vista
Em 1840, o governador Francisco do Rego Barros, o conde da
Boa Vista, executou o aterramento do que chamou Caminho Novo, que ligaria o Centro do Recife ao então bairro de Camaragibe
Em 1870, com a morte de Rego Barros, o nome da via foi alterado para Rua Conde da Boa Vista, em homenagem ao ex-governador
Com seu alargamento em 1956, na administração de Pelópidas da Silveira, a rua passou à categoria de avenida, chamando-se, então, Avenida Conde da Boa Vista
Entre 2007 e 2008, a avenida sofreu modificações no seu corredor viário, passando a fazer parte do chamado Corredor Leste-Oeste, um corredor exclusivo de ônibus, juntamente com a Avenida Caxangá e a Rua Benfica
A Conde da Boa Vista passou por ampla e polêmica reforma, sendo reinaugurada em abril de 2008, na gestão do ex-prefeito João Paulo (PT). Com o propósito de priorizar
o transporte coletivo, ganhou paradas de ônibus no meio da via e tirou espaço de carros
de passeio
A atual proposta da Secretaria de Mobilidade e Controle Urbano
é deixar a avenida exclusivamente para o BRT do corredor Leste/Oeste nas duas faixas destinadas aos ônibus. As demais linhas seguirão por vias paralelas. Os carros vão permanecer com uma faixa por sentido
Perfil da Avenida
Conde da Boa Vista
Hoje
54 linhas de ônibus circulam pela via
537 ônibus passam pela avenida
6 paradas
Com BRT
16 linhas
160 ônibus
3 paradas
2008 – o início do corredor Leste/Oeste
6 paradas centralizadas
R$ 14 milhões foi o custo da implantação do atual traçado
O prazo é cada vez menor e os desafios parecem não ter fim, mas de acordo com o secretário das Cidades de Pernambuco, Danilo Cabral, os dois corredores exclusivos do BRT:Norte/sul e Leste/Oeste vão estar prontos até março de 2014. Olhando as imagens fica até difícil acreditar…
A 10 meses da Copa do Mundo, os dois mais importantes corredores da RMR – Norte/Sul e Leste/Oeste – não têm só o prazo de execução como desafio, mas sobretudo o legado que deixarão. Dois aspectos devem ser considerados: a qualidade e a eficácia dos equipamentos e o planejamento além da Copa.
Em Bogotá, Curitiba e Belo Horizonte, a implantação do modelo BRT veio acompanhada de um plano de expansão. No Recife, mesmo com o Plano Diretor de Transporte Urbano de 2007 como referência, ações futuras não têm cronograma certo. Pior: o PDTU não tem dados atualizados desde que foi lançado. A estimativa de demanda em Suape até 2020 , por exemplo, foi superada em 2012. E há risco de ações desconectadas de uma lógica no sistema, como um modal ferroviário na Av Norte.
Até dezembro de 2013, a Secretaria das Cidades espera concluir o corredor Norte/Sul, aquele que tem 33 estações, das quais apenas 15 foram iniciadas, e 33,2 km de extensão, dos quais 12 km tiveram, até agora, reforço no pavimento do corredor exclusivo. Sem falar no Terminal Integrado de Abreu e Lima, que está no início da construção, e nos outros três terminais do Norte/Sul: Igarassu, Pelópidas e PE-15, que ainda não foram adaptados para receber o BRT.
Também não há sinal da ciclovia e melhoria dos passeios ao longo do corredor. A favor do cronograma, estão os viadutos de Ouro Preto, Bultrins e Complexo Salgadinho, já concluídos. Pelos cálculos do governo, cerca de 67% das obras já foram executadas.
“As estações estarão concluídas até dezembro. Já as obras de adaptação dos terminais serão iniciadas em setembro e o projeto de urbanização da PE-5 está sendo concluído e será executado até março de 2014”, afirmou o secretário das Cidades, Danilo Cabral. Para agilizar a montagem das estações, as estruturas em concreto estão sendo substituídas por metálicas. “A execução é bem mais rápida e a durabilidade é equivalente. O design é o mesmo”, afirmou Juliana Barreto, gerente de projetos da Secretaria das Cidades.
