Um amontoado de pedestres aguarda o semáforo fechar para, enfim, atravessar a rua. Alguns, mais apressados, inclusive arriscam a própria vida entre um carro e outro. Muitas vezes, inclusive, a quantidade de gente aguardando no semáforo é superior a de veículos trafegando. A cena é comum nos centros urbanos cujas vias foram projetadas para priorizar os carros e não os pedestres.
Em resposta a esta realidade, Londres está desenvolvendo uma tecnologia que traz mais segurança para quem está a pé. É o Pedestrian Scoot, um sensor que calcula o número de gente esperando para atravessar e, de acordo com a quantidade detectada, o equipamento prolonga o tempo para que mais pessoas atravessem. Ou seja, ele oferece mais eficiência e otimização nas viagens a pé.
A iniciativa faz parte dos esforços de Londres para reduzir em 40% o número de pedestres mortos ou feridos até 2020. Os locais escolhidos para a fase de testes foram as faixas de pedestres próximas às estações Balham e Tooting Bec do metrô. Atualmente, 550 travessias da capital inglesa contam com um cronômetro que indica o tempo restante para a travessia – tecnologia também presente em cidades brasileiras.
O prefeito de Londres, Boris Johnson, afirmou ao Cities Today: “Estou orgulhoso por Londres ser a primeira cidade no mundo a experimentar este equipamento de ponta, que beneficiará os pedestres pela cidade. Uma inovação como esta é chave para que Londres se mantenha eficiente no caminho de vias mais seguras para todos”.
Fonte: The City Fix Brasil (via Portal do Trânsito)
Faltando dez dias para o início dos testes do sistema de BRT (Bus Rapid Transit) no Recife ainda há muitas pedras no caminho. O atraso no cronogama das obras obrigou, mais uma vez, uma mudança de tática na operação do sistema pelo Grande Recife Consórcio de Transporte.
A ideia de iniciar os testes no dia 4 de abril permanece, mas sem os passageiros e sem parte das paradas. Ontem, duas equipes técnicas do Grande Recife embarcaram para Belo Horizonte e Rio de Janeiro para verificar de que forma se deu a operação nas duas cidades. Mas já há duas definições antes mesmo da conclusão da visita: não haverá mais uma segunda fase, que estava prevista para o dia 26 de abril, e em maio não entrará todo o sistema em operação, mas apenas uma linha.
As mudanças adotadas na operação têm relação direta com o ritmo das obras. Não há como os testes serem iniciados com os passageiros se o trecho previsto para a primeira etapa, no dia 4 de abril, entre o Hospital Getúlio Vargas, na Avenida Caxangá, e a Avenida Conde da Boa Vista, não dispõe, ainda, de todas as estações.
O terminal ao lado do Getulio Vargas não está concluído. No sentido Centro, a situação piora. A estação da Benfica ainda não tem sequer alicerce e, na Avenida Conde da Boa Vista, as seis estações estão sendo construídas fora do padrão BRT e de forma improvisada, enquanto o projeto do município não fica pronto. Segundo o Grande Recife, as seis estações da Boa Vista serão concluídas até o fim de abril.
A segunda etapa da operação que ocorrerá em maio com passageiros, sem data definida, será feita com apenas uma linha. A assessoria do Grande Recife não informou qual linha será escolhida para iniciar a operação do Leste/Oeste. A única informação é que as linhas restantes serão incorporadas aos poucos ao sistema. No corredor Norte/Sul, a situação não é diferente.
O trecho que entrará em testes no dia 4 de abril, também sem passageiros, entre o Terminal da PE-15 e a Avenida Dantas Barreto, também está com estações em obras no Parque Memorial Arcoverde, na Cruz Cabugá, na Rua Princesa Isabel e na própria Dantas Barreto, sem falar nas estações em outros pontos do Centro que serão usadas no retorno das linhas. O Grande Recife Consórcio de Transporte Metropolitano decidiu não dar mais datas para as inaugurações dos terminais da 3ª Perimetral, Joana Bezerra. O cronograma anterior previa que eles iriam entrar em operação no dia 26 de abril.
