Sem controle, a carga que passa nas nossas rodovias

O Plano de recuperação da malha viária do estado lançado, recentemente, pela Secretaria de Transportes de Pernambuco, terá um grande desafio pela frente.

A qualidade da manutenção das vias não leva em conta apenas o tipo de pavimento, drenagem e sinalização, mas também o peso das cargas nas nossas estradas.

Nenhuma balança de pesagem funciona no estado, sejam em rodovias estaduais ou federais. Se isso só não bastasse, ainda tem outro agravante, o estado não dispõe hoje de estatísticas sobre o volume de carga que trafega nas nossas vias, tampouco o tipo de carga que vem até nós.

Todos os postos de contagem do Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) encontram–se sem funcionar. Ao todo são 14 postos distribuídos nas zonas da Mata, Agreste e Sertão. Ruim para a economia e também para nossas rodovias.

LOCALIZAÇÃO DOS POSTOS DE CONTAGEM
POSTO NOME PNV DRF RODOVIA/UF KM SITUAÇÃO
1 Igarassu 101BPE0370 4 BR-101/PE 38,5 PARADO
3 Salgueiro 116BPE0450 4 BR-116/PE 28,7 PARADO
4 Moreno 232BPE0030 4 BR-232/PE 27 PARADO
5 Carpina 408BPE0200 4 BR-408/PE 67,5 PARADO
6 Arcoverde 232BPE0260 4 BR-232/PE 268,7 PARADO
8 Ouricuri 122BPE0310 4 BR-122/PE 104,7 PARADO
9 Sao Caetano 423BPE0030 4 BR-423/PE 25,5 PARADO
10 Escada 101BPE0490 4 BR-101/PE 131,5 PARADO
11 Cabrobó 428BPE0010 4 BR-428/PE 1 PARADO
12 Fazenda Nova 104BPE0430 4 BR-104/PE 44 PARADO
13 Verdejante 232BPE0410 4 BR-232/PE 490 PARADO
14 Petrolina 428BPE0070 4 BR-428/PE 166 PARADO
15 Caruaru 232BPE0140 4 BR-232/PE 122,5 PARADO
16 Prazeres 101BPE0440 4 BR-101/PE 93 PARADO

Ativos: 0 postos
Parados: 14 postos

Um metrô ao nosso alcance

 

 

 

Que falta faz não termos uma linha de metrô que se comunique com os diversos canais da cidade.  A estação mais próxima do centro, a estação central do metrô do Recife, não é muito acessível. Quem vier de ônibus precisa descer na Avenida Guararapes e percorrer alguns quarteirões por calçadas intransitáveis. Ou tem que pegar um táxi.

Aliás, com exceção do Terminal Integrado de Passageiros (TIP), onde o passageiro desce dentro do terminal, nenhuma outra estação oferece essa opção de interligação com importantes equipamentos.

Até mesmo o aeroporto não foi contemplado com essa logística. A opção da passarela ligando o terminal ao aeroporto ainda está em fase de projeto.

Mas é uma opção melhor do que ocorre hoje. Quem desce na estação aeroporto precisa de um táxi para fazer o deslocamento até o  aeroporto, mesmo estando de frente para ele. É um perto, longe.

Na foto, a estação da Consolação do Metrô, em plena Avenida Paulista. Com tudo que uma acessibilidade precisa. Que falta faz um metrô pertinho da gente.

 

Árvore, trânsito parado e improvisação

A queda de uma árvore no meio de uma via movimentada do Recife, a Avenida Rosa e Silva, que se comunica com a Avenida Agamenon Magalhães, travou o  trânsito do Recife  por mais mais de seis horas. Um acidente desse tipo pode ocorrer a qualquer momento, se levarmos em conta a idade e o tamanho da maioria das nossas árvores, numa época onde não havia preocupação com a acessibilidade. É claro que não se deve sair por ai derrubando as árvores, mas pode-se criar um plano de ação.

A desobstrução de uma via de fluxo intenso deve ser pensada com antecedência. A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU) ainda trabalha com a improvisação. A sequência normal é esperar a chegada dos bombeiros, que já leva um bom tempo, pois terão que enfrentar também o trânsito.  O passo seguinte é desviar o fluxo e esperar o que parece interminável para quem está preso no trânsito.