O corredor Leste/Oeste tem 45% das obras concluídas e a previsão é que fique pronto até março de 2014. Das 21 estações, 14 foram iniciadas e estão em fase mais avançada de acabamento. Os terminais de integração, no entanto, são um problema. O de Camaragibe não teve a ampliação iniciada, e os terminais da 3ª e 4ª perimetrais estão no início das obras. Também em Camaragibe, as cinco estações na Avenida Belmino Correia dependem de desapropriação. “Estamos aguardando autorização da Justiça, mas acreditamos que até setembro as obras serão iniciadas”, afirmou.
Outro ponto pendente é a Avenida Conde da Boa Vista, cujo projeto é do município. Os estudos para a requalificação da via ainda estão sendo feitos. “Há um questionamento sobre a mudança do conceito para a Conde da Boa Vista. Não é apenas uma questão de fixar estações. Essa é a parte mais simples. Mas como se dará o uso do espaço é uma decisão do município, que estamos aguardando”, revelou Juliana Barreto.
Segundo o secretário de Mobilidade e Controle Urbano do Recife, João Braga, já houve a definição do conceito. “A Conde da Boa Vista será apenas para o BRT. Os ônibus convencionais usarão vias paralelas. Apresentamos a proposta ao Grande Recife, que nos dirá de que forma poderá ocorrer a operação do sistema enquanto a obra estiver sendo tocada”, pontuou. Segundo ele, a ideia também é resgatar o glamour e a beleza da avenida. “Haverá um trabalho paisagístico para recuperar a via”, afirmou.
As vias paralelas e transversais também vão sofrer mudanças. “Nós acreditamos que até o fim do ano o projeto esteja esteja concluído”. Segundo o secretário, as obras das estações do BRT poderão ser iniciadas desde que haja um plano de circulação para as vias que hoje passam pela avenida.
Depois de uma discussão interminável entre a Secretaria das Cidades e a Capitania dos Portos de Pernambuco para liberação das ruas do Cais e Dona Leonor, ocupadas pela Vila Naval, para possibilitar um escape do tráfego na Avenida Cruz Cabugá, durante as obras do corredor Norte/Sul, agora é a vez da Secretaria de Mobilidade do Recife entrar na briga. A preocupação do município tem uma razão óbvia: o nó no trânsito com as obras na Cabugá cairá nas costas da CTTU.
A Marinha quer ceder toda a área em troca de apartamentos em outro lugar para abrigar os oficiais, que residem no perímetro delimitado. O estado não quer a área toda, mas apenas o espaço das ruas, que, por sinal, constam como vias do município. O principal argumento da Marinha é em relação a questão da segurança. Com as ruas liberadas, as residências oficiais ficariam mais expostas. Se a Marinha teme a violência urbana, o que dirá o cidadão comum? Bem-vindos ao clube. Todos os outros mortais dividem espaço com as ruas. É isso que se chama de cidade. Mas, se a questão é de um tratamento diferenciado, afinal é a Marinha. O que dizer das residências oficiais na Avenida Boa Viagem? Lá, eles resolveram o problema da segurança com uma guarita. Não seria o caso?
Há ainda uma questão muito maior do que esse queda de braço. O bem da coletividade deve vir antes dos interesses individuais. Mantendo essa postura, a Marinha corre o risco de estar na contramão da mobilidade. Em carta enviada pelo secretário, João Braga ao comando da Capitania dos Porto, o recado é que se não houver mudança de postura, o município irá assumir a responsabilidade. E não se espera que seja diferente. O fato é que a obra está para começar nas próximas semanas e esse ainda é um empecilho, por enquanto.
As obras do corredor Leste/Oeste na Avenida Caxangá estão prestes a entrar em uma nova etapa. A previsão da Secretaria das Cidades é de iniciar este mês as escavações do túnel nas imediações do Museu da Abolição no cruzamento da Caxangá com a Real da Torre, um dos principais pontos de conflito de tráfego das duas vias. Para reduzir os impactos no trânsito, a obra só será iniciada após a liberação do estudo de circulação do trecho compreendido entre o museu e a Praça do Derby. Um primeiro exercício do plano de circulação já foi feito. Mas teve que ser submetido a ajustes. A previsão é que o túnel seja entregue até janeiro de 2014.