Saiba mais
1ª fase do Corredor Leste/Oeste
– Da estação do BRT em frente ao HGV (Caxangá) até a Conde da Boa Vista
– 13 ônibus do BRT vão iniciar os testes sem passageiros
Trecho ainda em obras da 1ª fase no Leste/Oeste:
– 1 estação do BRT na Benfica (início das obras)
– 6 estações do BRT na Avenida Conde da Boa Vista
1ª fase do Corredor Norte/Sul
– Do Terminal da PE-15 até a Avenida Dantas Barreto
– 14 ônibus vão operar na 1ª fase sem passageiros
Trecho ainda em obras da 1ª fase no Norte/Sul
– Estação do Parque Memorial Arcoverde
– Estações da Avenida Cruz Cabugá
– Estação da Rua Princesa Isabel
– Estações da Avenida Dantas Barreto
Tramita na Câmara o Projeto de Lei 3240/12, do deputado Roberto de Lucena (PV-SP), que cria três subcategorias para a habilitação de motociclistas – as subcategorias A1, para motos de até 150cc; A2, para motos de até 400cc; e A3, para todas as motos, sem restrição de cilindrada. Atualmente existe apenas a categoria A.
O autor ressalta que o objetivo de sua proposta é aperfeiçoar o processo de habilitação de motociclistas e, consequentemente, reduzir os acidentes de trânsito, envolvendo motociletas e similares.
“É inadmissível que um jovem de 18 anos, com apenas 20 horas-aula de prática de direção realizadas fora das vias de tráfego normal, possa conduzir uma motocicleta com motor de mil cilindradas”, argumenta o deputado.
O autor cita dados do Ministério da Saúde para mostrar que os gastos com o atendimento de acidentados de motos e similares dobraram entre 2007 e 2010, alcançando R$ 180 milhões com 150 mil internações. A conta da Previdência com gastos de auxílio nesses casos chegou a R$ 8 bilhões, segundo ele.
Tramitação
A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada pelas comissões de Viação e Transportes; e Constituição e Justiça e de Cidadania.
Nova tecnologia pode ajudar a reduzir os acidentes de trânsito
A Google usou um motorista cego para testar o funcionamento de seu automóvel com piloto automático, informou nesta quarta-feira (28) a companhia, que publicou um vídeo no YouTube com a experiência.
A gravação intitulada “Self-Driving Car Teste: Steve Mahan” mostra a viagem de Steve Mahan, um homem com incapacidade visual de 95%, em um percurso por sua cidade a bordo de um Toyota Prius equipado com a tecnologia do Google para autocondução.
“Estou muito acima do que se considera estar legalmente cego”, comenta Mahan nas imagens, nas quais explica como a perda da visão lhe impede de fazer coisas que antes podia realizar e o papel que poderia representar um automóvel como o da Google em seu dia a dia. “Isto me daria a independência e a flexibilidade para ir a lugares onde tenho que ir e quero ir quando eu necessitar fazer coisas”, avaliou Mahan.
Em seu deslocamento, Mahan fez duas paradas: uma na pista de acesso para veículos de um estabelecimento de fast-food e outra no estacionamento de uma lavanderia para buscar roupas.
No vídeo é possível observar que o volante viaja só e que o carro circula seguindo as normas de trânsito, enquanto Mahan come tranquilamente o que encomendara. “Sem mãos, sem pés”, comenta o cego com os braços para o alto enquanto o veículo avança.
O automóvel é equipado com um sistema de radares e lasers para conhecer sua localização, e durante o teste o copiloto de Mahan usava um computador portátil que estava conectado ao veículo.
A Google explicou no YouTube que a condução com Steve Mahan foi realizada em “uma rota cuidadosamente programada” e que a experiência foi “um experimento técnico” que ofereceu “um olhar promissor sobre o que a tecnologia autônoma pode um dia conseguir se for obtida uma tecnologia rigorosa e com os padrões de segurança”.
Novas possibilidades
A empresa anunciou seu projeto de automóvel com condução automática em 2010 e criou um protótipo capaz de ser guiado com o uso de seus mapas que foi testado com sucesso esse ano na Califórnia.