O Recife precisa dispor de planos de ação para situações de emergência, seja um caminhão que quebra em cima de um viaduto, uma árvore que cai, um poste, um protesto no meio de uma via, enfim as mais diversas situações. Então a gente pergunta se a CTTU já sentou na mesa para traçar planos com os bombeiros, por exemplo, a Celpe , a Companhia telefônica ou a Polícia?

O Recife também já deveria dispor de equipamentos de emergência em pontos estratégicos da cidade para agir em uma situação de emergência a exemplo dos guinchos. Aliás, a companhia sequer dispõe de um guincho de grande porte e também não tem nenhuma empresa terceirizada para executar o serviço.

Imagine, por exemplo, um acidente que derrame óleo na pista. A CTTU não tem como resolver uma situação desse tipo, por exemplo. E mais uma vez vai depender exclusivamente da ação dos bombeiros. Os bombeiros, de fato, devem ser parceiros, mas a estratégia deve ser da CTTU.

Em São Paulo, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) dispõe de empresas terceirizadas para situações de emergência. “Nós precisamos saber como agir em uma emergência e dispor das condições necessárias para resolver rapidamente. Aqui, a cada 15 minutos que o trânsito fica parado significam três quilômetros de engarrafamento”, explicou Hercules Justino, superintendente da CET.

 

 

 

Navegabilidade entrou no PAC da Mobilidade

 

 

Não é tudo,  mas pelo menos a maior parte dos projetos inseridos no PAC da Mobilidade, pelo estado e a Prefeitura do Recife, foram aprovados pelo Governo Federal.

Da Prefeitura do Recife são prioridades a conclusão e ampliação das perimetrias II e III e a implantação da Radial Sul. Esses projetos totalizam investimentos na ordem de R$ 820,7 milhões.

Somando este valor às obras que já estão em andamento chega-se a um investimento de R$ 2 bilhões, segundo o prefeito João da Costa. “São investimentos que representam a priorização pelo transporte coletivo”, disse o prefeito.

Já o Governo do Estado, além da II perimetral, em parceria com o município, também aposta na IV perimetral, no trecho do contorno do Recife da BR 101. A rodovia federal, que já é uma via urbana, ganhará um corredor exclusivo de ônibus nos moldes do BRT.

Dentro do pacote de projetos do PAC da Mobilidades, as perimetrais II, III e IV são prioridades. Na ordem seguinte estão os corredores de ônibus: Leste/Oeste e Norte e Sul.

A terceira prioridade são os projetos de navegabilidade e da Avenida Norte. Na reunião com o governo federal para definir as prioridades. O secretário executivo do PAC, Maurício Muniz, explicou que a soma dos projetos apresentados pelas 24 cidades atingiu R$ 31 bilhões, superando em R$ 13 bilhões o limite estabelecido pela União.

Por causa disso, a implantação de alguns projetos teve que ficar de fora, por enquanto. O Governo do Estado decidiu adiar a implantação do corredor da Avenida Norte e do corredor fluvial Sul.Com isso, a soma dos projetos do estado que era de R$ 1,7 bilhão caiu para R$ 1,3 bilhão. “Vamos buscar outras alternativas para executar também estas obras”, afirmou o Eduardo Campos.

Mas ficou dentro, o restante do projeto de navegabilidade. A primeira e mais importante etapa terá cinco estações interligadas com os terminais de integração. As estação vão ser instaladas ao longo do Capibaribe entre a BR 101 e a Casa da Cultura. O trecho deverá desafogar principalmente o setor Norte da cidade.

É crime não prestar socorro à vítima


A semana inicia com uma notícia triste da morte de um pedestre que foi atropelado e arrastado por cerca de 25 metros por um EcoSport . Não satisfeito, o motorista ainda passou por cima do corpo da vítima, o major José Vieira Bezerra, 51 anos, que tinha saído cedo de casa para caminhar.

O motorista fugiu sem prestar socorro. O acidente ocorreu no domingo, na Avenida Bernardo Vieira de Melo, em Piedade, Jaboatão dos Guararapes. As câmeras dos edifícios conseguiram filmar a atrocidade  e são fundamentais para a polícia identificar o foragido.