Só com o plano de circulação serão definidas a localização das estações de embarque e desembarque que ficarão nesse trecho. De acordo com o secretário das Cidades, Danilo Cabral, a estação da Benfica poderia ficar na Praça Euclides da Cunha ou mais à frente. “Nós não tivemos ainda liberação do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em relação à praça, que é um bem tombado”, revelou o secretário. Caso essa estação seja aprovada, a logística do trânsito também será modificada.
Outra indefinição é quanto à parada que estava prevista na Rua Visconde de Albuquerque, nas imediações do Bompreço. “O estudo de circulação pode inviabilizar duas estações muito próximas e optar entre uma e outra”,ressaltou Danilo Cabral.
Os nós
Faltando um ano para a entrega do Leste/Oeste, a localização das estações de embarque e desembarque ainda são um dilema. Outro nó para desatar fica no trecho entre o Derby e a Rua da Aurora, onde o BRT vai dividir o corredor exclusivo com os ônibus convencionais. “Estamos estudando com o município a localização das estações no corredor que passa pela Avenida Conde da Boa Vista que, com certeza, é o trecho mais delicado”, disse o secretário.
Do Trem do Forró ao modelo de Transporte Rápido por Ônibus, também conhecido como BRT (Bus Rapid Transit). O sistema de corredor exclusivo de ônibus, inaugurado em Curitiba na década de 1970, e que se tornou exemplo para o mundo, será implantado em Caruaru no trecho da antiga linha férrea que corta a cidade de Leste a Oeste. A cidade do Agreste é a primeira do interior do estado a apostar nos corredores exclusivos de ônibus. O município foi contemplado com recursos do PAC da Mobilidade 2, do governo federal, que destinou R$ 250 milhões para as obras. O projeto executivo deverá ser iniciado em até 90 dias e a obra do corredor no primeiro trimestre de 2014.
Com uma população de 306 mil habitantes e uma frota de 126 mil veículos, a cidade tem uma média de um carro para 2,4 pessoas, mesma proporção do Recife, com 1,5 milhão de habitantes e uma frota de 607 mil veículos. O principal sistema de transporte público de Caruaru é o de ônibus, que tem frota de 81 coletivos e transporta 1,4 milhão de passageiros por mês. “Acho o transporte público daqui muito escasso e a situação fica pior nos horários de pico. Demora muito de um intervalo para outro e a gente não tem outra opção”, reclama a estudante Jéssica Machado, 21 anos.
Caruaru obteve recursos para o BRT após apresentar um pré-projeto ao Ministério das Cidades, no fim do ano passado, com a proposta de dois corredores exclusivos: Norte/Sul e Leste/Oeste. Dos dois, foi escolhido o ramal Leste/Oeste, que cortará 12 bairros entre Rendeiras e Alto do Moura e beneficiará mais de 50 mil usuários.
“Nós tentamos emplacar os dois corredores, mas para nós o Leste/Oeste, que passa por dentro da cidade e atende quase o dobro do Norte/Sul, é mais urgente. Mesmo assim vamos tentar aprovar o Norte/Sul no PAC3, em 2014”, afirmou o secretário de Projetos Especiais da Prefeitura de Caruaru, Paulo Cassundé.
O corredor Leste/Oeste será construído por cima da antiga linha férrea em um trecho de 13,5 km. A estação da Refesa fica no centro de Caruaru. O local foi o principal palco do Trem do Forró, uma das maiores atrações juninas da cidade. O último trem passou pela estação em 2001. A atividade foi encerrada devido às péssimas condições da linha entre o Recife e Caruaru. A ideia, agora, é reaproveitar o espaço da linha, que ocupa uma área reservada de 10 metros de cada lado.
“Estamos em contato com a Diretoria de Patrimônio da União, a Agência de Transporte Terrestre, o Dnit e o Iphan para que a linha férrea seja oficialmente cedida ao município de Caruaru”, revelou o prefeito de Caruaru, José Queiroz.
Em março, o prefeito do Recife, Geraldo Julio, vai bater o martelo sobre o destino da Avenida Agamenon Magalhães. Ele decidirá se a via receberá os quatro viadutos previstos no projeto do governo do estado para implantação do trecho do Corredor Norte/Sul. A decisão vai coincidir com o resultado dos três estudos solicitados à Secretaria das Cidades pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE), de impacto sobre a vizinhança, de meio ambiente e de circulção.