O automóvel percorreu o estado americano de ponta a ponta e rodou mais de 225 mil quilômetros sem motorista ao volante, embora sempre sob supervisão e em situações de circulação propícias, segundo informou a empresa, que não deu detalhes sobre quando aconteceu o experimento com Steve Mahan.
A Google acredita que os veículos não tripulados podem ajudar a reduzir os acidentes de trânsito e a realizar uma condução mais eficiente do ponto de vista energético.
De acordo com projeto aprovado pelo Senado, no dia 15 deste mês, pessoas com doenças que afetam a concentração terão que renovar a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) anualmente, e não a cada cinco anos como estipula a legislação vigente.
O projeto é de autoria do senador Benedito de Lira (PP-AL) e entende que condutores com transtornos de déficit de atenção aumentam os riscos de acidentes de trânsito. A proposta altera o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) e estipula que pessoas diagnosticadas com transtornos que afetam a atenção e a concentração devam realizar o exame de aptidão física e mental todos os anos.
Fatores comuns como ansiedade e depressão podem afetar a concentração e, segundo entendimento do relator, representam perigo para quem está dirigindo.
O médico Mozart Pinheiro, credenciado pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para realizar exames de aptidão física e mental, afirmou ser a favor da mudança, pois acredita que cinco anos é muito tempo para quem possui esse tipo de transtorno.
“Quem sofre com esse tipo de transtorno tende a piorar com o tempo. Logo a realização anual do exame seria uma forma de prevenção”, assegurou.
O chefe da Divisão de Habilitação do Detran, Aluísio Sá Peixoto, comentou que os médicos são responsáveis por selecionar quem está apto a receber a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), uma vez que o especialista conclui que o usuário não tem condições de dirigir, ou que precisa será valiado anualmente. Cabe ao Departamento seguir a orientação.
“Acredito que seja uma proposta válida e o código for realmente alterado, o Detran está preparado para atender anualmente esses usuários”, acrescentou.
O projeto foi aprovado pela Comissão de Assuntos Sociais do Senado Federal e segue para Comissão de Direitos Humanos.
Bares, restaurantes, casas noturnas e outros estabelecimentos comerciais que vendam bebidas alcoólicas serão obrigados a ter um bafômetro para uso opcional dos clientes. A medida está prevista no projeto de lei 2908/11, do deputado Luciano Castro (PR-RR), em análise na Câmara.
Pela proposta, cada teste registrará o nome e a razão social do estabelecimento em que for realizada a aferição, a data e a hora e os dados do cliente e do operador ou responsável pelo aparelho. O estado de embriaguez será acusado pela concentração de álcool igual ou superior a 0,3 mg por litro de ar expelido dos pulmões.
Responsabilidade
Luciano Castro argumenta que a disponibilidade de um aparelho detector do teor alcoólico (etilômetro ou bafômetro) nos lugares que venderem bebidas tem caráter educativo, por ser um estímulo para que o consumidor regule espontaneamente seu consumo de bebidas alcoólicas.
“Ficará explícito que também o próprio estabelecimento comercial que serve a bebida estará se empenhando em contribuir para controlar os excessos de ingestão de álcool”, acrescentou.
Tramitação
A proposta, que tramita em caráter conclusivo, será analisada pelas comissões de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Mesmo sem fazer teste do bafômetro ou exame de sangue para comprovar a embriaguez, os motoristas que dirigirem após consumir bebida alcoólica podem responder criminalmente pelo ato.
Isso porque a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou ontem o Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 48, que impõe tolerância zero e punição a todos os condutores que guiarem sob o efeito de qualquer concentração de álcool no organismo — a lei atual prevê que a pessoa flagrada com até 0,29 miligrama de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões seja punida apenas administrativamente.
O PLS foi apreciado pela comissão em caráter terminativo, ou seja, sem necessidade de ir ao plenário, e segue agora para avaliação na Câmara dos Deputados.A adição de novos parágrafos ao artigo 306 da Lei Federal nº 9.503/1997 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) aumenta também o rigor para motoristas que, ao dirigirem sob o efeito de álcool, causarem mortes no trânsito.