O acidente serve de alerta sobre as responsabilidades no trânsito e o blog traz esta semana uma enquete sobre como o motorista deve se comportar em uma situação desse tipo.

Omissão de Socorro é um dos crimes previstos no Código Penal brasileiro, em seu art. 135. É o exemplo clássico do crime omissivo. Deixar de prestar socorro a quem não tenha condições de socorrer a si próprio ou comunicar o evento a autoridade pública que o possa fazê-lo, quando possível, é crime.

CTTU: Mais rigor com os (pesados)

 

Uma nova legislação para disciplinar a circulação de veículos pesados nas áreas centrais da cidade deve vigorar ainda este ano. A CTTU está elaborando um novo documento para se transformar em lei do Executivo ou até mesmo uma portaria. A proposta é ampliar a área de restrição, que hoje é delimitada apenas para o centro expandido.

Segundo a presidente da CTTU, Maria de Pompéia, quando a lei atual foi aprovada não havia o crescimento que hoje é observado nos bairros. “As atividades econômicas nos bairros são muito intensas e as operações de carga e descarga causam também impacto no trânsito”, afirmou Pompéia.

A futura legislação promete ainda ser mais rigorosa em relação ao horário de restrição. “A ideia é que essas operações só sejam realizadas no período da noite”, explicou o diretor de trânsito da CTTU, Agostinho Maia. Ainda segundo ele, outro ponto importante é elevar o valor da multa nas mesmas proporções do transporte clandestino de passageiro cuja multa fica entorno de R$ 3 mil. “Se não pesar no bolso, não funciona”, afirmou.

A proposta é que a multa seja direcionada para a empresa fornecedora da mercadoria e para a empresa que está recebendo. “Antes a multa ia para o motorista, que geralmente tem o serviço terceirizado. As empresas não tinham nenhum tipo de ônus. Não vai ser mais assim”, afirmou.

A legislação, segundo ele, também vai restringir a circulação de veículos pesados nas ruas centrais. “A ideia é proibir mesmo, mas a gente não pode prejudicar o comércio e uma alternativa pode ser o transbordo das mercadorias para caminhões menores”, apontou. Bom, pelo menos em outros lugares, a exemplo de São Paulo, a lei vem sendo respeitada.

 

 

 

Diagnóstico das rodovias de Pernambuco

A malha viária de Pernambuco corresponde a 9.978,3 kms de rodovias e mais 2.503,4 kms das  federais que cortam o estado. O plano de mobilidade, anunciado pela Secretaria de Transportes do estado, aponta cinco linhas de ação para reverter o atual quadro. De acordo com uma pesquisa da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), apenas 20,60%  das estradas são consideradas em bom estado e 44,60% regular e 30,10% entre péssimo e ruim. Os investimentos orçados em R$ 2,42 bilhões têm prazo de implantaçãode  até dois anos.

O plano de mobilidade  está estruturado em cinco eixos:

1- Conservação – R$ 58 milhões -(serão aplicados em 82 -PE’s – ou 2.729 kms)

2- Restauração – R$ 560 milhões – (em 35-PE’s – 1.225,30 kms)

3- Implantação – R$ 424 milhões ( e implantação de 400 kms de rodovias)

4- Duplicação – R$ 957 milhões (em  3 BR’s,(totalizando 138,5 kms)

5- Requalificação – R$ 43 milhões (16,6 kms)

O diagnóstico elaborado pela Secretaria de Transportes também aponta dados curiosos: das 142 rodovias estaduais estão pavimentadas 4.897,3 kms e 2.900 kms estão em leito natural e outros 2.181 kms estão com a terraplanagem pronta. Ou seja, mais de 50% das rodovias do estado não têm nenhum tipo de pavimento.

 

Como nascem os estacionamentos?

A Rua Vicente Gomes, em Boa Viagem, é uma transversal da Avenida Boa Viagem. Uma via estreita com apenas duas faixas. Agora uma e meia. Dois espigões construídos na esquina da via, passaram a ter uma demanda de estacionamento que vai além do espaço do prédio. Seja para carga e descarga ou ainda para estacionamento de motos e carros de quem trabalha ou que ter acesso à edificação. É assim que nascem os estacionamentos, regulares ou não, eles tomam lugar do fluxo normal de veículos.