Junto com essas análises, o prefeito também terá em mãos os projetos executivos dos quatro viadutos e os novos cálculos sobre o solo mole da Agamenon, que tiveram que ser refeitos. “Em março conheceremos a solução de mobilidade para a Agamenon, que pode ser ou não com os viadutos”, reforçou Geraldo Julio.
Enquanto o prefeito recebia a incumbência de decidir sobre os viadutos, a Secretaria das Cidades manteve o cronomograma dos trabalhos. Segundo o secretário Danilo Cabral, os dois primeiros estudos de impacto de vizinhaça e de meio ambiente foram concluídos. “Não apontaram nenhum fator de impedimento para a construção dos viadutos na Agamenon Magalhães. Estamos aguardando a última análise de circulação, que está sendo feita junto com o projeto executivo”, revelou o secretário.
O atraso na definição sobre o destino dos viadutos da Agamenon exigiu uma mudança na lógica dos trabalhos. Por conta dos viadutos, a perimetral não foi incluída nos recursos do PAC Copa, então, tecnicamente, o ramal da Agamenon não terá que ficar pronto até 2014. O secretário, porém, crê na possibilidade de que os trabalhos sejam acelerados após a decisão do prefeito.
A única certeza, por enquanto, é o ramal da Avenida Cruz Cabugá até o Terminal Integrado da Estação Central do metrô, que será concluído em dezembro deste ano. O corredor Norte/Sul, que liga o município de Igarassu ao Recife, com 33 km, e que numa segunda etapa irá até Jaboatão, com mais 45 km, terá 10 km liberados nesta semana para o tráfego entre Abreu e Lima e Igarassu.
“Só com esse trecho a gente já espera mais agilidade no corredor, mesmo com os ônibus convencionais”, afirmou o secretário. Até o meio do ano, mais uma etapa será liberada nas imediações dos Bultrins. “Também abrimos um trecho do viaduto dos Bultrins para melhorar o tráfego no sentido Recife/Paulista”, afirmou Danilo Cabral.
O Corredor Norte/Sul não terá apenas ônibus no modelo do Transporte Rápido por Ônibus (TRO), também conhecido na sigla inglesa como BRT. Segundo a Secretaria das Cidades algumas linhas convencionais vão usar o corredor e por conta disso, certas paradas convencionais serão mantidas. Só não se sabe se esses ônibus comuns vão atrasar o percurso do BRT.
Corredor Leste/Oeste só em março de 2014
As obras do corredor Leste/Oeste seguem em ritmo acelerado, com conclusão prevista para março de 2014. O Viaduto do Bom Pastor ficará pronto em novembro deste ano e a abertura do túnel nas imediações do Museu da Abolição terá as escavações iniciadas em março. O corredor será bastante beneficiado com os dois terminais de integração a serem construídos na Caxangá para atender a 3ª e a 4ª perimetrais.
A ordem de serviço foi assinada ontem pelo governador Eduardo Campos. “São obras importantes porque priorizam o transporte público. Os terminais serão preparados para receber ônibus mais modernos, que farão um deslocamento mais rápido”, afirmou o governador. O TI da 4ª perimetral tem previsão de receber 53 mil passageiros e vai operar com 11 linhas. Vai atender a Cidade Universitária, Brasilit, Jardim Primavera, Tabatinga, UT-7, Loteamento Cosme e Damião e Timbi. O custo é de R$ 53 milhões.
Já o TI da 3ª perimetral será construído na esquina da Avenida Caxangá com a General San Martin. Atenderá cerca de 40 mil usuários por dia, com 11 linhas, beneficiando San Martin, Av. do Forte, Sítio das Palmeiras, Roda de Fogo, Torrões, Monsenhor Fabrício, Engenho do Meio, Barbalho e Torre.
Mudanças
O projeto do corredor sofreu alterações. O viaduto longitudinal previsto nas imediações do Hospital Getúlio Vargas será substituído por um transversal. Segundo o secretário das Cidades, Danilo Cabral, a ideia é fazer uma passagem de continuidade à 3ª perimetral. Com a mudança, o novo viaduto não foi incluído no Pac Copa e o elevado receberá recursos do Pac Mob captados pelo município. “Foi um pedido dos técnicos da prefeitura e nós tivemos que atender”, revelou o secretário. Outra mudança, que não vai alterar o cronograma, será a construção de um viaduto na entrada de Aldeia. “Vai facilitar a circulação na entrada de Camaragibe”, afirmou