A penalidade pode chegar a 16 anos, conforme emenda do senador Demóstenes Torres (DEM-GO). Na redação original, de autoria de Ricardo Ferraço (PMDB-ES), a punição em caso de morte chegava a 12 anos de reclusão.
Se o acidente provocar lesão gravíssima, os condutores estarão sujeitos a penas de seis anos a 12 anos, enquanto para lesão corporal grave, a sanção varia de três anos a oito anos. Já as consideradas leves, de um ano a quatros anos de detenção.
A proposta ainda sugere que a comprovação da embriaguez seja feita não apenas por meio do teste do bafômetro ou de exame de sangue, mas também por “meios que permitam certificar o estado do condutor, inclusive prova testemunhal, imagens, vídeos ou outras provas em direito admitidas”.
Para o senador Ricardo Ferraço, o projeto vai penalizar com rigor os motoristas que insistirem em dirigir embriagados. “É tolerância zero. A pessoa tem que ser punida gerando, ou não, qualquer tipo de lesão no trânsito. Beber e dirigir é como andar com uma arma sem ter porte. Não precisa utilizá-la para ser criminoso”, ressalta o autor da proposta.
Durante a leitura do relatório, na manhã de ontem, o senador Pedro Taques (PDT-MT) acatou a emenda do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) que propôs aumentar as penalidades para 12 e 16 anos de reclusão em casos de lesões gravíssimas ou morte, consecutivamente. O texto inicial previa a pena máxima de 12 anos.
“O entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ) sobre ninguém ser obrigado a produzir provas contra si, desmoralizou o bafômetro e deixou de comprovar a embriaguez dos motoristas. Se o projeto for aprovado, vamos resgatar essência da lei seca, que produziu resultados importantes e registrou redução no número de acidentes fatais no Brasil”, afirma Ferraço.
Na Câmara, a proposta vai passar por comissões e seguir para votação em plenário. Se a redação for alterada, volta para o Senado, onde as sugestões serão analisadas e corrigidas, caso seja esse o entendimento dos senadores.
Para o advogado criminalista Antônio Alberto do Vale, o projeto é bom no que diz respeito a punir criminalmente a embriaguez ao volante. Entretanto, ele diz que os critérios usados pelos agentes de fiscalização para determinar se a pessoa consumiu ou não álcool podem ser alvo de contestação. (Kelly Almeida e Mara Puljiz)
Saiba mais
Mais rigor
O Projeto de Lei nº 48 acrescenta parágrafos ao art. 306 da Lei Federal nº 9.503/1997, do (CTB) e torna mais rigorosa a punição aos motoristas que dirigem sob o efeito de qualquer concentração de álcool. Veja as mudanças:
Lei atual:
É considerado crime dirigir estando com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a seis decigramas, ou sob a influência de qualquer outra substância psicoativa que determine dependência. Atualmente, a pena para quem dirige embriagado é de seis meses a três anos de detenção, além de multa. O motorista pode ainda ter suspenso o direito de dirigir.
Como pode ficar:
É crime conduzir veículo automotor sob influência de qualquer concentração de álcool ou substância psicoativa que determine dependência. Se aprovado, o projeto prevê pena de até 16 anos de reclusão ao motorista que, alcoolizado, provocar acidente que resulte em morte. As penalidades para envolvimento em colisões leves, graves e gravíssimas também serão mais rigorosa, com variação de um a 12 anos de prisão ou detenção. Em caso de recusa à realização do teste do bafômetro, a proposta também permite a comprovação da embriaguez por meio de provas testemunhais, imagens ou vídeos.
Saiba mais
Um levantamento divulgado recentemente pelo Ministério da Saúde, com base em dados do Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), mostra que o Brasil registrou no ano passado 40.610 vítimas de trânsito. Acredita-se que, deste total, 70% estejam relacionados ao consumo ou abuso de bebidas alcoólicas. Nos Estados Unidos, as principais causas dos acidentes de trânsito são pais tentando acabar com brigas dos filhos no banco traseiro e o uso de laptops.